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domingo, 23 de abril de 2017

Perfeição






Durante uma aula de conversação (por falta de imaginação naquele dia, acabei procurando por um assunto no Google, a fim de esquentar minhas aulas de inglês) deparei com a seguinte pergunta: "Se você pudesse voltar atrás e dar a si mesmo um conselho, o que você diria ao seu 'eu?"

Pensei, e logo me veio à cabeça o seguinte: esqueceria essa coisa de tentar ser perfeita. Verdade. Passei grande parte da minha juventude não usando saias porque me sentia insegura quanto às minhas pernas - que hoje não são nem mais belas nem mais feias que as pernas de outras mulheres, e não eram, naquele tempo, nada feias - e também não gostava de usar sandálias, pois achava meus pés feios, e certa época, devido a problemas hormonais, quando os pelos do meu corpo desandaram a crescer mais que deveriam,  eu depilava as pernas duas vezes por dia e morria de vergonha dos meus braços cabeludos. Felizmente, o problema hormonal foi corrigido através de medicamentos. O médico explicou que às vezes, durante a adolescência, as meninas podem ter um desequilíbrio hormonal. Mas eu morria de vergonha de usar blusa sem manga. Me preocupava demasiadamente com o que as outras pessoas pensariam de mim: queria ser perfeita. Achava que as outras meninas eram perfeitas, menos eu. Superei isso, graças a Deus.

Depois, quando tive a minha primeira casa, também queria que ela estivesse sempre imaculadamente limpa; se soubesse que viria uma visita, passava o dia polindo, lavando, esfregando, varrendo, arrumando. Não que a minha casa estivesse bagunçada quando não recebia visitas; muito pelo contrário; é que eu achava que elas "reparariam" e sairiam falando, caso não estivesse tudo perfeito.

Mas nesta casa onde eu moro hoje, eu relaxei; não quis nada brilhando. Aboli os sintecos e móveis laqueados. Dei preferência ao piso rústico que não precisa de cêra, e aos móveis rústicos de aspecto envelhecido. Quando tenho visitas, minha única preocupação é que a conversa seja boa, o ambiente esteja acolhedor e a comida seja gostosa. 

Ainda bem que eu aprendi o quanto os perfeccionistas são chatos. Não faço mais questão de perfeição, e até me sinto desconfortável quando vejo alguém tentando fazer alguma coisa sem nenhum defeitinho. 

O jardineiro esqueceu de aparar uma cerca viva? Não faz mal! Há uma poeirinha por trás da mesinha de cabeceira? Quando eu tiver tempo, eu limpo. Cometi um erro ao digitar um texto? Paciência! O que importa, é o conteúdo. Por isso, quando vejo pessoas na internet reclamando de erros de grafia em textos, fico com pena delas; como são chatas as pessoas perfeccionistas! Sei disso, pois já fui uma delas. 

Deixei de publicar minhas coisas por muitos anos, só por medo de ser julgada! Escrevia poesias e histórias compridas, bacanas e cheias de imaginação, mas por medo de ser julgada ou ridicularizada, assim que eu acabava de escrevê-las, eu as escondia, lia depois de algum tempo e então... eu as queimava!

Hoje em dia, eu simplesmente não me importo mais com isso: recebo em meus blogs da mesma maneira que recebo em minha casa: entrem, sejam bem-vindos, sentem-se, relaxem, vamos conversar um pouco. Fiquem à vontade. E se não gostarem de alguma coisa, simplesmente, saiam  pela mesma porta pela qual entraram. 




5 comentários:

  1. Bom dia Ana.
    A vida também me ensinou que devemos viver mas é sermos felizmente menos perfeita rsrs. Amei a suas palavras. Eu também no passado tinha essa preocupação ao receber visitas na minha casa. Agora relaxei,tento receber bem com amor é carinho e só rsrs. Uma feliz semana. Abraços.

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  2. Ontem à noite li teu texto no celular, já na cama. E gostei muito, pois eu também era um pouco desse time. Logicamente que mudei, acho que virei anarquista. O oposto. Mais um pouquinho chego no centro. Belo teu depoimento, gostei muito, pensei que fosse só eu...rss Na verdade acho que o mundo está cheio dessas imperfeições. O duro é chegar no equilíbrio.
    beijo.

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  3. Oi Amiga, Ana Bailune !
    Parabéns pelo texto, claro e direto.
    Conseguiste te livrar da " mania de perfeição",
    que é doentia.
    Conheci uma pessoa que limpava os cantinhos da
    casa, usando cotoneetes... kkkk... louca.
    Um fraterno abraço e uma feliz semana.
    Sinval.

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    1. Olá amiga Ana! Retornando as minhas atividades nos blogs, fiquei afastada por um tempo, problemas de saúde que estão passando graças a Deus. Aproveito para desculpar-me pela ausência e assim que puder retornarei aqui com muito prazer pois amo suas postagens e a pessoa que você transmite ser. Como são muitas visitas, hoje estou com esse comentário para todos, mas saiba que se estou aqui o meu coração também está repleto de alegria. Abraços, que jesus nos abençoe sempre.
      Profª Lourdes Duarte
      http://filosofandonavidaproflourdes.blogspot.com.br/
      http://professoralourdesduarte.blogspot.com.br/

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  4. Não quero nem falar, Ana, só parabenizar pelas excelentes mensagens que sempre nos passa...
    Gratidão!!!
    Imagina uma pessoa que sonha em fazer tudo certo, mas está sujeita a uma internet tão precária, que a limita mais que a sua própria ignorância virtual, essa sou... Uma pessoa perfeccionista, tentando sobreviver para aprender que tudo isso passa e, a gente mais rápido ainda...
    Felizes dias, abraços carinhosos
    Maria Teresa

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