Pela segunda vez, fui questionada em meu blog "Histórias" sobre a extensão de meus textos. O "Histórias" é um blog de contos e novelas, no qual eu exerço a minha criatividade mais do que em qualquer outro espaço. Os personagens de minhas histórias e contos vão surgindo, e eu lhes cedo um lugar na minha sala e converso com eles. Não seria educado limitar o que eles me dizem.
Se os contos são bons ou não, não cabe a mim julgar. Eu os escrevo conforme me surgem, e não me preocupo em demasia com a gramática e sequer faço algum tipo de revisão. Eles são postados como me surgem. E acho que este é o objetivo de um exercício criativo: exercer a criatividade livremente.
Não sou uma escritora - poderia considerar-me como tal caso eu escrevesse sob o selo de alguma editora que financiasse meus escritos, ou se eu os vendesse de alguma forma. Tenho livros publicados pela amazon.com.br, em formato e-book, que eu mesma escrevi, editei e postei, e eles não vendem o suficiente para me garantirem um salário mínimo mensalmente. Se um dia isso acontecer, será maravilhoso, embora não seja este o meu principal objetivo. Eu adoro escrever e ser lida, mas a primeira parte é bem mais importante do que a segunda.
Agradeço pelas críticas e sugestões - desde que elas se dirijam ao que eu escrevo, e não à minha pessoa, pois não admito ser julgada por estranhos que não sabem da ponta do ice-berg de minha vida - mas continuarei escrevendo e postando as minhas histórias da mesma forma como venho fazendo. Não é meu objetivo ficar famosa, pois sequer tenho talento para tal, e eu sei muito bem o quão difícil é tornar-se um escritor em um país onde as pessoas preferem escutar a nova música da Anitta (alguns consideram esse tipo de música como manifestação cultural, e eu não vou discutir este mérito aqui) a lerem algum tipo de livro.
Quando eu abro um texto em um blog (e infelizmente, não tenho tido muito tempo ultimamente) o que me prende e me encanta não é a extensão do mesmo, mas a forma como a escrita me cativa, seja ela curta ou longa. Às vezes, alguns poemas curtos me desviam a atenção após o segundo ou terceiro verso, enquanto artigos longos me prendem até o final e me trazem muitas reflexões. Depende da qualidade do escrito, e não do quão curto ou fácil de ler ele é, pois um bom leitor não procura apenas por textos curtos e consumíveis que lhe tragam reciprocidade nos comentários, mesmo que os comentários postados sejam de alguém que sequer leu o que estava escrito, mas também busca por reciprocidade. O bom leitor procura por bons textos; algo que lhe cative a atenção e traga reflexões, encante, escandalize, enfim, provoque algum tipo de REAÇÃO. Um texto que me deixe apática não vale a pena ser lido.
Assim, mais uma vez, quero deixar bem claro que, apesar de me sentir agradecida e lisonjeada com as leituras e comentários que recebo, escrever é muito mais importante do que isso para mim.
Por outro lado, uma de minhas histórias foi recomendada por uma professora de ensino médio aos seus alunos, que leram, comentaram e até sugeriram um final diferente, pois o personagem principal morre no final; uma segunda me rendeu uma mensagem carinhosa em meu Instagram de um adolescente que dizia acompanhar meu blog e ser meu fã. Um de meus contos foi classificado em primeiro lugar em um concurso promovido pelo blog Gândavos. Talvez isto possa significar que o que eu escrevo tem algum valor. Para mim, é o suficiente.