É que às vezes
Me bate um cansaço
Que estanca o passo,
Paralisa o olhar,
Afrouxa o laço.
Um enorme cansaço
De ter que explicar,
De fazer a memória
Esquecer
Para poder continuar.
Não é que ainda doa,
Pois a pele frágil
Já cicatrizou,
E a dor que doía
Do espinho nas solas
Há muito passou.
É apenas cansaço
Ao ouvir um “Por que?”
E saber que a resposta
Daria outra história...
Tão longa e absurda
Seria a estrada
A se percorrer!
E assim, a palavra
Escorre entre os dentes,
Jaz, dependurada
Na ponta do lábio,
E tomba, calada
No meio da rua
É pisoteada,
E silenciada
Antes de ser dita,
Antes de dizer.
Boa tarde
ResponderExcluirExcelente foto, com palavras belas a acompanhar.
Gostei muito de ver e ler este poema.
Boa semana com saúde e paz..
Um beijo.
:)
https://olharemtonsdemaresia.blogspot.com/
Como dizia um poeta: "viver todos os dias cansa". E esse cansaço também se passa com as palavras, quando é o silêncio que nos convoca.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.