witch lady

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domingo, 2 de agosto de 2015

UMIDADE




Rolam sobre a pedra
As gotas de chuva,
Tecendo macias estradas
De veludo verde.

A folha goteja
A vida,
Entregando à terra
Sua esperança.

Barulho de água
Na mata fechada
Ecoa mensagens
De lagos de luz.

A nascente abre
Seu ventre entre as folhas
Parindo umidade.

As gotas de chuva
Na teia de aranha
Parecem minúsculas
Uvas de vidro.

Eu peço que chova
Sobre as cabeceiras
Onde sonham as nascentes
E os rios.







ACENDA UMA VELA!


Iluminarium, em Itaipava.


Nada mais romântico que um jantar à luz de velas. As pupilas ficam mais dilatadas, tornando os olhares mais intensos, e a iluminação suave torna tudo bem mais romântico e aconchegante. 
Quando eu era criança, havia períodos de falta de luz quase todas as noites em meu bairro, e nós sempre tínhamos velas em casa. Era acabar a luz e minha mãe acendia as velas pela casa, que de repente  se transformava em um universo paralelo e mágico onde tudo era possível! Poderia haver fadas, duendes ou monstros descansando entre as sombras, e minha imaginação de criadora de histórias, que aflorou bem cedo,  começava a funcionar a todo vapor.




As primeira velas das quais se tem notícia remontam aos tempos primitivos, segundo pinturas encontradas em cavernas,  e eram feitas de gordura animal. De acordo com o site A ORIGEM DAS COISAS, "As primeiras referências às velas datam do séc. X a.C. e vêm referidas em textos Bíblicos. Essas velas eram nada mais que simples de juncos besuntados com sebo. Descobertas arqueológicas encontraram no Egito e na Grécia velas com formato de bastão. Para os gregos as velas simbolizavam o luar e constatou-se que na Grécia as velas eram usadas ao 6º dia de cada mês como adoração a Artemisa, a deusa grega da caça."




Até hoje, a maioria das religiões tem as velas como parte de seus rituais. Acendemos velas aos mortos, acreditando que elas podem iluminar-lhes os caminhos. Também as usamos para agradecer por uma graça alcançada e para pedirmos iluminação e proteção aos nossos anjos guardiões. E durante os aniversários, quem não gosta de cantar "Parabéns à você" e apagar as velinhas?

Acreditava-se, antigamente, que a chama das velas, quando fixadas insistentemente, possibilitava a visão de espíritos e a previsão do futuro. A antiga dinastia chinesa costumava usar relógios de velas para contar o tempo.

Iluminarium, em Itaipava

Hoje, utilizamos velas não apenas para iluminar ambientes quando a luz acaba, mas também como ornamentos decorativos. Algumas são tão lindas, que a gente tem pena de acender os pavios! Tenho aqui em casa minha pequena coleção de velas, que eu geralmente adquiro em Itaipava, no Shopping Vilarejo, em uma lojinha que é um encanto só, chamada  "Iluminarium." A página no Facebook:https://pt-br.facebook.com/IluminariumVelasEDecoracoesLá, além das velas, tem coisas lindas para decorar a casa e presentear os amigosÉ tanta coisa bonita, que a gente não sabe para onde olhar! 


As velas podem ser temáticas, comemorativas; eles tem velas para todas as ocasiões e datas especiais! Conhecer esta loja é algo que eu recomendo.

Aqui em casa, temos velas enfeitando o espaço em volta da lareira, espalhadas em cachepôs que pendem do telhado da varanda, enfim, enfeitando quase todos os espaços da casa. Eu adoro!








sexta-feira, 31 de julho de 2015

ONDE A SAUDADE MORA...








A saudade
Mora nos retratos,
Debaixo das camas,
Dentro dos armários,
No fundo espelhado dos pratos.

Tem pés que pisam duro,
Fazendo barulho,
A saudade.

Não perdoa a noite,
E é quando ela vem
Ainda mais forte,
Invadindo os sonhos...

