witch lady

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terça-feira, 8 de agosto de 2017

SOBRE A FELICIDADE









DA FELICIDADE

Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!
Mario Quintana





Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade.
Georges Bernanos




A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.
Sigmund Freud




Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.
Carlos Drummond de Andrade




A felicidade de um amigo deleita-nos. Enriquece-nos. Não nos tira nada. Caso a amizade sofra com isso, é porque não existe.
Jean Cocteau





O ciumento passa a vida a procurar um segredo, cuja descoberta lhe destruiria a felicidade.
Axel Oxenstiern



A felicidade não é um prêmio da virtude, é a própria virtude.
Baruch Espinoza




É difícil dizer o que traz a felicidade. A pobreza e a riqueza, por exemplo, já fracassaram.
Kin Hubbard




Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.
Fernando Pessoa



Mas os meus escritos são as minhas horas de felicidade. Mesmo naquilo que eles tiverem de cruel. Preciso escrever assim como preciso de respirar, porque o corpo me exige.
Albert Camus



sexta-feira, 4 de agosto de 2017

MELODIA INTERROMPIDA









A música parou no ar
E o silêncio deu voz ao bater das asas dos pássaros
(Ou seriam as asas dos anjos?)

Uma melodia começou a tocar, bem baixinho,
E uma alma seguiu seu rastro:
“Pérola negra, te amo, te amo...”





Imagine...






Hoje o Spotify me veio com a sugestão de uma playlist: "As Músicas Mais Lindas do mundo." Entre elas - todas muito lindas - de repente começou a tocar "Imagine." Sempre amei esta canção, embora ela hoje ela tenha sido tocada tantas vezes, que alguns a considerem "batida demais."

E John Lennon nos pedia que imaginássemos um mundo ideal, sem religiões, sem fronteiras, com todos vivendo em paz. E ele mesmo morreu vítima da violência de alguém que o admirava (e talvez também o invejasse), talvez para lembrar ao mundo que a perfeição não é daqui. Somos seres tão imperfeitos, que caminhar sobre uma terra de perfeição seria, no mínimo, um absurdo. Ainda temos muito o que caminhar, tropeçar, cair de cara, e mesmo assim, talvez a humanidade nunca chegue lá.

Mesmo assim, eu tento colher no dia a dia tudo o que eu posso para tornar a vida mais bonita. E acho que todo mundo pode fazer isso. 

Mas de que adianta, reclamar dos políticos, do "golpe", da desigualdade social, da corrupção, e continuar agindo de maneira a alimentar tudo isso em volta de nós? O que eu vejo quando olho as postagens no Facebook e nas demais redes sociais, são pessoas que reclamam de tudo, mas não fazem um esforço, por menor que seja, a fim de melhorarem a si próprias. Assim, a canção de John Lennon - que também nunca foi perfeito, basta ler a biografia dele para saber - fica cada vez mais distante da realidade. Acho que foi uma canção marco. Porque ela foi gravada e lançada no exato momento em que as pessoas começaram a perder a humanidade de forma mais acelerada.

Os hippies dos anos 60 falavam de paz & amor, mas se drogavam e jogavam bombas em policiais, matando, sequestrando e roubando, e não professavam aquilo no qual diziam acreditar. Políticos que deveriam zelar pelo bem estar do povo, bem, melhor nem comentar... 

É muita falsidade. Talvez por isso o nome da canção seja "Imagine." Porque no reino da imaginação, tudo é possível, até mesmo a paz mundial e a justiça social entre povos belicosos, interesseiros, egoístas e falsos.




terça-feira, 1 de agosto de 2017

Folhas Secas







Existe uma palavra
Cuja pronúncia faz desabar pontes,
E um sopro de pensamento que a contenha
Fecha todas as janelas,
Tranca todas as portas.

Existe uma palavra morta,
As mãos cruzadas sobre um peito vazio,
Uma palavra que morreu de frio
E fica de cócoras, à beira do caminho,
A assombrar qualquer pessoa
Que tentar chegar.

Existe uma palavra azeda, maldita,
Que vem de um sentimento mortal
Para qualquer relação,
Uma palavra que faz brotar o mofo
Dentro de cada coração.

