witch lady

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terça-feira, 15 de maio de 2012

ALIMENTO




Um dia, eu quero alimentar-me só de éter,
E ser leve, bem mais leve que o vento,
Mais leve ainda que a brisa e que o ar
E nunca mais necessitar de um documento.

Quero alimentar-me só de pensamento,
E excretar palavras vis, e sentimentos,
Um dia eu quero desmanchar-me toda em luz
Na caverna escura que hoje me rodeia.

Quero dançar nua à lua cheia,
E derreter qual  bala de alcaçuz,
Que eu me dilua, que os nós se arrebentem,
Quero ser mais livre que um total demente.

Um dia, eu quero alimentar-me só de éter,
E tornar-me  tão etérea e invisível,
Que nem mesmo o espírito mais sensível
possa vislumbrar o que ficou de mim.

E sei que um belo dia, será mesmo assim!

ÁGUAS TURVAS




Narciso não afogou-se,
A história é mentirosa...
Tentou colher uma rosa
De sua adorada imagem
Caiu n'água, mas nadou
Conseguiu chegar à margem...

Mas a água agitou-se
Com suas braçadas fortes...
E ao tentar rever a rosa,
Pensou ver ecos da morte...

Narciso apavorou-se,
E quanto mais medo tinha,
Mais ele agitava a água,
Que mais turva se tornava!

Assim, pensou ver fantasmas
Que estavam em sua mente
E empunhando uma espada,
Lutou contra toda gente...

E quanto mais ele lutava
Mais turva a água ficava!
Perdeu-se de sua imagem
Pela qual se apaixonara...

Estúpida criatura,
Toda cheia de vaidade!
Se ele se aquietasse,
A lama se acalmaria...
E a saudade que sentia
De si mesmo, e do futuro
Talvez se apascentasse...
   



A BORBOLETA




O que se foi antes de nós deixou saudades,
E hoje repousa na memória dos que o amaram.
A dor deixada sobre aqueles que ficaram
Hoje é lembrança, metamorfose das idades.

A ex-lagarta, hoje acima dos escombros,
Voa feliz, emancipada e independente
E a tal lembrança que nos vem num de repente
São suas asas, quando pousam em nossos ombros
.

Momentos



Por um acaso, nós estávamos ali, quando ela decidiu voar em volta de nós. Foi tudo fruto de um momento, um simples momento, e o fato de estarmos no lugar certo e na hora certa. Mera coincidência?

A tarde estava linda, e eu e meu marido decidimos dar uma volta pelos jardins do Museu Imperial - coisa que quase sempre fazemos, mas não há como enjoar...







Foi mágico! A borboleta Monarca aproximou-se e deixou-se fotografar de todos os ângulos, inclusive, durante o voo (ver a primeira foto).





Depois, ela foi embora, de carona com uma brisa que soprava por ali. E nós ficamos, ainda sob o efeito do encantamento e da beleza do que acontecera...


Adoro borboletas, e elas parecem perceber este fato. Vaidosas, adoram ser fotografadas!

A ALMA DA FLOR



Uma fada me levou
Por dentro da alma da flor,
Lá, onde dormem os roxos,
Brancos e lindos lilases,
Onde o cerne do perfume
É tão puro e tão suave,
Que nem me atrevo a sentir...

Minha lente captou
A intimidade da flor,
A que não podemos ver
Facilmente à olho nú...
O encanto que ficou
Retratou-se em uma imagem
Que nem sempre se percebe...

Tempo Frio e Chuvoso


Esta é a paisagem da minha janela hoje: céu nublado, tempo escuro e chuvoso. Faz frio aqui em Petrópolis; a temperatura aqui em casa é de doze graus. Que bom! Chegou o friozinho, que eu tanto adoro!

Está chegando a época de recolher-me aos sábados à tarde, enroscadinha no sofá com uma manta, e assistir a todos aqueles filmes que eu não assisti no verão. Ou então, escolher um daqueles livros que eu venho pretendendo reler, e com um lápis, sublinhar as minhas passagens preferidas. Preparar um chocolate quente no domingo à tarde. Sair para passear e andar, andar, andar... sem sentir-me cansada ou calorenta.

