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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

PODEM FICAR COM O MUNDO PARA VOCÊS




Já andei mais da metade do caminho que Deus me destinou. Já vi muitas coisas, escutei muitas coisas, vivi muitas coisas. Porém, nunca passei, em toda a minha vida, por tempos tão absurdos. Nunca vi tanta gente totalmente equivocada berrando sandices em redes sociais – e avançando feito leões famintos nas gargantas de qualquer pessoa – velho, criança, mulher, gay ou homem – que ouse discordar da sua pseudo sabedoria. Parece que tudo se resolve no grito: basta chamar de burro, quando faltarem argumentos convincentes, e qualquer um se considera vencedor do debate. Se sentirem que estão perdendo chão, vale a pena convocar mais alguns trogloditas-bem-informados-e-cheios-de-sabedoria para arrasar e esmagar de vez com o opositor. 

Existe também a tática de, quando em um grupo, isolar o contestante, fazer cara de paisagem enquanto se entreolham com olhares de “eu-sei-de-algo-que-você-não-sabe, tadinho, como você é burro”, e começarem a tratar o contestante como um retardado mental, adoçando a voz e quase desenhando no ar as palavras ao falar com ele, como a gritar silenciosamente: “BURRO!”  E chamam isso de ‘empatia.’

Há também aqueles que criam perfis fakes – sem fotos, sem endereços, sem nomes – criam dezenas, centenas deles, para que possam usar do mais chulo linguajar, enquanto despejam em cima do contestante todo o ódio que lhes vêm na alma.

Não sei qual das táticas é mais desprezível. 

Por mim, vocês venceram. Tenho o meu próprio mundinho aqui, não preciso do mundo que vocês estragaram. Podem ficar com ele. Chapinhem na lama e no esterco que vocês mesmos remexem, colham das ervas daninhas que vocês plantam e enfeitem com elas o seu mundinho, comam da merda que vocês estão excretando. Eu desisto. Não vou mudar a cabeça de ninguém – aliás, já fizeram isso lá atrás, e fizeram muito bem feito. É tarde demais para vocês. É tarde demais para nós.

Felizmente, já cheguei aos 55 anos, e não tenho mais muito tempo por aqui – quem sabe, mais uns vinte, vinte e cinco anos. Só posso dizer que lamento muito pela colheita que vocês terão lá na frente, pois ela será exatamente de acordo com as sementes que estão plantando. Tenho muita pena dos que estão nascendo e crescendo nesse mundo abjeto que vocês estão criando para eles.

Vão lá bater panelas, protestar contra a única pessoa que está tentando mudar esse chiqueiro no qual o país se tornou, e não se esqueçam de criar muitas hashtags mimizentas. Xinguem, vomitem escárnio e ofensas, esmaguem a liberdade de expressão daqueles que pensam diferente de vocês, e depois, vão lá nos seus perfis fakes – sim, fakes, porque mesmo os que têm fotos e nomes se escondem atrás da hipocrisia – e mostrem-se ofendidos porque o Presidente da República falou palavrão. 

Podem ficar com o mundo para vocês. Não o quero. Não faço a menor questão de circular entre vocês. Para dizer a verdade, fico muito mais feliz quando estou fora dele. Não se esqueçam de pedirem desculpas por serem homens, brancos, ricos. Não se esqueçam de exaltar a cor da pele ou o gênero como se tais características acrescentassem algo de útil ao seu perfil ou personalidade. Deixem em segundo lugar as coisas menos importantes, como o caráter, a honestidade, a força de vontade, a capacidade, o esforço pessoal e a educação. Quem precisa disso nos dias de hoje? Coisas totalmente supérfluas, caretas, misóginas e fascistas!

De verdade, fiquem com essa merda de mundo para vocês. Vocês venceram, são os melhores, os donos da verdade, os criadores e influenciadores de opiniões, os reis da sabedoria e da empatia, os bem-informados, cultos, descolados, que salvarão não apenas o mundo, mas também todas as girafas da Amazônia.






quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

NEGO SER NEGACIONISTA


É claro que o COVID19 é uma doença grave e possivelmente fatal. É óbvio que, a fim de corrermos menos riscos de sermos infectados, devemos respeitar as medidas de prevenção - as quais nem vou mencionar, pois até os meus cachorros já conhecem bem.