Não ouso dizê-la – sequer penso nela,
Que esta palavra fique trancada lá fora,
E que jamais chegue a mim
O bafo fétido do seu funesto fôlego,
O trôpego passo do seu andar travado,
Que deixa tudo tristemente abandonado,
E deixa entre os caminhos apenas folhas secas.





Essas Almas







Essas almas que me chegam
Com seus corações quebrados
Que eu pego com cuidado 
Na concha da minha mão...

A tristeza de saber
Que não posso consertá-los!
Então, eu tento assoprá-los
Para que não ardam tanto.

E elas me falam de tudo
Que se chama desencanto,
E eu empresto meus ouvidos,
E às vezes, as palavras;
(-Saem mais aliviadas
Ou será só ilusão?)

Essas almas que me chegam
Derramando em meus espaços
As tristezas represadas,
E o cansaço dessa vida
Que às vezes, é madrasta,
-No final, todas se vão...

Um dia, eu passo por elas,
E nossos olhos se encontram...
Muitas vezes, nem palavras,
Nem sequer um cumprimento;
Entre o vento que separa
Nossas almas já estranhas,
Um silêncio constrangido
Pelo que foi partilhado
Naquele tempo roubado,
Naqueles raros momentos.




segunda-feira, 31 de julho de 2017

Não Tem Como Não Partilhar...











Justiça Divina





"...Nunca pensei em fazer peregrinações solitárias em busca da verdade, da paz ou de um centro espiritual; apenas estudava muito e acreditava na recomendação de um profeta: Viaja em ti mesmo. Era viajando para dentro, e não para fora, que esperava um dia ter direito a alguma sabedoria.


Quando jovem, imaginei que  a justiça Divina sempre aparecia na hora certa e fazia o possível para merecê-la; não por fé, mas por medo. Vi, à medida que os anos passavam, que não era bem assim: Deus, afinal, nos deixa muito por conta própria e minhas crenças eram ingênuas. Vi pessoas decentes se darem mal e canalhas vivendo cada vez melhor. Deixei de entregar tanto à vida e aos céus, passei a pedir ajuda a mim mesma e as coisas começaram a melhorar. Achava que estava me desenvolvendo mas a vida continuava do mesmo tamanho: um tédio, todos os dias previsíveis, e cheia de problemas e obrigações. Uma vida pequena - tinha que admitir - que, provavelmente, não seria uma encruzilhada dramática entre o bem e o mal; poderia ser apenas uma viagem sem sentido até a morte. Depois da morte, talvez, a viagem fosse intensa e cheia de revelações. Mas durante a vida, não. Não podemos nem mesmo escolher se vamos de carruagem ou de canoa, não temos este poder. Só podemos decidir se vamos ou não continuar viajando; e as pessoas e situações que encontramos no caminho também não dependem de nós: são o nosso karma."


-Maria Helena Nóvoa, em "O Espelho da Lua."-




DÊ DAQUILO QUE TE SOBRA, E NÃO DAQUILO QUE TE FALTA – Ou A Cultura da Culpa








Às vezes eu me revolto pelas coisas que eu vejo acontecendo no mundo: tantas guerras e mortes, tantas crianças abandonadas... mas noutras, eu penso que as coisas estão exatamente da forma como deveriam estar. O mundo é um reflexo daqueles que vivem nele, e ele reflete – da mesma forma que um espelho – aquilo que a maioria de nós estamos projetando. 

Os países que são devastados pelas guerras são sempre os mesmos, e tem sido assim desde os primórdios da existência humana. Sinceramente sinto muito pelos que lá nasceram e convivem com esse estado de coisas, principalmente, pelas crianças; porém, ao longo de milhares de anos, nada fizeram para tentar mudar tal situação. Permanecem submissos, vitimados, cultivando dentro de si motivos racistas e “religiosos” para que tais conflitos continuem sendo sustentados. E ao serem recebidos em outros países como refugiados, a maioria deles não aceitam a cultura local, mas fecham-se em grupos radicais e protegem terroristas.

Desde muito cedo, somos submetidos à cultura da culpa, que nos é pregada através das religiões (Fora da caridade não há salvação) que pregam que devemos nos sacrificar pelas outras pessoas e fazermos por elas o que elas mesmas deveriam estar fazendo. Devemos doar mais do que podemos, sacrificando-nos da mesma forma que a viúva sacrificou-se no templo ao doar seu único óbolo. Mas ninguém sabe se, ao final daquele dia, a viúva passou fome, ou foi ajudada por alguém.  A política e seus partidos do povo fazem a mesma coisa: devemos tirar dos ricos e doar aos pobres, cuja única obrigação, é receber. Afinal, eles são vítimas da sociedade. 

