witch lady

Free background from VintageMadeForYou
Mostrando postagens com marcador A ALMA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador A ALMA. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A Solidão




A solidão é um lugar
De onde se vê melhor o mundo,
De onde todas as batidas de coração
São ouvidas
E melhor compreendidas.

De lá de cima, de lá de dentro,
O espaço é tão imenso,
Imensuravelmente tranquilo
E tão silencioso,
Que se ouve a mínima voz de todo vento.

A solidão nada tem a ver com tormento;
Assim que você tem a coragem
De abrir os olhos, estando lá dentro,
Verá que há beleza em cada canto:
Lembranças queridas,
E pensamentos que ficavam calados
Por jamais serem escutados.

No País da solidão
Você escolhe uma nuvem
E deixa que ela te leve
A todos os céus e galáxias,
Sem precisar de controle ou de questionamentos.

Na solidão você descobre
Que a vida toda, teve alguém muito importante
Que você vinha ignorando
Por pura falta de tempo,
Alguém cujos sonhos ficavam à esmo,
Substituídos por sonhos alheios:
Esse alguém é você mesmo.

A solidão é uma grande amiga
Que só diz a verdade,
Só ouve a verdade,
Só vive a verdade.

Talvez você se sinta incomodado, no início,
Ao descobrir que seu espelho não refletia
Aquela pessoa que você dizia ser.
Mas a solidão refaz os contornos da imagem,
E o convida a uma nova e verdadeira viagem
Por dentro de si mesmo,
Lá, onde descansa aquele ser de quem te ensinaram a esquecer
E de quem há muito você se perdeu:
Seu verdadeiro Eu. 











domingo, 21 de outubro de 2018

Vamos Arrumar a Casa!








Vamos Arrumar a Casa!






De vez em quando, é uma boa ideia; afinal, se nós vivemos dentro de uma casa, e ela é a depositária de nossos sonhos, desejos, alegrias, tristezas e frustrações, melhor cuidarmos bem dela. Ninguém nos conhece melhor do que a nossa própria casa, onde andamos despidos, recolhidos na paz da nossa privacidade, onde nos sentamos no sofá da sala de pernas abertas ou em posições que jamais exerceríamos em público, onde mantemos a voz polida ao telefone enquanto estamos vestidos com nossos pijamas confortáveis e olhamos a vida do vizinho passar, escondidos por trás de nossas discretas cortinas.


Abaixo, colocarei dicas importantes sobre como arrumar bem uma casa. Elas devem ser seguidas à risca, sob pena de a limpeza não ser eficientemente realizada, caso as regras não sejam seguidas:


PARTE I


1- Vista uma roupa bem velha e confortável. Desligue o telefone (afinal, ninguém quer ser interrompido ao estar fazendo algo importante).


2- Esteja frio ou calor, abra bem as portas e janelas, e deixe o vento passar. É importantíssimo arejar bem a casa. 

3- Se você tem vasos de plantas, dê uma folga a elas e coloque-as um pouco lá fora, em um local bem iluminado, mas longe do sol direto, pois elas não estão acostumadas e podem sentir. Se estiver chovendo, deixe-as lá, na chuva. Elas vão amar!

4- Tire da cama aquela colcha caríssima, ou aquela que é herança de família, e coloque um lençol velho. Pode estar usado. Em seguida, chame os cachorros e os gatos para pular na cama com você. Brinque com eles, deixe que eles levem os seus brinquedinhos, ossinhos ou afins. 

5- Jogue-se no sofá da sala e assista àquele filme que você vem querendo assistir há séculos, mas nunca tem tempo. 

6- Leia uma passagem - longa ou curta -  de um bom livro.

7- Na hora do almoço, ignore a dieta e cozinhe macarrão com molho pronto e salpique com bastante queijo ralado. É fácil e rápido. Se possível, abra uma garrafa de vinho tinto e use sua melhor taça para bebê-lo. É importante também usar tudo de melhor que você tiver em casa nesta refeição: toalhas, pratos, guardanapos, enfim, faça uma mesa linda.

8- Esqueça a louça que ficar para lavar.






PARTE II


9- Vá lá para fora, se você tiver um jardim, e escolha um cantinho onde você possa colocar frutas para alimentar os pássaros, e faça isso todos os dias. Com o tempo, verá que eles se acostumarão e passarão a visitar você diariamente.

Se você não tem um jardim, saia e vá comprar alguns vasos de plantas para espalhar pela casa.

10- Esqueça a simetria: plante um pé de hortelã no meio das roseiras, corte - ou peça ao seu jardineiro para cortar - um lado da cerca maior que o outro, coloque umas pedras bonitas em um canto do jardim formando um canteiro bem selvagem, ou um desenho, ou coloque pilhas de pedras uma sobre as outras - brinque com elas, solte a imaginação! 

11- Deite-se na grama com os cachorros, tome sol / chuva / vento. Aceite o que vier.

12- No final da tarde, recolha o lençol velho onde você pulou com os cachorros, passe uma vassoura e depois um pano úmido pela casa, tire o pó aqui e ali, lave as louças, (esqueci de dizer: faça tudo com música de fundo) feche as janelas e acenda incensos pela casa. Não exagere na limpeza: faça tudo de modo que em no máximo duas horas, tudo esteja pronto. Qualquer um que passe mais tempo do que isso limpando uma casa, torna-se escravo dela. 

13- Desfrute do silêncio. Tome um banho maravilhoso, use suas ervas e sabonetes, cremes hidratantes perfumados, máscaras faciais, colônias maravilhosas, enfim, deleite-se e exagere. 

14- Assista ao crepúsculo, veja a noite chegar, respire o ar puro da noite profundamente várias vezes. 

15- Reze. Entre em contato com o seu lado espiritual. Não se esqueça de agradecer pelo dia maravilhoso.

16- Agora, pode voltar a ligar o telefone.













segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Preocupações...





Completei 53 anos de idade recentemente. 

