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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

AGORA, QUE JÁ NÃO ESTÁS





Olho teu retrato e converso contigo sem usar palavras
Que às vezes eram pontes, noutras eram mágoas.
Falamos um com o outro por sobre o silêncio,
O vento carrega os sentidos e traz as respostas
Que me sopras, de onde estás, de onde és imenso.
E nos compreendemos, e nos olhamos sem julgamentos,
Pois vemos hoje a alma que o físico escondia...
E nunca em minha vida te falei por tanto tempo,
Ou por tanto tempo te ouvi, agora, que já não estás.

Às vezes a distância aproxima duas almas
Que quando estavam juntas, desviavam seus olhares.
Às vezes os amores que andavam adormecidos,
Navegam suavemente, descobrindo novos mares
Que os reaproximam, em ondas de perdão
Impulsionadas pela ausência da incompreensão.

A mim, o teu semblante nunca foi tão mais exato
Quanto nesse retrato que eu projeto na memória,
Apago e reescrevo novamente as mesmas linhas
Que antes rabiscava, manchando a nossa história.
Tu hoje és o mesmo, só que mais verdadeiro,
E eu hoje finalmente posso pedir teu perdão
Por todas as palavras que eu te disse, sem razão,
Sabendo que me ouves no teu sono derradeiro
Agora, que já não estás.


.
.
.

Para a Recantista

Sandra Rosa



13 comentários:

  1. Que lindo!
    Muito obrigado por compartilhar, minha amiga!

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  2. Magnífico, Ana!
    Quem amamos nunca esquecemos, fica para sempre no nosso coração.
    Beijo.
    (Pró ano não deixe de visitar o Porto. Vai amar e voltar.)

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  3. A vivência da poesia está claro pois atinge a gente na mesma ferida! linda poesia, beijos

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  4. Simplesmente belo :))

    Hoje, em edição especial:- :- Metáforas de amor (Poetizando e Encantando)

    Bjos
    Votos de uma óptima Quinta-Feira.

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  5. Poetisa, Ana Bailune !
    Lindo monólogo com tua consciência.
    É o momento em que se confessa, com profundidade,
    todos os sentimentos represados...
    Parabéns pela beleza do texto.
    Um ótimo final de semana !
    Sinval.

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  6. Wow. Your poem hit me right in the heart and freed the tears from my eyes. Thank you. Just beautiful.

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  7. Que alegria ler seus escritos, versos que parecem bailar com o som de violinos tocando. Beijinhos!

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  8. Um grande poema!
    De profunda sensibilidade e tema muito especial.
    Grata pelos bons momentos de leitura.
    Beijo
    ~~~

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  9. Momento de mergulho na consciência extração de todos os sentimentos belos e ruins e assumir o quão falhos somos, mas que podemos sempre nos reencontrar.
    Não lembro se sei da Sandra Rosa do RL onde comecei.
    Vou lá ver.
    Um belo sentimento amiga somos isto.
    Abraços e boa semana.

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  10. Oi Ana a Sandra Rosa que conheço por lá e sigo é a de Contagem-Minas Gerais, que no momento estaria de férias. Aconteceu alguma coisa?
    Abraços

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  11. Um poema muito belo e de reflexão interior. Com a ausência as coisas essenciais tornam-se mais nítidas…
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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