witch lady

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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Claridade







Gosto das janelas e portas da casa sempre abertas. Gosto de acordar com a luz natural invadindo o quarto, filtrada pela transparência das cortinas. Faça chuva ou faça sol, adoro estar sempre integrada à paisagem, e por isso, as tais cortinas blackout incomodam-me demasiadamente. Deixo a escuridão para sua hora apropriada, ou seja, a noite.

A claridade previne o bolor, e as janelas abertas ajudam a acabar com os temíveis ácaros, além de manter a casa perfumada. Terrível, entrar em casa abafada, cheirando a suor, desinfetante, gás carbônico expelido pelo ato de respirar, gordura e vapor de cozinha.

Tenho a sorte de morar em um lugar onde há muito verde, e são verdes as paisagens de todas as minhas janelas; mas mesmo que morasse em um apartamento em área urbana, manteria sempre as janelas abertas pelo menos durante algumas horas ao dia. A paisagem urbana também tem muitas belezas!

Acho que olhar à janela traz muitas reflexões e lembranças. Recordo-me de quando eu e minha mãe fazíamos isso em nossa casinha, quando eu era criança. Olhávamos a chuva cair, apreciávamos os passarinhos e ela me contava histórias dos tempos em que era criança, e as paisagens daqueles tempos iam passando na  janela, bem na minha frente... jamais esquecerei aqueles momentos.

Acho que minha mãe me fez gostar tanto assim de janelas. Às vezes eu gostaria de ter mais tempo para apreciar a paisagem, mas no corre-corre diário, sobram-me apenas poucos minutos por dia. Minutos de férias, em frente à janela.




segunda-feira, 18 de agosto de 2014

SANTOS





Se formos santos,
O que faremos
Com os outros tantos
Que não o são 
E nem serão?

Sacrificá-los  
Aos nossos deuses,
Buscando, assim,
A redenção?

E se 
Não somos santos,
Eles o são?

Canonizemos,
Demonizemos...

Jamais seremos,
Ou entenderemos
O que nós somos,
O que eles são...

Não ha contexto
Ou solução...
Sejamos soltos,
Então.


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

FAMA, DROGAS, SUICÍDIO: UMA SUPOSIÇÃO

robinwilliams.jpg
IMAGEM: GOOGLE


Diante de mais um artista que suicidou-se, nosso grandioso Robbin Williams, após o susto, a indignação e a tristeza, sempre surgem-nos também muitas indagações. Por que uma pessoa famosa e rica, que conseguiu atingir na vida coisas com as quais a maioria de nós nem sequer ousa sonhar, não teve também incluída no pacote a tal felicidade? Estar na mídia, poder ir aonde quiser, ser admirado pela maioria das pessoas, conhecer as pessoas mais importantes, morar nas casas mais maravilhosas e ter os melhores carros não foi capaz de trazer felicidade; por que?

Acho que a fama pode trazer também uma certa estranheza; o mundo ao qual o famoso pertencia antes de tornar-se conhecido torna-se um lugar distante no mapa, para onde ele não poderá mais voltar. A fama talvez seja como uma estrada sem volta, que o afasta cada vez mais de suas origens e pontos de referência, de quem aprendeu a ser. De repente, vem a vontade de estar com aqueles que o conhecem bem, o amam e ensinaram-lhe a maioria das coisas que sabe, e ele faz o caminho de volta penas para descobrir que tais pessoas já não o reconhecem mais, ou não o aceitam como antes, ou aceitam-no apenas como algum ilustre famoso/desconhecido. É como constatar que todo aquele amor não era assim tão forte... e como é difícil constatar a fragilidade de um sentimento tão importante quanto o amor!

Um bom exemplo deste retorno é o jogador de futebol Adriano. Felizmente, ele ainda conseguiu encontrar suas origens, mas a maioria das pessoas não consegue, e é doloroso saber-se não aceito entre as pessoas com quem cresceu. O lugar que a pessoa famosa ocupava naquele contexto de vida já não existe mais.

