Faixa de Gaza
Enfaixados, um a um,
Os cadáveres e as almas
Lado a lado, empilhados
Desterrados, enterrados.
Amarrados aos escombros
Pelas faixas do rancor
Podridão, destruição,
Consumados no terror.
Dia e noite, noite e dia
Fuzis, bombas, rebeldia
Numa terra de ninguém
O algoz feito refém.
Todos rezam para Deus
A pedir que sejam salvos
E que sejam protegidos
De transformarem-se em alvos.
Deus retira-se, cansado
Ele mesmo , indiferente
Aos pedidos absurdos
Desta raça de dementes
Que não vê que em uma guerra
Não há nenhum vencedor
Nem vencido, apenas vítimas
De um constante desamor.