Fazer faxinas na casa como se estivesse brincando, sem sentir nenhuma exaustão no final. E ainda: passar roupas e  não ficar suando. Dormir bem a noite toda. Adoro...

Época das sopinhas e caldos, que esquentam, não engordam, não fazem a gente sentir-se pesada  e ainda por cima, fazem bem. Mas também é a época das massas , queijos e vinhos. Coisa boa demais! Mas é melhor reservá-las apenas para os finais de semana...

Acho que o inverno descansa a gente. É uma época mais calma, menos estressante. No verão, parece que as pessoas andam ligadas em uma tomada 220! No inverno, estão mais calmas, mais recolhidas e até menos estressadas com as coisas. Pelo menos, é o que eu percebo. Não se escutam tanto  aquelas músicas barulhentas do verão, que excitam o espírito, incitando as pessoas a beber demais, comer demais ficarem agitadas. Deus abençoe o inverno!

Além de tudo, existe alguma coisa melhor do que sentar-se ao sol no inverno? E aquele céu azul-vivo, tão bonito! As noites estreladas nas quais temos a impressão de que as estrelas foram todas lavadas e cuidadosamente polidas... nasci para o inverno.


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Uma Palavrinha, Apenas...



Existe uma palavra quase milagrosa...
Ela é curta,
Mas apesar disto,
Estende-se sobre abismos,
Desfaz mal entendidos,
Alivia corações,
Reaproxima amigos,
Reconstrói  as pontes quebradas...

Existe uma palavra,
Que, quando pronunciada
Com verdade e sentimento,
Mostra o centro de um coração,
A sua verdade,
A sua humildade,
A sua beleza...

Existe uma palavra
Que falada de maneira simples,
Sincera e sentida,
Pode fechar muitas feridas,
Reatar muitos laços desfeitos,
Tornar bem-feito o mal-feito...

Esta palavra é talvez
Uma das mais importantes
De todas as palavras ditas em todas as línguas,
Mas nem sempre, é pronunciada,
Pois a bloqueiam outros sentimentos menores,
Como o orgulho,
A teimosia,
O medo,
O desrespeito
E o desamor.

Existe uma palavra que, ao ser dita,
É como um céu tempestuodo que se abre de repente,
Uma brisa fresca que refresca o calor,
Ou , em um dia frio, um macio cobertor...
Ela traz, em si, um doce perfume,
Ela é a cura e o lenitivo,
E mata a sede e a fome de amor;
Esta palavra, que tantos desprezam ou ignoram,
Mas que é tão poderosa,
E a palavra 'Desculpe-me.'


O DIA SEMPRE AMANHECE...



Eu sei, é só um cliché,
Mas é importante dizer
Que o dia sempre amanhece!

Que por mais escura a noite,
O dia aguarda, paciente,
A hora certa de vir...

E além da escuridão
Onde se sofre e se morre,
Um pouco, todos os dias,

A surpresa se prepara,
E a luz entra pelas frestas
Da janela, pouco a pouco...

O dia sempre amanhece,
E após a tempestade,
A luz brilha sempre mais!

E as sementes que caíram
Derrubadas pelo vento,
Brotarão fortes e vivas!

************


Não importam as mentiras que inventem, as coisas que as pessoas possam fazer para derrubá-lo, as mentiras que contarem a seu respeito; um dia, chega uma luz que ilumina tudo, e que ninguém pode negar. O dia sempre amanhece! A sua hora sempre chega...

sábado, 12 de maio de 2012

A Tristeza e as Flores Azuis



Ela sentia uma tristeza que brotava direto da alma, e que enraizava cada vez mais profundamente. Porque quando a tristeza vem, começando a brotar feito tiriricas no gramado, se a gente não fizer alguma coisa para extirpá-la bem rápido, ela – a tristeza – lastra por todo o ser, espalhando mais e mais sementes, que depois crescem como ervas daninhas, difíceis de se extirpar.