Mas a tal da vacina ainda não desceu... por mais que respeitemos a ciência, não podemos negar que a fabricação de vacinas seguras e eficazes pode levar muitos anos - afirmação feita pelos próprios cientistas. Entretanto, alegam os políticos e demais defensores da vacina que esta está sendo usada em caráter emergencial; mesmo assim, ainda temos que manter o uso de máscaras, distanciamento social, etc, etc, pois nada garante que elas seja realmente eficazes quanto a imunização. Sem mencionar as mutações do vírus que estão aparecendo por aí, e não se sabe se as vacinas são eficazes contra elas.

Seria mesmo medida emergencial ou medida desesperada?

Não, eu não estou inventando nada, li muito a respeito antes de escrever este texto. Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: se ela não protege, por que tomar? Não sou daqueles que acreditam que vão virar jacaré se tomarem, nem creio que existam substâncias que podem modificar meu DNA. Nada disso. Mas não me sinto segura para me vacinar. Tenho medo dos efeitos colaterais, que até agora, não são totalmente conhecidos. Vi pessoas dizendo que a vacina não mata, mas vejam só essa reportagem:

https://canaltech.com.br/saude/vacina-pfizer-noruega-idosos-177582/

E os defensores da vacina, que me chamam de negacionista, há bem pouco tempo temiam os efeitos de medicamentos, como a Cloroquina, na prevenção ao COVID19. E esse remédio, que é tomado sem receita médica há muitos anos no país, de repente tornou-se o bicho-papão dessa história. Se essas pessoas lessem as bulas de medicamentos como Novalgina, pílulas anticoncepcionais e estatinas, cairiam mortas. No entanto, faço uso de estatinas há anos, tomei pílulas anticoncepcionais por mais de vinte anos e não morri. Mas aqueles efeitos terríveis estão descritos ali porque, na bula dos medicamentos, os laboratórios são obrigados a informar mesmo as menores incidências de efeitos colaterais.

Mas ninguém parece querer se responsabilizar pelos efeitos colaterais da vacina. Por que será?


https://www.conjur.com.br/2020-dez-15/termo-responsabilidade-quem-vacinar-nao-justifica


Aqui, o comentário de um advogado a respeito da reposrtagem acima:

QUEM ASSUME RESPONSABILIDADE?


Ericson Lemes da Silva (Advogado Autônomo - Administrativa)

16 de dezembro de 2020, 10h23

Nenhum dos laboratórios (Pfizer, AstraZeneca, Sinovac et al) garantiu eficácia nem ausência de efeitos colaterais graves ou morte. Pelo contrário, exigem juridicamente isenção total, sob pena de não contratarem o fornecimento (vide o caso da FioCruz/AstraZeneca ou o da Pfizer na Inglaterra p. ex.). Por outro lado, nem as autoridades sanitárias mais severas (como as do Reino Unido) assumiram semelhante compromisso perante cidadãos e, por isso mesmo, não estabeleceram (ao menos até agora) obrigatoriedade da vacinação.

Quando alguém vem a público tentar induzir confiança na vacinação contra a COVID-19, seja médico, advogado ou qualquer outro profissional ou autoridade, via de regra está emitindo mero palpite subjetivo, sem encarar responsabilidade nenhuma pelas consequências a terceiros.

Se não for este o caso dos autores do artigo acima, nada impede que voltem aqui, nesta mesma publicação, e afirmem categoricamente que assumem plena responsabilidade cível perante quaisquer pessoas que tenham se deixado convencer pela argumentação acima.

Tenho plena consciência de que vou acabar sendo obrigada a tomar essa coisa, porque eu gosto de viajar, quero poder entrar em locais públicos como teatros, cinemas, restaurantes, etc., e o STF já ameaça punir com represálias quem não se submeter - Ah, mas é claro que somos cidadãos livres - mas quando eu me vacinar (acho que serei uma das últimas da lista) eu o farei por apenas um motivo: obrigação. Porque eu não acredito nessa vacina.





sábado, 23 de janeiro de 2021

VISITAS RARAS

 


Olá, amigos blogueiros!


