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domingo, 2 de março de 2014

Sentido da Vida






SENTIDO DA VIDA - CRÔNICA INSPIRADA NO BELO TEXTO "PAUSA", DE ARANA DO CERRADO - E A ELA DEDICADA

O que dá sentido à vida?

Podem ser várias coisas.

Para mim, é a roupa lavada e passada, dobrada e cheirosa dentro das gavetas. O bolo fresquinho ainda quente, assado no forno caseiro de uma casa simples, limpa e acolhedora. O chão varridinho no quintal, os passarinhos voando livres, alimentados pelas frutas que eu deixo no comedouro, o vento derrubando novas folhas secas que serão varridas amanhã de manhã.

Para mim, o sentido da vida está em não procurar sentidos ocultos, mas ver tudo através do cotidiano, das coisas mais simples, como um entardecer avermelhado, gotas de chuva batendo no telhado, passarinhos cantando em uma árvore próxima, o sol, o céu... e assim, observando e respirando a vida que podemos enxergar, acabamos por reter compreensões que estavam submersas de sentidos. 

Para mim, o sentido da vida está naquela palma do vizinho ao portão, no latido alegre do cachorrinho quando seu dono chega em casa, no gato miando em volta da gente quando trabalhamos na cozinha, no barulhinho que faz a chave girando na fechadura à noitinha - o amado chegando em casa, contando das coisas que aconteceram durante o seu dia no trabalho.

Para mim, o sentido da vida é parar de tirar o pó e ficar com aquela cara de boba, segurando o paninho, quando de repente, toca aquela música que já não escutávamos há tanto tempo, e ela nos traz lágrimas aos olhos, e as recordações vão transbordando no rosto da gente.

O sentido da vida, para mim, está em saber que alguém modificou-se por causa de nosso trabalho; um aluno conseguiu passar em uma entrevista de emprego ou participou de uma vídeo conferência em outro idioma que eu consegui ajudá-lo a aprender. O marido desfrutou de um jantar simples e saudável após um dia cansativo no trabalho. O cachorrinho dorme em seu colchãozinho, de banho tomado e barriguinha cheia. As flores do jardim estão lindas porque lembrei-me de regá-las nesse calorão.

Para mim, é este o sentido da vida.




sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Casa é Para Viver.




Para mim, casa é para viver. Nela, a gente coloca as coisas que gosta, pinta com as cores que prefere e constrói da maneira que acha bonito. Tanto faz a moda, os ditames do que é ou não é considerado de bom gosto -pois o tal bom gosto nada mais é que  um alinhamento frio de regras impostas pelos que se dizem especialistas em decoração.

Gosto da casa que se parece com a gente. Casa para gente morar e pendurar as lembranças que desejar em cada parede. A única coisa que eu não gosto, é sujeira e acúmulo de móveis e objetos, pois isto atravanca os espaços. Faz mal. Mas se for do meu gosto, posso pendurar cortinas laranja na sala de estar ou colocar almofadas com cores que 'não combinam' sobre o sofá. Posso servir café para as visitas em xícaras de diferentes jogos com pires de diferentes formatos.

Casa é para ser divertida. Nada de ficar demasiadamente preocupada com a poeirinha que se acumula mais rapidamente quando o tempo está seco. Depois a gente limpa. Agora, vamos assistir àquele filme sensacional, ou sentar lá fora no jardim.


Cora Coralina - Estas Mãos





ESTAS MÃOS. 


Poema de Cora Coralina, de seu livro "Meu Livro de Cordel"



Olha para estas mãos de mulher roceira, 
esforçadas mãos cavouqueiras. 
Pesadas, de falanges curtas, sem trato e sem carinho. 
Ossudas e grosseiras. 
Mãos que jamais calçaram luvas. 
Nunca para elas o brilho dos anéis. 
Minha pequenina aliança.
 Um dia, o chamado heróico emocionante: 
- Dei Ouro para o Bem de São Paulo. 
Mãos que varreram e cozinharam.
 Lavaram e estenderam roupas nos varais.
 Pouparam e remendaram. 
Mãos domésticas e remendonas.
 Íntimas da economia, do arroz e do feijão da sua casa.
 Do tacho de cobre.
 Da panela de barro.
 Da acha de lenha. 
Da cinza da fornalha.
 Que encestavam o velho barreleiro e faziam sabão.
 Minhas mãos doceiras... jamais ociosas.
 Fecundas. Imensas e ocupadas.
 Mãos laboriosas. 
Abertas sempre para dar, ajudar,unir e abençoar. 
Mãos de semeador... 
Afeitas à sementeira do trabalho
 Minhas mãos raízes procurando a terra.
 Semeando sempre.
 Jamais para elas os júbilos da colheita.
 Mãos tenazes e obtusas,
Feridas na remoção de pedras e tropeços, quebrando as arestas da vida 
Mãos alavancas na escava de construções inconclusas.
Mãos pequenas e curtas de mulher que nunca encontrou nada na vida.
 Caminheira de uma longa estrada.
 Sempre a caminhar. 
Sozinha a procurar o ângulo prometido, a pedra rejeitada. 


