witch lady

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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Meu Lugar



Meu lugar e sempre
Onde eu esteja inteira,
Pode ser em casa,
Debaixo da tua asa,
Pode ser na beira
Da rua.

Depende
De como a alma sente...

Meu lugar será
Entre o sim e o não,
À beira da certeza,
Ou do meu fogão,
Atrás de uma porta,
De frente para o sol,
Assim,

Depende
Do que vai em mim.

Meu lugar é sempre
Entre a cruz e a espada,
O certo, o errado,
O tudo, o nada,
Passo sempre rente,
Ou quem sabe, ao largo...

Depende
Do tamanho do estrago...

Meu lugar é sempre
Onde quero estar...
Sei lá...
Só não fico onde
Você me puser...
Acredite...

Ou depende
De eu querer ficar.




Fotografar o Vento?...



Uma tarde fresca e agradável. De repente, a brisa suave, que foi crescendo em intensidade e transformando-se em vento. Eu já disse que adoro o vento. Ocorreu-me fotografá-lo, não em sua forma destrutiva, mas na sua forma mais bonita, ou seja, passando pelas flores e folhas. Acima, a foto de uma flor onde uma das pétalas foi levemente dobrada quando o vento passou. Demorei para conseguir!



Nesta outra, as asas da borboletinha que pousou na grama estão desfocadas, pois consegui bater a foto no exato momento em que o vento as balançou.

E foi isso...

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Se Você Não Muda...





Se você não muda,
Nada muda,
A paisagem à janela,
O sabor das coisas,
As lutas...

O amanhecer será
Sempre o mesmo abrir de olhos,
E o dia será só
Mero suceder de fatos...

Se você não muda,
Não se transforma,
Não aprende,
A dor passará sempre rente,
E tudo será sempre cinza!

Se você não muda,
A palavra 'rotina'
Será o sinônimo
De 'triste sina,'
Ao invés de conter, em si,
A grande beleza da vida...

Se você não muda,
Tudo será sempre o mesmo,
Suas querelas, seus medos,
Limitações e doenças...

Não há segredo,
É tudo sempre tão simples,
Na vida não há disputas
Se você sabe e entende
Que se você não muda,
Nada muda!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Choveu Muito!






Choveu muito, e por muito tempo
Como se o mundo chorasse todas as suas dores!
Enxurradas caudalosas formaram-se,
E correram como rios pelas calçadas,
Formando poças profundas de água (ou de lágrimas?)

Choveu muito, e tão intensamente,
Que as gotas faziam vibrar as vidraças!
E sobre o telhado, um tamborilar fremente,
Na grama encharcada, um pedaço de ninho...

Choveu muito, choveu a vida inteira,
Choveu bem intensa e pesadamente...
A mim, só restou ficar bem abrigada,
E aguardar que a chuva parasse de chorar, 
Pacientemente...

domingo, 25 de novembro de 2012

Se Você se For...






Se você se for,
Leva o meu abraço,
Meu agradecimento,
Minha lembrança eterna.

Foi bom ter você
Em meu caminho,
Ter trocado experiências,
E ter crescido
Junto contigo.

Se você se for,
A vida por aqui
Terá menos cor,
Adormecerá o sentido...

Mas mesmo assim, entendo
Que um dia, todos vamos,
E nada pode ser feito
Para adiar esta hora!

Nem sei se devo lamentar,
Pois da verdade das coisas
Do que houve, do que há,
Eu nada sei, nada entendo...

Se você se for,
Se for este o seu momento,
Só quero que você saiba
Que foi um prazer conhecê-lo,
Que foi honroso poder
Partilhar alguns momentos.

Se você se for,
Não leve nada daqui,
A não ser o nosso amor,
Esqueça-se da nossa dor,
E vá viver em outros planos,
Pois um dia, todos vamos,
E quem sabe, nos vejamos?...




sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Personagens





Minha mãe contava histórias,
Enquanto eu ia engolindo
Sem perceber, colheradas
De arroz e purê de batatas.

Os meus olhos, fascinados,
Brilhavam a cada menção
De reis e rainhas distantes,
Personagens encantados...

Minha mãe apresentou-me
Muita gente da nobreza,
Príncipes, fadas madrinhas,
Duques, magos e princesas!

Ela um dia deu-me a mão
E guiou-me pelas selvas
Onde moram os sacis
E alados cavalinhos
Alimentam-se de relva...

Minha mãe não  deu-me muito,
Mesmo assim, mostrou-me  o mundo
Onde eu hoje vou morar 
Na dor, em silêncio profundo.

Minha mãe, eu agradeço
Por aquelas colheradas
Que fizeram minha vida
Um pouco mais encantada...

E no último momento
Na derradeira viagem
Vou rever aquelas tardes,
Encontrar os personagens...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Erótico ou Caótico?






