Eu quero ser como a frágil flor,
Que olha o mundo, pendendo
De uma haste fina e quebrável,
Que enverga à passagem do menor vento,
Da mais branda chuva,
Mas que guarda, dentro de si,
A Semente do Inominável.
Ela olha o mundo com os olhos
Rentes ao gramado,
Acolhe as borboletas e joaninhas,
Enverga-se ao peso de uma gota gris
Amanhecida sobre a pétala
Mas, na sua fragilidade,
Faz parar o voo dos colibris.
Ao sol do meio-dia, ela exala
O seu melhor perfume: o último,
E sem qualquer plateia, susto ou púlpito,
Ela cai, misturando-se ao solo
Indo no colo de quem a trouxe.
Leva consigo as respostas
Que ninguém jamais escutou
De uma vida que foi encantada,
Alegre, curta, triste, eterna, amada,
Ignorada
E doce.
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