Você é culpado pela situação deles. Eu sou culpada. Eles, não. 

A mídia também contribui sobremaneira para a cultura da culpa ao mostrar propagandas de ONGS e instituições de caridade, expondo crianças doentes e macilentas na África e dizer que nós devemos adotar uma delas, fazer doações e nos sentirmos culpados. O que a mídia não mostra muito, é que nos países africanos, a AIDS e a fome proliferam não apenas devido a governos corruptos, mas também porque as pessoas se recusam a usar preservativos por motivos “religiosos.” Porém, estes motivos religiosos não as impedem de colocar no mundo centenas de milhares de crianças que passarão fome, sofrerão e morrerão antes de completarem cinco anos de idade, e nem de manter gorilas fêmeas em cativeiro como escravas sexuais. E todo mundo já sabe que a AIDS é uma doença que surgiu através destas práticas. 

Mas a culpa é minha. 

Nós crescemos ouvindo os adultos dizerem que devemos nos sacrificar pelos que estão em volta. Fazer aquilo que nós amaríamos fazer, indo contra a vontade dos pais, é ingratidão. Existem muitas pessoas que se tornam profissionais medíocres, infelizes e insatisfeitos, pois seguem a carreira que os pais ou um dos pais lhes impuseram. E a cultura da culpa vai se expandindo dentro de nós, ao ponto em que, ao nos sentirmos felizes ou realizados, a culpa borre imediatamente a paisagem, fazendo com que a realização de nossos sonhos se transforme em sentimentos de amargura, egoísmo e irresponsabilidade: “Morar em uma casa assim quando tantos não têm onde morar? Comer em restaurante quando tantos não têm o que comer? Vestir roupas caras quando tantos estão nus? Ajudar animais de rua quando há tantas crianças que precisam ser adotadas (como se fosse a mesma coisa)? Passar o tempo livre descansando, viajando ou assistindo TV enquanto alguém na família precisa de nossa ajuda ( porque não soube organizar o seu tempo de forma mais inteligente)? Culpa, culpa, culpa... não é à toa que existem tantas pessoas deprimidas. A culpa corrói por dentro. 

Sem falar nos adultos que jamais amadurecem, não crescem, não souberam cultivar sua independência, sua inteligência emocional, e que continuam pendurados feito apêndices em algum membro da família, achando que é obrigação destes que os ajudem, façam as coisas para eles, paguem suas contas, vivam suas vidas. Porque afinal, quem deixaria de ajudar alguém tão fragilizado? Somente quem não tivesse coração! 

E tais pessoas usam da cultura da culpa a fim de conseguir que as outras mais fortes façam tudo por elas. Elas são os filhos que não pediram para nascer, ou os pais que vivem reclamando porque os filhos não ligam todos os dias. Elas são o amigo (a) que liga no meio da noite porque teve uma discussão com o namorado(a), ou o que vive pedindo dinheiro emprestado e nunca paga. Elas também são as tias que têm um ‘probleminha de saúde’ indefinido e que por isso não podem trabalhar, e as crianças ‘traumatizadas’ porque os pais são separados. Elas são os maridos violentos que logo se arrependem e prometem que não vão fazer aquilo nunca mais, e as mulheres que procuram por ajuda quando são espancadas, mas que viram feras quando alguém tenta colocar o agressor na cadeia. Elas são as pessoas frágeis, e são responsabilidade nossa – pelo menos, foi o que nos ensinaram.

Assim, de repente, vemos as pessoas “fortaleza” adoecendo e morrendo aos poucos de males como depressão, doenças cardíacas, dores na coluna, úlceras estomacais, e outras, todas elas causadas pela cultura da culpa. Uma culpa que a pessoa que adoece não tem realmente, mas que a sociedade ensinou-lhe que é dela. Na verdade, elas sofrem de vampirismo. Têm seu sangue, seu tempo, sua saúde e sua energia sugados pelos membros mais “frágeis.”  Elas adoecem porque ninguém pode viver várias vidas ao mesmo tempo. Já é muito difícil resolver os próprios problemas, quanto mais, os problemas de todo mundo. As dores na coluna e os problemas estomacais são o primeiro sinal. 

