witch lady

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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Eu Hoje Amanheci Pensando...





Ao abrir dos olhos,
Uma lembrança veio,
E outra, e mais outra...

Uma voz, um sonho,
Um sentir tristonho,
A saudade intensa
E que não descansa...

Ah, vida, por que,
Diga de uma vez,
Por que vem, assim,
A saudade em mim?...

O melhor seria
Não sentir, não ver,
Eu me esqueceria,
Não... não esqueceria!

Pois você passou
Como um raio afoito,
Um rasgão de luz
Pelo céu da tarde...

E deixou de si
Uma vida breve,
Uma vida inteira,
Uma vida ...



terça-feira, 10 de abril de 2012

Aparência









Tantos rostos, tantas faces
A vagar por estas ruas
Entre as minhas e as tuas!...

Vem o tempo, muda a cara,
Mas aquela coisa rara...
Nem o tempo a envelhece!

Aparentemente, a mente
Se disfarça muito bem
Entre caras, entre bocas...

E as veras emoções
Disfarçadas de intenções,
Ah, são poucas, muito poucas...

Quem me dera ter na face
O olhar surpreendido
De quem enxerga um bom disfarce!

Pois quem sabe, a minha face
E a tua, se mesclassem
Sublimando toda classe!




Olhe em Volta!






Estive pensando nas vezes em que as pessoas se entristecem por não se darem ao 'trabalho' de olhar para o que está em volta delas. Elas não sabem o quanto minam o próprio poder de viver e crescer, ao dizerem coisas como "Não sou capaz..." ou "Eu seria mais feliz se..." Acredito que o mundo é um lugar muito bem planejado - pelo menos, na ideia original, e que existe um lugar e um motivo para todos que estão aqui. Quem sabe, eu não tenha nascido para ser uma cantora rica e famosa, mas tenha uma missão de vida que está aliada a algum outro talento? E quando gasto meu tempo tentando seguir caminhos que não são meus, tudo o que ganho é frustração e tristeza... que acaba virando uma revolta contra a vida!

Mas como consigo descobrir meus talentos? Um dia, li uma frase que dizia que, um talento se revela quando, ao fazermos alguma coisa, sentimos tanto prazer, que nós o faríamos de qualquer maneira, mesmo que de graça. Concordo com esta frase em parte, pois na vida, todos precisamos ganhar dinheiro. Se não conseguirmos ganhar dinheiro através de um talento, isto não significa que devemos deixá-lo de lado. Existem maneiras para que possamos conseguir fazer aquilo que amamos e que nos realiza, e ao mesmo tempo, ganharmos o dinheiro que precisamos através de algo que fazemos para nossa sobrevivência; mas o ideal, é que consigamos alinhar nosso talento ao nosso ganha-pão... mas a vida nem sempre corresponde ao que acreditamos ser o nosso 'ideal.' Afinal, do quê nós realmente sabemos?

Acho importante cultivarmos sempre alguma magia... existe uma coisa mágica na vida que faz com que ela seja ... uma mágica experiência! Mas para que possamos sentir e viver esta magia, a magia das coisas que acontecem, precisamos fazer uma coisinha bem simples, da qual frequentemente nos esquecemos: olhar em volta. Ser feliz agora. Com o que eu tenho. Desejar mais, mas sem nunca maldizer o que já tenho. Há tanta gente que odeia a casa onde mora, a cidade , o trabalho que faz... e passa tanto tempo cultivando essa negatividade, que não pensa em mais nada! O outro vira sempre o inimigo, o depositário de todas as frustações... quando tudo o que cada um vive, tem a ver consigo mesmo!...

Quando projeto no outro a culpa pelos meus problemas, é porque existe alguma coisa EM MIM que eu não estou conseguindo enxergar (talvez nem sequer esteja tentando). Eu não estou olhando para dentro de mim. Também não estou olhando em volta, para a vida, para as oportunidades que passam por mim, me olhando de soslaio, e que deixo escapar sem nem sequer esticar um braço na direção delas. Eu mesma faço isso de vez em quando... quando percebo, o momento passou. Acho que é um vício maldito da condição humana, mas ele precisa ser extirpado. Bem, o primeiro passo, é percerbermos o que estamos fazendo, e reverter o círculo vicioso.

Tenho tentado. Quero conseguir.


Inocência










A inocência 

Deixou o mundo

No último trem

Da fantasia.




Levou consigo

Muita alegria,

E um bom pedaço

Da tal magia.




Ouvi dizer

Que atrás de si

Ela esticou

Um longo fio...




E deu-lhe o nome

De esperança,

(Só a alcança

Quem acredita).





segunda-feira, 9 de abril de 2012

OUTONO







Dos goles que tomo

Da vida

Os melhores

E mais longos

São no outono.




Ah, semi-sono burlesco,

Entre folhas ressecadas

E brotos por nascer!

