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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Sobre Taís e Titi








Há pouco tempo, li nas redes sociais declarações sobre a atriz Taís Araújo, que recentemente deu uma palestra sobre racismo na TED. Fui pega pela armadilha dos que afirmavam que a atriz teria dito que as pessoas atravessam a rua quando veem o filho dela na calçada. É claro que achei tal afirmação um absurdo, já que o que realmente existe no Brasil não é preconceito de cor, mas de classe social. Porém, a história não foi bem assim: na verdade, o que ela afirmou foi descontextualizado. Ela disse que não gostaria que, no futuro, as pessoas mudassem de calçada quando vissem o seu filho.
Sinal de que o racismo é grande no Brasil? Bem, não posso dizer que ele não exista; mas penso que a atriz foi vítima não de racismo, mas de calúnia – o grande mal do século que pulula nas redes sociais. 


Quanto a Titi – filha de atores famosos – uma pretensa socialite que vive fora do Brasil gravou um vídeo dizendo coisas sobre a criança que nem valem a pena serem repetidas aqui. Mas estranhei muito o fato desta socialite parecer ser, ela mesma, de origem negra, apesar das aparentes operações plásticas que afinaram seu nariz e de sua síndrome de Michael Jackson, e também estranhei o fato de que a tal mulher nem sequer sabe falar corretamente, cometendo muitos erros de português. Socialite semianalfabeta? Para mim, ela parece uma pessoa ‘montada’, falsa, criada por alguma fábrica de celebridades de terceira classe para um fim definido. Fiquei pensando que uma pessoa normal, nos dias de hoje, não faria tais afirmações racistas em uma rede social se tivesse um pouquinho de bom senso, o que me leva a desconfiar de que ela seja apenas louca – se não estiver sendo paga para fazer tais coisas.


Apesar do racismo ser real não só no Brasil como no mundo, existem exageros da parte dos negros, assim como existem exageros da parte de feministas quanto a suas causas. Vivemos em uma época de exageros, calúnias e hipocrisias. Vivemos em um país onde as pessoas atravessam a rua ao verem um negro se aproximando, mas isso só acontece se ele estiver sujo ou humildemente vestido; caso esteja usando um terno elegante ou roupas de marca, isso não acontece. E tais preconceitos ocorrem em todos lados: dos brancos contra os negros, dos negros contra os brancos, dos brancos contra os brancos e dos negros contra os negros.


Por isso, acho que o racismo é um problema, mas não o maior deles. Os maiores problemas são a hipocrisia, a calúnia, a vitimização, o preconceito de classe e a intolerância geral.








Texto publicado no Recanto das Letras. 


Comentário sobre o comentário de um amigo do recanto, que é negro:



O comentário dele:


O Deputado Federal Jair Bolsonaro fala que o Brasil deve ser um todo. Ele não aceita grupos chamados de minorias, acredita que tudo é Brasil. Na percepção de um Presidente da Republica, em minha opinião, ele esta totalmente correto, entretanto um indivíduo caminha pela realidade social enfrentando o pior dos inimigos: o seu próprio e o outro eu. Como exemplo posso dizer que na década de 70, quando olhei no espelho e me vi como negro, foi quando uma pessoa me falou que o seu pai tinha lhe recomendado que se afastasse de negros, pois todos tinham vindo da favela e que eram má influencia. Má influencia realmente esta por ai, com vendedores de drogas, cafetões, recrutadores para a criminalidade e muitas outras formas de educação para o mau. Bem, naquele momento percebi que eu tinha algo de errado para o mundo, afinal eu era um negro. Divorciado, ali por volta de 2000, minha ex me perguntou o que faria com um problema de meu filho. Ele estava com seis anos e fora colocado em isolamento pela professora, definitivamente ela associou com Discriminação e o garoto se sentiu isolado e teve a percepção que tinha algo errado em ser mulato, eu falei para ela que era apenas o começo. Um indivíduo com poder pode perturbar na criação de uma criança. Garanto a você que a minha personalidade e autoestima foi perturbada assim como a do meu filho. Esta realidade não é falada. Nem mesmo de pessoas brancas, muito pobres que até esmolam e falam que pelo menos são brancas. Este conhecimento não chega a pessoas boas, Brancas de boa índole. Mas chega todos os dias, sem faltar um dia, para pessoas negras. É o nosso conhecido inconsciente coletivo. Fazer o que? Mas é certo que a pessoa sendo branca, amarela, negra e etc não determina o seu caráter.Belo texto para se comentar ... Grato.


O meu:


