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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Respiração - por Monja Coen






"Se quiser conhecer a si mesma, a respiração é a corda que leva ao fundo do poço" - ouvi essa frase repetidas vezes durante minhas aulas semanais de Yoga.

"Respirar é preencher espaços" insiste sempre minha professora Walkiria Leitão.

Ela foi aluna do professor Shimada, de dona Inês, do professor Garoti e de tantos outros mestres e mestras de Yoga, Filosofia, Espiritualidade, Fisiologia.

Para ser intrutor, instrutora de Yoga ou do Zen Budismo, é preciso conhecer corpo-memte-espírito com grande intimidade.

Estar em contato com a respiração é estar em contato com nossa maior intimidade, com a essência que nos faz ser. Interser.




MInha superiora no Japão, a Abadessa do Mosteiro Feminino de Nagóia, Aoyama Shundo Docho Roshi costumava dizer que são necessários dez anos para se formar uma monja, vinte anos para se formar uma professora monja e trinta anos para se formar uma mestra zen. Não é assim mesmo? Muitas vezes queremos transpor etapas, procuramos atalhos, mas essa ansiedade apenas nos afasta do próprio Caminho, que náo é curto nem longo. É apenas, assim como é.

Inspirar e expirar conscientemente. Pausa. 
Inspiração. Pausa. Expiração longa, lenta, devagar.
Vai-se tornando sutil e profunda. Leve.

Não significa apenas que durante o Pranayama respiremos mais oxigênio. Pode ser o contrário. Mas criamos condições para que durante todo o dia possamos respirar melhor e oxigenar melhor as células de nosso corpo.

Vontade de respirar e não vontade de respirar.
Vontade de pensar e não vontade de pensar. Diferente de vontade de não pensar. Diferente de vontade de não respirar.

Depois de alguns exercícios de Pranayama, Marcos Rojo me surpreendeu com essas frases. Estávamos no encontro anual de Yoga e Budismo, em Ubatuba, nos feriados de Corpus Cristie.

Com que simplicidade profunda os ensinamentos sagrados eram transmitidos.

Suas palavras esclareciam aquilo que o fundador da minha ordem religiosa no Japão, Mestre Eihei Dogen (1200-1253) escreveu há tantos séculos:
"Existe o pensar, existe o não pensar e além do pensar e do não pensar."




Sempre achei difícil explicar em palavras o que isso significa. De repente, na aula de Yoga, lá estava, palpável, a experiência pura.
Inspirávamos, retínhamos o ar e expirávamos lentamente. E onde estavam os pensamentos? E a vontade de respirar ou de pensar?
O som da sala era o som das ondas do mar.

Muitas pessoas acreditam que meditar é silenciar a mente, evitar todo e qualquer pensamento, e assim se esforçam para não pensar. Quanto mais se esforçam mais difícil fica a meditação verdadeira, o samadhi profundo. Cria-se uma idéia, um conceito de samadhi. Há muitas pessoas que desistem de meditar porque não conseguem passar a barreira sem barreira, o portal sem portas do Zen.

Fiquei me lembrando de um retiro que fiz há cerca de trinta anos. Um dos meus primeiros sesshin (retiro zen silencioso). Eram muitas horas por dia sentada em zazen. O corpo reclamava da postura, a mente tentava romper a torrente de pensamentos, reclamações, resmungos. Estávamos já no terceiro ou quarto dia do sesshin. A dor nas pernas era insuportável. Resolvi seguir uma partícula de oxigênio. Estaria mesmo a seguindo? Respirei suavemente pelas narinas, percebi essa molécula entrando nos pulmões, passeando pelas artérias, chegando a meu pé direito, dobrado sobre a coxa esquerda. Depois fazendo a troca e o gas carbonico saindo, lenta, suavemente pelas narinas. Foi um momento mágico. Onde estava a dor? Onde ficaram os pensamentos?



Noutro momento aconteceu algo também extraordinário: percebi que se inspirasse e retivesse o ar e depois o soltasse lentamente, o abdomen se contraia e havia momentos em que parecia não precisar respirar. Sem esforço.
Como se meu próprio corpo me ensinasse princípios do pranayama.

Naquela época eu não conhecia nada do Yoga.
Continuo conhecendo muito pouco.
Mas, desde a minha primeira aula senti que havia encontrado um caminho maravilhoso. Caminho que completa e se ajusta à vida monástica, aos ensinamentos de Buda, ao conhecimento de mim mesma.

Mestre Zen Eihei Dogen (1200-1253) também escreveu:

"Estudar o Caminho de Buda é estudar a Si mesmo. Estudar a Si mesmo é esquecer-se de si mesmo. Esquecer-se de si mesmo é ser iluminado(a) por tudo que existe. É abandonar corpo e mente- seu e dos outros. Nenhum traço de iluminação permanece e essa iluminação é colocada a serviço de todos os seres, de toda a existência"(do texto chamado Genjokoan- A realizaçao na vida diária)




Inspirando. Não inspirando.
Expirando. Não expirando.
Pensando. Não pensando.

Além, muito além, o yogui e o budista se encontram no topo da montanha mais alta, no mais profundo dos oceanos.
Parecem apenas pessoas simples, comuns. Mas, como são leves...