Tanto a se dizer,

Nada a se antever,

Nem verão!...




O outono

É o sono da vida,

Sono leve, desejado

Depois de um verão cansado...

Versos Gratuitos





De dentro de mim, jorram versos,

Palavras que vem de minha alma

E que se derramam, de graça,

Pelo vasto espaço cibernético.

Mas sei, quando alguém me cobrar

Um dia, pelos versos que faço,

Para eu ter direito ao espaço,

Restar-me há uma saída:

Em brancas folhas de papel

Hei de derramar minha vida,

Esquecendo-a pelos bancos

Das praças, parques e igrejas...

Talvez venha a chuva, e as lave,

Levando-as na correnteza,


Talvez venha o sol e as queime,

Desbotando-as, com certeza...

Ou, quem sabe, alguém as leia

Guardando-as dentro de um livro?

Se for este seu último abrigo,

Terei, finalmente reunidas

As partes de minha vida.


Como o Dia







Assim, despede-se o dia
Do seu tempo de viver:
Entre laranjas , vermelhos,
E um raio de sol a morrer...

Um último grito de pássaro,
Cigarras no meio do mato
Cantando a não mais poder...

Despede-se o dia, sem dores,
Sem saudades ou temores,
Por trás daquela montanha,
Ele apenas adormece.

Vem a noite, ele se entrega
Ao seu escuro abraçar,
Sem receios do que é negro,
Sem desejos de brilhar.

Desperta o dia, sem planos,
Sem caminhos tracejados,
Entre amarelos, vermelhos,
Mil tons de um lindo rosado...

Desperta o dia, entre os risos
De um coral de passarinhos
Quer chova, quer faça sol,
Erguem voo de seus ninhos.

Vem o dia, vai-se o dia, 
Chega a noite, vai-se a noite...
Os rosados e amarelos,
Os laranjas e vermelhos,
E os pretos cravejados,
E a lua nacarada,
E eu aqui, ao teu lado...




TRAUMAS





D. Aldair era nossa vizinha de muro, ou seja, para falarmos com ela, bastava chegarmos até o muro e chamá-la. Éramos realmente muito próximos: meus pais, com seus cinco filhos, e ela e o marido, com seus seis. As idades (dos filhos, que eram tantos) regulavam umas com as outras. Ou seja, eu era amiga das duas filhas menores, minha irmã do meio dava-se bem com a filha do meio e minhas duas irmãs e meu irmão mais velhos gostavam de conversar com os filhos mais velhos dela.
Desde que eu nasci eu a tive como vizinha. Não me lembro de um dia sequer em que nós precisamos e não a encontramos. É claro, nós, crianças, tínhamos as nossas brigas. Mas logo ficava tudo bem.
Dona Aldair tinha seus agregados esporádicos. Caridosa, viva recolhendo pessoas em sua casa, que ela colocava para dormir no sótão.
O sótão era grande, escuro e empoeirado, cheio de coisas misteriosas, antigas, e também de retalhos coloridos que às vezes pegávamos para fazer vestidos de boneca (dona Aldair era costureira). Eu e minha irmã adorávamos quando ela precisava sair e pedia que minha mãe olhasse as duas meninas mais novas, pois nós íamos para a casa dela, que era a única vizinha nas redondezas que tinha um telefone naquela época, e ficávamos passando trotes e brincando de assombração.
Um dos agregados de D. Aldair foi um rapaz mudo, chamado Carlos. Ele apareceu do nada, e através de seus "Ahhs e Hãns" deu a entender que estava com fome e não tinha lugar para passar a noite. Claro, Dona Aldair acolheu-o em sua casa e deu-lhe morada no sótão. Em troca, ele varria o chão, lavava a cozinha e consertava o telhado. Nas horas vagas, Carlos lia gibis. Tinha pilhas deles.
Minha irmã logo se entendeu com ele, e conseguiu comunicar-se o suficiente (cada um do seu lado do muro) para descobrir algumas coisas interessantes; por exemplo, Carlos não tinha pai. Os dois eram da mesma idade. Os dois eram fãs do Pato Donald.
Carlos era geralmente alegre e engraçado, a não ser em uma ocasião: Roberto Carlos 'bombava' naquele tempo, e tanto minhas irmãs quanto as filhas de D. Aldair tinham muitos discos de vinil do Roberto. Toda vez que alguém tocava a música "Traumas", Carlos chorava.
Eis o que me lembro da letra, embora não tenha certeza que esteja correta, afinal, eu tinha uns seis anos naquele tempo:
"Meu pai um dia me falou
Pra que eu nunca mentisse
Mas ele também se esqueceu
De me dizer a verdade
Da realidade do mundo
Que eu ia saber
Nos traumas que a gente só sente
Depois de crescer.
Falou dos anjos que eu conheci,
Do delírio da febre que ardia
No meu pequeno corpo que sofria
Sem nada entender.
Minha mulher em certa noite
Ao ver meu sono estremecido
Falou que os pesadelos são
Algum problema adormecido.
Durante o dia a gente tenta com um sorriso disfarçar
Alguma coisa que na alma
Conseguimos sufocar.
Meu pai tentou encher de fantasia
E enfeitar as coisas que eu via
Mas aqueles anjos agora já se foram depois que cresci.
Na minha infância agora tão distante
Aqueles anjos no tempo eu perdi.
Meu pai sentia o que eu sinto agora depois que cresci.
Agora eu sei o que meu pai
Queria me esconder
às vezes as mentiras
Também ajudam a viver.
Talvez um dia pro meu filho
Eu também tenha que mentir
Pra enfeitar os caminhos
Que ele um dia vai seguir..."