Poema enviado por Celso Panza. Obrigada!



Conversa com Cecília






Me disseram, Cecília,
Que a poesia
Não passa de um amontoad
De métricas e rimas,
E que é proibido
Mostrar nela sentimentosf,
Verdades, tristezas
E alegrias.

Me disseram, Cecília,
Que eu me desnudo demais,
me exponho demais,
Me mostro demais,
E que isto,
Não é poesia.

Me disseram, Cecília, 
Que poesia não é desabafo,
Não é cantoria
Do que de bom ou ruim
Nos acontece.

Mas eles a leram, Cecília?
Deitaram a alma sobre os teus versos
(Ao invés de apenas percorrem, com os olhos,
As tuas linhas),
Ouviram teu coração quebrado
Além do alinhado das rimas?
-Não?!

Agora eu entendo melhor
As mil pessoas de Fernando,
E os muitos sapos que coaxaram
No poema de Bandeira,
E o porquê Drummond desejou tanto
Ser gauche na vida!

Eles sentiram na pele
A poesia incompreendida,
A poesia-retrato
De mil faces e mil nomes, Cecília...




Poema de Sete faces - Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra 
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens 
que correm atrás de mulheres. 
A tarde talvez fosse azul, 
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas: 
pernas brancas pretas amarelas. 
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. 
Porém meus olhos 
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode 
é sério, simples e forte. 
Quase não conversa. 
Tem poucos, raros amigos 
o homem atrás dos óculos e do -bigode,

Meu Deus, por que me abandonaste 
se sabias que eu não era Deus 
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo, 
se eu me chamasse Raimundo 
seria uma rima, não seria uma solução. 
Mundo mundo vasto mundo, 
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer 
mas essa lua 
mas esse conhaque 
botam a gente comovido como o diabo. 

Obs: "gauche" é uma palavra francesa que significa desajeitado, acanhado, deslocado ou simplesmente esquerda.





Os Sapos, de Manuel bandeira

Enfunando os papos, 
Saem da penumbra, 
Aos pulos, os sapos. 
A luz os deslumbra. 

Em ronco que aterra, 
Berra o sapo-boi: 
- "Meu pai foi à guerra!" 
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". 

O sapo-tanoeiro, 
Parnasiano aguado, 
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado. 

Vede como primo 
Em comer os hiatos! 
Que arte! E nunca rimo 
Os termos cognatos. 

O meu verso é bom 
Frumento sem joio. 
Faço rimas com 
Consoantes de apoio. 

Vai por cinquenta anos 
Que lhes dei a norma: 
Reduzi sem danos 
A fôrmas a forma. 

Clame a saparia 
Em críticas céticas:
Não há mais poesia, 
Mas há artes poéticas..." 

Urra o sapo-boi: 
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!" 
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". 

Brada em um assomo 
O sapo-tanoeiro: 
- A grande arte é como 
Lavor de joalheiro. 

Ou bem de estatuário. 
Tudo quanto é belo, 
Tudo quanto é vário, 
Canta no martelo". 

Outros, sapos-pipas 
(Um mal em si cabe), 
Falam pelas tripas, 
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!". 

Longe dessa grita, 
Lá onde mais densa 
A noite infinita 
Veste a sombra imensa; 

Lá, fugido ao mundo, 
Sem glória, sem fé, 
No perau profundo 
E solitário, é 

Que soluças tu, 
Transido de frio, 
Sapo-cururu 
Da beira do rio...