Ela olhava a trepadeira de flores azuis,  que um dia escolhera plantar junto da cerca. Maldita hora em que aceitou a sugestão do jardineiro! A trepadeira crescera rapidamente, e embora desse muitas flores azuis, estas caíam sobre a calçada, causando manchas indeléveis no piso, e as folhas secas sujavam tudo em volta. E a trepadeira começou a criar gavinhas e mais gavinhas, indo parar do lado do vizinho, que reclamou (ela estava começando a subir em suas roseiras). Então, foi preciso que ela mandasse arrancar a trepadeira de flores azuis.

O jardineiro levou um dia inteiro fazendo o serviço, tão engalfinhada que a planta se encontrava nas grades da cerca. Ainda teve que lidar com ninhos de enormes formigas carnívoras, que picavam sem dó nem piedade. Pobre jardineiro.

Semanas depois, ela chegou junto ao muro e viu que a planta de flores azuis estava brotando novamente. Arrancou-a com a mão, mas ela voltava a brotar sempre. Um dia, precisou ausentar-se de casa por algum tempo, e quando voltou, lá estava a planta novamente, começando a subir pelo muro. Apesar de todos os esforços, a planta sempre voltava a brotar.

Assim era a sua tristeza: quando ela chegou, acabou instalando-se de vez, e embora ela a arrancasse periodicamente, tinha que ficar sempre de olho, senão, ela voltava a crescer por sobre sua alma, tapando toda a luz.

Nunca mais estaria livre.

À PROCURA DE UM POETA




A palavra arrebenta as entranhas
Da terra, como uma raiz
Que invade os telúricos espaços
À procura de abertos braços.

Às vezes, a palavra brota
Na água que cai numa chuva
Molhando  a mão do poeta
Vestindo -a como uma luva.

A palavra é leve, e flutua
Na boca da brisa e do vento
E aterrisa, lentamente,
Na pista do pensamento.

À procura de um poeta
Andam todos os poemas
E gritam, até que lhes ouçam,
Ou morrem, de pura pena...



sexta-feira, 11 de maio de 2012

Sinto-me Feliz Porque...



Sinto - me feliz porque
Apesar de não ter tudo
Que até hoje, almejei ter,
Eu amo tudo o que consegui,
E tudo o que me foi legado.

Sinto-me feliz porque
A minha casa me suporta,
Com todo o meu peso, meus limites,
Do lado de dentro da sua porta.

Sinto-me feliz, pois tenho livros,
Para ler, reler, pensar, aprender,

Posso, de vez em quando,
Fazer pequenos passeios
Por esse mundo afora
E algumas longas viagens
Por dentro de mim mesma...

Sou feliz, pois tenho ao meu lado
Alguém que, apesar de me conhecer,
Me ama!

Sou feliz a maior parte do tempo,
E quando não estou feliz,
Eu choro, do lado de dentro
Da minha casa,
E a minha dor escorre, purificada,
Pelas calhas dos poemas
Que eu escrevo.

Orquídeas



Ela não sabe o que é beleza,
Ninguém lhe disse.
Por isso, é feliz,
Não tem quaisquer
Parâmetros de comparação.

Cada uma tem sua cor,
Seu formato,
E quando a luz incide sobre elas,
Lançam diferentes cintilações,
Tons mais frios
Ou mais quentes.

Algumas são muito raras,
Híbridas e caras,
Enquanto outras, nascem felizes
Na copa de qualquer árvore,
Em qualquer madeira podre,
Mas nem por isso, tem menos beleza.

As orquídeas, assim como todas
As outras flores,
Entregam-se à vida sem medos,
Sem pudores...
Símbolos da inocência que muitos almejam
E outros, proclamam ter.




MEDO dos SANTOS




Tenho medo dos santos
E seus olhares mansos,
Palavras demasiadamente doces,
Ocultos quebrantos!

Debaixo das  auréolas,
As rodas giram, giram...

Tenho medo dos santos
E seus dedos longos,
Rijos, pontiagudos,
Suas bocas que arredondam-se
Em "Ohs" mudos...

Tenho receio
De seus estigmas,
Suas orações sussurradas,
Seus dogmas e enigmas.