Não sou contra ajudar a quem precisa, mas aprendi a duras penas que ajudar não significa, jamais, substituir. Eu doo daquilo que eu possuo, nunca do que me falta; doo daquilo que eu tenho e que sei que não vou precisar. Eu faço doações das roupas que não preciso, do tempo livre que eu acho que posso doar, das palavras que eu acho que serão ouvidas. Também doo às crianças da África, mas não me sinto culpada pela situação delas.  Ajudo animais de rua quando eles cruzam o meu caminho, mas acho que recolher animais em minha casa quando não tenho condições de cuidar deles, não resolverá o problema dos animais abandonados; pelo contrário, só incentivará o abandono, pois as pessoas que recolhem animais passam a vida lidando com os que são abandonados nos portões de suas casas quase todos os dias.

Existem momentos em que todos precisamos de ajuda. Mas esses momentos não podem ser recorrentes, e muito menos, eternos. Não estique mais o seu braço para que bebam do seu sangue até que se fartem. Não faça mais isso para ninguém. Que cada pessoa aprenda a deixar de se vitimizar e seja responsável por seus próprios atos. Pode ser que depois de tomar esta decisão, você passe a ter bastante tempo livre; afinal, muitos se afastarão de você. Mas apenas os que realmente interessam ficarão.






sexta-feira, 28 de julho de 2017

Wonderland



Wonderland


The wonderful land that Alice found
In a hole, under a tree trunk
Was not as wonderful as she had imagined.

Even there,
There were people enslaved to watches,
Foolishly stuck in a sea of muddy vanity
And arrogant queens who killed their subjects.

But when she opened her eyes and returned
To the plain world she had left behind,
She created a fantasy land
That made real people envy her.
(You know, kids like to tell tall stories...)









quarta-feira, 26 de julho de 2017

um Poema de Amor







AMO-TE

Amo-te quanto em largo, alto e profundo
Minh'alma alcança quando, transportada,
sente, alongando os olhos deste mundo, 
os fins do ser, a graça entresonhada.

Amo-te a cada dia, hora e segundo
A luz do sol, na noite sossegada
e é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com a dor, das velhas penas
com sorrisos, com lágrimas de prece,
e a fé de minha infância, ingênua e forte.

Amo-te até nas coisas mais pequenas, 
por toda vida, e assim DEUS o quiser
Ainda mais te amarei depois da morte.


Elizabeth Barrett Browning





Não Tenho Mais Nada Contigo









Estou escrevendo estas linhas 
Só para deixar bem claro:
Não tenho mais nada contigo.

Teu rosto não faz mais figura,
Loucura sequer suspeitar
Que ainda estás comigo.

Teu nome não me diz mais nada,
O eco nem sequer ressoa
Por entre essas minhas paredes...

Não chegas a ser nem a sede
Que em busca de um odre vazio,
Sucumbiu, morreu de frio...

Não confundas meu olhar
Que passa por ti, sem notar
​​​​​​​A tua presença; me esqueça!

Não tenho mais nada contigo,
Não queiras mais nada comigo,
Vê se desta vez, me entendes.





terça-feira, 25 de julho de 2017

FELIZ DIA DO ESCRITOR





O mundo é um lugar terrível. Passando os olhos pelos jornais e pela internet, fico sabendo de coisas terríveis das quais os humanos são capazes. Infringem sofrimento a animais inocentes, sem motivo algum; estupram e matam crianças. Roubam tanto dinheiro do país, que as pessoas morrem feito moscas nas filas de hospitais, e ficam sem os seus salários. E ainda tem gente que defende essa corja.

O lado mau das pessoas está aflorando mais do que nunca. Somos uma civilização envernizada por cima e podre por baixo. O Mal está solto no mundo, e sobrevoa nossos espaços procurando por uma oportunidade de manifestar-se. E como ele as encontra facilmente, fica e faz morada.

O escritor existe para apontar a caneta na cara dessas pessoas. Ele existe para mostrar ao mundo o que acontece sob os panos, o que está escondido além dos sorrisos e das palavras bonitas, elevando as vozes daqueles que não podem protestar, contando suas histórias.