Lembro-me de que quando eu era mais jovem, minha maior preocupação era sobre o que os outros poderiam estar pensando de mim, e confesso que eu baseava grande parte da minha vida e das minhas atitudes nisso. 

Engraçado, mas com o tempo, esta tem sido uma das minhas menores preocupações. E como isso pode ser libertador! Não ter receio, nem vergonha de ser quem eu sou foi uma das melhores coisas que já me aconteceram. E isso só vem depois de muito chão caminhado.

O que eu coloco em minhas redes sociais, blogs e sites, é exatamente aquilo que eu penso. E se o faço, não é a fim de 'aparecer' ou 'causar.' É apenas porque eu posso, e tenho esse direito. Assim como qualquer outra pessoa. Pago meus impostos, pago pela minha conexão de rede e também pago as minhas contas do mês através do meu trabalho, e por isso, sinto-me no direito de me expressar da forma que eu quiser, quando eu quiser, nos espaços que me permitem tal expressão. Não me preocupo com o que os outros estão achando das coisas que eu posto, do que eu penso ou deixo de pensar, ou sobre as minhas posições políticas. 

Eu faço o que eu quiser da minha vida, enquanto eu quiser, enquanto eu achar que devo. Se um dia eu achar que eu cansei, eu me retiro. 




Acho muito engraçado ver pessoas bem mais jovens que eu, e que dependem de outras pessoas para se sustentarem, dizendo que eu 'extravaso' nas redes, que eu estou ficando uma velha ridícula... enquanto dizem lutar pela liberdade e pelo fim do preconceito. Tristes pessoas. 

Serei uma velha ridícula, e com muita honra! Serei daquelas que, se acharem apropriado, pintará o cabelo de azul, e usará o tal chapéu vermelho; já me vejo passando nas ruas, e sendo apontada como aquela velha maluca e sem noção pelos jovens - os mesmos jovens que se preocupam demasiadamente com a opinião dos outros a respeito deles - e eu passarei por eles, dando risadas, sendo eu mesma... na verdade, eles vão sonhar que o tempo deles de serem velhos e ridículos chegue logo, pois não aguentarão mais viver fingindo que são o que não são. 




Acho que este é o verdadeiro empoderamento da pessoa: ser quem é, sem importar-se com os achismos alheios. 

O que mais me importa: ser feliz da maneira que eu quiser, acreditar no que eu quiser e ter o direito de lutar pelas coisas em que eu acredito.

O que menos me importa - ou que não me importa de jeito nenhum: a sua opinião ao meu respeito. 




domingo, 23 de setembro de 2018

Novo Blog!






Olá, amigos!

Estou aqui hoje para anunciar um novo blog. Na verdade, o tema deste blog é o grande 'culpado' para que eu esteja um tanto afastada ultimamente... bem, é um blog sobre tarô. Decidi começar este blog porque estou estudando sobre o assunto - inclusive, fazendo um curso presencial - e achei que isto me ajudaria em meus estudos. 

É um blog despretensioso, no qual partilharei as coisas que aprendo e convidarei as pessoas a comentarem, opinarem e partilharem suas próprias visões sobre o tarô a fim de que possamos aprender juntos. Também me coloco à disposição para fazer leituras gratuitas (sortearei as pessoas que desejarem, se forem muitas). Isto me ajudará a me familiarizar com as cartas e seus significados. 

Convido todos vocês a embarcarem comigo nesta jornada de autoconhecimento, magia e grandes revelações. 

Eis o nome e o endereço do meu novo blog :

O CAMINHO DO APRENDIZ






segunda-feira, 27 de agosto de 2018

VAMPIROS PSÍQUICOS








De acordo com Amadeus Voldben, autor do livro “Como Evitar as Influências Negativas,”  vampiros são bem reais. Fazem parte do nosso dia a dia, e constantemente esbarramos com eles e podemos cair nas (des)graças de sua atenção. Em seu livro, Voldben identifica alguns sintomas que as pessoas podem ter quando sob as influências ou ataques diretos de vampiros psíquicos:

- Dores de cabeça
-Sonolência e cansaço inexplicáveis
-Sensação de vazio e apatia
-Depressão e ansiedade
- Ideia fixa
-Dores no corpo, principalmente lombares
-Falta de vitalidade e indisposição geral; mau-humor
-Memória fraca
-Doenças do estômago
- Sentimento de medo e opressão
-Sentimento de culpa, mesmo que este não esteja baseado em nenhum fato que o justifique.

E quem são os chamados vampiros psíquicos? Ao ler este e outros livros, descobri que eles podem ser pessoas mais próximas do que se imagina! Geralmente, são aqueles que por algum motivo pensam que somos responsáveis por eles de alguma forma, e que acham que temos a obrigação de sanar suas dificuldades ao invés de procurarem fazê-los eles mesmos. Não se sentem capazes de cuidarem de si próprios e pensam que o mundo e as pessoas lhes devem alguma coisa. Assim que encontram alguém psiquicamente fraco, ‘encostam-se’ em tal pessoa e drenam todas as suas energias. Podem irradiar sentimentos de culpa nos outros através de reclamações nas quais se vitimizam e se colocam como dependentes daquele a quem vampirizam. 

Tais relacionamentos, segundo o autor,  podem se dar entre amigos, irmãos, de filhos para os pais ou dos pais para os filhos, em círculos familiares em geral e também em locais de trabalho. 

Algumas pessoas acreditam que tais ações podem ser inconscientes, mas eu me pergunto: será mesmo? Eu acho que pessoas assim, além de serem maldosas, aproveitadoras e invejosas, sofrem de preguiça e falta de caráter. Porque mesmo sabendo o mal que causam, pois é visível a opressão e o sofrimento na qual se encontram os seus alvos, continuam agindo da mesma forma, sem se importarem com o que o outro está passando. Transferem suas responsabilidades para os ombros alheios sem o menor constrangimento. Já soube de casos em que, a fim de melhor dominarem os seus alvos, tais vampiros recorrem a trabalhos espirituais a fim de os ‘dobrarem’ e convencerem com maior facilidade às pessoas a agirem de acordo com a sua ignóbil vontade. Como alguém pode crer que tais ações sejam frutos da inocência e da ingenuidade, e não da maldade e da manipulação características de um caráter vil?

