Algumas coisas são.
O sol nasce, invariavelmente, todos os dias – mesmo que chova.
Movem-se em redemoinho as folhas soltas,
O vento brincando com a morte,
Erguendo as sementes pelo ar
Para depois
Soltar.
Eu olho tudo com olhos de primeira vez,
E ao mesmo tempo,
Com olhos de nunca mais.
Até quando, eu não sei,
Só sei que agora eu sou
E então,
Não.
Bate o passarinho com o bico na vidraça,
Tentando me chamar a atenção.
“Eis aqui o mundo,” ele diz,
“Venha cá para fora e alimente-me!”
Eu o obedeço,
Contente.
Alguns pensam nos amores proibidos,
Guardando gritos na garganta
Feitos de sonhos não vividos.
Mas ah, se fossem reais!
Talvez pássaros indo bater no vidro,
Para caírem depois, amolecidos,
Fio de sangue a escorrer dos ouvidos
- A sua essência
De mortais.
Nesse meu tempo em contagem regressiva,
Não quero muito da vida.
Quero ir lá para fora e vislumbrar o passarinho
Que canta escondido no galho mais alto,
Quero andar descalça pelo asfalto,
Mas de pés nus sobre o gramado.
Quero ter o conforto de não ter que fazer muitas escolhas,
Quero ver o vento
E o redemoinho de folhas,
Um pouco de música,
Minha casa,
Meu amor,
Meus cães,
-Nada mais.
Tão lindo,Ana! Escreves muiiiiiito bem! Bjs,chica
ResponderExcluirBoa noite de paz, querida amiga Ana!
ResponderExcluirAlimentar os passaros e fazer feliz a quem quee que Seja e das artes uma extrema beleza.
Gostei quando diz que ve as coisas e se despede tambem... Ha coisas que, de fato, nao se ve novamente... Perfeito!
H
Tenha uma nova semana favoravel!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Muito bom. Adorei :))
ResponderExcluirBjos
Votos de uma óptima Terça - Feira
Nesse meu tempo em contagem regressiva,
ResponderExcluirNão quero muito da vida.
Bem por aí!
Beijos
Gostei.
ResponderExcluirbjokas =)