Minhas visitas têm sido mais raras, pois confesso que não tenho tido tempo disponível para minhas atividades online. Sempre que posso (o que é raro), divido meu tempo entre o Instagram, Facebook, Blogger, Recanto das Letras, YouTube... enfim, é muita coisa! Tenho meu trabalho, que não me deixa muito tempo para outras coisas, e além disso, cuido da casa.


Mas há algum tempo, algo estranho tem acontecido: ao tentar visita alguns de vocês, recebo um bloqueio do meu programa antivírus e a seguinte mensagem aparece na tela, em vermelho:

"Página da web perigosa bloqueada." Daí, o endereço eletrônico da página e: "Esta é uma página da web perigosa  conhecida. Recomendamos fortemente que você não acesse esta página." 

Tenho certeza de que existem muitos 'bugs' por aqui na plataforma do blogger, que causam redirecionamentos a páginas de phishing, e me pergunto se algum de vocês já recebeu a mesma mensagem ao tentar acessar a  minha página.

Abraços a todos e bom final de semana!







sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

BIDEN PRESIDENTE

 BIDEN PRESIDENTE

 

Ok, ele venceu, e embora eu não tenha torcido por ele, com certeza faço votos de que seu governo seja bom para todos os povos, tentando confiar no que ele próprio afirmou em seu discurso de posse – que governaria para todos, tentando integrar povos e pessoas que pensam diferente.


Não gosto de levantar bandeiras, especialmente quando o fato é consumado; não sei se houve realmente fraude nas eleições, embora alguns assim o afirmem, mas entendo que quando alguém é sumariamente calado e banido das maiores mídias, que supostamente existem para que as pessoas tenham a liberdade e o direito de expressarem o que pensam, mesmo estando erradas, é porque existe algo de podre no reino da Dinamarca.


Alguns acreditam que as eleições nos Estados Unidos nada tem a ver com o que acontece aqui, mas estes se enganam; com certeza, a eleição de Biden afetará o mundo todo, e é claro, o Brasil. Se ele mantiver a absurda pauta propagada durante a sua campanha – a de que ‘tomaria conta’ da Amazônia – certamente teremos sérios problemas no que diz respeito à defesa da nossa autonomia.


Nas redes sociais, apoiadores de Biden proclamam a vitória aos quatro ventos, exaltando o fato de que sua vice é “mulher/negra”, como se esses adjetivos qualificassem imediatamente alguém para qualquer coisa que seja. Esta é uma narrativa pobre e vitimista, digna dos partidos de esquerda, e tal narrativa não qualifica nem desqualifica qualquer pessoa, já que um bom caráter nada tem a ver com a cor da pele, o gênero, a forma física ou a inclinação política.


Biden foi eleito, e eu não gosto dele. Mas mesmo assim, jamais torcerei contra, pois se assim o fizer, estaria sendo apenas teimosa, egoísta e infantil.


Porém, não podemos negar a existência de fatos que provam seu possível envolvimento em escândalos bizarros – para quem duvida, basta ir ao YouTube e fazer uma rápida pesquisa a respeito. Mas façam isso agora, antes que tais vídeos sejam banidos pela mídia que ajudou-o a se eleger. Eis  links para dois desses vídeos:



https://youtu.be/xSSMG0MaEnQ


https://youtu.be/lYEA-f_Aa4c


E antes de o defenderem, aconselho você a ir lá, assistir e tirar suas próprias conclusões. Reparem no desconforto das mulheres e crianças que estão nas cenas. Também há reportagens do site da Jovem Pan onde mostram que ele está sendo processado por ter molestado uma mulher sexualmente.


Se as pessoas afundassem suas cabeças por sobre a linda camada florida que os discursos ideológicos lhes mostram, com certeza as reergueriam horrorizadas.


Mas cadê a coragem, não é, minha filha?






terça-feira, 12 de janeiro de 2021

ATALHOS

  


 


Às vezes nos parece que chegaremos mais rapidamente onde queremos se formos por um atalho. Mas nos esquecemos que um atalho é, quase sempre, o lugar mais perto de um abismo. Acidentado, cheio de perigos inesperados e além de tudo, solitário, pois a maioria das pessoas prefere seguir pela estrada por questões de segurança, conforto e mobilidade.