DESCRIÇÂO DO QUE SENTE UMA PESSOA QUE ESTÀ SOB ATAQUE PSÌQUICO, segundo o autor do livro citado: 

“Os sinais de um ataque psíquico podem ser revelados por uma sensação de fraqueza, por uma tendência a se cansar facilmente, ou por um sentimento de medo e opressão, sem que se consiga compreender as suas causas. 

Às vezes, é até possível sentir um peso no peito, sobretudo quando o ambiente frequentado está saturado de negatividade ou de substância etérica ectoplasmática.” 

O autor prossegue:

“De onde brota todo o mal: ódio, inveja, espírito de vingança.

O que leva a recorrer aos malefícios em detrimento dos outros é sempre aquele sentimento destrutivo chamado de ódio, junto com seus derivados: inveja, vingança, ressentimentos, rivalidades de todo tipo, e, ainda, interesses, avidez de coisas materiais, e assim por diante. (...) a inveja (de in vídeo= olho contra) é um sentimento que faz com que se olhe com malquerença a quem se julga estar em situação favorável e privilegiada. Por que a ele e não a mim? Por que ele e não eu?”  

Imagino o quão mal alguém se sente quando está assim, o sofrimento pelo qual passa quando alguém mal-intencionado o está atacando a fim de subjugar a sua vontade para obter vantagens pessoais ou força-lo a fazer algo que naturalmente não faria! Certamente, quem está sob o domínio de pessoas assim, logo adoece física e mentalmente. E tal domínio pode permanecer por anos a fio, anos de sofrimento ininterrupto, pois muitas vezes as próprias vítimas recusam-se a acreditar que seus amigos ou entes queridos os estejam causando o mal. 

Algumas afirmações positivas para quebrar esta corrente do mal:

Sou um centro de fé.
Sou um centro de amor universal.
Sou um centro de harmonia.
Estou imerso no divino.
Com Deus sou invencível.
A força divina me ajuda.
Ficando com Deus, nada perdi.
Minha riqueza está em Deus.
Estou sob a proteção divina.
O Senhor é meu refúgio.
A presença invisível me protege.
O poder divino está em mim.
Acredito no poder divino.
Cristo é nossa paz.
Nunca estou sozinho.
Para mim tudo é bem.
Minha vontade é de aço.
Tenho confiança nas dificuldades.
“Do alto descem as virtudes que me ajudam.”
Supero toda contrariedade.
As dificuldades aumentam minha força.
Ganho mais força entre obstáculo.
Procuro os obstáculos para superá-los.
Recebo ajuda em tudo.

Estas afirmações podem ajudar. O livro também aconselha-nos a ficarmos junto à natureza, tomar banhos de sol, banhos de ervas energéticas e de sal grosso, procurar ajuda espiritual e evitar pessoas absorventes, que reclamam demais, que nos monopolizam ou exigem muito de nós. 

Pessoalmente, recorro sempre à ajuda de São Jorge e do meu anjo guardião quando percebo que os sintomas acima citados me atingem; sempre dá certo!

O autor também ensina que todos somos energia, e que receberemos de volta as energias que emanarmos para o mundo. Aqueles que concentram energias poderosas de domínio, submissão e manipulação, enviando-as sobre outras pessoas, cedo ou tarde pagarão caro pelas suas atitudes. 

Seria muito bom se todos os que se dependuram nos outros, ou todos que invejam, odeiam, tentam submeter alguém à sua vontade usando recursos de maldade ou fazendo-os se sentirem culpados, pensassem melhor antes de fazê-lo. Se olhassem em volta, descobririam que seus males seriam facilmente resolvidos caso passassem mais tempo trabalhando a fim de sanarem suas dificuldades financeiras e tentando melhorar a si mesmos espiritualmente. 






sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Eu Morro









Eu morro todos os dias.
Deito-me à noite, em meu túmulo
E fecho os olhos aflitos.

Sinto os vermes que se mexem
À vontade, em minhas partes,
Se alimentam dos meus gritos.

Mas de manhã, eu renasço,
Alevino num regaço,
As guelras brilhando ao sol.

Renovada, eu agradeço,
(Mas distraída, eu me esqueço)
E morro mais uma vez,
E mais uma vez, apodreço.





segunda-feira, 13 de agosto de 2018

O que Fazer Com Tantos Planetas Retrógrados?










É Marte, é Mercúrio, é Saturno, é Vênus, é Urano, Netuno Plutão... parece que quase todos os planetas resolveram andar na contramão! O que fazer? Para quem não acredita em astrologia, não há nada a ser feito, a não ser continuar vivendo. E para quem acredita, não há nada a ser feito, a não ser continuar vivendo!

Acho que existem momentos nas nossas vidas que não dependem de nós: as coisas nos chegam, porque precisam chegar. Nesses momentos incluo nossas perdas e também a nossa boa sorte. Quando a gente passa por momentos assim, acredito que são cármicos e inevitáveis. Nos resta sabedoria e calma para enfrentá-los, se forem tristes, e gratidão e alegria para vivê-los, se forem alegres. 

Mas existem coisas que dependem de nós para  acontecerem, e eu tenho cuidado melhor delas, não importa em qual posição ou em que direção estejam os planetas. Porque nada acontece para quem não se mexe. Um pequeno movimento, e a roda, que estava parada, pode começar a girar. Talvez por medo, insegurança, conselhos cretinos ou até mesmo por preguiça, passemos tempo demais olhando para a roda, esperando pelo 'momento certo.' 

Por que não erguer a mão e dar um empurrãozinho, não é?

Boa sorte!






sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Coisas que Falam









Hoje
Me parece que as coisas 
Falam comigo: 

O passarinho na árvore, 
A própria árvore, que se recobre de folhas
Após perde-las todas para o inverno:
Reprimavera-se!

