witch lady

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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

UM LUGAR PARA OLHAR O CÉU





Acho que toda casa deveria ter um lugar para olhar o céu; seja uma janela, um canto de jardim, uma poltrona, um pedacinho de chão. Lembro-me que quando eu e meu marido nos mudamos para nossa primeira casa (e tivemos, pela primeira vez, um quadradinho de jardim), nos deitávamos no chão nas noites de verão (geralmente, aos sábados) e ficávamos conversando e olhando o céu.

No último sábado, ao fazer compras em um supermercado por aqui, achei umas poltronas de jardim que me atraíram. Ao olhar para elas, que são largas e feitas de material plástico, com braços confortáveis e assentos baixos com encostos reclinados, imediatamente imaginei que seriam boas para olhar o céu. Compramos duas, e coloquei-as no jardim ontem de manhã. O tempo não estava muito ensolarado, mas mesmo assim, sentei-me em uma delas e relaxei - os cães brincando à minha volta. 

Comecei a ler um dos livros que baixei para o meu e-reader, mas em poucos minutos comecei a sentir-me sonolenta e fechei os olhos. Passei a escutar e tentar identificar os cantos dos pássaros que voavam pelo jardim e pela mata próxima... sabiás... coleiros...  canários da terra... bem-te-vis... maritacas... cambaxirras... um tucano... saíras... e assim, contando passarinhos, eu dormi. Apenas por alguns minutos, mas dormi. Despertei com pinguinhos de chuva no rosto, e ao abrir os olhos, dei com o céu cinzento e as copas das árvores. Debaixo das cadeiras, dormiam meus cachorrinhos...

Mal posso esperar por uma noite estrelada, para que possamos nos sentar nas cadeiras e olhar as estrelas.


VORACIDADE




Almoçando ontem em um excelente restaurante de comida mineira, em Juiz de Fora, eu e meu marido, sentados próximos ao bufê (único lugar vago quando entramos)  observávamos o comportamento de alguns clientes. Era um destes restaurantes tipo “all-you-can-eat”, no qual as pessoas pagam um preço único e servem-se o quanto desejarem. Em uma das mesas, onde estavam sentados um casal e o filho pequeno, a moça foi ao bufê muitas vezes, e a cada vez, voltava para a mesa com pratos cheios – obviamente, eles não devem ter conseguido comer toda aquela comida! Enquanto isso, reparei em um senhor que encheu o prato quatro vezes. Seu estômago volumoso e seu rosto vermelho demonstravam o esforço que seu organismo deveria estar fazendo para digerir toda aquela comida.

Acima dos pratos, na parede do bufê, o anúncio: “Por favor, Evitem desperdício de comida!” Acredito que ninguém o tenha lido. Pensei no quanto os seres humanos são vorazes e egoístas. Da mesma maneira que serviam-se naquele bufê (pegando mais comida do que seriam capazes de comer ou do que seria aconselhável à sua própria saúde), nós, “humanos,” depredamos florestas, secamos rios, eliminamos outras espécies e disputamos vagas em empresas passando por cima de outras pessoas – sabotando-as se preciso. E há os que dizem: “É a lei da sobrevivência!”

Nos queixamos dos políticos que estão lá, eleitos por nós, depredando o povo e os recursos do país, mas quantos faríamos diferente se estivéssemos no lugar deles? Para mim, eles apenas retratam as convicções da maioria das pessoas. A ordem da vida é pegar o máximo que for possível, encher os pratos e as mãos, comer até vomitar; afinal, é preço único, e ninguém quer ser chamado de tolo... a vida deve ser aproveitada “ao máximo.”

Na volta para casa, já anoitecendo, vemos na estrada quilômetros de florestas pegando fogo, e imaginamos quantos animais e quantas plantas estavam sendo destruídos ali; certamente, através das mãos de alguém egoísta que acha bonito ver o mato pegar fogo. Enquanto isso, passamos por uma senhora que lavava a calçada com jatos de mangueira, ignorando as queimadas, a estiagem e a falta d’água.

Chegamos em casa, e ao ligar a TV, vemos um grupo de adolescentes de skate surrando um cão que tentava desesperadamente escapar de dentro da pista escorregadia.

Amanheci pessimista.

Deus errou. Deveria ter descansado bem antes do sétimo dia. Antes de criar a raça humana.


sábado, 27 de setembro de 2014

MENSAGEM A UM DESCONHECIDO - CECILIA MEIRELES






Teu bom pensamento longínquo me emociona.
Tu, que apenas me leste,
acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.