Se existe uma estrada de, digamos, dez quilômetros que nos conduz a algum lugar, e um atalho de cem metros por onde apenas a minoria segue (geralmente, cheio de carcaças de carros quebrados e esqueletos dos que ficaram pelo caminho), deve haver uma razão. A princípio, o caminho mais curto parece ser a escolha mais sábia, mas a longo prazo, acho bem melhor chegar inteira ao meu destino, seguindo por um caminho mais iluminado e seguro. E existem muitas estradas boas que podem nos levar a um mesmo lugar – não é necessário escolher um atalho acidentado e cheio e cobras e outros animais peçonhentos.


Com certeza, quando Robert Frost escreveu “The Road Not Taken” (O caminho não tomado), ele não quis dizer que devêssemos ser imprudentes, mas que aprendêssemos a fazer nossas escolhas baseados naquilo que realmente desejamos, e não no que os outros acham que devemos fazer. E existem muitas estradas boas que podem nos levar até onde estão os nossos sonhos. Porém, qualquer uma delas que seja obscura, solitária, perigosa, e que exija do caminhante que ele dê passos em falso e passe por cima de outros caminhantes, jamais será a melhor.


Deixo aqui para reflexão o poema de Robert Frost, traduzido no site wwwzagaiaemrevista.com.br

 


A trilha que não tomei


Duas trilhas divergiam sob árvores amarelas

E eu, triste por não poder percorrer ambas

E permanecer um, detive-me em longa espera

E olhei tão abaixo quanto pude uma delas

Até onde se dobrava entre as plantas;


Então tomei a outra, tão bela quanto correta,

E talvez por ser a mais atraente

Por seu gramado almejar o passeio como meta,

Embora passasem por ali de forma reta

E usassem ambas de maneira semelhante,


E ambas igualmente deitassem naquela manhã

Em folhas que nenhum passo tornara pretas.

Ah, eu guardei a primeira para o amanhã!

Ainda que soubesse como à seguinte leva uma direção

Duvidei se um dia deveria voltar atrás.


Eu contarei isso enquanto expiro

Em algum lugar, em tempos e tempos:

Pois duas trilhas em um bosque divergiram, e eu,

Eu tomei aquela que menos percorreram,

E isso fez toda a diferença.


 


QUE VOCÊ POSSA SEMPRE SER LEMBRADO (A) COMO A PESSOA QUE FEZ A COISA CERTA E SEGUIU PELO MELHOR CAMINHO, SEM ENGANAR NINGUÉM, SEM PISAR EM NINGUÉM - E NÃO COMO O MAIS ESPERTO (A)."






sábado, 9 de janeiro de 2021

VELHA SIM, E DAÍ?

 



Todo mundo que permanecer jovem a maior parte do tempo, mas se a gente pensar direito, chegaremos a terrível conclusão de que a juventude é a parte mais curta da vida. Tirando a infância, que é um tempo mais ou menos feliz, dependendo das condições de vida de cada pessoa, durante o qual não temos qualquer autonomia sobre a nossa vontade, nosso tempo de juventude real, na minha opinião, vai mais ou menos dos 15 aos 35 anos. Vinte anos apenas. Dos 35 aos 50, estamos na idade madura, e dos cinquenta em diante, somos o que eu mesma chamo de velhos. Não gosto dos termos eufemísticos, como ‘idoso’, ‘da terceira idade, ‘da melhor idade.’

Engraçado é que quando eu me refiro a mim mesma usando esta palavra – velha – as pessoas, em uma tentativa de serem gentis, logo dizem: “Ah, o que é isso, você não é velha, e está muito bem para a sua idade.” Porém, dizer algo assim não nega a idade de ninguém – apenas a acentua. E qual é o grande mal em reconhecer-se velho? O que há de tão errado com esta palavrinha, que faz com que todo mundo fuja de estar sob a sua classificação como o diabo fugiria da cruz?

E há sempre aqueles clichês: “O importante é ser jovem por dentro. O importante é ter um espírito jovem.” Como eu já disse e repito: Não quero ter espírito jovem! Custei muito para chegar aonde cheguei, e não vejo por que negar essa condição. Me deixem ter o espírito condizente com a minha idade física. Afinal, não é para isso que estamos aqui – evoluir, amadurecer? 

