witch lady

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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Êxtase






Uma rosa se abriu
No fundo do meu jardim. 
Foi assim, de surpresa, 
Hoje de manhã. 


Êxtase: 
Beber da sua imagem, 
Sentir sua textura, 
Cheirar sua essência, 
Sentir ciúmes 
De uma abelha... 


Rodeá-la, 
A procura de ângulos
de beleza escondida... 
Experimentar imagens, 
Surpreender-me: 
Espetar-me 


E achar maravilhoso...

Cores Vivas






C o r e s   V i v a s



Vem ver o sol,
Olha o vermelho da flor,
Desprenda-se deste lençol
Onde não existe amor...

Há um mundo tão grande
Que deseja te encontrar,
Há um sonho preparado
Pra você realizar!

Vem ver o sol,
Vem pra fora,
Vem viver,
Vem sonhar!

Ah, ponha no rosto um sorriso,
Pense nos anos de vida
Que se estendem à tua frente,
Para que tu sejas gente,
Para que faças escolhas,
Para que sejas melhor!...

Deixa pra trás a tristeza,
Vem ver o sol,
Tenha a coragem, a certeza
De que a verdade 
É um brinde à vida,
Ao caminho certo,
E que a mentira, é um trago
De cachaça ruim
Em uma viela suja...

Vem para fora,
Vem ver o sol,
Vem aprender
A ser você!

sábado, 6 de outubro de 2012

TALVEZ








Talvez
Algumas pedras deste anel
Tenham caído no caminho,
Deixando-o assim, fosco e banguela.

Talvez
Existam muito mais segredos
Entre mim mesma e o travesseiro
Do que jamais contei a alguém.

Talvez
Aquilo que eu não pronuncio
Torne-se sólido e real
Se minha voz o desenhar.

Talvez
Seja melhor que eu esqueça
Se for possível, de mim mesma
E dessa sílaba a brotar...

Temporal






De repente, o dia ficou noite
Acenderam-se as lâmpadas da rua
Bem no meio da tarde.

Pássaros esconderam-se,
Não se ouve nenhum pio...
Há uma carga elétrica no ar,
Pronta a manifestar-se.

De repente, o vento contido
Solta-se em rajadas sem-destino,
Levando consigo, durante o descaminho,
Borboletas desavisadas,
Folhas ressecadas,
Telhados mal-pregados.

De repente, a chuva desaba,
Feito baldes d'água sobre o mundo,
Criando riachos, do que antes
Eram apenas pequenas poças.

De repente, um clarão demente cruza o céu,
Seguido de um violento ribombar:
Forças da natureza em ação,
Árvores inclinam-se para não tombar...
Raios, ventos, trovões...

Temporal mágico-atemporal,
Temporal magnético,
Catarse da natureza...

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

CIÚMES







Horrendo monstro
Que cresce nos becos
Causando destroços
Destruindo sonhos,
Ceifando amizades
Pingando maldade
Goteja perfídia
Na boa vontade...

Horrendo sentir
Que quer para si
A vida de alguém
O tempo, o sorrir,
Somente para si
Deseja e exige
Semeando intrigas
Morrendo e matando
De medo e de culpa...

Horrendo, sofrível
Vazio de amor
Afasta, escurece
Desperta rancor
Os olhos viscosos
E enviesados
Só enxergam maldade
Ressecam sorrisos...

*

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ASSIM É A VIDA



Torturo-te devagar
Para que não morras 
De dor extrema.
Dou-te um pouco de cor,
Dou-te um poema.

Vou ceifando laços
Do que não mais serve
E não quer ficar.
Deixo-te uma cena
Bucólica, amena,
Um braço de mar.

Torturo-te decepo
Ligações forçadas,
Forjadas no ninho;
Nos tocos doridos
Faço com que surjam
Novos caminhos.

E a graça de tudo
São as luzes que eu penduro
Por entre a escuridão
Que eu mesma provoco
Sempre que eu te toco
Com minha fria mão.

Torturo-te aos poucos
Com vários requintes
De doce crueldade,
Pois quero que saibas
Na ponta da espada
O que é realidade.

Se há um motivo,
Ninguém jamais disse,
Mas cumpro minha sina
De morder e assoprar,
De dar-te e tomar-te.
Assim é a vida.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

SUSTO








Por mais que luar,
Por mais que estrelas,
A mata é negra
E ameaçadora.
E a lua, enganadora,
Projeta sombras
Atrás de cada arbusto...

A cada curva
Um novo susto.

*

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Às Vezes



Às vezes, os dias não são claros,
E parece que há uma nuvem negra
Pairando sobre tudo.
Nem mesmo o brilho do sol, do lado de fora,
Parece iluminar a escuridão do lado de dentro.

É justamente nesta hora
Que precisamos tirar forças
De onde nem pensamos que ela possa brotar
Para tentar, ao menos tentar...

E mesmo que o mundo inteiro
Pareça ter nos esquecido,
Ainda teremos a nós mesmos, sempre!
Teremos nossos sonhos, a nos contemplar,
A lida do dia, coisas a serem feitas,
Começadas, continuadas e terminadas.

Às vezes, é preciso cortar laços
Para evitar o constrangimento
De não sermos mais amados,
Ou pior ainda,
Descobrir que nunca fomos; tudo era, simplesmente,
Um grande jogo de interesses escusos. 

Todos os dias, alguém pode tentar
Matar a nossa alma,
E pode ser que consigam, 
Com a nossa permissão.
Mas sempre será preferível
Cortar fora um só pedaço
A entregá-la por inteiro
A quem nunca a mereceu.

Às vezes, é preciso fazer escolhas
Muito, muito difíceis para nós,
Mas que sabemos, tornarão mais fáceis
Outros caminhos.

Pois como eu bem já disse,
Às vezes é preciso cortar laços
Para evitar o constrangimento
De não sermos mais amados.





domingo, 30 de setembro de 2012

Névoa da Manhã




Milhões de insetos, por entre a névoa,
Deslizam livres à luz do sol...
Luz matinal, leve, translúcida,
Gotas minúsculas ao arrebol...

Névoa de nuvens de cristais baços
Formando laços por entre as copas
Das calmas árvores, que ainda dormem...
Braços de galhos à luz amorfa!

Névoa, emaranha-te em meus cabelos
Como novelos de branca luz!
Seduz, desperta, com tua mão fria
Desfaz o laço dos meus segredos...

Névoa de gaze, levai meus medos
Desfaça-os todos com os teus dedos...
Solta-os no ar da tua brancura,
Brilhos de insetos em tua candura...

ECOS



Gritos loucos
à entrada da caverna
Onde moravam
(Ou pelo menos, era assim que acreditava)
Os monstros que ela mesma criava...

Eeeeeeco!
-Eeeeeeco!
Respondiam-lhe.
E quanto mais alto gritava,
Mais alto respondiam-lhe os monstros.

Se ao menos ela percebesse...

Canção do Desamor




Canção do desamor 

Sinto muito; não te amo,
Não sei como aconteceu.
Não há rastros do que fomos,
Nem sequer uma lembrança
Que me impeça de esquecer-te.

Pois de ti em mim só resta
Uma ruga sobre a testa,
Uma foto desbotando,
Um odor que sai, lavando,
Um torpor de fim de festa.

Sinto muito; não te amo.
Esse teu suposto amor
Nada é, senão costume,
Deixa em nós um azedume,
Sei que podes me esquecer.

Ao sair, deixe na casa
A cópia da minha chave.
Leve embora teus sinais,
Teus resquícios e lembranças
Mate toda a esperança.

Sinto muito, não te amo!

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Wyna, Daqui a Três Estrelas

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