witch lady

Free background from VintageMadeForYou

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Do Lar







Antigamente, a palavra "lar" imediatamente nos invocava imagens de nosso cantinho preferido em casa, aconchego, segurança. Um lugar no qual poderíamos estar à vontade, totalmente desprovidos das máscaras sociais que precisamos, muitas vezes, usar durante o dia. Ah, o lar! O lugar mágico onde podíamos nos entregar a um bom livro, receber os amigos, fazer uma boa refeição...

Ultimamente, quando uma mulher é classificada como sendo 'do lar,' várias críticas surgem: entendem que ela é submissa, dependente, alienada. É preciso estar engajada em algum movimento. É preciso ser livre, emancipada, e 'do bar.' Bem, que cada um viva a vida da forma que escolher, mas o que eu sinto, é que as pessoas estão deixando que escolham por elas, e nem percebem.

A maioria das pessoas vivem em dois pontos extremos: ou aqui, ou lá. E quem não estiver onde estamos, merece todo o nosso desprezo, a nossa crítica e também todas as acusações. Acho isso triste, porque o que deveria ser importante, não é a preocupação com rótulos, as classificações que surgem a todo momento nas redes sociais, baseadas na idiotia que rege uma minoria não-pensante e que lastra como vírus contaminando cabeças antes sensatas. O importante, é aprender a ler nas entrelinhas daquilo que tentam nos fazer engolir, e deixar de ter tanto medo de julgamentos alheios. É importante ter coragem para dizer 'não' quando necessário, sem medo de parecer ridículo, já que os inteligentes e sensatos estão fazendo um papel muito feio.

Eu me sinto triste quando percebo que nos dias de hoje, muitas mulheres consideram uma desonra cuidar de uma casa, cozinhar ou ficar em casa tomando conta das crianças. Que mal há nisso? Façamos as nossas escolhas baseadas naquilo que realmente queremos, e não no que nos impõe! Após anos lutando contra a ditadura do mundo masculino, as feministas acabaram caindo em uma armadilha muito pior e ainda mais difícil de se livrarem: a ditadura feminista. 

Todo extremismo é sinal de medo, vontade de cercar-se de muros e carapaças que evitem que arranhem a superfície de nossas convicções - pois não estamos, realmente, convencidos de que elas estão certas. Sejamos 'do lar' ou 'do bar', ou ambas as coisas, mas sem que para isso precisemos massacrar quem fez uma escolha diferente.


Um poema:



Correntes


Eu tiro tuas correntes,
E elas caem, pesadas
Rudes e enferrujadas
Sobre os dedos dos teus pés.

Conserto as asas quebradas
Ensinando-te a voar,
Te mostro a mesa de bar,
E o grito na garganta.

Te faço ter esperança
Desejando a liberdade,
Te ajudo a fazer alarde
E a mirar tua arma.

Mas depois que eu te deixar,
Jamais serás como eras:
A ave que antes cantava,
Gritará como uma fera!

Te levarei onde eu for,
E o amor que aprendeste
Será visto como um elo
Da tua antiga corrente!

Odiarás tua casa,
Teu espelho, teu irmão,
Mordendo, sem distinção,
Quem tentar chegar mais perto...

E quando tu perceberes,
estarás em um deserto,
Não mais lembrarás teu nome
(No teu ventre, uma outra fome...)





Do Lar








Antigamente, a palavra "lar" imediatamente nos invocava imagens de nosso cantinho preferido em casa, aconchego, segurança. Um lugar no qual poderíamos estar à vontade, totalmente desprovidos das máscaras sociais que precisamos, muitas vezes, usar durante o dia. Ah, o lar! O lugar mágico onde podíamos nos entregar a um bom livro, receber os amigos, fazer uma boa refeição...

Ultimamente, quando uma mulher é classificada como sendo 'do lar,' várias críticas surgem: entendem que ela é submissa, dependente, alienada. É preciso estar engajada em algum movimento. É preciso ser livre, emancipada, e 'do bar.' Bem, que cada um viva a vida da forma que escolher, mas o que eu sinto, é que as pessoas estão deixando que escolham por elas, e nem percebem.

A maioria das pessoas vivem em dois pontos extremos: ou aqui, ou lá. E quem não estiver onde estamos, merece todo o nosso desprezo, a nossa crítica e também todas as acusações. Acho isso triste, porque o que deveria ser importante, não é a preocupação com rótulos, as classificações que surgem a todo momento nas redes sociais, baseadas na idiotia que rege uma minoria não-pensante e que lastra como vírus contaminando cabeças antes sensatas. O importante, é aprender a ler nas entrelinhas daquilo que tentam nos fazer engolir, e deixar de ter tanto medo de julgamentos alheios. É importante ter coragem para dizer 'não' quando necessário, sem medo de parecer ridículo, já que os inteligentes e sensatos estão fazendo um papel muito feio.