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Escrito à Tinta



Quando eu estava para completar dez anos de idade, minha mãe me chamou e perguntou-me o que eu preferiria ganhar de aniversário (o dinheiro era pouco): uma bola perereca, daquelas que quicam bem alto quando a gente as joga no chão - eu adorava jogar bola e era doida para ter uma daquelas-, ou canetas esferográficas e um caderno de dez matérias igual ao da minha irmã mais velha que já cursava o ginásio. Eu ia começar a quinta série ginasial no ano seguinte, e não via a hora de poder começar a escrever à tinta e ter todas as matérias da escola em um só caderno, ao invés de ter que carregar todos os dias os vários caderninhos encapados com um feioso plástico amarelo.
Eu queria as duas coisas: a bolinha e o caderno com as canetas. Mas minha mãe me disse que eu teria que escolher, pois eles não poderiam comprar as duas coisas. Escolhi o caderno, embora só fosse começar a usá-lo no ano seguinte – estávamos em setembro. Deixei para trás, embora não sem certa nostalgia, a bolinha que pulava bem alto. Simbolicamente, deixei para trás a minha infância.
No ano seguinte, com muito orgulho, comecei a usar meu caderno de dez matérias – que eu considerava uma grande mudança em minha vida, pois representava minha passagem para o ginásio, o que significava que eu já era “grande” e não teria mais apenas uma “Tia”, mas vários professores: um para cada matéria. Minha mãe já havia me dito que eu teria que tomar muito cuidado para não errar ao escrever, pois era muito difícil apagar a tinta da caneta. Mas é claro que eu cometi erros. Muitos! No início, usava a parte azul daquelas borrachas de duas cores que, supostamente, deveriam apagar palavras escritas à lápis e caneta, mas ficavam as manchas, os espaços puidinhos nas folhas. Depois, passei para os corretores de texto, que deixavam uma mancha branca, e a caneta escorregava em cima deles quando a gente escrevia por cima. Às vezes, a caneta ‘estourava.’ Eram muito comuns, naquela época, canetas que estouravam e manchavam toda a página. Quando aquilo acontecia, eu arrancava a página e recomeçava, mas eu sabia que sempre ficava faltando uma folha quando eu fazia aquilo, e cadernos custavam caro. Assim, eu procurava ser o mais cuidadosa que eu podia. Afinal, eu queria que meu caderno tivesse a melhor aparência possível, pois sempre fui muito caprichosa com as minhas coisas.
Fui crescendo. Mais tarde, fui trabalhar em uma loja de roupas masculinas de luxo que pertencia ao meu cunhado e minha irmã. Um dia, ela me veio com um enorme caderno preto chamado “livro de registros fiscais”, e me disse que eu deveria escrever ali os nomes dos clientes que compravam, os números das notas fiscais e os valores das compras. Detalhes: eu não podia rasurar de jeito nenhum! “Mas... e se eu errar?”, perguntei; minha irmã me olhou e disse: “Você simplesmente não pode errar, ou os fiscais virão em cima da gente.” Bem, eu errei... várias vezes. Só o medo de saber que não podia errar, já fazia com que eu errasse. Lembro-me da letra desenhada com cuidado, meio-tremida de medo. E a cada vez que eu errava, eu passava pedaços de noites em claro, visualizando a capa preta e ameaçadora do temível caderno de registros fiscais, e  pensando nos malvados fiscais... que jamais vieram!
E assim o tempo foi passando, e eu me tornei uma moça perfeccionista, envergonhada, crítica e rígida, que tinha sempre muito medo de errar. Preferia não pronunciar nada a falar uma besteira. Preferia não tentar fazer alguma coisa a cometer um erro. Apesar de ter sido uma moça muito bonita, eu era cheia de complexos e preferia passar despercebida, pois vivia me comparando às outras meninas, e aos meus olhos, elas eram sempre muito melhores, mais ricas e inteligentes e bem mais bonitas do que eu. 
Mas conforme eu amadureci, percebi que tudo isso é uma grande bobagem. Viemos aqui para tentar, errar, fazer de novo, e errar, e tentar de novo, e cair, e levantar quantas vezes forem precisas. E mesmo que existam pessoas que nos apontem e nos critiquem, isto apenas significa que estamos chamando a atenção, e que não passamos em branco. Hoje, eu quero continuar escrevendo no meu caderno à tinta, e enchendo-o de borrões e puidinhos toda vez que eu tiver que corrigir algum erro. Quero que as folhas fiquem amassadinhas de tanto eu lê-las e relê-las. Quero poder partilhar as coisas que eu escrevo neste caderno, trocar experiências, colocar fotografias e figuras de coisas que vi, lugares que visitei, pessoas que conheci, saudades que eu guardo. E no final, quando eu estiver na última folha, quero poder assinar meu nome sem medos e sem vergonha alguma, sabendo que as marquinhas daquilo que apaguei, as páginas que arranquei e ficaram amassadas pelo caminho, os borrões de tinta, tudo, tudo, fez parte do meu caminho, da minha história e do meu aprendizado.




quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

POSSO PROVAR






Se eu quiser, posso provar
Que estrelas são vermelhas,
Que é frio no verão,
Que é quente no inverno.

Se eu quiser, posso provar
Que há dores nos sorrisos,
Que há anjos no inferno,
Demônios no paraíso.

Posso provar que na vida
Nem tudo é o que parece,
E o que aparece, não é
Nem a ponta do iceberg...

Se eu quiser, posso provar
Para que todos enxerguem,
Que os joelhos esfolados
Não estão assim por rezar...

Mas deixo à cargo do tempo
As palavras e as provas
E que tudo se revele
Quando chegar o momento.






