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Deixemos assim:
Esqueçamos da onça,
Entremos na dança
Dos jogos e festas;
A tocha que passa
De mão para mão,
Sorrisos Colgate
Na televisão!
Deixemos de lado
O ouro roubado,
Larguemos de mão
Os corpos que sofrem
Tão abandonados
Nas filas, no chão
De infernos lotados!
Esqueçamos os fatos
As corrupções
Discursos mofados,
As aberrações
Que grassam nas ruas
De noite e de dia,
Os berros obscenos
As defecações!
Deixemos assim:
Sem água que chegue
Para se lavar
A negra sujeira!
Mentiras online,
Calúnias escritas,
Falácias bonitas,
E há sempre alguém
Pregando bondade,
Fingindo justiça,
Querendo só ser
A tal salvação!
Irmão contra irmão,
Direitos ‘iguais’
De sermos roubados,
Vilipendiados,
A fome, o terror,
Os desempregados
E nos trens lotados
Olhares vazios
De gente sofrida
Que não tem saída,
Não vê solução...
Deixemos assim:
Esqueçamos das vacas
Prenhes, mutiladas,
E das invasões,
Colheitas roubadas
E distribuídas
No meio de quem
Não faz por ganhar
Sua própria vida,
Destrói, queima, mata,
Aquilo que o outro
Cultiva na lida!
Pregando igualdade,
Querem que a riqueza
Seja repartida,
Mas ao mesmo tempo,
Dizem que o rico
É o fel da pobreza,
Culpados de tudo,
Da dor, do desgosto,
Mas desejam ter
Tudo o que eles tem,
Sem o mesmo esforço.
Nós somos a onça,
Que ruge, que medra,
Coleira apertada,
Sonhando com a mata
Com a liberdade,
Mas acorrentada
Pela vaidade
De gente covarde
Que diz que nos cuida,
Que diz que nos ama,
E que nos protege
Boa tarde, Ana, nossa verdade em versos, tão bem enquadrados, numa bela construção, maravilhoso!
ResponderExcluirNo nosso universo estamos todos com:
"Olhares vazios
De gente sofrida
Que não têm saída,
Não vê solução..."
Tal qual a "onça de coleira apertada, acorrentada, pela vaidade de gente covarde... Que a todos está matando!
Parabéns, obrigada pela partilha, me permite publicar no blog?
Felizes dias, abraços carinhosos
Maria Teresa
Incrível! Atualíssimo e Pertinente! Nada mais a dizer!
ResponderExcluirOlá Ana
ResponderExcluirVocê soube muito bem usar as palavras e nos levar ao poema como a onça, eita povo brasileiro sofrido.
bjs
http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
Olá Ana,
ResponderExcluirEste seu poema traduz uma realidade desoladora. Uma construção satírica de tirar o chapéu.
Admirável!
Obrigada! Sua presença em meu espaço me deixa muito gratificada.
Beijo.