Há uma outra coisa com a qual eu não concordo – vejam bem, estas são opiniões pessoais que eu aplico a mim mesma, e se você discordar, é um direito seu; mas existem coisas que não ficam bem em uma pessoa com a minha idade, e algumas delas são:

- Tirar selfies fazendo biquinho em rede social. Aliás, isso não fica bem para ninguém a qualquer idade, é simplesmente ridículo. Não sei como pode ter gente que ache o tal biquinho de selfie bonito. A foto fica realmente feia, e para mulheres mais velhas, é inadequado e vulgar.

- Usar roupas curtas – saias, shortinhos e blusinhas mostrando tudo só fica bem em meninas muito jovens, quando elas estão com tudo no lugar certo. Na minha opinião, a roupa deve valorizar o corpo, e isso significa ressaltar o que é bonito e esconder o que não é. 

- Postar foto de bikini em poses sensuais só para mostrar que ‘ainda’ tem um corpo legal. Existe uma digital influencer americana, ex-modelo, que apesar de ser uma linda mulher, tem por volta de 87 anos e coloca fotos de bikini em poses sexy no Instagram dela. Fico me perguntando qual é o propósito disso. 

Da mesma forma, encontrei um canal no YouTube onde quatro velhas desbocadas ficam falando sobre sexo e colocando as camas na rua como se ainda estivessem no auge da juventude. Colocar a cama na rua é vulgar e desnecessário em qualquer idade, mas no caso delas, a quem elas pensam que estão enganando? 

- Misturar-se com gente bem mais jovem e tentar agir como eles, usando as mesmas gírias e vestindo as mesmas roupas. Numa festa há alguns anos, vi uma mulher bem mais velha fazer isso ao misturar-se a um grupo de jovens que estavam dançando na pista, se insinuando para alguns rapazes, e foi constrangedor. Logo, ela estava dançando quase sozinha na pista, e os garotos foram para outro lugar. O mesmo vale para homens mais velhos que gostam de ‘pegar’ garotinhas ou que largam as esposas, trocando-as por meninas mais jovens que, após depenarem suas economias como gafanhotos fazem quando pousam em uma plantação, partem num voo a procura de outra colheita a devastar. 

Enfim, existe gosto, bom gosto e mau gosto para tudo, mas esse tipo de atitude, para mim, só tem um nome: desespero. Não aceitar a própria idade e não valorizar o privilégio que a maturidade traz (ou deveria trazer) é desespero. 










quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

NOSFERATU

 






Num voo noturno

Pousou nesse  solo

Um ser abjeto,

Dentes pontiagudos,

De secretos dolos

E pesados coturnos.


Trouxe à tiracolo

Um pesado livro

De pesadelos soturnos,

Que abriu, espalhando

A desgraça: fruto

Do seu próprio crivo.


A ave indigente

De ares sisudos

E olhos de fel,

Não sabe ser gente,

É réu da desgraça,

Senhor da discórdia.


Por onde ele passa,

Espalha, sem dó,

A franca mixórdia;

- Paródia do demo,

Triste criatura,

Que habita o supremo!







sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

A DITADURA DA FELICIDADE

 


 

É sempre assim: se eu posto uma foto em minhas redes sociais sem estar sorrindo, alguém sempre pergunta: “Mas por que você está triste?” Ou então comenta: “Sorria!” Então eu percebo que ser feliz – e principalmente, demonstrar felicidade, o que não significa necessariamente ser feliz – tornou-se quase uma ditadura nos dias de hoje. Existe uma competição pelas fotos mais maravilhosas das últimas férias, as roupas mais bonitas, o final de semana mais descolado.

A maioria das pessoas navegam pelas redes sociais e, ao deparar com as imagens fabricadas de vidas perfeitas, começam a pensar que suas vidas são desinteressantes; mas em uma foto, a gente pode colocar o que quiser! Então, basta forçar um sorriso no rosto, criar um cenário bonito, e pronto: você se torna instantaneamente uma pessoa feliz.