CANTINHOS











A CRÔNICA



Estive pensando sobre as crônicas. Geralmente, o que eu escrevo é como se fosse uma fotografia do meu pensamento, e não me atenho a estilos, pois prefiro deixar as palavras surgirem e se acomodarem dentro do texto como elas quiserem. Porém, como tenho recebido algumas críticas ultimamente, alegando que não tenho talento como cronista ( e como poeta, contista ou seja lá qual for o estilo literário), decidi pesquisar mais sobre o assunto. Afinal, é através das críticas que mais aprendemos. Comecei com uma pesquisa rápida em um de meus sites preferidos, a Wikipedia, que diz (as partes em destaque sublinhadas no texto, foram escolhidas por mim):

A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Assim o fato de ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições.
Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como: ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém.
Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o jornalismo e a literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia. A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam.
Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.
Em resumo, podemos determinar cinco pontos:
-Narração histórica pela ordem do tempo em que se deram os fatos.
-Seção ou artigo especial sobre literatura, assuntos científicos, esporte etc., em jornal ou outro periódico.
-Pequeno conto baseado em algo do cotidiano.
-Normalmente possui uma crítica indireta.
Muitas vezes a crônica vem escrita em tom humorístico. Exemplos de autores deste tipo de crônica no Brasil são Fernando Sabino, Leon Eliachar, Luis Fernando Verissimo, Millôr Fernandes.

No site Brasil Escola encontrei o seguinte:

A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano. Por este motivo, é uma leitura agradável, pois o leitor interage com os acontecimentos e por muitas vezes se identifica com as ações tomadas pelas personagens.

Você já deve ter lido algumas crônicas, pois estão presentes em jornais, revistas e livros. Além do mais, é uma leitura que nos envolve, uma vez que utiliza a primeira pessoa e aproxima o autor de quem lê. Como se estivessem em uma conversa informal, o cronista tende a dialogar sobre fatos até mesmo íntimos com o leitor.

O texto é curto e de linguagem simples, o que o torna ainda mais próximo de todo tipo de leitor e de praticamente todas as faixas etárias. A sátira, a ironia, o uso da linguagem coloquial demonstrada na fala das personagens, a exposição dos sentimentos e a reflexão sobre o que se passa estão presentes nas crônicas.

Como exposto acima, há vários motivos que levam os leitores a gostar das crônicas, mas e se você fosse escrever uma, o que seria necessário? Vejamos de forma esquematizada as características da crônica:

• Narração curta;
• Descreve fatos da vida cotidiana;
Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
• Possui personagens comuns;
• Segue um tempo cronológico determinado;
• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
• Linguagem simples.

Portanto, se você não gosta ou sente dificuldades de ler, a crônica é uma dica interessante, pois possui todos os requisitos necessários para tornar a leitura um hábito agradável!

Reparem que não coloquei, em momento algum, minha opinião pessoal sobre o que vem a ser uma crônica. Preferi colocar trechos de textos que, melhor do que eu possa fazê-lo, a descrevem.

Mas concluo através do que aprendi lendo estes e outros textos sobre o assunto: escrever uma crônica demanda ter passado por uma determinada experiência. Impossível escrever uma boa crônica sem que haja envolvimento pessoal do autor sobre o que ele observa e descreve, e imprescindível que ele coloque nela seus sentimentos pessoais, despertados pela experiência que ele narra. A crônica, para mim, é um pedaço da vida - muitas vezes, extremamente pessoal. 

Uma boa crônica deve ser interessante, e o bom cronista é capaz de tornar qualquer assunto - até mesmo o mais corriqueiro - interessante. Não sei se sou uma boa cronista, mas tento sempre melhorar. Melhor do que ficar criticando o trabalho alheio através de emails sem jamais ter escrito uma crônica. Muitas vezes, sabemos definir, na teoria, o que é uma crônica, ou um poetrix, ou um soneto. Para isto, basta que estudemos e memorizemos um texto sobre o assunto. Mas escrever é bem diferente do que simplesmente citar teorias.

Acredito que a crônica é para quem não tem medo de se expor. É para quem nada deve e nada teme.



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Dúvida





Faço ou não faço?
Mando de volta
Como resposta
Ou recolho o aço?

Nos meus rascunhos
Os testemunhos
Do estardalhaço!

Ficam guardados
-Mas até quando?
Já preparados.

Faço ou não faço?,
Já me pediram,
Incentivaram,
Me aconselharam:

-"Faça!", Disseram,
"E denuncie
Essa ameaça!
Que a muitos grassa!"

Pois traz no peito
A vil chantagem,
Falsa amizade,
Que pega a dor
De quem está fraco
Distorce e torce,
Muda, desnuda,
Joga na rede,
Difama, prende
Em vis chantagens...

Faço ou não faço?...
Deixo que a noite
(Mais uma noite)
Traga a resposta...




O que acontece aqui começou bem antes de fevereiro, mas tentei ignorar até que recebi o primeiro e-mail vindo desta senhora que diz ser mundialmente reconhecida, estar "No topo do mundo" e ser a Rainha dos Mindins. Só não compreendo porque alguém tão famoso perde tanto tempo com alguém que, segundo ela, é tão insignificante quanto eu.