Antonio, compreendi seu comentário e concordo com você, o preconceito existe sim - e eu não me atreveria a negar este fato. Porém, embora eu ache que as pessoas que praticam o preconceito não deveriam fazê-lo e que deveriam ser punidas por isso, penso que quem o sofre tem o direito de se defender como acha que deve - se for realmente um caso de preconceito, porque muitas vezes, nem é - e seguir em frente, sendo feliz.|O problema, é seguir em frente e ser feliz. A gente absorve demais o que dizem de ruim a nosso respeito, e não deveria ser assim. Por que eu disse "Às vezes não é preconceito?" Porque hoje em dia, se eu disser que não gosto de um determinado cantor ou ator negro, corro o risco de ser acusada de preconceituosa, mesmo me referindo à obra, e não ao autor. Existe muito mimimi sim. E mais mimimi do que preconceito. A Taís, por exemplo, é rica, famosa, linda, bem sucedida e jovem. Não acredito que ela sofra preconceito - pode ser até que alguém se refira a ela de maneira depreciativa por inveja ou despeito, mas não por preconceito. Eu sou branca, e já passei por coisas terríveis com bullying e preconceito de classe, e olha que eu era bonita! Mas não era rica. Este era o ponto principal. O marido da Taís, para mim, é um homem feio; não por ele ser negro, mas porque eu olho para ele e acho-o, segundo meus padrões de beleza, um cara feio pra caramba. E as mulheres todas acham-no lindo. Porque ele é negro? Não; porque ele é rico. Eu achava o Michael Jackson lindo, mas quando ele começou a fazer tratamentos e plásticas para ficar branco, tornou-se uma aberração. E ele nem precisava daquilo, pois tinha talento! Era um preconceito que vinha dele contra si mesmo. Ele nunca aceitou a própria cor. Lamento profundamente que exista preconceito, mas existem outras formas de lidar com ele a não ser vitimizar-se e expor uma criança pequena em rede social para se promover. Que eles acionassem a justiça, mas poderia tê-lo feito sem expor ainda mais a menina.




"WHY DON'T WE?"

12 comentários:

  1. Uma dor que fica na alma tratar mal as crianças, fazer o outro sofrer menosprezar pela cor da pele, pela classe social, como vc diz o racismo é o menor problema de tudo isso!

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  2. Juro que resisti, e muito, em ler esta postagem. Dentro de mim esperava que teria que discordar de seus posicionamentos ... rs ... Comentei isto com o Elian enquanto jantávamos uma pizza. Mas ali mesmo no restaurante, não dei conta e fui ler. OMG! Quebrei a cara ... rs ...
    Sim bem por aí sua reflexão.
    No caso específico da Titi, fico a observar o casal Bruno e esposa, com suas neuras e carências descarregadas em uma adoção que em si só seria louvável. Mas não. Foi uma adoção para suprir neuras e carências pessoais, sem nenhum respeito à criança envolvida. Um casal midiático que desde o começo não fez outra coisa que expor publicamente sua ação "meritória". A criança exposta em cada coisa que ela faz ou deixa de fazer, sem qualquer medida de bom senso ou respeito a ela. Tornou-se uma mercadoria para exibição. Agora o ônus desta irresponsabilidade e inconsequência recaem sobre a criança indefesa.
    Quanto à outra, a tal Taís eu só me pergunto: Quem é Taís? quem é Lázaro? Exibicionistas imbecis.

    Beijão e vamos que vamos levando este mundo louco ...

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    1. Pois é, Paulo. Acho que eles tentaram fazer uma coisa e acabaram expondo a menina ainda mais... querendo discordar de mim, esteja à vontade. Sei que respeito jamais faltará entre nós.

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  3. Sou ferozmente contra o racismo. Essa palavra ou outra da mesma dimensão não deveria existir, O sangue que corre nas veias é igual em qualquer ser humano.
    .
    Deixo cumprimentos poéticos
    .

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  4. Oi! Tua conclusão no teu post diz tudo o que penso sobre o assunto. Ultimamente tenho-me abstido de comentar nas redes sociais e até no blog, por esses motivos mesmo. Aos quais lhes junto a incompreensão e a estupidez humana. Poupa-me a muitas arrelias bobas.

    Abreijos :)

    https://entrelinhasdirecionadas.blogspot.pt/

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  5. Olá Ana, é lamentável que a evolução do tempo não tenha apagado das mentes a mazela em questão. Seus relatos são oportunos e deixam realmente uma dor n'alma; Parabéns pelo postado!
    Deixo um poemeto interação;

    Desejo um abençoado dia

    Sou negro,
    Tenho alma,
    Tenho massa cinzenta,
    Tenho sangue rutilante.
    Tenho um coração que bate no peito
    gritando por igualdade.

    Meu arcabouço
    Não difere dos demais.

    Não é a cor da minha pele
    nem a fibra do meu cabelo,
    que ditam a minha dignidade.

    Sou negro!
    Sou autêntico!
    Sou gente e sou capaz
    Serei assim tão DESIGUAL?

    dinapoetisadapaz

    bjs no coração!

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  6. Ana querida o preconceito infelizmente existe sim, mas não é só de brancos para negros, o caso contrário é válido pois já vi e também os negros terem preconceitos dos próprios negros, este caso eu assisti de uma amiga minha negra para com todos de sua raça que ocupavam cargos simples em comércios e hospitais, ela não deixava de comentar "só podia ter o pé na cozinha" eu me irritava muito, mas não adiantava brigar. Agora o restante que você citou que pra mim se resume num só HIPOCRISIA, pois só os hipócritas cometem estas falhas que você citou e pintam a cara com verniz para passar de bons moços, sabe infelizmente teríamos que brigar com o mundo e não dá, eu ainda tenho a convicção que se melhorar o mundo a minha volta, semeando o bem, através de amor, compreensão, gentilezas, estendendo a mão estarei quem sabe ajudando a criar um amanhã melhor bjos

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    1. Entendo, Márcia. Não dá para brigar com o mundo, embora eu às vezes tenha vontade... mas quem sou eu? Nada. Ninguém que vá fazer a diferença nesse mundão enorme.

      Mas a gente sempre protesta um pouquinho, né? Quem sabe, algupem escuta?

      Abraços!

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