witch lady

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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Dona do Mundo



Dona de tudo, proprietária,
Por ela, e só por ela,
Passavam os que saíam
E os que entravam...

Porteira sagaz,
Tão seletiva,
Ia cortando a todos 
Que não tinham laços,
Cujos passos,
Não conseguia amarrar!

Mas lá no peito, uma amargura,
E uma vontade de morrer,
De chorar!
Matava a liberdade
Porque tinha medo de voar!


Liberdade



Mais vale um colibri voando
Que um na mão...

Ele entrou em minha casa, há alguns anos. A foto é antiga, e encontrei-a  ao vasculhar meus arquivos.

Fotografei e soltei, após vê-lo debatendo-se na minha vidraça.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

De Repente



De repente, fechei os olhos e não te vi.
Apurei os ouvidos, mas não te ouvi,
Procurei-te nos sonhos, e não te achei...

De repente, olhei dentro de mim, 
E tu não estavas,
Compreendi que aquele a quem eu amava
E que eu tanto buscava, já não é...

De repente, compreendi que esquecer é mero acaso,
E que eu mergulhava em um rio raso,
E que o amor que eu te tinha, se afogou.

De repente, percebi que a dor era opção,
Que eu sofria e chorava sem razão,
De repente, curei meu coração!

Não Perca a Fé!




A força da tua fé
Vai te levar por uma outra estrada,
Onde a paisagem é mais feliz
E tua esperança,
Mais arejada.

Não perca a tua fé,
Pois ela é o que de mais
Importante te resta,
E ela te olha,
Através desta fresta...

Não perca a fé,
Pois mesmo dentro da noite
Mais negra, ela será
Tua luz,
Teu conforto,
Tua resposta.

Haicais - No Jardim



Voa colibri
Coleta o mel das flores
Leva na língua.

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A rabilonga
De olhos tão vermelhos
Pousa no muro.

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As maritacas
Passam voando em bandos
Pousam na mata.

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Pássaros brigam
Pelas frutas maduras
Do comedouro.

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A tarde é linda
Sob este céu de chumbo...
Sorri a vida!

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Grama se espalha
Por entre o vão das pedras
Faz labirintos.

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As tiriricas
Espalham-se na grama
Criam raízes.

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Catavento só
Catando a brisa fria
No fim da tarde.

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Um cão dormindo
E em seu doce sono
Sonhos tranquilos.

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Sinos de vento
Melancolia acorda
Parte-se em cacos.

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Pé-de-laranja,
Joaninhas passeiam
Nas folhas calmas.

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Roseiras nuas,
A feira das formigas
Foi muito farta!





MINIPOEMAS - Natureza





Grama cortada 


Cheiro de grama cortada 


Lá fora, uma paz concluída, 


Cá dentro, uma alma fechada... 


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Céu e Nuvens 


Quantas nuvens há no céu, 


Para onde vão todas elas? 


A resposta está no vento, 


Mas nem mesmo ele a conhece! 


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Passarinhos 



Final de tarde, aperta a fome, 


Passarinhos procuram por algo 


Que lhes alimente os sonhos 


Até a manhã seguinte... 


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Aranha 



Na teia, aterrorizante, 


O ícone dos meus medos!... 


Uma aranha está imóvel 


Com os olhos bem atentos! 


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Montanha 



Todo o esforço da subida 


A paisagem recompensa... 


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Hera 


O muro coberto de hera 


fantasia-se de verde... 


mas debaixo do verde, há um muro, 


Frio, liso, escuro e duro! 


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Estrelas 



As estrelas se derramam 


Por sobre o pano da noite... 


Cá embaixo, distraídos 


De tanta beleza, os homens! 


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Riacho 



O rio contou-me um segredo, 


Mas logo correu a passar... 


Levou consigo o sentido 


Para as profundezas do mar... 


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Cachorrinho 



Um cachorrinho latia 


Para os fantasmas da noite 


Só ele é quem percebia 


Da morte, a fria foice... 


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Vaga-lumes 


Pousados sobre o cipreste 


São como luzes natalinas! 


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A REALIDADE






A REALIDADE

A realidade, sem a fantasia,
É como uma lenda sem alegoria,
É um sonho torto numa noite insone
É sangue parado nas veias de um morto.

A realidade, pura e simplesmente,
É solo arenoso, estéril semente,
Viver doloroso, aquarela sem cor
Dor intermitente, vida sem sabor.

A realidade, sem a poesia,
É comida fria, sem tempero algum.
É um barco à deriva numa tempestade,
perfume sem cheiro, adeus sem saudade.

A realidade, sem imaginação,
É um vale sem eco, amor sem paixão,
Beco escuro e triste, estrada sem destino,
Presente sem futuro, bandeira sem hino.