22 de fev (Há 2 dias)

O que está em vermelho é a minha reflexão sobre o que ela escreveu.



Luna di Primo para mim:
"fico boba de ver a capacidade que tenho sobre sua mente, 
o poder que exerço sobre seu 'intelecto'
sempre escrevendo em cima de meus textos, pobrezinha... (que textos?!)
adora chamar minha atenção, escrever para mim rsrs
o que escrevo cai-lhe como carapuça, embora você não me inspire nem o mal
aliás você não inspira nada (nem mesmo esse email?)
mas as pessoas veem que você escreve em cima do que escrevo e imagina o que elas pensam..."(as pessoas veem ou você mostra a elas o que você quer que elas vejam?)

bjim querida escritora 'autentica' (hahahaha)

Em resposta ao seu email, tenho a dizer que:

Não preciso me inspirar em seus textos pois você jamais escreveu um.
Mas você não passa de um vampiro que vive de sugar a energia alheia para tentar escrever.
Esses seu livros, encalhados em sua casa são a prova disso.
Engula um pouco da sua saliva e deixe em paz aqueles que produzem alguma coisa. E pare de fofocar sobre a minha vida porque você não me conhece, e fico sabendo de todas às suas fofocas, sua idiota. Ache algo de útil para fazer de sua vida e me deixe em paz.
Continue escrevendo seus versinhos de uma palavra só pois é até onde vai o seu talento.
Pequeno e útil conselho: não fique dizendo por aí que me inspiro em seus textos. Vão rir de você.


Sua resposta, em itálico preto, sem aspas; em vermelho, o que me ocorreu no momento da publicação desses emails:
"Não preciso me inspirar em seus textos pois você jamais escreveu um."
- rs aiai e o que sobra pra vc? (o que sobra para mim são mais de dois mil e quinhentos textos publicados e uns dois mil ainda não publicados, um livro físico e cinco livros virtuais. Todos eles baseados nos seus mindins, hahaha!)

"Mas você não passa de um vampiro que vive de sugar a energia alheia para tentar escrever."
- rs parece que vc projeta no outro o quadro da sua vida, de suas ações, o qualifica conforme a si... - eu sempre vejo textos abordando temas que escrevo e os  torno públicos, por isso estou postando uma coisa ou outra pq  já cansei de fornecer subsídios gratuitamente... então a sugada sou eu... eu forneço energia para a vampirada, certo? Pegue um texto meu e me mostre em cima de qual escrevi... (o que você sabe de minhas ações? Alguma vez me viu pessoalmente, falou comigo ou  esteve na minha pele para saber como eu sou? Todo mundo é vampiro e escreve em cima dos seus escritos? Isso não é neurose, psicose, ou algo parecido?)

"Esses seu livros, encalhados em sua casa São a prova disso."
- rs pronto, é, também, uma cega vidente... pois, tem gente esperando remessas, pq não tenho nenhum comigo rsrs eu não brinco de escrever - eu escrevo por dinheiro, não tenho a vaidade de escrever pra ser lida, principalmente em internet se não é pra ganhar dinheiro, vou passear e gastar o que tenho, não vou perder tempo olhando pra uma tela vazia de vida, só pra alguém dizer que ficou bonito, que sou genial, que sou grande e etc... se não entra dinheiro, adeeeuuusss (Cega vidente é você que fica tirando conclusões sobre a minha vida baseada em seus delírios. Você escreve por dinheiro? Espero sinceramente que você tenha um  emprego ou outra fonte de renda.)

"Engula um pouco da sua saliva e deixe em paz aqueles que produzem alguma coisa." 
- Opssss falou isso foi pra vc, correto? (Hããã... não!)

"E pare de fofocar sobre a minha vida porque você não me conhece, e fico sabendo de todas às suas fofocas, sua idiota." 
 - se fica sabendo, então, das duas uma: ou vc está mentindo ou quem está sendo idiota é vc ou melhor, estão lhe fazendo de idiota, pq, felizmente, eu não perco tempo com essa forma tão ultrapassada de viver, inda mais em internet rsrs me poupe dona uso internet para trabalhar não dou conversa pra terceiros, muito menos gente à toa e não seja tão presunçosa a se dar tal importância (Ah, entendi: você só perde tempo examinando as escrivaninhas e blogs dos outros para achar textos e dizer que são baseados nos seus! E se você me acha assim tão à toa, não está dando muita conversa para mim?)

"Ache algo de útil para fazer de sua vida e me deixe em paz."
- que eu saiba e os fatos apontam, quem sente necessidade e busca minha presença é vc, já que não para de falar de mim e pra mim em seus escritos, até me faz importante aos olhos dos leitores, como isso não me importa, só faz me irritar ao escrever em cima de textos que torno públicos; não gosto de ser igual e muito menos que alguém queira se igualar a mim; acredito que tenha percebido isso e fica na ultrapassada implicância, que horror, nem acredito que, ainda, exista gente assim, de implicância... (Me igualar a você?! Deus me livre!)