Passei pela sala da minha casa, 
E a canção que tocava
Falou comigo.
O cheiro do incenso queimando
Traz consigo uma mensagem na fumaça:
Ela me envolve, ela me fala.

Lavando a xícara na pia,
A água murmurava um segredo
Que me escorria pelos dedos,
Enquanto o café coava
E meu cãozinho me olhava,
Os olhos falando comigo.

E eu senti, de repente,
Uma vontade de escutar
O que tanto as coisas me dizem,
O que as coisas me falam, 
O que elas querem.





quinta-feira, 19 de julho de 2018

Vitimização






Não gosto de quem se vitimiza. Geralmente, é como dizem: "Antes de sentir pena de quem perdeu um olho na batalha, tente saber como ficou o adversário." 

É tanta vitimização nos dias de hoje, tantas lamentações a respeito de tudo! E se formos olhar de perto, aqueles que lambem suas feridas em público, com certeza jamais mencionam os e-mails mal-educados que foram enviados, as críticas cruéis e sem razão de ser que foram feitas, as palavras duras e invejosas que foram usadas. Sem falar na fofoca, essa velha feia, alcoviteira, covarde e maldosa que muitos carregam nas costas o dia todo. Porque muito do que se passa, fica debaixo dos panos da covardia, e quem se vitimiza, quem expõe as chagas purulentas em público, não mostra o machado com o qual atacou seu inimigo.

Não perco mais tempo com pessoas assim, seja na vida real ou na vida virtual: eu me afasto. Bloqueio. Se não for possível bloquear a convivência por qualquer motivo prático, eu bloqueio a energia daquela pessoa. Deixo de procurar. Deixo de prestar atenção a ela, e respondo monossilabicamente quando estritamente necessário. Se for possível bloquear nas redes sociais, eu o faço sem a menor culpa ou receio. Felizmente, temos esta ferramenta. 

E quando tais pessoas, que me feriram no passado, voltam e começam a me tratar com uma doçura não habitual, eu rezo e peço a Deus que me proteja da falsidade. Porque eu não acredito que alguém que tenha me maltratado, de repente passe a gostar de mim e a me tratar bem, assim, do nada.

Eu acredito que quem visita outra pessoa, seja física ou virtualmente, deve a ela respeito; é uma questão até mesmo de boa educação; se discorda de suas opiniões, e se for realmente importante expressar-se, que o faça com educação e sem esquecer que está em território alheio. Achar-se íntimo de alguém que nem sequer conhece, é uma forma de arrogância. Quem o faz corre o risco de ser colocado porta afora e ter seu acesso negado.

Se isso significa ter personalidade forte, eu não sei; mas certamente, significa ter amor próprio, e não perder tempo com quem nada acrescenta. 





sábado, 30 de junho de 2018

ORAR PELOS OUTROS








Não quero que orem por mim. Por favor, agradeço a consideração e o interesse, mas podem deixar que por mim, eu mesma oro. E mesmo assim, eu o faço com muito cuidado, justamente porque eu acredito piamente no poder da oração. 

No livro “Cuidado com o que Você Pede nas Suas Orações,” de Larry Dossey, há a história de um rapaz cujo maior sonho na vida era ser escritor; talentoso, apesar de sua habilidade com a escrita, nunca conseguia publicar um livro. Deprimido e decepcionado, o jovem acabou desistindo do ofício, seguindo outra carreira que agradou muito à mãe. Ao saber que o filho desistiria de ser escritor, a mãe comentou, feliz: “Ah, que bom que você desistiu dessa bobagem. Rezei a vida toda para que isso acontecesse!”

O rapaz, indignado, descobriu o poder da oração de uma mãe, que pensava que estivesse fazendo o bem a ele. Viveu anos e anos de sua vida totalmente infeliz e frustrado, e só pode libertar-se ao descobrir que a mãe vinha rezando para que ele desistisse do seu maior sonho.

Acho que na maioria das vezes é assim quando rezamos por outras pessoas; forçar alguém a ir contra as suas inclinações, ou a desistir de um sonho simplesmente porque ele não nos agrada, é egoísta e cruel. Há sempre pessoas interesseiras que nem sequer percebem que, ao tentarem forçar alguém a providenciar-lhe vantagens, seja através de orações, “trabalhos espirituais” ou chantagens emocionais, estão submetendo a pessoa em questão a sofrimentos desnecessários, constrangimentos e infelicidade, e até mesmo, doenças físicas e mentais, como a depressão. Se a pessoa não for forte o suficiente para firmar-se, estará condenada a ser infeliz. E tudo por causa de uma inocente oraçãozinha, que na verdade, “É para o próprio bem dele.”

Muito egoísta esse pensamento de quem acha que sabe o que é melhor para todo mundo. 






AS ROSEIRAS E O MAL







Minha mini roseira não vai nada bem... não consegue crescer. Toda vez que fico feliz ao ver que novas folhas estão começando a brotar e que novos botões estão se formando, na manhã seguinte ela aparece totalmente nua, pois as formigas se alimentam dela durante a noite. Acordo, corro lá para fora para vê-la e não há mais folhas ou botões. A culpa foi minha, por achar que formigas apenas guardam provisões para o inverno nos dias de verão, não aparecendo durante os dias e noites frios de inverno, e devido a esse erro, não me preocupei em livrar-me das malditas formigas. 
Conversando com um jardineiro ontem, ele me explicou que se o gramado estiver enfraquecido, não sendo limpo e adubado periodicamente, ele logo se verá tomado por ervas daninhas, as famosas e indesejáveis “tiriricas.” Depois, a única forma de exterminá-las é arrancando tudo e replantando, o que além de levar tempo, é caro e trabalhoso.

Trazendo minhas recentes experiências de jardinagem para a vida prática, ontem li uma mensagem religiosa que afirmava que, para nos livrarmos do mal e da companhia de maus espíritos (e podem ter certeza, eles existem, tanto vivos quanto mortos), basta que sejamos pessoas boas e façamos apenas o bem, focando o pensamento sempre no lado positivo da vida e nos lembrando de agradecer por tudo o que temos; desta forma, afirmava o texto, nos manteremos afastados de todo o mal que anda pelo mundo.