Porém, o escritor também existe por um outro motivo: para mostrar que nesse mundo fétido e pútrido no qual estamos inseridos, ainda existe beleza. E ainda existe um túnel, e ao final deste túnel, uma luz. Um simples poema pode abrir as janelas de uma alma que se esqueceu de ter esperanças, nem que seja por alguns minutos apenas. E podem crer, alguns minutos de paz, de beleza e de tranquilidade no meio do caos, contam muito.

Vamos tentar melhorar a atmosfera deste planeta. Ao invés de incitar o ódio de uma classe contra a outra, de uma religião contra a outra, de uma raça contra a outra, por que não olhar para quem está ao nosso lado com mais ternura? Ao invés de destilar ódio, inveja, ressentimento e amargura sobre o planeta, por que não respiramos profundamente e tentamos exalar apenas o que há de melhor em cada um de nós?

A todos os escritores e a todos os leitores deste planeta, desejo um mundo melhor. E esse mundo começa na porta das nossas casas.

Ana Bailune




Cantos





Toda casa tem um canto especial - geograficamente, e também um canto que soa aos ouvidos de quem entra. Se somos sensíveis, logo identificamos os cantos de uma casa (ambos: o geográfico e o sonoro). Há lugares que nos acolhem e nos abraçam, enquanto outros nos repelem; uma casa é feita de cores, objetos, sons, luzes, sombras. Mas principalmente, uma casa é feita de energia.

E de onde vem essa energia? Principalmente, de nós próprios. Ela vem de dentro da gente, nós a emanamos e ela deita sobre as coisas, afetando o ambiente. Um local onde acaba de haver uma briga, por exemplo, fica como que infectado por partículas de energia pesada. Li uma vez que a fim de dispersar tais energias, é bom queimar um bulbo de cebola. 

Apesar de gostar muito de rock, principalmente quando estou fazendo uma limpeza mais pesada e detalhada, ouvi dizer que não faz bem escutar certos tipos de música. Mas eu vou lá no meu aparelho de som, escolho a playlist com rock para despertar o que estiver encruado, e após a limpeza, acendo uma varetinha de incenso e coloco uma música bem suave. Acho que se a gente souber o que a letra de uma música diz, não há tanto problema. algumas músicas são mais barulhentas, mas inofensivas. 

Saibamos cuidar dos cantos da nossa casa. E isso nada tem a ver com o quão luxuosa ou bem decorada ela é. Tem a ver com quanto amor colocamos dentro dela, quantos silêncios tranquilos, quanto aconchego.










segunda-feira, 24 de julho de 2017

O AMOR









O amor
 É uma reação química
Uma relação anímica
Uma pergunta no ar
Que busca uma resposta
Sem saber se vai achar.

O amor
É um segredo
Escondido além do medo
É uma vontade constante
De conseguir descansar
No colo de um sentimento.

O amor
É ver o novo
Naquilo que já é velho
E assim mesmo, amar.
O amor é um evangelho
Que não tem religião,
Palavra que tem um eco
Dentro do coração.

O amor
É esse brilho
Que escapa do olhar
Como um trem que sai dos trilhos
Por vontade de chegar.

O amor
Não se descreve;
Não se sabe exatamente
Se é pesado ou se é leve.

Mas todo aquele que escreve
Na sua vida, esta palavra,
Colhe o fruto do que lavra,
Colhe a flor do sentimento
À beira de cada momento,
Mesmo que seja de dor.







Cerejeira em Festa














L.O.V.E









Love is like God's spell - but without  a religion.








quarta-feira, 19 de julho de 2017

Mandrágora








Teu Nome – raiz de mandrágora
Perpassando o meu caminho,
Me fazendo tropeçar...

Um dragão adormecido
Em isolada caverna
-Mas que sonha despertar.

Teu nome – um mar caudaloso
Com mil barcos naufragados
Desejando flutuar.

Abismo de solidão
Onde aguardo um sol nascente
Que jamais ressurgirá.







ESFERA
















terça-feira, 18 de julho de 2017

RUMI - Em Minha Alma, eu Sei




poema traduzido do inglês:


Em minha alma,
Eu acho que sei...
Devo pensar assim?

Ou devo pensar:
Pelo menos, estou no caminho;

Se eu realmente olhar para trás
Eu vejo todas as minhas pegadas
Bem atrás das marcas
De sua carruagem, Jalal Ud-Din...