A fama pode vir como um rolo compressor, e enquanto o envolvido se deixa levar por ela, mergulhando na roda viva de compromissos, fotos, entrevistas, convites e glamour, acaba muitas vezes vendo-se cercado por pessoas interesseiras, que nada sentem por ele de verdadeiro, e que só estão por perto a fim de desfrutarem também de um pouco de fama ou aproveitarem-se de sua influência. Também é o momento no qual aparecem parentes distantes e supostos “amigos de infância.”
Muitas vezes, penso eu, o famoso encontra-se entre dois mundos: um ao qual não mais pertence e onde não é mais aceito e outro ao qual  descobre não desejar pertencer.

As relações humanas são complicadas. É duro para o famoso descobrir que aqueles que antes eram considerados amigos não suportam o seu sucesso, e que no fundo, desejavam que ele permanecesse sempre o mesmo, relegando-o à indiferença assim que ele conseguiu ascender. Este tipo de atitude pode vir até mesmo de membros da família: pais, irmãos e demais parentes.

É claro que isto não é uma regra, e todos sabemos de pessoas famosas que tem, até hoje, o amor e o amparo de amigos e familiares. Mas a maioria daqueles que desejam ser famosos, na verdade não sabem o que estão desejando. Como em tudo na vida (inclusive o anonimato), a fama tem um preço a ser pago, e quem a ela aspira deve ter a contabilidade em dia, além de muita maturidade e força espiritual.

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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

FREUD



Alguns pensamentos de Sigmund Freud


"A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz."


"Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada!"


"Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte."


"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos."


"Nós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons."



"Onde abundam as dores brotam os licores."



"O instinto de amar um objeto demanda a destreza em obtê-lo, e se uma pessoa pensar que não consegue controlar o objeto e se sentir ameaçado por ele, ela age contra ele."


"Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste."



Mootley










TUDO FICA BEM NA TUA BOCA




Tudo fica bem na tua boca,
O sorriso torto,
Os lábios caídos
Num esgar de riso,
Os dentes trincados
De medo e de raiva,
A palavra mais suja,
Mais rasa.

A injúria traçada
Pelas linhas tortas
Da língua ferina,
O sopro de lava
Que queima e que trava
A minha palavra.

Tudo fica bem 
Na tua boca aberta,
Escancarada:
O fel da mentira,
O sabor da ira,
O beijo amargoso
Que fere meu rosto.

Tudo fica bem na tua boca,
Ah, e que coisa mais louca
Esse poder que ela tem
De refletir, de mostrar
Exatamente
Sem necessidade de lentes,
O que teu coração guarda!

OSMOSE




Sempre a mesma dose!

No fundo do copo, o mais forte,
O que sobrou
Do absinto
Eles me servem.

Aprendo não por palavras,
Não pelas travas,
Mas por osmose,
Aos trancos,
Pelos barrancos
E arrancos
De quem me aponta
E de si mesmo
Foge.






sexta-feira, 8 de agosto de 2014

NUNCA MAIS É SÓ ATÉ AMANHÃ




É comum a todo ser humano, após passar por alguma experiência traumática, dizer coisas como: “Nunca mais faço isso!” ou “Nunca mais eu me apaixonarei de novo!” e “Nunca mais terei outro cachorro!” Não queremos repetir as experiências negativas que o fim sempre traz. No momento em que estamos sofrendo, só pensamos no que está sendo ruim e tendemos a esquecer o que foi bom, os momentos felizes que aquela convivência nos trouxe. Talvez, se pudessem  lembrar-se do que foi bom, as pessoas não odiassem tanto os seus ex. Quem sabe...
Nem percebemos que, se a separação ou o fim de alguma situação nos dói tanto, é porque foi bom! E quando nos recusamos a tentar novamente, a começar de novo, nos protegemos não apenas das dores, mas também das alegrias que as coisas trazem. E estas últimas são geralmente bem maiores – nós é que temos sempre a estranha mania de focar no que é ruim.

Depois que choramos pela despedida, depois que nos acostumamos à ausência de algo ou de alguém que se foi, as feridas começam a cicatrizar, e a vida (ou o instinto de sobrevivência) nos força a começar a pensar em procurar a felicidade novamente; se isto não acontecer, é porque nossas almas adoeceram, e precisamos de ajuda para superar. E muitas vezes, o melhor remédio para superarmos uma perda, é dar-nos a chance de começar tudo de novo, com pessoas ou coisas novas, e em outros lugares, talvez.