Nos canais do YouTube a gente também encontra uma quantidade infinita de vídeos ensinando como ser totalmente feliz e como conquistar todos os objetivos da sua vida através do pensamento positivo. Como se fosse possível conquistar todos os nossos desejos ignorando o fato de que a nossa vontade cruza o tempo todo com as vontades alheias.

Hoje, em uma de minhas aulas, usei um texto que nos ensina a como nos tornarmos miseráveis e infelizes – uma alusão ao que não fazer se você quer ser realmente feliz. O autor do texto, cujo nome desconheço, infelizmente, disserta sobre três coisas; resumindo:

1- Seja o mais voltado para si mesmo que puder: fale sobre si mesmo, pense em si mesmo e viva para si mesmo;

2- Enxergue-se como uma vítima das circunstâncias;

3- Fique o tempo todo ruminando sobre as coisas ruins que aconteceram no passado.

É claro que fazer as coisas acima compulsivamente, tornando-as um hábito, é nocivo para a alma, mas quem não amarra um bode de vez em quando? E o que há de errado em fazer isso quando nos sentimos mal por causa de algo que nos aconteceu? Não podemos controlar tudo, e nem acho que devemos. Acredito que bloquear emoções e posar de pessoa feliz o tempo todo pode ter efeitos catastróficos a longo prazo.

Quando eu estou triste, eu fico triste; quando estou alegre, eu fico alegre – embora a minha alegria não tenha nada a ver com demonstrações efusivas de queima de fogos pela minha satisfação. É uma coisa que tem mais a ver comigo mesma ou com a pessoa ou pessoas envolvidas.

Essa obrigação em ser feliz, em ter pensamento positivo, em ser o mais perfeito possível, em ser um “ser de luz” altamente espiritualizado o tempo todo, é abominavelmente chata. Quem nunca viu guru descer do salto, que atire a primeira pedra.




 

 

 


segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

A HORA





Todos sabemos, 
Reconhecemos
Os sussurros de algo que agoniza,
O choro ainda medroso de algo que nasce.

É importante que tudo chegue,
É importante que tudo passe.

Os ouvidos treinados,
Os olhares apurados,
As pontas dos dedos, que tocam de leve
A pele mais fina,
Os ossos antigos,
Sabem.

Mergulhemos as mãos
Na umidade da terra
Dentro de nós,
Sintamos as sementes,
As pedras, os musgos,
As rendas dos cumulus
E os túmulos.




sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

AME






Ame tudo como tudo é,
E a ti mesmo como mesmo és.
Ame o Ser de cada criatura,
Veja o rosto na caricatura.
Pise a lama e não encolha os pés.

Ame a chuva quando ela cair,
ame o sol quando ele surgir,
Ame as fases e as estações,
Sem negar qualquer premonição.

Ame aquilo que ninguém mais vê,
A Essência, o Invisível Ser,
Aprendendo a enxergar ao ver,
Ame aquilo que tu sabes ser.

Ame aquilo que o silêncio traz,
Ame a noite ou o nascer do dia,
Sem ter medo de amar demais,
Ame até o que não compreendes,
Plante amor e colha poesia.




segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

INFELICIDADE




Tem gente que tenta te pisar,

E a cada tentativa,

Deixa bem clara a sua

Infeliz

Cidade.


As sobrancelhas erguidas,

Arqueadas em descaso,

Deixam entrever a amargura

De um coração raso

Que só bate 

Por interesse próprio.


Na solidão do próprio opróbrio

Em sua cidade pobre

E (des) encantada,

Essa gente amargurada

Desfia um rosário

Interminável

De impropérios

Contra todo aquele

Que só cuida da sua vida,

E que se recusa

A rezar pela sua bíblia.


Talvez a pequenez

Das suas pupilas

Vejam as pessoas sempre menores,

Sempre pequenas,

Fazendo com que elas sejam dadas 

À cenas e tentativas

De humilhação,

E nessas passadas longas e descompassadas,

Essas gentes atrasadas

Acabam pisando

No próprio coração.


Pobre gente infeliz,

Que só enxerga, nas cores,

Uma única matiz,

Que só se sente mais forte

Tentando pisotear,

E que alegremente, dançam

Com suas pernas curtas

Sem nunca poder derrubar

Aquilo que jamais alcançam!





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Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...