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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

A Morte Não Mata




A Morte Não Mata


A morte não afasta; até aproxima
Agora  e para sempre, pelo pensamento
O que já está fora e o que ficou dentro,
E que pelo físico se afastaria.

A morte não mata o amor, nem o ódio,
Não se deixa de amar, ou se passa a amar...
Um foi, um ficou, mas se o laço ainda existe,
Não há recomeço, nem mesmo algum pódio.

A morte é apenas janela fechada,
Mas ainda há a casa, e o seu morador
Que guarda a saudade, ou todo o rancor
Daquele que passa por sua fachada.

A morte não mata; o morto não morre,
Pois a sua ausência ainda traz dor
(Quem sabe, alegria, se não houve amor)
Quem fica carrega consigo as lembranças.

Mas e quem se foi – lembrar-se há, ainda,
De quem adorou ou odiou nessa vida?
Eu creio que ‘sim’ é a certa resposta,
Não há mais a chave, mas ficou a porta.






"O amor não mata a morte, a morte não mata o amor. No fundo, entendem-se muito bem. Cada um deles explica o outro."

Jules Michelet







4 comentários:

  1. As perdas de quem não gostava eu enterro de vez. As perdas de quem eu gostava eu cultivo. A porta se fechou mesmo mas eu e eles continuamos habitando a mesma morada.

    Lindo este seu poema ... reflexivo por natureza ...

    Beijos Ana

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  2. A morte é apenas uma passagem... Quem ou o que passa por isso passa só fisicamente... As lembrancas e as memorias permanecem.

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  3. A morte... só os grandes poetas e pensadores são capazes de ousar falar dela. A impressão que fica é que temos um enorme apego pela vida. Já pensou nunca mais vermos quem estimamos? Não vamos mais poder ver aquele jardim que cultivamos com tanto zelo. Felizes são os pássaros que não pensam nela, na morte. Mas, contrariando o poema, nunca mais vi minha mãe, meu pai, todos aqueles que se foram. Um dia eu também irei. Poeticamente eu até poderia encontrar uma saída para suavizar a barra de morrer, mas do ponto de vista racional, sinceramente, creio que não. É isso, Ana! Alguém disse que a morte é única coisa igualitária que existe, ela vem para todos, pobres e ricos, brancos, negros e amarelos. Deve existir uma razão para tudo isso, mas quem sabe guardou para si e não revela para ninguém.

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