Nós, cruéis como toda criança, gostávamos de cantar as primeiras estrofes, só para ver o Carlos chorar.
Um dia, Dona Aldair descobriu que Carlos não era mudo, e que fugira de casa. Seu pai não tinha morrido. Ele tinha inventado aquela estória toda, talvez para para ajudar a si mesmo a viver, como dizia a música, enfeitando seus caminhos. Quem sabe, a verdadeira estória de sua vida fosse muito mais triste...
Logo, Carlos estava tagarelando normalmente. Assim como veio, ele sumiu um dia, carregando consigo seus gibis e seus traumas, e nunca mais voltou.









À Noite










À noite



À noite,
Quando vagam os espíritos
Pela casa silenciosa,
Sinto-me em paz.
Nada têm a me dizer,
Apenas observam,
E nunca me condenam.

Sinto sua presença esvoaçante
De pura transparência suave
A roçar minha alma.
nada temos a dizer,
Apenas nos sentimos
E, sobrepostos,
Convivemos.

À noite,
Quando bebo de mim mesma
Até a embriaguez
Me reconheço,
E sei que não careço
Nem de ti, nem de ninguém.
Amém!


**

Mínimos Poemas









Trança

A trança dos cabelos
Da bela jovem
Desciam pelos seus ombros,
Pesava-lhe o futuro.

_ o_ o _


Um cão

Um cão cheirava o ar,
Como a entrever presságios
O pelo arrepiava,
Um uivo se preparava...

_o_o_


Sonhos

Matéria esgarçada,
Tão frágil, tão pó,
A dos meus sonhos!...

_o_o_


Confidências

Contei-lhe um segredo,
Soprei-o até seus ouvidos...
Mas o vento, que me ouvia escondido,
Espalhou-o.

_o_o_








O que nos Aguarda?






Dormi mal... fruto dos muitos chocolates que ingeri ontem e nos dias que antecederam a Páscoa. Para completar o quadro, acordei às quatro da manhã com minha cadelinha chorando na porta da sala. Levantei-me para ver como estava, e ela andava de um lado para o outro, aflita, choramingando sem parar. Apertei os seus ouvidos, tentando identificar alguma dor, e com algodão embebido em álcool, limpei-os, mas não achei nada de anormal. Dor de ouvido descartada, fui verificar o canil; será que tinha algum bicho por lá? Negativo... Apalpei-lhe as costas. Nenhuma marca ou calombo que indicasse picada de algum inseto ou aracnídeo. Acho que ela pode ter tido um pesadelo... estava muito nervosa, respiração ofegante, andando de um lado para o outro.


Bem, fiz-lhe um pouco de companhia, dei-lhe leite morno para beber e ela se acalmou. Voltei para a cama às cinco da manhã, e levantei-me às seis. Verifiquei meus emails, e daqui a pouco, estarei preparando minha primeira aula do dia.


Pelo menos, isto é o que planejo fazer, porque, na verdade, não sei o que me aguarda. Você sabe? 

Lidar com a imprevisibilidade da vida nem sempre é agradável. Planejei dormir uma boa noite de sono, e não pude. Claro, em parte, por consequência de meus próprios atos. Há muito, decidi que fazer planos muito rígidos é o mesmo que submeter-se à constantes frustrações. Planos devem ser traçados, mas sempre com certa abertura, e compreensão de que, nem sempre, aquilo que planejamos se dará como queremos. A vida pode nos surpreender logo ali, ao virarmos a esquina.


Lembro-me de algumas vezes em que aquilo que eu planejei, tomou caminhos completamente diferentes, e do quanto eu me lamentei, na época. Para logo depois, compreender que, se as coisas tivessem saído exatamente como eu tinha planejado, teriam sido um desastre... a vida e sua imprevisibilidade me salvaram de mim mesma.

Por isso mesmo, por pior que sejam as coisas, acho que é sempre bom acreditar em uma sabedoria maior, que nos guia no caminho certo sempre que o permitirmos.



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