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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Me Diga Você, que é Santo








Me diga você, que é santo,
Como é que eu posso fingir
Que não existe veneno
No sabor do absinto?

Fingir que não há espinhos
No caule da rosa murcha,
Que eu não sinto o que eu sinto,
Que eu não vejo a garatuja?

Me diga, você que é santo
Como é que eu saio disto:
Perdoar quem nunca disse
Que está arrependido!

Me diga, como é que eu posso
Deitar-me onde eu não caibo,
Encolher a minha alma
Em caixão cheio de saibro!

Me diga você, que é santo,
Como alguém, que há tanto tempo,
É sempre deixada ao relento
Finge não sentir o frio,
Finge não temer o vento!

Me diga você, que é santo,
Já que eu mesma, não entendo,
Me diga você, que pode,
Como eu finjo o que não sou,
Como eu me reinvento?






10 comentários:

  1. Por vezes não sabemos explicar o que sentimos, e o que vemos e há tanto pre-julgamento. Lindo poema reflexivo

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  2. Olá Ana! Eis que mais uma vez, nos ofertas um belo poema, com ênfase para a estrofe abaixo:

    Me diga, como é que eu posso
    Deitar-me onde eu não caibo,
    Encolher a minha alma
    Em caixão cheio de saibro!

    Muito obrigado de coração pelas carinhosas palavras deixadas no nosso humilde espaço, quando do nosso aniversário, meu e dos meus filhos.

    Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.

    Furtado

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  3. Esse poema dá muito que falar. Pelo que eu entendi por livre interpretação, fala um pouco sobre tudo aquilo que temos que vencer, como magoas, frustacoes e decepções e que precisamos perdoar, esquecer relevar. Mas esse é o desafio: é muito dificil.

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    1. Acertou, Erika. E é difícil mesmo, principalmente quando quem magoa não está sinceramente arrependido, mas cisma em fingir que está a fim de angariar solidariedade dos demais.

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  4. Boa noite, querida Ana!
    Mesmo sem ser santa, eu ouso dizer que só Deus pode nos dar a Graça do perdão e se não o dá é para que tenhamos o coração humilde.
    Comigo é assim, digo do que experimento e sinto.
    Penso e vivo também o fato de que se pode perdoar sim, mesmo que o outro não esteja arrependido... nossa alma fica leve... temos paz.
    Deus a abençoe muito!
    Bjm fraterno de paz e bem

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    Respostas
    1. Olá, Rosélia. Acho que até o perdão tem um prazo de validade. Depois de anos e anos, ele perde o valor. O perdão deveria ser sincero, tanto de quem o pede quanto de quem o concede, e quando não é, aquele que concede o perdão está destinado a sofrer novamente as mesmas injúrias, caso não se cuide muito bem. É como disfarçar um bolo estragado sob uma cobertura apetitosa.

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    2. Oi, Ana! Bolo bom é o que por dentro e por fora seja saboroso mesmo. Tem toda razão, querida. Bjm
      P.S Dou-te toda razão quando diz que recebemos de volta as mesmas injúrias... é bem assim! Mas minha dor passa com o tempo... e a paz volta ao meu coração.

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