O Maior Cajueiro do Mundo!!!!




Quando visitamos Natal, eu tinha um sonho: conhecer o maior cajueiro do mundo! Isto, desde que assisti a uma reportagem no Fantástico sobre ele, apresentada pela Regina Casé, há muitos e muitos anos... todo mundo que me conhece sabe que eu sou louca por árvores.

Natal é um lugar maravilhoso! Os motoristas de táxi são muito educados e gentis, aliás, todas as pessoas que encontramos nos trataram com muita educação e gentileza. É um lugar onde eu gostaria de voltar um dia.

Mas conhecer o Maior Cajueiro do Mundo, foi algo emocionante... a árvore estava toda em flor, e só mesmo estando perto dela para entender o que é o perfume exalado pelo maior cajueiro do mundo quando ele está em flor!

Os galhos foram se multiplicando e se espalhando pelo chão, gerando novas árvores nascidas da árvore original. Ela é imensa!

Nós nos sentamos sob ela, e ficamos ali, abrigados em sua sombra, sentindo aquele perfume delicioso... isto foi em 2008. Nossa, há quatro anos! Como o tempo voa...


É um passeio que eu, com certeza, recomendo.


Como Escolhi a GRAACC?




Algumas pessoas tem me perguntado como escolhi a GRAAC para doar a renda de meu livro, "Vai Ficar Tudo Bem." Explico:

Quando meu sobrinho estava vivo, ele dizia que, quando ficasse curado, gostaria de trabalhar como voluntário no INCA por um ano. Ele sempre falava em ajudar pessoas que estivessem passando pela situação dele, e que não tinham boas condições de vida.. Infelizmente, ele não está mais aqui... mas quando decidi publicar o livro, desde o início eu tinha a intenção de fazer doação da renda, porque sei que teria sido a vontade dele, mas eu não sabia a quem doar.

Escrevi para duas instituições, e não obtive nenhuma resposta. Pensei: "Quando chegar a hora, o lugar certo vai surgir."

E surgiu! Há algum tempo, meu marido contribuiu para a GRAACC, e desde então, eles costumam mandar um boleto bancário com um certo valor; já recebemos dois, e ninguém é obrigado a pagar, e querendo contribuir com mais ou com menos do que está no boleto, a gente pode. Bem, no dia que o livro chegou, chegou também o segundo boleto da GRAACC, e entendi que era como um sinal de que eles eram o que eu estava procurando! Achei muita coincidência, se é que as coincidências existem...

Assim, decidi doar parte para a GRACC de São Paulo, que emitiu o boleto, e parte para a GRAACC de Petrópolis. Sei que não é muito, mas é o que eu posso fazer.

Está explicado.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Harpa Eólia





Um dia abrirei minhas asas
Cansadas de não voar
E hei de pairar sobre as casas.

Será numa noite de lua,
Que de tão cheia, brilhará
Nas águas negras do mar.

E o vento me tomará 
Em seus braços transparentes
E nós seremos amantes.

E assim, o vento e eu,
Sôfregos sopros de éter,
Nos faremos transcendentes.

Um dia, abrirei minhas asas
De libélula demente
E não mais irei pousar!

Mas, quem quiser me rever,
Hei de estar na voz do vento
Que não se pode reter. 

Existência




Confabulamos, falamos...

Supomos e até dizemos que adivinhamos
Mas não sabemos, ao certo,
O que significa existir.



Pensamos conhecer
E até nos atrevemos
A descrever a vida
E a clamar verdades
Desconhecidas!



Alguns acham-se médiuns,
Tentando adivinhar 
O caráter alheio,
Mas não possuem olhos
Para o que há em si de feio.



Deus, dá-me, todos os dias,
A minha parcela
( a que é minha)
De dores e de alegrias!



Ajuda-me a suportar
O que eu não posso mudar,
E a tolerar aqueles
Que acham-se poderosos
E pensam adivinhar-me...



Que a minha soberba
Jamais seja disfarçada
Sob a alcunha de humildade!
Que a minha inveja
Jamais seja chamada 
De altruísmo e de verdade,
E que o que há de pior em mim
Possa sempre ser tratado
Ou ao menos, melhorado,
Mas jamais disfarçado!



Que eu não crie mentiras
Sobre as verdades alheias,
E nem me ache melhor 
Que as outras criaturas,
Pois deste modo,para mim,
As minhas estruturas
Serão suficientemente fortes
Para sustentar a mim mesma
Seja na vida
Ou na morte.

FIGURA E FUNDO








Na faculdade, em um trabalho de psicologia, tive que juntar-me a um grupo. Nunca entenderei essa mania de obrigar as pessoas a fazer trabalhos em grupo. Nunca dá certo! Bem... mas isso é assunto para outra crônica.