Eu me sinto triste quando percebo que nos dias de hoje, muitas mulheres consideram uma desonra cuidar de uma casa, cozinhar ou ficar em casa tomando conta das crianças. Que mal há nisso? Façamos as nossas escolhas baseadas naquilo que realmente queremos, e não no que nos impõe! Após anos lutando contra a ditadura do mundo masculino, as feministas acabaram caindo em uma armadilha muito pior e ainda mais difícil de se livrarem: a ditadura feminista. 

Todo extremismo é sinal de medo, vontade de cercar-se de muros e carapaças que evitem que arranhem a superfície de nossas convicções - pois não estamos, realmente, convencidos de que elas estão certas. Sejamos 'do lar' ou 'do bar', ou ambas as coisas, mas sem que para isso precisemos massacrar quem fez uma escolha diferente.


Um poema:



Correntes


Eu tiro tuas correntes,
E elas caem, pesadas
Rudes e enferrujadas
Sobre os dedos dos teus pés.

Conserto as asas quebradas
Ensinando-te a voar,
Te mostro a mesa de bar,
E o grito na garganta.

Te faço ter esperança
Desejando a liberdade,
Te ajudo a fazer alarde
E a mirar tua arma.

Mas depois que eu te deixar,
Jamais serás como eras:
A ave que antes cantava,
Gritará como uma fera!

Te levarei onde eu for,
E o amor que aprendeste
Será visto como um elo
Da tua antiga corrente!

Odiarás tua casa,
Teu espelho, teu irmão,
Mordendo, sem distinção,
Quem tentar chegar mais perto...

E quando tu perceberes,
estarás em um deserto,
Não mais lembrarás teu nome
(No teu ventre, uma outra fome...)








quarta-feira, 4 de maio de 2016

"VÁ SER FELIZ!"










“Vá Ser Feliz!”

Ontem, alguém me disse esta frase – não com a boa intenção que tem as pessoas de bem, mas para calar-me. Sempre ouço os bons conselhos, venham de quem vierem. Após aquele verdadeiro ataque de falta de destempero e educação ao qual eu mesma me submeti ao aceitar um simples convite, eu finalmente ouvi alguma coisa útil, mesmo que ela estivesse disfarçando uma grosseria: “Vá ser feliz.”

Percebi, após rever mentalmente a conversa que tivéramos, que tal pessoa estava coberta de razão: discutir com gente insensata e grosseira, que passou por algum processo de lavagem cerebral e só enxerga aquilo que decidiu enxergar, é falta de tempo, e compromete a felicidade de quem tem uma vida de verdade para viver. Na hora, respondi: “Já sou.” Mas depois, pensando melhor, acordei e vi que eu mesma estava me sujeitando àquele verdadeiro ataque de grosseria e idiotice, ao aceitar o convite e permanecer na arena. Ora, eu não tenho que ser alimento para hienas famintas... naquele momento, eu não estava sendo feliz.

Virei as costas e saí, trancando a porta – ou a porteira que segurava aquele rebanho de gente bovina, inconformada e infeliz, que tinham perdido seus cérebros no meio da lama daquele curral – e, respirando fundo, fui lá para fora, olhar as estrelas.






segunda-feira, 2 de maio de 2016

Promessas








Promessas são como jarros
Da mais fina porcelana
Que contém o melhor vinho
(E alguém, sem dó, derrama...)






A Natureza Humana








Um trecho do livro "A Arte da Sabedoria - 300 Máximas para Entender a Natureza Humana", por Baltasar Grácian (1601-1658, Belmonte, Espanha)


13- Perceber as segundas intenções - A vida dos homens consiste numa guerra contra a malícia dos outros. a astúcia se arma com estratagemas de má intenção: nunca faz o que indica, despista e em seguida ataca subitamente, sempre atenta e pronta para confundir. A fim de conquistar a atenção e a confiança, insinua uma intenção para, logo em seguida, mudar de posição e vencer pela surpresa. A inteligência perspicaz desvia-se da astúcia ao observá-la detidamente, espreitá-la com cautela, compreender o oposto do que a astúcia dá a entender e identificar de imediato as falsas intenções. A inteligência ignora a primeira intenção, aguardando a segunda e até mesmo a terceira. A simulação cresce ainda mais ao ver seu truque descoberto e tenta enganar contando a verdade. Muda de jogo, engana com a aparente falta de malícia. Sua astúcia se baseia na maior sinceridade. Mas a observação se adianta, enxerga através de tudo isso e descobre as sombras envoltas em luz. Decifra a intenção, que, quanto mais simples, mais ardilosa é. Assim se dá a luta da astúcia de Píton contra a fraqueza dos penetrantes raios de Apolo.








sábado, 30 de abril de 2016

Recatada ou Empoderada?








Recatada ou “Empoderada?”

Não quero ser recatada, nem quero me “empoderar.” Sob a minha foto, eu não quero nenhuma legenda, nenhum rótulo que me classifique em um dos lados da idiotia reinante neste país. Prefiro ser simplesmente quem eu quiser ser, uma dona de casa, uma professora, esposa, membro da família, amiga, uma pessoa apenas, e que não quero nem saber se me acham recatada ou “empoderada.”
Mas, se eu fosse escolher um dos lados, eu certamente preferiria ser recatada a sair por aí tirando as calças no meio da rua para defecar sobre fotografias de políticos ou seja lá de quem for. Prefiro ser “do lar” a cuspir no rosto de outra pessoa. E acima de tudo, prefiro não aparecer em fotografias segurando garrafas de bebida alcoólica e me comportando como um homem imbecil, achando que assim estarei assegurando meu “direito de ser livre e de ser mulher.”

