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terça-feira, 22 de abril de 2025

CALADA

 



 

É que às vezes

Me bate um cansaço

Que estanca o passo,

Paralisa o olhar,

Afrouxa o laço.

 

Um enorme cansaço

De ter que explicar,

De fazer a memória

Esquecer

Para poder continuar.

 

Não é que ainda doa,

Pois a pele frágil

Já cicatrizou,

E a dor que doía

Do espinho nas solas

Há muito passou.

 

É apenas cansaço

Ao ouvir um “Por que?”

E saber que a resposta

Daria outra história...

Tão longa e absurda

Seria a estrada

A se percorrer!

 

E assim, a palavra

Escorre entre os dentes,

Jaz, dependurada

Na ponta do lábio,

E tomba, calada

No meio da rua

É pisoteada,

E silenciada

Antes de ser dita,

Antes de dizer.





 

 

 

 

 

2 comentários:

  1. Boa tarde
    Excelente foto, com palavras belas a acompanhar.
    Gostei muito de ver e ler este poema.
    Boa semana com saúde e paz..
    Um beijo.
    :)
    https://olharemtonsdemaresia.blogspot.com/

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  2. Como dizia um poeta: "viver todos os dias cansa". E esse cansaço também se passa com as palavras, quando é o silêncio que nos convoca.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

    ResponderExcluir

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