Isso me consola dos que me viram
a quem mostrei minha alma,
e continuaram ignorantes de tudo que sou,
como se nunca me tivessem encontrado.


Fevereiro, 1956



SOBRE O QUE SOMOS



Ao ler a entrevista do cantor canadense Michael Boublé à revista Speak Up, encontrei uma frase que eu considero muito correta. Ao explicar o porquê de não guardar nenhum dos prêmios, troféus e placas que recebe - nem mesmo o Grammy -  o cantor declarou:

"Se precisarmos ser lembrados de quem somos, podemos simplesmente nos olhar no espelho!"

Assim, Michael Bublé distribui seus prêmios aos seus pais, parentes, amigos e até mesmo lojas que frequenta em Vancouver, sua cidade natal. Fiquei pensando que, apesar de nos sentirmos envaidecidos e agradecidos quando recebemos prêmios pelo nosso trabalho, eles realmente não dizem quase nada sobre o que somos. Nossas profissões são apenas uma parte das nossas vidas. Posso dar aulas e ser chamada de professora, mas uma professora não é o que eu realmente sou. Existe uma essência por trás dos títulos que recebemos e conquistamos ao longo da vida que poucos de nós realmente chega a conhecer ou preocupar-se em conhecer.

E vamos nos adaptando e nos identificamos com o que os outros acham de nós, e cada vez mais, fazendo de tudo para que aquela imagem que tentamos tão arduamente construir permaneça sempre verdadeira aos olhos do próximo. É a criação da nossa máscara, da nossa persona. Com o tempo, a idade e a experiência de vida, vamos aos poucos compreendendo o quanto estas coisas são passageiras e sem importância.

Na minha idade - quase meio século de vida - só desejo uma coisa: ser feliz à minha maneira. Pouco me importa o que esperam de mim. Hoje, só vou aonde sei que sou bem vinda. Só entro onde sou convidada. Já não me importo com muitas das coisas que eu considerava importantes antigamente, e hoje eu vejo o quanto perdi tempo com elas. Aprendi a não dizer "sim" quando quero dizer "não." Aprendi a não dobrar-me àquilo que querem de mim, porque chantagens emocionais já não me comovem. Minha ética e minha maneira de ser são as únicas coisas que me importam. Respeito a quem me respeita. Ignoro a quem me ignora. Convivo com quem me faz bem, com as pessoas com quem eu sinto que não preciso me espremer, me dobrar ou me sangrar para ser como elas querem.

E se elas me esquecem, é um favor que me fazem.



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Amor Verdadeiro



Amor verdadeiro não nasce do que é fácil,
Dos sorrisos de superfície 
E dos falsos abraços.

Talvez seja preciso ter noites em claro,
Porque amor de verdade, é raro,
Não brota assim, de qualquer jeito,
Do chão!

Amor de verdade nasce da dificuldade,
Da adaptação,
Da paciência e até mesmo da saudade,
Quem sabe, da ausência repentina,
Que sempre põe, nos 'is', os pingos certos...

Amor de verdade percorre desertos,
E mata a própria sede com as águas das mágoas,
Quanto faltam outras águas,
Pois não se deixa morrer, assim, à toa,

Amor de verdade é coisa boa
Tirada de tudo o que for ruim,
Para que não venha o fim,
Por causa de qualquer desilusão,
Porque amor de verdade não morre
Sem que antes se tente
A ressuscitação.




JAMAIS SABEREI




Jamais saberei 
Como será a tua face de adulta,
Crescida, orgulhosa e resoluta,
Do reflexo das nuvens nas tuas negras pupilas,
Do sol brilhando sobre a tua figura...

Jamais saberei como será a tua vida,
Ou como será a tua voz,
Ou como seríamos juntas, nós,
Pois há nós demais nesses meus laços,
Travando meus passos,
Matando a amizade
Bem antes do abraço!

Jamais saberei como seria
Sentar-me ao teu lado, numa tarde de verão,
A fim de não fazermos nada,
A não ser contemplar a beleza das folhas,
Jamais saberei da tua alegria
Que guardaria minha casa em noites frias,
Velando meu sono enquanto sonho...

E quando estivermos ambas já bem velhas,
Não terei ao meu lado tua calma companhia,
Não te sentarás comigo ao alpendre,
Enquanto os beija-flores beijam as primeiras estrelas,
Não te verei olhar os pequeninos vaga-lumes,
Estarei bem longe de ti, e tu, de mim,
Da minha vida, bem distante!

E quem sabe, tudo volte a ser como antes,
Assim que eu te levar de volta onde nos conhecemos,
Assim que eu me virar de costas, para sempre,
Fechando para nós, a minha porta!

