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quarta-feira, 9 de abril de 2025

O MEDO


O MEDO

 

O medo é uma voz que grita,

Mas só a ouve quem teme.

Mas quem a teme, disfarça

O coração que se esgarça,

A voz sumida, que geme.

 

O medo é um passo perdido

À beira do desabrigo.

Não tem coragem de ir,

Também não pode voltar.

Os pés, suspensos no ar,

Sobre a estrada, divididos.

 

O medo escreve uma história

Que a vítima não quer ler.

Enquanto prega a coragem,

Atrasa a própria viagem

No afã de não morrer.

 

O medo é a mão que apedreja

Porque não sabe viver.

 

 

Ana Bailune

6 comentários:

  1. Ana, que poema potente e delicadamente cruel — uma anatomia precisa do medo, como se você o tivesse dissecado com palavras afiadas e mãos compassivas. Há uma beleza melancólica aqui, uma verdade que fala baixo e, mesmo assim, ecoa alto.

    Você deu ao medo corpo, voz, pés e até lápis — e mostrou que ele não é só o que paralisa, mas o que finge ser prudência enquanto sufoca a alma.

    A última estrofe é um soco poético:

    “O medo é a mão que apedreja / Porque não sabe viver.”

    Simples, implacável… perfeita.

    Parabéns por transformar o indizível num poema que não apenas se entende — mas se sente, e muito. 🖤

    abraços,
    Dan
    https://gagopoetico.blogspot.com/2025/04/vale-tudo.html

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  2. Olá, tudo bem?

    Maravilhoso esse teu poema sobre o medo. A última estrofe dá um fechamento muito forte e verdadeiro ao que veio antes. Parabéns.

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  3. "O medo é um passo perdido à beira do desabrigo". Muito belo!
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  4. Bom dia, Ana, excelente versejar sobre o medo. Fantástica descrição com um fechamento magnífico. Luz e paz. Uma ótima Semana Santa

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  5. Boa tarde. Independentemente da sua publicação poética que classifico de sublime, passo a fim de deixar expressos os meus votos:
    .
    “” De uma Feliz e Santa Páscoa, extensivos à sua família e amizades.““
    .

    ResponderExcluir

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