Acho esta afirmativa um tanto pueril, e perigosa também. O mundo está cheio de exemplos de pessoas boas que foram dizimadas pelo mal. Para citar apenas alguns exemplos: Gandhi, o naturalista Chico Mendes, Chico Xavier, que durante a vida foi perseguido por seus adversários, apesar de só ter feito o bem a todos, e por que não citar, até mesmo o próprio Cristo, que é o exemplo máximo de amor, bondade e abnegação que temos como referência. E há centenas de milhares de crianças que são dizimadas durante as guerras todos os dias, mesmo enquanto você lê este texto, sem terem feito mal algum a ninguém. Estavam inocentemente brincando nos quintais de suas casas quando uma bomba as atingiu.

O mal está espalhado pelo mundo. Creio que ele se encontra dentro de cada um de nós, muitas vezes, adormecido, mas é capaz de despertar a qualquer momento se não soubermos dominar nossas baixas inclinações. Mas há também aquela espécie de mal que nos atinge sem que tenhamos feito nada para merecê-lo – como as formigas e pulgões nas minhas roseiras, ou as ervas daninhas que crescem no jardim e que tomam conta dele, acabando com todas as outras plantas se não as exterminarmos a tempo. 

Alguém disse que a maior vantagem do diabo sobre nós, é que muitos não acreditam na sua existência. Eu concordo. Precisamos estar protegidos. Precisamos aprender a nos defender.








terça-feira, 26 de junho de 2018

A Fé, Ganesha e Eu






Há muitas diferentes vivências, definições e entendimentos quanto à fé. Aqui eu vou falar do meu entendimento e da vivência da minha fé, de como eu a interpreto e vivo.

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que respeito todas as religiões, embora não me harmonize pessoalmente com nenhuma delas. Até hoje, não consegui encontrar uma que falasse à minha fé, mas tenho profundo respeito por todas elas, porque eu acho que jamais se deve fazer pouco caso da fé alheia. Por que? Simplesmente porque ela é muito importante para quem a professa; que direito tenho eu de achar-me mais sábia do que os outros, ao ponto de questionar a sua fé? Não preciso ser arrogante ao ponto de tentar ridicularizar a fé alheia, apenas para parecer ‘esperta,’  ‘moderna’ ou ‘independente’. Porém, não acho bom tentar impor a própria fé ou religião aos outros; cada um tem o direito de seguir seu próprio caminho e fazer suas próprias escolhas. 

A minha fé é como se fosse tentáculos que se estendem diante de mim, Para cima e para baixo, e por todos os lados. Eu vivo tentando sentir a energia das coisas, dos lugares e das pessoas. Algumas coisas e alguns lugares chamam a minha atenção, e outros me repelem. A fé é – e deve ser – uma experiência pessoal, e para que ela se expresse, eu vou experimentando o que funciona e o que não funciona para mim. Quem me conhece, sabe da minha ligação forte com São Jorge, porque em um dia de muita necessidade, eu me dirigi a ele e me senti amparada, e a ajuda veio. Depois disso, já recorri a ele várias vezes sendo atendida quase sempre. 

Para explicar melhor essa minha coisa com a fé, vou contar uma historinha pessoal: 

Certa vez, visitei um local aqui em minha cidade chamado “Vale do Amor.’ É um lugar junto às montanhas, cheio de verde, onde existem vários templos que abrangem quase todas as religiões, tudo ao ar livre, junto da natureza e cercado de beleza por todos os lados. De repente, passei diante de uma estátua de Ganesha; eu já tinha visto uma há muito tempo, na internet, e a imagem me intrigou: é um menino com cabeça de elefante. Em volta da imagem, havia muitas frutas. Eu parei, fiquei observando e senti alguma conexão com a imagem, que eu não sei explicar de onde veio. Eu nada sabia sobre a história daquela imagem. Fotografei-a, e publiquei a foto em um site de fotografias do qual participo, o EyeEm. 

No dia seguinte, um indiano tinha deixado um comentário, me perguntando onde eu tinha conseguido aquela foto; expliquei a ele, e ele me respondeu, dizendo que Ganesha é um deus que remove obstáculos e traz prosperidade, e que se eu a cultuasse, ela traria muitas coisas boas para mim. Agradeci o comentário, mas não dei importância. Dias depois, procurando por uma imagem bonita para colocar como fundo na área de trabalho do meu computador, Ganesha reapareceu; baixei a imagem, e deixei-a na minha área de trabalho, mas sem entender direito o porquê de ter feito aquilo. Deixei-a lá por alguns dias, e depois troquei-a por outra. 

O tempo passou; esses encontros e desencontros com Ganesha duraram mais de um ano. Eu assino alguns canais do YouTube, e certa vez recebi de um deles uma notificação por e-mail sobre a história de Ganesha. Acessei, escutei a história, achei muito interessante – gosto muito de lendas. Mas ficou por aí. Porém, ao entrar em uma loja de produtos naturais aqui em minha cidade, na vitrine, lá estava a imagem novamente; uma versão pequena, onde Ganesha veste branco e tem uma pedra vermelha na testa. Achei-a bonita. Trouxe-a para casa. Ainda não sabia bem o que estava procurando. No dia seguinte, resolvi arrumar meu armário de CDs – tenho tantos, que ocupam um armário inteiro! De repente... encontrei um que eu já tinha esquecido que possuía, um CD de música tântrica que contém alguns mantras... Ganesha retratado na capa. Coloquei-o para tocar, e a música se espalhou pela casa. Um sentimento de alegria e gratidão profundas tomou conta de mim.