E pela madrugada,
Antes que alguém dê conta,
Desce ruidosamente
Se senta na poltrona,
Aguarda-nos na sala.




SE EU FOSSE...




o luar aqui em casa, ontem...





Olhando para trás,
Buscando a vida na memória,
Vejo os restos que ficaram nos trilhos
Depois que o trem passou,
E penso:

- Ah, se eu fosse me importar!

Espadas e dentes,
Navalhas e pentes,
Os caules sem flores,
As contas caídas
Dos colares arrebentados
Da vida!

Só ossos e restos,
Que já nem mais cheiram,
Que já nem mais falam,
Bocas ressequidas,
Dedos desmanchados,
Peles carcomidas,
Almas que voaram,
Outras que ficaram
E que se perderam
Nas tramas furadas
Dessa estranha vida...




terça-feira, 28 de julho de 2015

A Saudade que eu Sentia










A saudade que eu sentia
  Passou,
    Como um trem que vai pra longe
        Levando dentro dele
           A dor que me apertava.

Eu vi você,
   À janela desse trem,
      E me despedi
                  Sem medos ou sustos,
                          Sem apegos ou suspiros
                                    Da mão que me acenava...





segunda-feira, 27 de julho de 2015

ECLESIASTES






Um dos capítulos mais interessantes  da Bíblia, o Eclesiastes, que é tão antigo, mas tão atual. Diz tudo! Aqui, algumas passagens.


Também vi eu que todo o trabalho, e toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto é vaidade e aflição de espírito.
O tolo cruza as suas mãos, e come a sua própria carne.
Melhor é a mão cheia com descanso do que ambas as mãos cheias com trabalho, e aflição de espírito.
Outra vez me voltei, e vi vaidade debaixo do sol.
Há um que é só, e não tem ninguém, nem tampouco filho nem irmão; e contudo não cessa do seu trabalho, e também seus olhos não se satisfazem com riqueza; nem diz: Para quem trabalho eu, privando a minha alma do bem? Também isto é vaidade e enfadonha ocupação.
Eclesiastes 4:4-8


Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém.
Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.
Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?
Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.
Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu.
O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos.
Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr.
Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir.
O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.
Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós.
Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois.
Eclesiastes 1:1-11


Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre a terra, e caindo a árvore para o sul, ou para o norte, no lugar em que a árvore cair ali ficará.
Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará.
Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da mulher grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas.
Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas.
Eclesiastes 11:3-6


No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.
Eclesiastes 7:14


Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?
Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.
Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.
Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida;
E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.
Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele.
O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou.
Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, e no lugar da justiça havia iniqüidade.
Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o propósito e para toda a obra.
Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais.
Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.
Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó.
Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?
Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?
Eclesiastes 3:1-22



Maçã




Da carne branca, o sumo doce,
No coração, suas sementes
Que são cuspidas entre os dentes.

E o futuro cai no chão
De forma simples, displicente...




sábado, 25 de julho de 2015

GEENA




Tudo em vão:
O orgulho, a tempestade,
O pescoço esticado,
A voz de trovão!
Depois que a chuva caiu,
A terra bebeu as gotas
Que sumiram no solo...

A métrica desmedida,
A palavra torcida,
O asco, a presunção,
-Tudo foi em vão!

No colo de Deus
Sentar-se-hão todos,
Bons e maus poetas,
Os ricos, os pobres,
Os puros e os pecadores,
Os ateus, os ascetas,
Os que morrem de rir
E os que morrem entre dores.

-Eu morro de rir!
Já vi, tantas vezes, a montanha ruir,
Já vi rios caudalosos,
Ter caladas as suas pororocas
Virando lama nas margens
Onde dormem os caranguejos! 

Já vi, entre as docas,
Cobertos de andrajos,
Bebendo da mesma garrafa
Os corvos e os espantalhos!

E eu,
Morro de rir...
E hei de rir de novo,
Ao nos reencontrarmos
No meio do povo
Que habita a Geena,
Na mesma cena!