Continue escrevendo seus versinhos de uma palavra só pois é até onde vai o seu talento.
- rs e pensar que o seu talento nem chegou aí rsrs tanto que inventou uma situação para brigar comigo e fugir da descoberta que eu viria a ter quando vc desistiu, parou de escrever esses versinhos (tentei dar uma força com seus mindins na ocasião em que você os implantou no Recanto, até que você começou a fazer troça por causa do problema de saúde de minha mãe, que a propósito, faleceu.  Até hoje não sei o motivo, mas desconfio que tenha sido porque você estivesse convencida de que eu escrevia alguma coisa para você - assim como dois outros escritores do Recanto a quem eu nem sequer lia antes de ser atacada por eles. Infelizmente, naquela época eu estava muito triste, e nem tive a ideia de fotografar o que você escreveu sobre esse assunto, e a administração do site, a meu pedido, fez você apagar tudo).

"Pequeno e útil conselho: não fique dizendo por aí que me inspiro em seus textos. Vão rir de você."
- ah, nem preciso fazer isso, vc mesma se denuncia com tanta clareza, só muda a forma de escrever pq não consegue fazer poesia, aliás, me sinto até vaidosa pq as pessoas veem que a lua vive conduzindo seus escritos e qualquer tema abordado vem vc falar da sua 'forma' de ver a questão, hábito que percebi, assim que comecei a a ler seus textos, vc não poeta, escreve textos em cima de outros, emitindo sua opinião, nem de crônicas, que são mais informais, podem ser chamados

ah, quanto aos meus versinhos carinhosamente chamados de mindins... depois fica sabendo (Eu não sei escrever poesia? E quem é você para me julgar? Então todo mundo que me comenta está mentindo? Os concursos que eu venci foram forjados? Quem sabe escrever poesia: você? E olha só, eu não quero ficar sabendo sobre o destino dos seus mindins, dos seus chinfrins ou qualquer coisa parecida.) Além disso, a lua é presença constante na escrivaninha de muitos autores e poetas do Recanto e de outros espaços, pois ela é a musa inspiradora mais mencionada em poemas e textos românticos. Só uma coisinha: você não é a lua. A lua não é você. Você é Luna di Primo (nome que nem sei se é verdadeiro), nome que jamais usei em nenhuma de minhas publicações, a não ser esta.


Respondi por email:

Cara Luna,

Em primeiro lugar, obrigada pela sua presença em meus blogs. Só aquele texto sobre banhos, publicados em "A Casa e a Alma", recebeu mais de mil visitas, e você inspirou-se nele para escrever sua última façanha.
Só tenho uma coisinha para te dizer, sua fofoqueira:

Te 
catar.

Mais um desses seus emails, e eu faço uma publicação no meu blog com eles.


Sua resposta:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk e eu vou em blogs seus sua maluca olha nos seus endereços se estou em algum, não aprendi a perder tempo

mas, cumpra sua ameaça e vamos lavar a roupa suja em público, mas publica tudo tá? não tenho medo de você e claro quem vai perder mais uma vez sou eu pq vc nada tem a perder; já está acostumada a gritar e fazer escândalos, mas não se acovarde deixa seus comentários abertos pra eu te responder (Faço escândalos quando gente como você me enche a paciência. Pelo menos, não fico atazanando a vida de ninguém através de emails.)

ah e cadê as provas do que vc tá me acusando - fofoqueira? PROVA! (É preciso provar? rsrsrs)
Me inspirei no seu texto? PROVA que estive nos seus blogues e com data ok? (que eu saiba, foi você quem me escreveu dizendo que eu me inspirei nos seus.)

Deixa
De ser
Besta



Minha resposta:
Impublicável, pois sugeri que ela fosse exercer a prática do sexo anal. Em mindim.



Finalmente...

Se você é assim tão famosa e competente, tão maravilhosa e absoluta, por que perde tempo comigo, uma escritora amadora mundialmente desconhecida que não tem qualquer objetivo com o que publica? Segure um pouco a sua vaidade, pois todos os poetas escrevem sobre a lua, e a lua não é você. Sabia disso? Quer que eu desenhe? Heloooo! Como você diz, eu não tenho nada a perder, mas com certeza, após esse pequeno escândalo, todas as editoras que disputam entre si e imploram para publicar suas criações começarão a pensar duas vezes antes de contratá-la.