Precisamos abrir os olhos e perceber que estamos adentrando o palco do ridículo, e que a plateia que está aplaudindo perdeu completamente a noção de tudo.





Mystical









Fall has finally fallen upon us...
Mystical cold
Of brown leaves and dreams...

Life is alive!






quarta-feira, 27 de abril de 2016

PASSARINHO





Imagem: Google




Um passarinho azul
Brincava nas teclas de um piano:
Brancas
E negras.

Sentia a música
De cada uma:
Bemóis sofridos,
Alegres sustenidos

Que ele ouvia,
Casando os pios
Brancos
E negros.

Pio contente, 
Pio sofrido.

Até que um dia...






terça-feira, 26 de abril de 2016

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Sob as Estrelas

Esta é uma fotografia que eu tirei da lua, há anos. Não dá para ver as estrelas, mas elas estão por ali...






Um aluno cancelou a aula, e eu fui lá para fora. Ainda agorinha eu estava lá, o céu ainda se despedindo do dia, azul-marinho e salpicadinho de estrelas. As primeiras... elas me observavam escondidas entre as folhas das árvores, brilhando no meio do verde escurecido pelo manto da noite criança. 

Eu pensei em minha mãe, em um tempo em que eu era pequenininha e estava lá fora no quintal da nossa pequena casa, numa hora como a de hoje. A paisagem era diferente, mais simples, mais cercada de casas e de gente que chegava do trabalho. Na cozinha, chiava a panela de pressão. Ela me apontava o céu, e mostrando duas grandes estrelas paralelas, dizia: "Aquelas ali são os Olhos de Maria." Depois, apontava um outro grupo, tracejando com o dedo o seu formato, e ensinava: "Veja: aquela é a Chave de São Pedro. Não parece uma chave?" Eu concordava, e ela seguia, apontando então um grupo de estrelas em formato de cruz: "É o cruzeiro do sul. Veja, ali onde ele está  é o sul, e na sua frente está o norte; o sol nasce no leste, e morre no oeste." Eu concordava, repetindo para não esquecer, e ela me apontava uma única estrela, enorme e brilhante: "Aquela é a Estrela D'alva." 

Eu adorava as estrelas! Ainda adoro.

Minha mãe me dizia que podíamos fazer um pedido quando avistávamos a primeira estrela que aparecesse no céu - mas tinha que ser a primeira; bastava declamar o versinho: "Primeira estrela que eu vejo / dá-me tudo o que eu desejo." E então, a gente fazia o pedido.

Eu pedi muitas bonecas Susie, mas só ganhei uma. Pedi bicicletas que só pedalei na imaginação, e uma casa na praia na qual eu morava apenas quando ia dormir. Pedi uma amiga inteligente e bonita, que gostasse de brincar comigo e não me deixasse nunca de lado. Pedi que minha irmã mais velha fosse mais boazinha comigo. Pedi que, quando meu pai chegasse em casa, trouxesse uma porção de chocolates e balas, mas isto raramente acontecia. 

Enfim: eu não ganhei quase nada do que eu pedi naquela época, mas um dia, elas finalmente me escutaram: da janela do apartamento onde eu morava quando me casei, eu via uma faixinha de céu entre os prédios; pedi às estrelas uma casa com quintal, e eu ganhei uma, anos depois. 

Agorinha mesmo, lá no jardim, eu pensei sobre o que eu sentiria falta se eu fosse embora hoje: do meu marido. Dos meus cães. Do meu jardinzinho, que embora não seja o mais belo ou o maior, e nem tenha as plantas mais bonitas e viçosas, é o meu jardinzinho. Eu sentiria falta desta casa, que é como uma extensão de mim mesma. E de mais nada, pois acho que para onde a gente vai, ficamos mais perto das estrelas.


Minha mãe, que me ensinou os nomes populares de algumas estrelas.

TENTATIVA








Tentei ver sempre a vida das melhores formas,
Tentei compreender os lances mal jogados...
Eu quis sorver o sumo dessa coisa morna,
E aprender a bem manusear os dados.

Tentei espremer pedra e tirar leite quente,
E até  sentir a dor e não ranger os dentes,
Mas sempre que eu quis mostrar-me muito forte,
O vento do destino mudou minha sorte...

Eu hoje faço só o que posso fazer:
Morrer no fim do dia, e então renascer
Assim que o sol derrama os raios na montanha...
-Amar, sorrir, sofrer, e não sentir vergonha.

Já nem sequer procuro entender a vida,
Deixo que ela me leve, sendo seduzida
Pelo que ela me dá, me toma, e não devolve
Tornei-me o próprio fio com o qual me envolve.







Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...