A quem rezam?

Tenho medo dos santos
E de suas maledicências
Disfarçadas em bênçãos!
Tanta perfeição, tanta bondade,
Tanta abnegação e civilidade!...
Sua mania
De sempre oferecerem
A outra face!

Santos
São psicopatas.

Ferida



Faltam pedaços, faltam bordas
Mas no Todo estou contida
Rosa efêmera, ferida,
Mas cheia de vida.

Às vezes solta-se
Mais uma pétala,
E cai ao chão, rendida...

Outra brota, consistente,
Da fonte da vida.




quinta-feira, 10 de maio de 2012

Andar Comigo



Meus passos são largos
E ziguezagueiam...
Por vezes,
Desnorteiam!

Eu sei pisar duro,
Mas também flutuo,
E quando flutuo,
Te deixo no escuro...

Eu sumo na esquina,
Bem antes que a vires,
Eu peço carona,
Me sento ao meio-fio,
Chupando laranja,
E morro de frio!

Meu passo é ligeiro,
Meu alvo é certeiro!
A ponta da echarpe
Roçando o teu queixo
Deixando o meu cheiro:
É o que  presenteio!

Escuta o que dizem
De mim; mas duvides,
Sou alvo de muitos,
Amada por poucos,
Os que são mais loucos!

Não andes comigo
Se tens preconceito,
Se morres de medo,
Se hesitas, claudicas,
Não andes comigo,
Dizem que não presto,
Dizem ...

SABER VIVER



Me diz, alguém por aí
Sabe o que é viver?
Saber viver é viver
Exatamente como você?

A criança não pergunta,
Se diverte, e assim, vive...
O homem do campo labuta,
E o viver, é ver a fruta...
O pássaro canta no galho,
E cantar, voar, é viver...

Para mim, viver é ser,
E o que é ser?
-É viver!
Viver, sendo o que se quer,
Do jeito que eu sei fazer...
E deixar que cada um
Decida o que é seu viver!

Eu te Conheço



Eu te conheço
Há muitos anos.

Sei a história
De cada ruga
No teu rosto.

Sei porque cerram-se
Assim, de repente,
As tuas sobrancelhas...

Sei o motivo
Desse brilho repentino
No teu olhar,
E o momento antes
Da lágrima rolar.

Sinto o menor rubor
Da tua face,
Mesmo que disfarces.

Vejo o tremor
Nas tuas mãos
Quando alisas, assim,
Os teus cabelos.

Eu te conheço
Há muitos anos,
Mas não sei o quanto
Isto é bom ou ruim.

Só sei que moras
Dentro de mim,
E que existe em teu coração
Algum lugar
Que eu não conheço,
Que eu não alcanço.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

o pêndulo




Na ponta de um fio,
Entre a sombra e o sol
Um coração oscila.

Ora na sombra, ora na luz...
Ora, apenas.

O fio é longo e flexível,
E o coração,
Leve.

A brisa é o beijo
Que balança
O coração.

Ora na sombra, ora na luz...
Ora, apenas.

Na ponta de um fio,
Um coração
Breve.

O CHEIRO DA MORTE



Pelos longos corredores
Insinuante e friamente
Flutuam as saias da Morte.
Senhora infame, profana,
Altiva, irônica, lânguida,
Mantém suspenso o machado
Para criar expectativas.
Nunca se sabe, exatamente,
Quando ela o vai baixar.

Finalmente alguém lhe pede
(De olhos fechados, a rezar)
Para que ela seja breve
E leve a quem quer levar.
Mas a Morte é caprichosa,
E nunca chega sem dor...
E ainda há quem repita
Que a Morte tem cheiro de flor...

EU VELHA



Já não sou mais nenhum brotinho, e nem sinto isso a maior parte do tempo, a não ser quando me olho no espelho mais demoradamente - e sem roupas. Mas um dia, a casa cai para todo mundo, até mesmo para você que me lê, vinte aninhos, tudo em cima, início de carreira... rá! A Lei da Gravidade é infalível! Maldito Newton...

