Neste imenso mundo que tornou-se tão pequeno devido ao efeito das redes sociais, diferentes ideias são propagadas a todo momento. Seus autores, que quase sempre escondem interesses escusos, pretendem soar originais, modernos, liberais e abertos ao novo. Ao construírem seu império de ideias, que é constantemente frágil e sem alicerces, tais “Imperadores da Verdade” o cobrem com camadas de verniz de boa qualidade para que ninguém note as imperfeições, falácias e absurdos que ele contém. E basta uma leve arranhada na superfície para trazer à tona a podridão de tais impérios das ideias.
O que não falta, são seguidores acéfalos e cordatos, que amontoados pela necessidade de serem guiados por alguma causa, passam a erguer bandeiras e aceitar ideias alheias sem sequer um momento de reflexão. Afinal, todo mundo quer ser aceito, e nos dias de hoje, ser aceito significa soar moderno, liberal e seguir a maioria. Qualquer um que defenda algum valor antigo – como se todos os valores antigos fossem preconceituosos e desnecessários – é acusado de velho, primitivo, preconceituoso ou fascista.
A vulgaridade, a intolerância, a distorção de valores, a ignorância e o egoísmo correm à solta por aí. E ai de quem não seguir na mesma direção!
Eu tenho meus valores e minhas ideias. Sei que posso estar errada em algumas delas, e por isso, gosto de conversar, discutir, comparar, debater. Mas quando sinto que estou em um meio onde tudo o que se quer é ser contra esses valores, não importa o quanto eles possam ter um eco verdadeiro, eu me retiro, pois é inútil discutir quando os sujeitos da discussão estão determinados a não pensar, não refletir.
Assim, feministas xingam de burras, machistas e retrógradas qualquer outra mulher que não concorde com seus valores; partidários da esquerda consideram fascistas todos os que não fazem coro com eles, e partidários da direita consideram comunistas todos os que não carregam a mesma bandeira que eles. Nós X Eles. Todos dizem lutar pelo direito de igualdade e contra o preconceito e o separatismo, mas fazem exatamente o contrário. Todos dizem-se não preconceituosos, mas se alguém discorda de suas convicções, imediatamente o repelem com pedras e paus, demonstrando inconsistência e a volatidade de seus vernizes. Todos pregam a liberdade de escolha, desde que os outros escolham as mesmas coisas que eles.
Seus posicionamentos? “É assim, e pronto.” Ponto final. Se você pensa diferente, é burro. Se propõe uma reflexão mais aprofundada, é intrometido e quer aparecer. Não sabem argumentar, não sabem manter a calma, não conseguem conduzir uma conversa com alguém que pense de outra forma sem partir para a grosseria, o abuso, o xingamento e a falta de educação. Talvez por estarem cientes de que suas convicções não resistem a uma análise mais aprofundada. Sabem muito bem que não têm a supremacia da verdade, como gostam de se gabar.
São eles os burros, intolerantes, fascistas, ridículos, preconceituosos, machistas.
Excelente, Ana!
ResponderExcluirSim, pessoas assim que não aceitam ser contrariadas, que se acham donos da verdade e da situação, que nos impõem seus argumentos através da grosseria e do abuso, não têm definição melhor que: burros, intolerantes, fascistas, ridículos, preconceituosos, machistas.
É muito recorrente encontrar pessoas assim. Acho que continuamos na era a intolerância,apesar de novas concepções sobre a sociedade. Mas não há nenhuma evolução de pensamento. As idéias mudam, mas a atitude permanece igual.
ResponderExcluirCara amiga Ana, expressastes, através deste texto, o que penso sobre o atual momento. Parece que a intolerância e a estupidez vai pairar sobre tudo. Os contidos, os equilibrados, os reflexivos, os estudiosos, os analíticos criteriosos estão sendo soterrados pela ausência da sensatez.
ResponderExcluirParabéns pelo post. É nota dez, aliás, nota mil. Um abraço daqui do sul. Tenhas uma linda tarde.
Querida Ana, sim, infelizmente é assim, a intolerância, o preconceito, a discriminação estão em alta e o que se diz "moderno" é exatamente o que menos tolera!
ResponderExcluirAmei ler, amo ser eu mesma e que bom que és você mesma em seus belos textos!
Abraços apertados!