Eu não escrevo poesia para ganhar dinheiro, pois poesia para mim está acima desse clima de prostituição literária na qual estamos inseridos hoje em dia. Se algum dia eu vir a ganhar algum dinheiro com o que eu escrevo, será por mérito e convite. Não vou fundar associações de poetas para que eu mesma tenha o título de 'presidente' - que ridículo!- e nem vou criar estilos literários mal-arrumados para me promover. Se você quer vender os seus poemas, apenas desejo-lhe boa sorte e paciência para que encontre alguém que deseje comprá-los... e que lhe paguem muito bem, e você fique realmente muito famosa, feliz e superocupada, pois assim não terá tempo de debruçar-se sobre os meus espaços (e de outros escritores também) a fim de exercitar sua capacidade neurótica para imaginar coisas.

Nem mesmo sei se este é o seu verdadeiro nome! Pare de mandar-me seus emails cheios de "kkkkks" r "rsrsrsrs", pois eu não estou brincando com você. Eu nunca a abordei dessa forma, e apenas respondo ao que você me escreveu.

Você acha mesmo que tem poder sobre a minha mente, mulher? Ou será que está me outorgando poder sobre a sua? O que você quer; provar que suas fofocas ao meu respeito tem fundamentos? Você acha mesmo que é possível espalhar calúnias pelas redes sociais sem que elas cheguem aos ouvidos do caluniado? Acredita, de verdade, que todos os seus amigos virtuais são sinceros súditos que a veneram? Olhe bem à sua volta antes de falar mal dos outros! E tente realmente praticar o que você diz, ou seja, passe mais tempo TRABALHANDO na internet ou em outro local. O trabalho dignifica a alma. A sua está precisando de dignidade. Pare de se rastejar para mim tentando provar sua superioridade.

Faça o seguinte: siga minha sugestão dada no último email seu que eu respondi.


Chegou-me agora este, após eu sugerir que ela parasse ou eu publicaria seus emails:


Luna Di Primo
15:14 (Há 25 minutos)

para mim
ana, ana... eu rio pq acho graça, realmente... e pensar que faz tempo que, indiretamente, vc briga comigo em seus textos e eu nem sabia, até que foi bem clara em um deles; foi qdo lhe perguntei o pq e vc me veio com uma tempestade de acusações, assim como faz agora... acusa-me, mas nunca apresenta provas... o que devo pensar de vc? Eu sei da realidade virtual, talvez até melhor que vc, mas como disse, trabalho realmente e com a poesia também, não uso nenhuma dessas como terapia, pq não acredito que sejam... já leu algum escrito meu sobre minha vida particular? (você tem uma?) Se querer ganhar dinheiro com o próprio trabalho seja ele qual for se caracteriza prostituição, eu não sei o que é honestidade...honestidade seria ter romance virtual sendo que sou casada? Seria ficar brigando por conta de homem na internet? (Não tenho e nem tive relacionamentos virtuais, e esta acusação pode lhe render um processo, Luna. Aliás, tenho os emails que lhe escrevi naquela época, quando você me abordou toda gentil perguntando qual eram os motivos do meu desentendimento com aquela outra maluca. Se quiser, posso publicá-los também. Você fica pela internet se fazendo de amiga e colhendo material para distorcer e chantagear pessoas que temem chantagens. Mas quem não deve não teme.) Gritando acusações sem fundamento pelas redes sociais, sem apresentar uma prova sequer ou seria esse um artificio de autopromoção, sobre quem realmente tem crédito?( não preciso de promoção, quem quer se promover é você) E não falo desses q vc cita não,(que também não são seus amigos - e nem desses que estão curtindo e apoiando seu escândalo ou acha que aqueles lá são seus amigos também? (meus amigos eu sei quem são.) Adoram uma aberração. Eu falo daqueles que vc nunca viu... (e nem quero ver) E ademais, eu nada tenho a ver com quem é quem e pouco me importa, pois ser ou não ser isso e aquilo é por conta de quem é... cada um paga seu pato na vida,como estou pagando agora, por ter lhe dado crédito...(esse pato você mesma provocou, só que mexeu com a pessoa errada)
Faça o que quiser, mas lembre-se que eu também tenho o que mostrar (tem o que a mostrar? Os emails que você trocou fofocando a meu respeito com gente que não gosta de mim? Chantagem também é crime!) e repito, não tenho medo de seus escândalos, das suas bagunças, das suas carências de que olhares se voltem pra vc... Graças a Deus eu não preciso fazer isso, faço a minha poesia que vc diz nada valer (e me faz sofrer tanto com isso), mas que me dá bom retorno... como vc disse, eu não lhe conheço em particular e nem vc a mim, portanto, o que sabemos uma da outra é o que vemos na internet e cada uma forma a sua ideia conforme sua vivência e assim agem... (daí você erra! Não se pode tirar conclusões a respeito da moral de ninguém através do que ele(a) escreve! Isto é um julgamento injusto, baseado em inverdades e achismos! Eu nada sei de você, a não ser que fica me escrevendo e criando poemas sobre aquilo que você acha que seja a minha vida. Então se eu escrever sobre um serial killer significará que eu também sou uma serial killer? )

ah e o grupo ao qual se refere abri exatamente por conta dos amigos, que pediram, gostando ou não de mim estão sempre comigo... (ah, coitados... porque se não estiverem, você tenta chantageá-los?) e o que eu fizer, eles estarão me apoiando, como vc sempre vê... (isto se chama bullying virtual, e também dá processo)