Bem, a estatueta de Ganesha está lá, na minha sala de aula. Ainda não sei o que ela está fazendo ali, mas eu costumo tocar o CD com seu mantra, e quando passo por ela, sinto que existe algum tipo de vibração emanando dela. Também reparei que o número de pessoas que têm me pedido ajuda quando saio às ruas, e até pessoas que batem à porta da minha casa pedindo alguma coisa, aumentou bastante. E também que algumas coisas que estavam emperradas na minha vida, de repente começaram a caminhar novamente.  Não sei o que significa tudo isso, mas estou seguindo este caminho; isso, para mim, se chama fé. Porque fé não se questiona; a gente sente um impulso, e segue um caminho, confiando nas coincidências que nos trouxeram a ele. 

E eu não acredito que coincidências sejam apenas... coincidências. Elas nascem das raízes da fé. Ou talvez a fé brote das raízes das coincidências. Não sei.





terça-feira, 15 de maio de 2018

Tome Uma Atitude!







Todo mundo se sente fraco uma vez ou outra. Algumas vezes, a vida nos dá tantas pernadas, que a vontade é de nos trancarmos em um quarto escuro, longe de tudo, e exercitarmos a auto piedade. Comigo também acontece. Mas o importante, é que este ataque de “pobrezinha de mim” tenha prazo de validade curto, e que se sacuda a poeira, respire fundo e siga adiante o mais rápido possível. Se não for assim, corremos o risco de nos tornamos aquela pessoa chata, que vive de cara triste ou zangada pelos cantos, e que pula no pescoço do primeiro que passa por perto a fim de desfiar seus rosários de tristezas e desgraças.

Ninguém aguenta gente assim. Ninguém quer ficar o tempo todo servindo de muro de lamentações ou saco de pancadas!

Vejo nas redes sociais que há pessoas que fazem isso o tempo todo – digo, em tempo integral. Estão sempre reclamando: da vida, da inflação, dos políticos, das pessoas da família, enfim, nada mais fazem, a não ser reclamar e exercer a auto piedade. A energia destas pessoas é pesada e escura. Se ficamos perto delas durante muito tempo – mesmo que seja virtualmente perto – começamos a nos sentir desanimados, irritados, cansados. 

O que será que você passa sobre si mesmo, ao exercer compulsivamente o coitadismo online ou off-line? Você dá a impressão de ser uma pessoa amarga, fraca, negativa. Você dá a entender que não sabe lutar pelas coisas que deseja, e que vive ressentida, sentindo pena de si mesma e com raiva dos outros. Você se coloca como vítima das circunstâncias, e não como uma pessoa madura e responsável que escolhe o próprio caminho. Ou seja: você passa sobre si mesmo uma péssima imagem. Não que eu ache importante agir de forma a impressionar os outros, mas será que é isso mesmo que você pensa sobre si próprio? Você quer mesmo ser aquela pessoa chata, apagada, negativa e ranzinza? Ou será que você quer ser uma pessoa forte, feliz, alegre e positiva – não para os outros, mas para si mesmo?

Se você tem vontade de melhorar, acho que a primeira coisa a ser feita é parar de reclamar e de sentir pena de si mesmo. Comece a olhar em volta e encontrar motivos para ser grato: seja grato pela sua casa, pelo seu trabalho, por acordar todos os dias e ter comida na mesa, pela sua saúde, pela sua família, pelo seu bichinho de estimação, pela natureza... há tantas coisas pelas quais podemos ser gratos! 

A segunda coisa, é parar de culpar os outros pela sua infelicidade. Não é a sua mãe, ou o colega de trabalho, o marido traidor ou o irmão aproveitador. É você! O problema é você. E mesmo que tais pessoas tenham influência negativa em sua vida, é porque você deixa, e não se afasta delas. E afastar-se não quer dizer virar as costas, deixar de falar e nunca mais ver, mas criar um limite, determinar uma barreira até aonde estas pessoas podem ir antes de ferirem você. É valorizar mais a si mesmo ao invés de tentar ter valor para quem não o valoriza. 

A terceira coisa, é mudar o foco: totalmente. Pensar em coisas boas que você quer que aconteça, ao invés de ficar enumerando tudo de ruim que já aconteceu. O passado é como uma bagagem pesada e cheia de lixo, que você cisma em arrastar pela vida tornando seu caminhar lento, pesado, difícil e proporcionando-lhe uma tremenda dor nas costas. Livre-se dele.





terça-feira, 8 de maio de 2018

O Que Nos Move?





Nós nos misturamos uns aos outros e nos movemos por esse mundão de Deus, em várias direções e por diversos motivos, tentando alcançar nossos objetivos. Nem sempre o caminho é fácil - ou às vezes, o caminhante acaba se cansando no meio do caminho, na maioria das vezes porque o objetivo escolhido é maior do que a capacidade do caminhante. Não creio, como dizem os esoteristas modernos, que 'todo mundo pode tudo.' Algumas coisas são para nós, e outras não são. Mas são nessas horas em que o caminhante se cansa e desiste, percebendo que não vai conseguir chegar aonde quer por falta de capacidade, competência ou força de vontade, que ele pára e olha para os lados.

O caminhante esperto, que se conhece bem, reavaliará seus objetivos e traçará novos planos. O caminhante ignorante das leis da vida, que acha que o mundo precisa curvar-se às suas vontades, continuará batendo a cabeça contra a parede e desejando o que não pode ter. E quem escolhe este caminho, logo se verá envolto pela inveja. 

Quem não consegue por si mesmo aquilo que quis ter, buscará ajuda. E é claro que essa ajuda não poderá trazer nada de bom, pois o conduzirá por um caminho ainda mais difícil, escarpado, e perigoso, que o fará tentar conseguir, através de meios artificiais e muitas vezes, ilícitos e espiritualmente comprometedores, aquilo que ele quer. Ele começará a pensar coisas como "por que ele consegue e eu não consigo? Por que não posso ter aquilo?" Tais pensamentos conduzem ao ódio gratuito de quem conseguiu. É a inveja brotando. E ela é uma erva daninha que cresce rapidamente, se espalha, sufoca qualquer outra coisa que poderia nascer de bom.