OS BOLOS E OS TOLOS

Imagem: Casa de Chá Benedicto, em Itaipava, onde as coisas são feitas e servidas com todo carinho.




Faltam alguns minutos até a próxima aula. Ligo a TV para passar o tempo, e deparo com um reality show sobre aspirantes a chefes de cozinha, onde o desafio do dia é fazer o bolo mais saboroso e apresentável. Os candidatos, que se esforçam ao máximo, são divididos em equipes, mas ao final do programa, tornam-se rivais. Todos estão muito estressados, e apesar de trabalharem juntos, não conseguem esconder seu medo, sua insegurança e seu alto grau de competitividade.

 O tempo é contado. Tempo é moeda forte no programa onde a tarefa é hercúlea, e talvez seja tão curto, apenas para aumentar ainda mais o estresse dos participantes. E de repente, alguém anuncia: "O tempo acabou!" Neste momento, todos tem que parar imediatamente, ou terão pontos descontados na avaliação.

Chega o momento da análise, onde amostras dos bolos são apresentadas para uma equipe de chefs já famosos: a equipe julgadora. Um a um, eles colocam os pedaços na boca, mastigando devagar, e algumas vezes, fazendo cara de nojo. No rosto do candidato, algo entre o desespero, a humilhação e a ansiedade, mas principalmente, a humilhação ao terem suas obras severa e sarcasticamente criticadas ao vivo e à cores. Eles torcem as mãos. Através da telinha, vejo seus rostos ficando vermelhos, e depois, pálidos, e novamente vermelhos. Alguns começam a chorar, enquanto outros cerram os lábios tentando se controlar.

Finalmente, ao final do programa, um deles é escolhido como o melhor e outro deixa o programa como se fosse um cão escorraçado. 

Fico me perguntando: por que alguém se submete àquilo, meu Deus? Será que eles não sabem que cozinhar é uma arte que demanda paz de espírito, calma, bom humor e muito amor? Melhor seria se colocassem entre os juízes pessoas que os candidatos amassem, pois assim, cada um seria capaz de dar o melhor de si, pois cozinhar sabendo que alguém que amamos vai comer aquela comida, faz com que ela tenha o tempero certo na medida certa. Mas não; é uma competição - apenas mais uma entre tantas que existem no mercado de trabalho. Vejo essas coisas e penso: está tudo errado.

Em outro programa, vejo um chef de cozinha grosseiro e mal-educado, que grita o tempo todo e humilha os participantes enquanto berra suas ordens e ofensas, com a face vermelha feito uma pimenta malagueta adubada pelo ódio. Os candidatos correm de um lado para o outro, deixam as coisas cair, se desesperam. Quem consegue alcançar o sucesso, recebe apenas um tímido elogio cercado de críticas. Eu jamais conseguiria trabalhar em um lugar assim! Acho que deve ser como acordar todos os dias e encaminhar-se para um local onde pedaços das almas das pessoas são arrancados à dentadas. Preferiria continuar fazendo meu trabalho anonimamente, calma e relaxada, em minha própria cozinha.

Reflito: a pior coisa do mundo, o maior dos sofrimentos, é submeter-se àquilo que os outros exigem de nós, e depender de opiniões alheias para sermos felizes. O sucesso é sempre associado à luta, esforço, abnegação, dedicação total de tempo, competitividade, estresse. Ter sucesso não significa, de jeito nenhum, ser feliz.



OS BOLOS E OS TOLOS




Faltam alguns minutos até a próxima aula. Ligo a TV para passar o tempo, e deparo com um reality show sobre aspirantes a chefes de cozinha, onde o desafio do dia é fazer o bolo mais saboroso e apresentável. Os candidatos, que se esforçam ao máximo, são divididos em equipes, mas ao final do programa, tornam-se rivais. Todos estão muito estressados, e apesar de trabalharem juntos, não conseguem esconder seu medo, sua insegurança e seu alto grau de competitividade.