Te olho agora, e dormes tão tranquila aos meus pés,
E aos pés da minha mesa,
Dormes com a paz e a inocência de que és feita,
A sonhar com manhãs
Que infelizmente, nunca chegarão...

E eu sinto tanto, sinto tanto, tanto, tanto...
Mas é que ainda há dores pelos cantos,
São as escolhas que precisamos fazer,
Para que a vida não volte a morrer...



EIS A CASA





Deixo um poema de Cecília Meireles sobre uma casa na qual todos gostariam de viver:


Eis a Casa


Eis a casa
menos que de ar
imponderável,
no entanto é branca de camélia e tem perfume de cal.

Com seus corredores

Suas escadas

O alpendre
As janelas uma a uma

Vê-se o mar. As montanhas. O trem passando. O gasômetro.

Vêem-se as árvores por cima com suas flores

A casa impon derável

Mas de cimento madeira tijolos ferro vidro

A pintura prateada das grades cheira a óleo a fruta a luz

A água a pingar cheira a musgo
soa metálica, trêmula
insetos pássaros líquidos
pequenas estrelas
clarins muito longe

Peitoris gastos de braços antigos

Sombras de borboletas

Eu sei quem comprou a terra
quem pensou nos desenhos
quem carregou as telhas

Passam legiões de formigas pelos patamares

Eu sei de quem era a casa
quem morou na casa
quem morreu

Eu sei quem não pode viver na casa

É uma casa
com seus andares
suas escadas
seus corredores varandas
aposentos
alvenaria
muros

imponderável

Uma casa qualquer
Cruz que se carrega
Imponderavelmente, para sempre, às costas.



Um poema belíssimo, e nem é preciso dizer... nem percebemos o quanto somos como os caramujos, carregando nossas casas às costas - todas elas - as casas onde moramos, nascemos, crescemos e vivemos com nossas famílias. As casas onde fomos felizes e tristes, cujas paredes nos viram rir e chorar, temer e amar. As casas que nos comportaram e nos abrigaram quando nos sentíamos vazios de nós mesmos. As casas onde comemoramos nossos aniversários e choramos após nossos velórios. As casas cujas paredes ficaram impregnadas dos nossos sonhos e desejos, realizados ou não - e os sonhos e desejos não realizados sempre parecem eternos.

Carregamos muitas casas às nossas costas. Todas as casas em que moramos ou ainda vamos morar. Deixamos nelas pedaços de vida que ficam registrados em fotografias e lembranças. Cada mudança de casa é uma mudança de fase; até mesmo uma simples pintura na parede, uma troca de cortinas ou de cores, representa uma mudança, ou pelo menos, o desejo desta mudança.

Carregamos as nossas casas para sempre, quer as experiências que vivemos nelas tenham sido boas ou ruins. E finalmente, há casa derradeira, a casa que nos verá envelhecer. A nossa última morada.




sábado, 20 de setembro de 2014

SOB O CÉU QUE NOS ENGANA









O azul profundo abriga tempestades,
Abutres voam junto aos colibris,
Cai de repente em jorros, chuva ácida,
E cobre de ferrugem nossas grades.

O céu, de um azul monocromático,
Abriga todos os voos, todas as asas,
Num permitir calado, democrático.

E se não fosse assim, como seria?
Condena-se o contraste dos contrários,
Separa-se a tristeza da alegria?...





GETÚLIO VARGAS


O Jovem Getúlio Vargas



Entre tantos sobre quem já postei neste espaço, faltava ele! Um pouquinho sobre os pensamentos de Getúlio Vargas - o homem.




“Desconfio de quem nunca me pediu nada. Geralmente, aqueles que se sentam à mesa sem apetite são os que mais comem.” 



“A constituição é como as virgens. Foi feita para ser violada.”


"Quem não aguenta o trote não monta o burro."


"Quando o terror invade um povo, transforma muitas vezes um pusilânime num herói."




Sua carta de suicídio:


"Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte. Levo o pesar de não haver podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia. A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa. Acrescente-se a fraqueza de amigos que não me defenderam nas posições que ocupavam, a felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês e a insensibilidade moral de sicários que entreguei à justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país, contra a minha pessoa. Se a simples renúncia ao posto a que fui elevado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria ensejo para com fúria, perseguirem-me e humilharem. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao senhor, não de crimes que contrariei ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes. Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue de um inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus. Agradeço aos que de perto ou de longe trouxeram-me o conforto de sua amizade. A resposta do povo virá mais tarde...."