Todo aquele que consegue alguma coisa através deste tipo de 'ajuda' terá muito tempo para arrepender-se depois. Porque mais tarde, as leis da vida falarão mais alto. Ninguém consegue burlar a natureza, ninguém pode arrancar à força alguma coisa que é de outro, que não lhe pertence, e ser feliz através disto, da desgraça do outro. Cedo ou tarde, tais pessoas terão que pagar o preço pelos seus desmandos - e o preço será muito alto.

Já notou que as pessoas que sentem inveja tornam-se fisicamente feias, mesmo tendo sido bonitas a vida toda? É que os maus sentimentos da gente podem refletir-se nas feições, se os alimentamos durante muito tempo, sem fazermos nada para mudá-los. Mas, por outro lado, existem pessoas que, conforme as conhecemos melhor, tornam-se cada vez mais bonitas diante dos nossos olhos, mesmo que nossa primeira impressão nos tenha dito que elas não eram bonitas. Estas são as pessoas boas, as que todos querem ter por perto.

Eu acredito muito que quando uma coisa se torna difícil demais de ser obtida, é porque ela não me pertence. Não perco meu tempo perseguindo quimeras: eu paro, reavalio meu caminho e traço novos rumos. Quando faço isso, as portas se abrem facilmente. Os obstáculos são derrubados. O caminhar torna-se mais natural e menos cansativo. Descubro coisas que são bem melhores e mais amáveis para a minha vida. 

Sempre que tentei 'forçar' um caminho, eu me arrependi amargamente.

Acho que todos temos que ter muito cuidado ao respondermos a estas perguntas: O que o move? Pelo que você luta? Aonde quer chegar? Você tem os talentos necessários para alcançar os objetivos que almeja? 

Se não tiver, procure outro caminho, pois certamente, haverá algo muito bom que você poderá fazer e que trará muita alegria e satisfação à sua vida. E vá agora, antes que a frustração - e a sua irmã mais malvada, a inveja - alcancem você.




quinta-feira, 22 de março de 2018

Arrogância ou Amor Próprio?









Às vezes, alguém escolhe não gostar de nós. Não importa o que façamos, tal pessoa simplesmente olha para nós e decide que temos alguma coisa que as incomoda. Talvez seja a nossa maneira de andar, olhar, sentar, falar. Quem sabe, a nossa maneira de calar. Ou de respirar. Não importa: quando alguém nos escolhe como alvo, de nada adianta lutar contra isso, ou tentar reverter a situação, pois não importa o que possamos fazer, só servirá para agravar ainda mais a situação, pois será apenas mais uma anotação feita no livro do ódio dessas pessoas. Qualquer coisa que façamos ou digamos será distorcida e virará uma justificativa, diante dos outros, que a pessoa usará para continuar nos detestando.

Uma vez trabalhei com uma moça que não gostava de mim, embora eu jamais tivesse dado a ela motivos para tal. Durante uma conversa informal entre amigas, eu descobri o motivo de tanto ódio – e acreditem, a futilidade de tal motivo muito me chocou. Conversávamos sobre características físicas, uma conversa informal e bem-humorada, quando de repente ela me olhou e soltou esta pérola na frente de todo mundo, a voz trêmula de ressentimento: “Você tem peito e tem bunda. Eu queria ter esse corpo.” Bem, a moça em questão era magra e bem proporcionada, e jamais teria passado pela minha cabeça que ela me invejasse pelos meus atributos físicos que mais me incomodavam. Devido à futilidade do motivo, mais tarde eu fiz de tudo o que podia para mostrar a ela que eu era uma pessoa legal, afinal de contas, mas de nada adiantou. Ela me detestou por anos a fio, inclusive me prejudicando voluntariamente no trabalho várias vezes. 

Ontem eu conversava com alguém e ela começou a falar sobre o ressentimento que algumas sogras guardam a respeito de suas noras. Tal ressentimento, muitas vezes sem qualquer razão, está baseado na falsa verdade de que a nora “roubou” seu filho. A sogra que pensa desta forma se recusa a compreender que o seu ódio não é da nora em questão, mas de qualquer uma que estivesse no lugar dela; até mesmo se fosse um grande amigo com quem o filho passasse muito tempo, ela talvez o odiasse da mesma forma. Mas tais ódios em família causam fendas entre os relacionamentos, e essas fendas tendem a crescer e causar rupturas definitivas. O que poderia ter se tornado  amizade, colaboração e união, transforma-se em uma guerra silenciosa de ressentimentos, ciúmes e inveja. 

Quem odeia, muitas vezes não contente em odiar sozinho, gosta de instigar outras pessoas contra o seu desafeto. E as outras pessoas muitas vezes acabam aprendendo a nutrir e expressar esse mesmo ódio. Quando não podem fazê-lo abertamente, elas o fazem nos pequenos gestos; elas o deixam bem claro nas indiretas, nas exclusões, nos olhares de soslaio. E quem passa por isso, sofre. Porque não entende o porquê de ter sido escolhido como alvo em determinado grupo.

De repente, a pessoa odiada finalmente compreende que de nada adianta tentar lutar; de nada adianta tentar ser agradável, cordata, viver caminhando pelos cantos para não provocar olhares reprovadores, deixar de ser quem é a fim de tentar ser o que ela acha que poderia agradar quem a odeia; porque, quem odeia, não está disposto a mudar. Não quer passar a gostar, e jamais vai admitir que sustentou uma opinião errada e injusta durante anos a fio a respeito de alguém. 

E então, essa pessoa simplesmente desiste.

E o que significa desistir? É não se importar mais. Não ligar mais para o que pensam a respeito dela, e caminhar da maneira que quiser, sem se importar com opiniões, fofocas e olhares reprovadores. 
E é exatamente neste momento, que ela passará a ser conhecida como “arrogante.”
“Fulana é arrogante porque não fala com ninguém. Não pede a opinião de ninguém, enfim, não faz o que a gente espera que ela faça.”  E continuam os julgamentos. 