Há muitos anos, a mulher vem lutando para ter o seu espaço e sair debaixo dos dogmas e convenções onde foi colocada pela igreja, pela sociedade e por ela mesma - já que é ela a principal responsável pela educação das crianças, pois passa mais tempo com elas, e por isso, são as mães que mais contribuem para a formação do caráter de seus filhos. Se existem machistas, não será porque , após o almoço de domingo, as mães dizem às meninas: "Venha ajudar-me na cozinha," e aos meninos: "Vá assistir ao jogo com o papai?"

Bem, de qualquer forma, viver é aprender, e muito caminho já foi percorrido neste processo de libertação da mulher. E eu entendo por libertação, não o feminismo, que é apenas uma masculinização feminina, uma competição onde a mulher entrou para perder, já que ao invés de definir um lugar para si, tenta tomar o lugar dos homens.

Conquistar um lugar ao sol, não significa tomar o lugar de outrem, mas estabelecer fronteiras e pontos de intersecção, onde se possa inter-agir adequadamente, sem subestimações e sem conflitos desnecessários. Hoje, a mulher trabalha, ocupa posições de liderança, diz o que pensa (e deste direito, eu jamais abrirei mão) e não precisa mais temer os homens, nem submeter-se a qualquer tipo de violência 'pelo bem da família.' Acredito que isto foi um grande progresso.

Uma pena que estejamos, aos poucos, retornando ao ponto de partida, através de mulheres-objeto, ou mulheres-bunda, que sentem orgulho em serem chamadas de 'cachorras,' 'periguetes,' 'preparadas,' e outros adjetivos muito mais que pejorativos. E ainda escrevem livros promovendo o sadomasoquismo, ou seja, a total submissão aos caprichos de homens egoístas, cruéis  e pervertidos. E ainda chamam a isto de erotismo... triste mundo em que vivemos!

A banalidade grassa no mundo. De repente, alguma coisa - devido ao capricho com que é tratada pela mídia, pois existe esta facilidade - é tão massivamente divulgada, que torna-se moda. E poucos se preocupam em saber o que aquilo realmente significa... não é um grito de liberdade coletivo, e sim, um grito de independência financeira individual, que favorecerá a apenas uma pessoa.

Existe no mundo de hoje um vazio tão grande, que qualquer um pode tornar-se um guru; basta que, para isto, grite com autoridade e persuasão uma idiotice qualquer, e terá seguidores, defensores, praticantes e divulgadores. Aonde vamos chegar com isto? A total gelificação cerebral! É preciso aprender  a observar, pensar, considerar e concluir, e não apenas seguir a Grande Massa. É preciso que cuidemos das nossas almas com mais carinho e atenção. Não somos bonecas infláveis.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Hoje Não é Segunda feira - ou: 21 de Dezembro Vem Aí!





Bom dia a todos!

A felicidade é uma coisa sempre tão simples... após um feriadão que começou na quinta e terminou ontem, uma certeza nos levanta nesta manhã: hoje não é segunda feira! É quarta! Já estamos no meio da semana, que será curtinha, trazendo logo o nosso tão sonhado sábado.

Mês quase terminando, e lembrando que estamos a exatos trinta dias do final do mundo! 21 de dezembro vem aí. Seria interessante que começássemos uma contagem regressiva, e que tentássemos fazer algumas das coisas que estivemos adiando a vida toda... quem sabe, uma viagem, ou ligar para um velho amigo? Sei lá... todo mundo tem alguma coisa que vem adiando fazer.

E mesmo que o mundo não acabe daqui a um mês, estaremos mais completos se usarmos este prazo para sermos um pouco mais felizes.



terça-feira, 20 de novembro de 2012

Meu Caso Com o Vento






Tudo começou quando eu nasci. Libra é um signo do ar, e portanto, o vento é meu principal elemento. Minha mãe dizia que eu era uma criança distraída, calma, introspectiva. Passava horas brincando sozinha, criando minhas histórias que mais pareciam-se com as novelas que eu assistia na TV, só que meus personagens eram bonecos de papel que eu mesma desenhava e recortava. 

Às vezes, minha mãe dizia que nem parecia que havia uma criança em casa. Eu também gostava de brincar e interagir com outras crianças, mas o vento sempre me levava de volta à minha escolhida solidão. 

Perto de onde eu morava, a algumas horas de caminhada, fica a represa que abastece quase toda a cidade de Petrópolis. Quando o dia estava quente e bonito, as pessoas iam para lá, a fim de aproveitar os muitos poços e quedas d'água que existiam no local, todos muito limpos naquela época. Hoje, infelizmente, a maioria está cercada por favelas, e poluídos por lixo e dejetos.