É silencioso o caminho
E, às vezes
É também diferente em minha alma...
Quando chego a esta cafeteria
E peço um café
A atendente sorri
Porque ela já me conhece
Há um bom tempo...
Mas então, de repente eu penso:
Ela sabe que eu sou um poeta?
Devo pensar assim?

Ou devo pensar:
Pelo menos, eu digo "obrigada"
Quando o café chega...

Olho para todas as pessoas adoráveis 
E olho para todos os cegos,
Algum  dia, eles verão, Jalal ud-Din...
E, nesse dia,
Esperemos que eles não pisquem
Porque neste piscar
Neste momento
A Eternidade poderia passar!

Eu, eu tento ser, um atendente,
Um atendente da eternidade;

E, quando o atendente traz a minha xícara
Eu digo, das profundezas da minha alma:
"Obrigada"
Mas, eu não deveria dizer:
"Eu sou você?"

Em minha alma, eu sei.






CUIDADO!









Trecho do livro "O Perfume da Folha de Chá", de Dinah Jefferies:, no qual a criada Cingalesa adverte sua patroa a tomar cuidado com uma pessoa:

"...Depois que senhora morrer, moça infeliz. Pessoa infeliz fazer coisas ruins. Pessoa com medo também."

Poema inspirado nesta passagem:





CUIDADO!

Cuidado com as lágrimas amargas
De quem sempre chora,
Pois que um dia, elas se juntam,
Num fundo lago, onde te afogas
Na mais inesperada hora.

A dor constante ou intermitente
De um coração sempre quebrado,
É nó de forca em um barbante
Dependurado atrás da porta
E um belo dia, ele te enforca.

Cuidado com a dor causada
Por algum tombo descuidado,
Pois os desejos malogrados
Saem, um dia, pelos olhos,
Em raios quentes e nocivos
Que hão de te deixar queimado...

O que se esconde sob as asas
De todo anjo decaído,
Por trás do seu melhor sorriso,
Não é amor, é mal nocivo,
Dragão que dorme entre as brasas...







quinta-feira, 13 de julho de 2017

Relógios





Meu sogro tinha mania de relógios, e acho que eu também. Só na minha salinha de aula, tenho dois; tenho também um no corredor do andar inferior, outro no corredor do andar superior, outro na cozinha, um na área de serviço, e outro na sala de estar...e um em cada quarto de dormir. Ao todo, são 9. Se me perguntarem porque, direi que eu gosto de saber que horas são...

Historiadores crêem que o primeiro relógio foi criado na Judéia, por volta de 600 A.C. Era um relógio de sol. Pena que ele não funcionava à noite, e nem quando chovia ou estava nublado! Depois, vieram as ampulhetas, mas creio que não eram muito precisas... e um tanto grandes para se carregar de lá para cá!

Mais tarde, vieram os relógios de pêndulo (aperfeiçoado por Galileu), de bolso (inventado por Pedro Heilen, por volta de 1500 em Nuremberg)  e de pulso (alguns crêem que foi inventado por Santos Dumont, mas na verdade, foi Patek Philippe, no final do século XIX quem o inventou... mas há controversas). 

Não gosto muito de relógios de pulso. Mas adoro os relógios de parede! Adoraria ter um daqueles relógios cuco, dos quais sai um passarinho ao soar das horas. Amo escutar o tique-taque dos meus relógios enquanto ando pela casa à noite, quando tudo está em silêncio. Dá a impressão de que tudo está certo, que as coisas vão bem. O tempo não parou, e o mundo continua girando.

Também sou daquelas que ama dormir escutando um relógio barulhento, enquanto a maioria das pessoas que conheço sentem-se incomodadas por tal ruído. Tenho a impressão, ao dormir ouvindo o barulho do relógio, que estou sendo hipnotizada aos poucos por Morfeu. 

Dá uma paz de espírito...











The Child's Flight







Once upon a time
There was a child
Who wanted to fly.

She climbed on the back of a bird
And it took her high.

She gained the sky,
Touched every cloud with her fingertips
And tasted the sweetness of  their vapors
With the tip of her tongue.

Then she looked down,
At the people who walked on the ground
(Those whom she was no longer among).

She gained the sky,
But lost the world...
She was no longer
A child.







Parceiros

O TUCANO

O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...