Fiquei responsável pela parte mais difícil, claro. A que ninguém queria fazer: Gestalt. As outras alunas eram bem mais jovens que eu, e me olhavam meio-de lado; devem ter pensado: "Vamos dar trabalho a essa coroa aí..." mas confesso que foi divertido, pesquisar as figuras para colocar nas transparências, que ficaram tão boas, que a professora pediu-as de presente. 

Mas... o que é Gestalt? 

Tentarei explicar usando um trecho o livro "Manual Prático de Gestalt", de Àngeles Martín: 

"Imaginemos uma pessoa que se encontra lendo um livro, e de repente, sente qualquer tipo de necessidade biológica (sede, fome ou frio). À medida que esta necessidade vai se configurando e tomando forma no campo das sensações da pessoa, o que a princípio era atenção e concentração no que estava lendo- constituindo-se como forma, como foi o caso do livro - passa a converter-se em fundo, e a necessidade que vai se tornando mais imperiosa passa a converter-se em forma. Se a pessoa satisfaz sua necessidade, seja bebendo no caso de sentir sede, ou agasalhando-se, no caso de sentir frio, seu interesse se volta ao livro, que passa novamente a ser forma, e tudo mais constituirá o fundo. Isto é, o que era forma, passa a ser fundo, e vice-versa." 

Ou seja: nós temos tendência a nos concentrarmos naquilo que mais nos afeta em determinado momento, e assim, ignoramos um monte de coisas à nossa volta. Cada um de nós temos diferentes momentos de percepções sobre aquilo que nos rodeia. 

Continuando: 

"...Algumas pessoas vêem como formas (ou figuras) superfícies que a maioria vê como fundo. Podemos observar os exemplos mais claros disto nos espaços em branco" (o livro mostra a famosa ilustração da taça de rubi, que aparece em branco, e dos rostos que se encaram, em preto, na mesma figura; alguns observadores, enxergam logo os rostos em preto, enquanto outros, enxergam a taça branca, formada no espaço entre os perfis dos rostos). 

"Para a maioria das pessoas, os espaços em branco são percebidos como fundo, enquanto que para uns poucos (10% aproximadamente) estas superfícies são vistas como formas. Este tipo de percepção está estreitamente relacionado com determinados tipos de personalidades (agressivas, obsessivas e algumas paranoides). Este fato, e especialmente testes projetivos, serve-nos de exemplo para ver como a personalidade influi na forma de perceber a realidade." 

Assim, um terapeuta Gestaltista tenta trabalhar com seu paciente o que ele está evitando enxergar e o que é que ele espera - o que pretende - através de seu comportamento evitativo-fóbico (termo usado pelo escritor). 

Acredito que todos nós vivemos momentos durante os quais distorcemos a realidade, passando a enxergá-la como achamos que ela seja, ou como desejamos que ela seja. Podemos trabalhar para mudar esta percepção, pois quando todo mundo nos diz que estamos errados, é porque deve mesmo haver alguma coisa errada. Se não houver, precisamos pelo menos, ter certeza disto, parando para pensar um pouquinho e analisar a realidade que nos cerca/ou se estamos tentando 'cercar' a realidade. Caso a segunda opção seja verdadeira, temos que nos perguntar o porquê. 

E mudar. Precisamos eliminar e formar novas Gestalts ao longo da vida. Permanecer atolados em conceitos ultrapassados é como interromper a marcha do autoconhecimento e da percepção daquilo que nos rodeia. Mudar e aprender chama-se EVOLUIR. Sem evolução, pouco a pouco a vida passa a não mais fazer sentido, pois a pessoa vive a arrastar atrás de si assuntos que tiram-lhe a energia e a vontade de viver. Tornam-se, aos olhos dos outros, repetitivas e cansativas. Não crescem. Não mudam. 

Não amadurecem.




segunda-feira, 11 de junho de 2012

De Você...



De você, ficaram os passos
Ecoando em meus ouvidos
E uma ânsia sem abraços
Procurando algum sentido.

De você, ficaram indrisos,
E a tristeza dos teus olhos
Sobre os meus olhos caídos,
E os poemas que desfolho...

De você, ficou uma estrada
Que eu sigo, e nunca chego...
Uma busca malograda
Pelo amor que hoje é degredo...

De você, não há mais nada
Nesse tudo que me resta...
Só uma ruga bem vincada
E um sabor de fim de festa.

De você, há uma amargura
Que eu sinto, e que não passa,
Uma dor que me tortura
Que sem dó, me despedaça...

De você, fiquei eu mesma,
Mas eu mesma já não sou
Se em mim  já não estou...
Sem você, nada restou...


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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...