Chegou, finalmente, a estação das chuvas. Os pingos cristalinos caem sobre os fios de grama, deixando-os mais verdes, fazendo com que cresçam mais rapidamente. Logo, o gramado seco e desbotado transforma-se em um tapete verde-claro macio e felpudo.
As hortelãs, que ameaçavam morrer e desaparecer, já mostram novos brotinhos, e as plantas que não floresciam, enchem-se de botões ainda tímidos, mas que se aprontam para abrirem. Os passarinhos voltaram, enxameando o comedor. As habituais rações de bananas não são suficientes, e enquanto recolho as cascas vazias, penso que precisarei aumentar a quantidade. O mesmo posso dizer das garrafinhas dos beija-flores, que se antes permaneciam cheias até o final do dia, agora esvaziam-se antes do cair da tarde.
As minas secas secas voltam a renovar-se, e sobre a pedra da montanha, escorrem pequenos veios d'água, como antes. Eu fico olhando para tudo isso e chego até a me emocionar com tanta beleza e fertilidade.
São os ciclos da vida renovando-se.
E nós precisamos nos lembrar deles quando estivermos passando por aqueles períodos de seca, que acontecem nas vidas de todo mundo: logo, a chuva voltará a cair. Nossa casa nos dá mais uma chance, apesar de tudo o que temos feito com ela.
A lama de Mariana chegou ao mar. A matança continua. A Terra de Minas cobre-se de tristeza. Mas um dia, tudo voltará a renascer. Pena que desta vez, foram longe demais, e vai demorar muito.
Por muito tempo a lama cobrirá o chão de Minas...e também a vida profissional e pessoal de pessoas que só pensaram em lucros...fizeram pouco da natureza e das vidas humanas...
ResponderExcluirBeijos...
As fotos são lindas, Ana! A natureza ainda se renova, para nosso encantamento, mas também já está cansada dos estragos que lhe fazem. Bjs.
ResponderExcluirAinda que se renove, a natureza tem sofrido, está sofrida... e ressentida com o bicho-homem... bela entrada.
ResponderExcluirBeijo.