Tanto fala de uma discussão que tive com alguém no ano de 2009, se não me engano, devido a um mal entendido - ela pensou que eu estivesse interessada em alguém que ela estava querendo namorar, mas eu sou uma senhora CASADA e não tenho vocação para prostituta ou periguete, e mais tarde, ela mesma veio desculpar-se comigo. Todos sabem que ela sofre de depressão e bipolaridade, e que tem surtos de vez em quando - ela mesma escrevia sobre isso. Mas você, que tanto fala dos problemas dos outros, não menciona que foi EXPULSA do site por provocar pessoas repetidamente. E sua birra não é só comigo, é segundo você mesma, com outras pessoas que de lá participam e que estariam, como eu "Escrevendo em cima do que você escreve ou plagiando a sua 'linda e reflexiva' obra. A isto eu chamo mania de perseguição, e a psicologia pode explicar muito bem.

O site do qual ambas participamos mandou que você retirasse um texto ofensivo sobre mim, e você, além de voltar a publicá-lo (recebi um link de uma pessoa que gosta de mim e me admira) ainda trocou o nome do mesmo. Sempre faz esse tipo de coisa: troca os títulos dos seus textos ou o miolo, a fim de publicar calúnias sobre os outros sem ser incomodada pela administração. Quando denunciada, finge inocência, repostando os textos anteriores e mantendo o título dos denunciados para que a administração não a mande excluí-los.  Lá em seus 'poemas' está o meu nome, várias vezes citado, e colocou os emails que enviei em resposta aos seus como se fossem comentários aos seus próprios textos para disfarçar. Ainda por cima, é covarde. Saiba que tenho tudo fotografado. Nem adianta trocar títulos ou conteúdos.




























segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Extensões





Puxas os fios
Querendo ouvir os assuntos
De minha mente.

Fazes gambiarras,
Gatos, ligações,
E de todas as ilícitas formas possíveis
Tiras conclusões.

Mas há estática nas extensões,
Não escutas direito,
Concluis e completas
As minhas conversas
Com tuas próprias palavras.

Depois, passas adiante, em noites insones,
O que não sabes,
Lábios sussurrantes colados ao bocal
Do teu telefone,
Crias, qual aranha que tece uma teia,
As tuas verdades.

-ASPONE!
Assistente de Porra Nenhuma,
Flutuas e afundas, flutuas e afundas
Num mar de psicoses, neuroses,
Psicopatias e escolioses mentais,
Os pensamentos tortos e distorcidos
Pela vaidade
Que sai da tua bunda.





Felicidade em Casa




Ontem, ao assistir ao Fantástico, descobri (ou confirmei o que já sabia) de que as pessoas mais felizes não são necessariamente  as que moram em bairros elegantes e condomínios de luxo: a maioria das pessoas entrevistadas na reportagem - moradores de favelas pelo Brasil afora - consideram-se felizes. Por que? Simples: porque elas vivem solidariamente! Em meio ao crime e à violência, elas conseguiram abrir uma brecha e viver com dignidade. Conseguem ser felizes com a parte que lhes cabe, e acreditam no trabalho que realizam. Vivem em clima de camaradagem com os vizinhos e amigos. Fazem festas.

Lembro-me do tempo em que morei em um bairro de classe média baixa, da minha infância à idade adulta. Havia uma sensação confortadora de estar protegida, de ser conhecida e de conhecer todo mundo. As casas eram simples, não havia muitos enfeites. As pessoas não faziam dramas diante da vida, aceitando suas mazelas e vivendo um dia de cada vez, procurando ser felizes com aquilo que tinham.

E havia as conversas ao muro, as brincadeiras de criança na rua, os pais chegando em casa ao final do dia. As pessoas eram muito mais simples, e a felicidade, que mora na simplicidade, muito mais natural. Não havia artificialismos; ninguém ficava competindo para mostrar em redes sociais quem tinha a casa mais bonita, as roupas mais caras, os sorrisos mais convincentes. Poucos tinham carros, e quando tinham, era um carro para cada família, o que fazia com que nos encontrássemos em pontos de ônibus e déssemos e pegássemos caronas .Viver era um exercício natural. A gente sorria nas fotos quando tinha vontade. E mesmo quando havia uma rivalidade ocasional, ela desaparecia e dava lugar à solidariedade assim que o momento se fizesse oportuno. 

Saudades das casas simples do bairro onde morei. Saudades do viver simples e dos desejos simples.



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Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...