Mas talvez seja bem melhor ser considerado arrogante por quem nos subestima a continuar nos subestimando a nós mesmos. Amor próprio é fundamental. E também é bem melhor estar sozinho e totalmente em paz – sabendo que jamais fez nada para prejudicar ninguém, nunca hostilizou ou segregou alguém devido a uma antipatia sem fundamentos – a continuar sendo saco de pancadas alheio. 

Quem sabe, a minha missão aqui na terra seja compreender e assimilar esta verdade? Se for, acho que estou a caminho.






segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Notícias do Meu Bonsai












Há alguns anos, meu marido foi presenteado com um bonsai – para quem não sabe o que é, trata-se de uma técnica japonesa que faz brotar árvores em pequenos vasos. Deixei-a sobre uma mesa na sala de estar, mas ela começou a ficar amarelada – não sei como cuidar de bonsais, e naquela época, sequer teria tempo para pesquisar sobre isso. Decidi colocá-la na varanda, onde achei que, estando exposta à luz natural, ela ficaria mais feliz, o que provou ser verdade. 

Dias mais tarde, um jardineiro que trabalhava para nós naquela época plantou-a em um canteiro atrás da casa. Só vi o que ele tinha feito quando ele já estava de saída, e me chamou, todo orgulhoso do canteiro que acabara de fazer. Ao ver o meu bonsai plantado no chão, tentei esconder minha decepção; afinal, não queria magoá-lo.

Um dia, ele foi embora, e outro jardineiro começou a trabalhar aqui. Àquela altura, o bonsai já tinha crescido alguns centímetros, e pedi a ele que o transferisse para um vaso maior, pois o canteiro em questão não tinha espaço para uma jabuticabeira – acho que me esqueci de mencionar que o bonsai era uma jabuticabeira, árvore frutífera que pode crescer muito. E lá ele permaneceu até o último sábado.

O vaso estava próximo à porta de entrada da casa, e todos os dias, ao passar por ele, eu via aquela árvore querendo ‘ser’, querendo crescer e transformar-se no que ela verdadeiramente nasceu para tornar-se: uma jabuticabeira alta e frondosa, os frutos colados aos galhos e tronco, alimentando centenas de passarinhos. Aquilo estava começando a me deixar angustiada, não sei bem porquê.  Ela parecia querer jogar-se para fora do vaso. Várias vezes tentei convencer meu marido a plantá-la no chão, mas o nosso terreno não é grande, e já temos nove árvores plantadas nele. Meu marido dizia: “Não, já temos árvores demais! Daqui a pouco não conseguimos chegar à porta da casa, e isso aqui vai virar uma floresta!”

Mas finalmente, na última sexta-feira, nosso amigo e atual jardineiro conseguiu convencer meu marido, e o ex-bonsai foi plantado no chão. Tive a impressão de que ele se libertou; os galhos se abriram mais, e a pequena árvore parecia sorrir. Desde então, uma cambaxirra tem pousado nos galhos todos os dias, talvez sonhando com o dia em que eles estejam cheios de frutinhas. Olhando para ela agora – apenas três dias após ser plantado – já percebi brotinhos rosados de novas folhas que estão nascendo. Acho que ela vai crescer rápido!

Observando o meu ex-bonsai, concluí que todo mundo precisa de espaço para ser o que é. Às vezes, somos colocados em vasos apertados, talvez até por pessoas bem-intencionadas que acham que sabem o que é melhor para nós. Nem percebemos o quanto nos tornamos atrofiados, meros objetos de decoração nas vidas de tais pessoas, que nos exibem com orgulho enquanto nos impedem de sermos quem somos. É preciso que nos plantemos no chão; não teremos mais o conforto de sermos regados e adubados; precisaremos aprofundar nossas raízes e colhermos, nós mesmos, o nosso alimento das profundezas da terra. Porém, tal esforço fará que cresçamos tudo o que temos para crescer, e nos tornemos seres férteis, livres e completos. 



P.S: Este bonsai já foi citado em uma outra crônica, "Adeus, Bonsai."





segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Janelas & Portas





Toda casa tem janelas e portas. Elas servem para proteger, tanto da violência do mundo quanto das intempéries da natureza. Ao fecharmos as janelas e portas, ficamos - pelo menos, em tese - protegidos contra ladrões e invasores, olhares curiosos, excesso de raios de sol que destroem e desbotam, chuva que apodrece os madeiramentos, insetos que podem penetrar e causar danos, enfim, nos sentimos protegidos. Todo mundo, ao ausentar-se, tranca sua casa antes de sair. Se possível, instalamos sistemas de segurança, câmeras escondidas, ou ao menos, pedimos a um vizinho amigo ou a um membro da família que olhe pela nossa casa e/ou pelos nossos animais e plantas enquanto estivermos fora. Assim, guardamos a esperança de que tudo esteja da mesma forma que deixamos quando retornarmos. 

Da mesma forma, deveríamos proceder com as nossas vidas. Às vezes, por impossibilidade, falta de coragem ou desejo de agradar sempre, acabamos deixando que continuem em nossas vidas pessoas potencialmente nocivas, curiosas, maldosas ou interesseiras. É claro que não podemos excluir todo mundo que não seja perfeito ou que não corresponda aos nossos padrões, mas podemos, digamos, instalar algumas "câmeras escondidas" e monitorar o comportamento destas pessoas. E quando elas tocarem em uma maçaneta a fim de terem acesso a um cômodo no qual não estejam autorizadas a entrar, elas prontamente levarão um choque de advertência. Não é bom sair por aí se abrindo com todo mundo, ou ficar contando sobre nossos sonhos e projetos. 

Minha Tia Rosa costumava dizer, quando éramos crianças e ficávamos tentando tirar a colher de pau da mão dela quando ela batia um bolo: "Tirem a mão! A massa desanda quando o bolo é muito mexido." E ela tinha razão. A melhor maneira de vermos nossos planos irem por água abaixo, é sairmos por aí contando para todo mundo. A massa desanda.  Entra água ou areia onde não devia. 

Melhor fechar as portas e janelas de vez em quando e preservarmos a nossa casa, os nossos planos e a nossa intimidade.










Parceiros

EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...