De repente, no meio do palco, aparece o homem magrinho, de longos cabelos e barbas grisalhos. Veste calças jeans, sapatênis e camisa branca simples. Talvez passasse despercebido pela rua, esbarrando em nossos ombros corriqueiramente, e quem sabe, nem o reconhecêssemos, tal a sua simplicidade.
De repente, ele começa a falar, e anuncia uma moça que pensa tocar uma flauta, mas que na verdade, segura uma varinha de condão da qual saem feitiços quando ela a assopra. E num instante, centenas de pessoas estão totalmente enfeitiçadas e submissas à magia dos dois.
Como pode alguém ter dedos tão mágicos, ao ponto de, ao tocar as cordas de um violão, produzir sons tão fantásticos? A música nos seduz... ao ouvir as letras, eu vejo, vindo em minha direção, todos os poemas que um dia eu sonhei escrever. E eles pairam à nossa volta, e eles tem dedos, e eles tocam as partes mais desconhecidas das nossas emoções. E as lágrimas afloram. E a gente ri e chora, ao mesmo tempo.
Quando ele termina, um silêncio de segundos, antes da explosão dos aplausos. A platéia precisa de um tempo para voltar ao mundo dos homens comuns, antes de compreender que está na hora de aplaudir.
E ele fala dos muitos adjetivos que foram usados pela imprensa para referir-se a ele; entre estes adjetivos, 'hippie.' Pois eu acabo de atribuir-lhe mais um: Gandalf! Pois ele é um mago, e existe nele alguma coisa que serve de passagem entre as belezas de um outro mundo e as palavras que não conseguimos encontrar para nos expressarmos neste mundo.
Quando o show termina, ele e sua amiga fada se despedem. Vamos até a entrada do teatro, e com prazer, ficamos na fila para comprar seu novo CD e levar para casa um pouquinho daquela magia autografada. Gandalf está visivelmente cansado... não deve ser fácil, distribuir sua alma assim, todas as noites.
Caminhamos até o carro em silêncio, e aos poucos, o mundo real volta a ganhar substância.
Foi uma noite de magia.
Se você tiver a oportunidade de assistir a um show ao vivo de Oswaldo Montenegro, não a perca, pois você sairá de lá transformado.
Casa antiga, onde hoje funciona uma pousada, na Av. Koeller
Sempre fico fascinada ao passar por casas antigas, com seus portões de ferro trabalhado... também me encantam as velhas portas de madeira pesadas e envelhecidas, a tinta craquelada. São como portais para um outro tempo!
Aqui mesmo, na minha cidade, existem várias casas assim. Uma que me despertava muito a curiosidade, era A casa dos Sete Erros. Até que ela foi aberta à visitação, e eu pude vê-la por dentro! O proprietário, orgulhoso, contou-nos a história de sua família. Bem, mas este seria assunto para mais uma crônica. Se desejarem saber, visitem a casa dos Sete Erros, que fica na Rua Ypiranga, aqui em Petrópolis. Ou... joguem no Google!
Casa dos Sete Erros
Eu sempre achei que as casas tem alma, e quanto mais antigas, mais misteriosas...
Não me sinto tão à vontade nas casas modernas demais, principalmente, naquelas decoradas por profissionais. Apesar de achá-las muito lindas, sempre fico sentindo como se faltasse alguma coisa; casas modernas são como crianças muito pequenas, que ainda não adquiriram personalidade.
O que está do outro lado deste portão? Não sei... mas fiquei bastante tempo olhando para ele, e enquanto eu tentava decifrá-lo, alguns personagens foram começando a surgir em minha mente... e eu sei que eles vão ficar por aqui, até que eu preste atenção neles, e decida escrever um texto contando a sua história.