Enquanto escrevo, brotam as ideias. Geralmente, é assim; sento-me para escrever, e as ideias brotam, e não o contrário. Quando elas brotam antes que eu me sente para escrever - ou em momentos nos quais isto é impossível, porque encontro-me longe de lápis e papel, ou em alguma situação na qual escrever não é possível - as palavras fogem e não voltam nunca mais, nem que eu tente durante horas.
Adoro sentir as sílabas enquanto martelo as teclas do computador. O ruído das teclas sendo pressionadas, para mim, é o ruído da vida... mas também gosto de sentar-me lá fora com lápis e um caderno ou agenda velhos, e deixar os pensamentos fluírem. É como um exercício de autoconhecimento, e muitas vezes eu sinto que, se não fosse pelo que escrevo, se não fossem as sílabas que me procuram e me revelam, eu já teria sucumbido a alguma força externa que me destruiria. Talvez, tivesse enlouquecido!
Penso que todo mundo precisa ter uma válvula de escape. Alguns caminham, outros, pintam quadros, outros fazem análise, outros compõe músicas, e outros escrevem. Existem várias formas de expressão que nos permitem continuarmos razoavelmente sãos. Cada um deve encontrar a sua.
Outra coisa que amo fazer, é observar a natureza. Não consigo ficar sem fazê-lo, nem que seja por apenas cinco minutinhos ao dia. É a minha outra forma de higiene mental. Quando dá, eu fotografo as coisas que eu vejo; aquele raio de sol no ângulo da parede, a flor que acabou de brotar, um passarinho, uma montanha, uma folha, uma paisagem... momentos que, se alguém não estivesse ali para captar, ficariam perdidos.
Lembro-me do meu primeiro telefone celular com câmera; cheguei a escrever uma crônica sobre ele! De repente, eu tinha todas as imagens que desejava aos meus pés, e saí feito louca fotografando tudo e todos. Ao colocar as imagens no computador, pensei: "Ok, e agora, o que fazer com tudo isso?" Eu ainda não sabia, mas continuei fotografando. O celular era simples, e as imagens, (até hoje são), amadoras... mas era a minha maneira de ver as coisas. Daí, entrei para um site de escritores e passei, após um tempo, a ilustrar meus textos com aquelas imagens. Pura diversão...
Tenho observado uma moça blogueira de Portugal, Piedade Sol. Vejo que talvez ela tenha começado como eu... no início, fotografava e compartilhava no Google +; agora, vi que ela tem um blog onde posta suas fotos e escreve sobre o que fotografou. Adoro visitá-la. E as imagens estão cada vez melhores.
Assim, a gente vai se divertindo, pois afinal de contas, o que é que vale a pena na vida, a não ser aproveitar da forma que a gente conseguir e da melhor maneira possível, fazendo aquilo que nos deixa felizes?