A chuva começa a pingar sobre o telhado. Parece um barulhinho de fadas tocando tambores. Logo, o ruído aumenta, transformando-se em um tropel de cavalos mágicos que, mais tarde, vai diminuindo, diminuindo até que sobram apenas uma ou outra gota que cai quase em silêncio. Parecem as fadas que se despedem, recolhendo-se para dormir nas copas das árvores.
Enquanto ouço o barulho da chuva sobre o telhado, penso nos milhões de pessoas ao redor do mundo que não tem um telhado sobre suas cabeças. Seu telhado é o própro céu, e tudo o que cai sobre eles. Alguns românticos dizem que deve ser bonito dormir olhando as estrelas. Eu concordo com eles, mas apenas quando o fazemos por opção, e não por fatalidade.
Seria bom se, todas as noites, todo mundo pudesse desfrutar de paredes e um telhado sobre suas cabeças. Para que o ruído da chuva e do vento não fossem tormentos. Para poderem dormir em paz.
Que texto gostoso de ler, Ana. Lembrou velhos tempos em que chovia nas épocas certas, em noites de verão, ou mesmo num outono quase invernal.
ResponderExcluir... Sobre as fadas, quem sabe elas produzam algum teto mágico para aqueles que dormem sob o firmamento. Como um presente (talvez) invisível.
Um texto bom de ler. Concordo com tudo que escreveu.
ResponderExcluirUm abraço, Élys.