Certo dia de domingo, após o almoço, a família toda resolveu dar um passeio por lá. Era inverno, e os poços estavam vazios. Fomos de carro até onde a estrada terminava, e seguimos o resto a pé. Eu, que era uma adolescente tímida, tive uma reação inesperada ao cruzarmos uma colina aberta, onde o vento soprava livremente:

De repente, o zumbido do vento em meus ouvidos fez-me ter a impressão de que estava totalmente sozinha. Eu mal ouvia as vozes das outras pessoas, e num ímpeto de pura liberdade, eu abri os braços e comecei a correr colina abaixo. O vento parecia aprovar a minha loucura, soprando mais forte. Eu parecia vislumbrar faíscas pelo ar, talvez devido à luz do sol que já começava a se por, infiltrando-se por entre os galhos de árvores. Corri até o final da colina, e depois, parei, extasiada, respiração ofegante, sentindo um formigamento pelo corpo todo. Aquilo tudo durou apenas alguns minutos, mas foi como se eu tivesse saído de mim mesma. Foi incrível!

Durante muito tempo, minha mãe comentou o acontecido com outras pessoas, indagando-se "que bicho tinha mordido a Ana naquela colina".
Mas eu sei que foi naquele dia que o Vento e eu nos enamoramos.

Meu Poema






Meu poema me trascende,
E por vezes,
Me surpreende...
Diz o que eu não sabia,
Acordando emoções
No fundo de um eu silente...



Poema bom, é o que vem
Como uma comporta aberta,
E mostra uma alma nua
Inunda outra alma incerta.



A rima vem por acaso...
Pois o poema se escreve
Com tinta de ectoplasma.
E o nascer de um bom poema
Faz sangrar e faz sorrir,
Misturando sentimentos
Profusos, em seu parir.



Nem sempre, será o poema
Bom para quem o lê,
Mas importa que ele seja
A clareza de quem o escreve
Sobre aquilo que nem vê.

Minha Esperança











Minha esperança natimorta
Nasceu por último
E morreu primeiro.

Trancafiei-a numa torre
Bem alta, 
Aonde apenas as águias podem chegar.

Deixarei lá, a minha esperança natimorta,
Em um cantinho esquecido,
atrás da porta...

Quem sabe, um dia,
Minha esperança natimorta
(que já nasceu torta, deformada,
sêca e mal-formada),
Possa acordar?...

IMAGINA!







Imagina!...
Há uma esperança alçando voo,
As estrelas por cima...
Páginas brancas que se cobrem
De poemas que transcendem
A compreensão do poeta
Que os escreve...

Imagina!...
Deixa correr solta e sem destino
A palavra que te nasce
Deste voo, desta cisma...
haja verdade, haja humildade
Para aceitar esses versos
Que nunca foram teus...

Imagina!...
Quem sabe, veio das nuvens,
Ou do coração da vida
A qual tu tanto procuras,
Visando encontrar a paz,
Tentando a felicidade
Da qual nunca te aproximas?...

Imagina!...
Deixa o vento te guiar
E te levar para cima...

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Final do Dia






O dia termina. Novamente. As avenidas estão cheias de pessoas e carros. As padarias estão cheias, e as pessoas se juntam nelas para o último cafezinho do dia. Os pais compram o pão. As crianças de uniforme compram os sonhos e pães doces. 

Os ônibus estão cheios, e as lanternas avermelhadas dos carros colorem o crepúsculo. 

Nos bairros, as avós ligam os rádios para ouvir a Ave Maria. Os cães latem nos portões das casas, devido ao movimento de carros e pessoas chegando.Portões se abrem. Pessoas entram. As crianças estão sentadas às mesas das cozinhas e salas de jantar, terminando a lição de casa. As crianças que tem irmãos, brigam. As mães ralham com elas. 

Pelo ar, cheiros de jantares que estão sendo preparados. Fragmentos de conversas. Boas tardes, boas noites. Buzinas amigáveis. Alguém liga a TV. E todos começam a ligaras suas TVs, e as luzes dentro das casas se acendem. Os homens calçam seus chinelos, as mulheres lavam seus cabelos, mandam as crianças tomarem banho, põe as mesas... 

Os casais comentam sobre o dia que terminou. Como foi o trabalho? Conseguiu resolver aquele problema? Lembrou-se de pagar aquela conta? As crianças brigam, e alguém ralha com elas novamente. Quem passa pela rua, vê as casas com suas vidraças iluminadas, gente dentro delas vivendo suas vidas. Cachorrinhos, gatinhos... as cigarras cantam alto na mata. As luzes dos postes já se acenderam. O céu ainda está claro, mas aos poucos, as estrelas começam a se destacar no fundo cada vez mais escuro. Mas ninguém se lembra delas, pois estão dentro das casas, cuidando de suas vidas.

E as pessoas que moram do lado de dentro das vidraças iluminadas, não sabem o quanto são felizes. São tão felizes!... E é uma felicidade de cenas que aconteceram no passado, acontecem hoje e acontecerão no futuro. Uma felicidade tão comum, que como as estrelas no céu, ninguém presta atenção a ela.

Mas um dia, alguém sentirá saudades... um dia, alguém se lembrará daqueles dias simples, por trás das vidraças iluminadas.

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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...