Por isso, estamos trazendo para casa um novo cão. Mootley (como naquele desenho animado onde Dick Vigarista sempre grita, ao meter-se em alguma enrascada: “Mootley! Faça alguma coisa!” E o cachorrinho, cobrindo a boca, começa a dar risadas). E eu sinceramente acredito que Mootley fará mais que apenas alguma coisa por nós: ele trará de volta à casa a velha alegria de uma presença que é mágica e confortadora. Ele trará de volta a inocência, a espontaneidade, a simplicidade e o deslumbramento que significa a presença de um cão para aqueles que, como nós, amam os animais.
Ninguém jamais substituirá nossos antigos cães; eles tem presença cativa em nossos corações, e seus nomes estão escritos nas pedras do jardim, no buraco da cerca viva por onde eles passavam (que nunca mais voltou a crescer), nas imagens que registramos dos muitos momentos felizes que vivemos ao lado deles, nos brinquedinhos que guardamos de lembrança, enfim, nas nossas memórias. Jamais os esqueceremos ou deixaremos de amá-los e de nos lembrarmos deles com todo carinho e saudade. Mootley não os substituirá, e nem pretendemos tal coisa. Ele virá para ocupar o seu próprio lugar e escrever sua própria história na história de nossas vidas. 




quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O que eu Vejo






Eu vejo
Os ponteiros do tempo
Nas tuas pupilas
Quando tu me olhas.

Eu vejo os acontecimentos
Percorrendo os trilhos
Das nossas histórias
Que se cruzam,
Seguem paralelas
E voltam a cruzar-se
Em uma configuração
Aparentemente aleatória.

Eu vejo a poesia
Passando como o vento
Deixando sussurros
Que eu recrio
E reinvento.

Mas o que mais fica,
É o tempo,
Que passa voando,
Que passa correndo
Enquanto me olhas...





Vida na Casa




O que dá vida a uma casa?

Muitos dirão: crianças, bichos, plantas. Concordo plenamente, mas dizer que apenas as crianças, bichos e plantas dão vida a uma casa, é quase como afirmar que em casas onde não existem crianças, bichos ou plantas, não há vida.

É preciso que haja vida na casa, e vida que descanse além das presenças. Já visitei casas antigas, habitadas por poucas pessoas, onde me senti viva, e casas cheias de gente onde simplesmente não consegui me sentir bem. Mas então, além das crianças, plantas e bichos, o que dá vida a um casa?

Para mim, é a personalidade do dono. Gosto de casas por onde a gente anda e sente, em cada canto, uma escolha carinhosa que foi colocada ali por algum motivo (sem que se importasse tanto com a decoração ou se combina ou não com as outras coisas). Livros antigos já lidos e manuseados muitas vezes, objetos trazidos de viagens ou fotografias de família, por exemplo; ou quem sabe, algo feito pelo próprio morador. É preciso morar alguns anos em uma casa para que a nossa personalidade possa integrar-se a ela, e mais do que tudo, ter coragem para desafiar regras do que os outros consideram bonito, moderno ou adequado, dando asas à própria imaginação e gosto.

Casa aconchegante e viva é casa com personalidade.



SONO





O dia foi curto,
Mas a tua noite, será longa.
Sem mais delongas,
Vem te deitar.

Já pendurei,
Uma por uma
As estrelinhas
Para enfeitar
Os sonhos teus;
Venha sonhar!

Fecha teus olhos,
Esqueças logo 
Todo esse medo
De adormecer.

Verás que é fácil,
É só deitar,
Fechar os olhos,
É como morrer!

Traga um brinquedo
Para abraçar,
Um travesseiro
Pra sustentar
Tua cabeça
Já tão cansada
De só pensar.

Quem sabe, eu cante
Uma canção
Pra te ninar?...
Venha  deitar,
Venha esquecer,
Venha sonhar,
Venha morrer.





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