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

TELHADOS




A chuva cai, cedo ou tarde,
Sobre todos os telhados,
Lavando as telhas
E enchendo as calhas
Que escorrem suas lágrimas...

E isto é sempre certo:
Ela cai, sempre,
Sobre todos os telhados,
Sobre cada um deles,
Sem poupar nenhum...

-E isto, é fado.





terça-feira, 16 de setembro de 2014

O HOMEM DOS IPÊS AMARELOS

Ipê que fica no jardim de um prédio, em frente à Praça da Liberdade, Petrópolis



Era uma vez
Um homem que transcenderia o tempo,
Que caminhava pelas alamedas das palavras
Entre ventos e pensamentos.
Contemplava a vida,
Fazendo a diferença
Em almas estranhas ou queridas.

Um homem de fé,
Que perdeu a fé
Nos templos, entre os homens,
E redescobriu-a entre as crianças,
E nas flores do ipê.

Era uma vez um homem
Sem meias palavras,
Sem meias verdades,
Sem metades,
Um homem inteiro,
Que veio ao mundo para encantar.

Tinha uma mensagem
(Eu a escutei):
"Amem os ipês amarelos!"
E eu amei.
"É preciso ter cuidado
Com o pássaro pousado no dedo,
Pois ele um dia, voa..."
E eu ouvi,
E ele voou...


Singela homenagem a Rubem Alves pela passagem de seu aniversário 15/09





Para Atrair Pássaros...


Quer ter pássaros em casa, cantando para você? Esqueça as gaiolas! espalhe casinhas e comedouros, e verá que eles logo estarão sempre por perto!














segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Pedaços Negros de Tristeza Pela casa...





Ando pela casa, e nos cantos, há pedaços negros de tristeza: restos de folhas queimadas, resíduos pretos que a tudo sujam quando tocam. Parece que as árvores queimadas, a quem tais resíduos pertencem, querem deixar as suas marcas em nossas casas, as marcas das dores que sentiram enquanto queimavam, covardemente atacadas por pessoas sem coração e sem visão de futuro.
Centenas de milhares de insetos, aves, mamíferos e répteis morrem sem ter para onde fugir, encolhidos de medo e de dor no calor do fogo das queimadas. 

Apesar de tudo o que é anunciado pela TV, as reportagens e campanhas de conscientização, as pessoas ainda continuam pondo fogo nas matas, causando incêndios criminosos - alguns de proporções assustadoras - causando a morte de animais e até de pessoas. Muitos perdem as suas casas devido à ação destas pessoas sem coração, cujo prazer mórbido resume-se a atear fogo e apreciar, enquanto quilômetros de mata desaparecem entre as chamas.

E eu não acredito que o façam por ignorância; não acredito que "São apenas crianças brincando", como alguns dizem. Hoje em dia, as crianças e adolescentes tem acesso à informação, e sabem muito bem dos perigos e prejuízos causados por uma queimada. Não o fazem sem saber o que estão causando. Fazem-no por pura maldade. Pelo prazer de sentir que tem o poder de alterar as vidas que os cercam ao fazerem coisas proibidas.  

Ontem eu assisti pela TV um filhote de Tuiuiú sozinho em seu ninho, abandonado pelos pais que precisaram fugir da fumaça para garantir a sua sobrevivência. O pobre animal era um símbolo desesperado da ignorância humana, de pé sobre um tronco comprido de árvore enquanto tudo à sua volta queimava. Bombeiros tentavam apagar o fogo, arriscando suas vidas a fim de garantir as vidas de outras espécies. Graças a Deus, o Tuiuiú teve um final feliz, o que, com certeza, não aconteceu com centenas de outros animais.

Traçando o caminho do fogo, os bombeiros chegaram à casa de uma família, cujo pai admitiu ter sido o seu filho o causador da queimada criminosa. Disse: "Foi ele mesmo." E o que terá sido feito a respeito? Acredito que a melhor punição - além de alguns dias ou meses de detenção - seria levar estas pessoas e obrigá-las a resgatar animais feridos ou em fuga. Talvez assim, vendo a dor de outras criaturas bem de perto, eles tomassem consciência. Eles deveriam ser obrigados a ajudar a apagar o fogo, sentindo o calor da morte nos seus próprios rostos.

Abro as janelas de manhã, e o jardim e o telhado estão cobertos de cinzas, cinzas que o vento traz para dentro de casa. 

Hoje, as janelas terão que ficar fechadas, apesar do calor agradável e do dia lindo lá fora.



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O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...