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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Não me Orgulho










Não me orgulho
Das borboletas esmagadas
Que eu pisei sem querer;
Mas foram elas - (descuidadas)
Que pousaram sem ver.

Também não me orgulho
Das palavras proferidas
Que racharam máscaras,
Retiraram cascas,
E feriram brios.

-Invadiram meus trilhos,
Roubaram-me os silêncios
Deixando-me nua,
A pele ferida
Exposta ao frio.

Mesmo assim, não me orgulho;
Do que me acusam
(E que nem sequer fiz),
Nada tenho a dizer,
Nada tenho a mentir,
Nada tenho a negar.

Escapei por um triz
De morrer esmagada,
Soterrada no entulho,
Tatuada nas solas
De quem me pisava.





9 comentários:

  1. Forte, profundo e lindo poema,Ana! bjs, chica e tudo de bom!

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  2. Lindos versos que nos tocam fundo, amei ler e sentir a beleza que há em almas que sabem distinguir o feio do belo, mas tem de ser sem culpas, pois as culpas nos levam a cometer mais erros do que pensamos!
    Amei ver que estás de novo com visual novo por aqui, lindo, muito lindo!
    Abraços linda amiga Ana!

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  3. Aninha,
    muitas vezes esse sentimento de destruição invade nosso pensar, e não temos o porque de sentir tal angústia, mas está lá e vem sobre nós.
    Gostei muito encarei como um desabafo, parabéns!
    Beijinho
    Nicinha

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  4. Que desvenda culpa, que fale de nossa alma e dos animais e insetos e da Natureza, que mescle sentimentos, tenho o prazer, o orgulho, a grande satisfação de ler dizer, como gosto de fazê-lo, "É Ana!". Sempre um ótimo trabalho. Obrigado, Ana Bailune.

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  5. gostei do teu estilo forte, intenso e sem máscaras! bjs :)

    http://metamorfosearsemmedo.blogspot.com.br/

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  6. Show de versos, Ana. De muitas coisas não nos orgulhamos, ainda que as possamos "justificar". Você terminou o poema com um brado forte e belo. Bjs.

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  7. Ana, como admiro sua sensibilidade, realmente, não dá para se orgulhar quando nos esmagam e nos tiram dos trilhos, quando somos obrigados a revidar para tentar nos salvar. Como gostaria de poder colocar seu poema em minha casa, porque, sinceramente, não tenho orgulho de nada, do que estou fazendo, apenas me defendo das agruras da vida. Obrigada, abraços carinhosos
    Maria Teresa

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  8. E quem há de orgulhar-se?
    Mais uma obra daquelas que apenas deixamos nossos olhos deliciarem.
    Magnifico.
    Abraços

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