 O tempo é contado. Tempo é moeda forte no programa onde a tarefa é hercúlea, e talvez seja tão curto, apenas para aumentar ainda mais o estresse dos participantes. E de repente, alguém anuncia: "O tempo acabou!" Neste momento, todos tem que parar imediatamente, ou terão pontos descontados na avaliação.

Chega o momento da análise, onde amostras dos bolos são apresentadas para uma equipe de chefs já famosos: a equipe julgadora. Um a um, eles colocam os pedaços na boca, mastigando devagar, e algumas vezes, fazendo cara de nojo. No rosto do candidato, algo entre o desespero, a humilhação e a ansiedade, mas principalmente, a humilhação ao terem suas obras severa e sarcasticamente criticadas ao vivo e à cores. Eles torcem as mãos. Através da telinha, vejo seus rostos ficando vermelhos, e depois, pálidos, e novamente vermelhos. Alguns começam a chorar, enquanto outros cerram os lábios tentando se controlar.

Finalmente, ao final do programa, um deles é escolhido como o melhor e outro deixa o programa como se fosse um cão escorraçado. 

Fico me perguntando: por que alguém se submete àquilo, meu Deus? Será que eles não sabem que cozinhar é uma arte que demanda paz de espírito, calma, bom humor e muito amor? Melhor seria se colocassem entre os juízes pessoas que os candidatos amassem, pois assim, cada um seria capaz de dar o melhor de si, pois cozinhar sabendo que alguém que amamos vai comer aquela comida, faz com que ela tenha o tempero certo na medida certa. Mas não; é uma competição - apenas mais uma entre tantas que existem no mercado de trabalho. Vejo essas coisas e penso: está tudo errado.

Em outro programa, vejo um chef de cozinha grosseiro e mal-educado, que grita o tempo todo e humilha os participantes enquanto berra suas ordens e ofensas, com a face vermelha feito uma pimenta malagueta adubada pelo ódio. Os candidatos correm de um lado para o outro, deixam as coisas cair, se desesperam. Quem consegue alcançar o sucesso, recebe apenas um tímido elogio cercado de críticas. Eu jamais conseguiria trabalhar em um lugar assim! Acho que deve ser como acordar todos os dias e encaminhar-se para um local onde pedaços das almas das pessoas são arrancados à dentadas. Preferiria continuar fazendo meu trabalho anonimamente, calma e relaxada, em minha própria cozinha.

Reflito: a pior coisa do mundo, o maior dos sofrimentos, é submeter-se àquilo que os outros exigem de nós, e depender de opiniões alheias para sermos felizes. O sucesso é sempre associado à luta, esforço, abnegação, dedicação total de tempo, competitividade, estresse. Ter sucesso não significa, de jeito nenhum, ser feliz.




terça-feira, 21 de julho de 2015

MENTIRAS




Algumas mentiras são tão bem contadas,
Tiras amarradas, seladas com sangue...
Personalidades tão fortes, tão críveis,
Horríveis falácias de hordas distantes...

Criados perfis, tão estabelecidos,
Com nomes, famílias, retratos, histórias...
A vida de lutas, tristezas ou glórias
Tão bem inventadas, que fazem sentido!

E os pobres carentes que bebem palavras
Qual fossem licores de sabedoria,
Nem notam que o copo destila mentiras,
Por trás da voz mansa, a demência que ladra!

E então, de repente, uma morte inventada,
Criada na mente, cumprindo um tal pacto...
E vê-se a mentira, homenageada,
E os pobres crentes, curando o impacto...

Mas eis que a rede é de tramas bem finas,
E assim, uma foto aparece na tela...
O ex-morto morrido, assim, ressuscita,
O riso sardônico, a cara lavada!

O filho mostrado na fotografia
Surge de repente num outro contexto:
Por entre crianças desaparecidas,
Na foto postada, na rede da vida!

E eu penso: - Vergonha! Que vida inventada!
Pobre de quem creu, e sentiu, e chorou!
É triste que mais uma vez a mentira
Foi tão aplaudida, tão apreciada!





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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...