Tenho pensado no que será a minha vida quando eu estiver velhota. Sempre penso em mim como uma pessoa bastante solitária, devido a minha preferência pela solidão e pelo fato de não ter tido filhos (pelo menos, não vou sofrer da Síndrome do Ninho Vazio! No máximo, a Síndrome do Canil vazio...).

Bem, sendo uma velhota solitária - contando com a probabilidade cientificamente comprovada não sei por quem de que os homens batem as botas antes das mulheres, que ficam por aqui, para ter mais um pouquinho de diversão sem cuecas para lavar - penso nas coisas que farei: com certeza, vou assitir TV pra caramba, e se meus olhos ainda aguentarem, vou ler muito. Meus alunos de Inglês há muito terão debandado, não mais aguentando as músicas que eu dava para eles durante as aulas, de umas bandas com nomes esquisitos, como Queen, ou Keane, e de cantores velhotes, como Justin Timberlake, Madonna e Lady Gaga, dos quais eles nunca ouviram falar. E também não concordarão quando eu os deixar ajoelhados sobre o milho durante meia hora por não terem feito o dever de casa.

Acho que com o tempo, vai ficar meio-difícil cuidar de cães Rottweilers pesadões e comilões, que fazem imensos cocôs no gramado, os quais minha coluna cervical me impedirão de limpar; terei gatos. Dezenas deles. Eles ficarão soltos pela casa, dormindo sobre camas, poltronas, muros, e até sobre a mesa da cozinha. Velhos tem lá suas manias... e quando eu morrer, se alguma coisa me restar, deixarei para eles, nomeando um de meus sobrinhos como tutor.

Serei uma daquelas velhas eremitas, que os garotos da vizinhança se divertem em perturbar, e minha casa fará parte dos seus ritos de passagem: quem conseguir pular o muro e tocar a campainha, sem ser apanhado pela minha bengala, poderá entrar para o clube. A polícia já me conhecerá, e estará acostumada aos meus telefonemas noturnos, quando eu sempre reclamarei por causa das algazarras que os "marginais" (filhos de meus vizinhos) estão fazendo na rua.

Às vezes, colocarei no CD player (já há muito ultrapassado), meus discos de rock, e ficarei dançando dentro de casa, queimando incensos e cantando. Os vizinhos vão me ver pela janela, e chamarão as crianças para ver "Aquela velha maluca aprontando de novo." Talvez eu comece a fumar, pois aos oitenta anos, o que terei a perder? E por que não, maconha?

Talvez eu tente seduzir o entregador de pizza ou o encanador... quem sabe?

Acho que serei uma velha chique, pois sempre fui muito vaidosa. Usarei muitos pretinhos básicos, pouca bijuteria, e minha marca indelével continuará sendo  Ninna Ricci.

Se hoje tenho alguns problemas por dizer o que penso, imaginem só aos oitenta! Mas todo mundo vai relevar e até achar engraçadinho, então a culpa será deles.

Coisa que não vou fazer, é ir aos bailes da Terceira Idade, pois as músicas que eles tocam lá são muito chatas. Detesto bolero e pagode. Talvez eu funde um Clube da Terceira Idade para Apreciadores de Rock e Hip-hop. Até lá, estes serão rítmos ultrapassados.

Um belo dia, a vizinhança começará a sentir um cheiro nauseabundo no ar. Perceberão que já não apareço há algum tempo, e alguém vai chamar a polícia. Meus amigos policiais invadirão a casa, e me encontrarão na cama, vestindo uma camisola preta de rendas e usando batom vermelho, cercada de livros e gatos famintos. Eu estarei pairando acima deste cenário, rejuvenescida e novamente bonitona, quando de repente, aparecerá um túnel, ao finaldo qual uma luz branca muito forte dirá: "Aqui você não entra!" E me mandarão de volta a outro corpo, imediatamente!

Aí sim, na minha próxima encarnação, serei rica, famosa, gostosa e muito poderosa!

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O MEDO

O MEDO   O medo é uma voz que grita, Mas só a ouve quem teme. Mas quem a teme, disfarça O coração que se esgarça, A voz sumida, que geme.   ...