Mãos em prece

Monja Coen




Minha Vida






Minha Vida


Nada muito grande,
A minha vida.
Pode ser, por todos,
Ignorada,
Deixada de lado, esquecida,
Pode acabar-se de repente,
Nalguma esquina perdida.

Basta que alguém puxe uma alavanca,
Ou quem sabe, acelere,
Ou aquele encontro em Samarcanda?...

Um quase nada,
A minha vida.
Frágil sopro distraído
Que saiu da boca
De um deus cansado
Enquanto ele suspirava!

Foi como surgiu o universo:
Um simples espirro,
E veio um verso
De um poeta entediado.

É assim, a minha vida:
Nada tão importante,
Ou relevante,
Que morre ao fechar dos olhos
Na beira de cada noite,
Como um simples talho
Que corta um fio.

Mas desperta toda manhã,
Nas gotas de orvalho.

domingo, 7 de julho de 2013

Retorno






Retorno

Pensei jamais voltar aqui,
Mas a estrada me trouxe
Estendendo aos meus pés
Os caminhos de outrora.

Puxei, sem querer, os fios da memória
E me lembrei de ti.

Tudo, nesse jardim
É planta sem flor, sem viço,
Caminhos musgosos
Cobertos de densa neblina
Onde um dia, tu passaste.

Queria ouvir de novo a tua voz
No bico de um pássaro,
Ou ver um segundo do teu rosto
No espelho silencioso destas águas!

Mas há um rio entre nós,
E nos olhamos
Cada qual, do seu lado,
Sabendo que não há pontes
E nem há barcos.

A vontade afunda, afoga-se,
Sem jamais chegar às margens.


sábado, 6 de julho de 2013

Inesperado






Inesperado


Por mais que seja noite,
-Cliché: um dia, amanhece!
E os cedros negros,
Que lembravam monstros,
Serão flautas para o vento.

E num momento de pura surpresa,
As nuvens recolherão as tempestades,
Abrindo um caminho no meio do céu
Para que o sol passe.

O musgo do abandono
Que cresceu pelo caminho não trilhado
Será estrada aveludada
Que levará ao reencontro tão sonhado.

Num dia inesperado,
Quando os olhos estiverem secos
E o riso tiver voltado.




A Outra Face da Inveja





A Outra Face da Inveja
Texto de Giovani Papini


Aqueles que são invejados entristecem-se com o rancor que sentem à sua volta; se são orgulhosos, por receio de algum prejuízo; se generosos, por compaixão dos que invejam. Mas depressa se alegram: se me invejam, isso quer dizer que tenho um valor, dos méritos, das graças; quer dizer que sentem e reconhecem a minha grandeza, o meu triunfo. A inveja é a sombra obrigatória do gênio e da glória, e os invejosos não passam, de forma odiosa, de admiradores rebeldes e testemunhas involuntárias.



 Não custa muito perdoar-lhes, quando existe o direito de me comprazer e desprezá-los. Posso mesmo estar-lhes, com frequência, gratos pelo facto de o veneno da inveja ser, para os indolentes, um vinho generoso que confere novo vigor para novas obras e novas conquistas. A melhor vingança contra aqueles que me pretendem rebaixar consiste em ensaiar um voo para um cume mais elevado. E talvez não subisse tanto sem o impulso de quem me queria por terra. 
O indivíduo verdadeiramente sagaz faz mais: serve-se da própria difamação para retocar melhor o seu retrato e suprimir as sombras que lhe afectam a luz. O invejoso torna-se, sem querer, o colaborador da sua perfeição. 

Giovanni Papini, in 'Relatório Sobre os Homens'




quarta-feira, 3 de julho de 2013

Realidade






Realidade

As lentes cegam,
Mudam as cores,
Põe no cenário
O que não está.

Realidade,
Qual a verdade,
Com quantas cores
Podem pintar?

Torcem as cordas
Chamam coragem
O que é vertigem,
Não enxergar...

Realidade,
Qual o teu nome?
Holografia
Do que não há...

Já nem bem sabem
Seus próprios nomes,
Penam de fome
Sem saciar!...

Realidade,
Fecho meus olhos
Sonho contigo
Para te achar...


terça-feira, 2 de julho de 2013

In memoriam






Sob o teu nome, eu li: "In Memoriam." Lembrei-me do teu riso solto e fácil. Coisas boas me vieram à cabeça, e também, as piores coisas.

Lembrei-me de você pequeno, correndo pela casa com seus primos, andando de bicicleta no quintal, fazendo manha, gargalhando. Lembrei-me de você com o uniforme da escola, e nas festinhas de aniversário. Revi fotografias onde ficou guardado o teu sorriso, e a tua presença entre os amigos. Era sempre tão difícil encontrar uma foto na qual você estava só!

Lembrei-me de você durante as suas aulas de inglês, aos sábados de manhã, quando você e a Dani vinham juntos, e das conversas depois da aula, quando descíamos a rua à pé, falando dos planos para um futuro que não aconteceu.

As coisas boas de se lembrar logo foram sendo substituidas pelo que vivemos nos teus últimos dias.

Lembrei-me daquele último ano novo, do quanto foi difícil festejar, tentar encontrar algum motivo para sorrir, sabendo que aquele era o teu último ano novo. Lembrei-me daquele telefonema, o último que você me fez, numa sexta-feira de manhã, aos prantos: "Tia, eu não estou bem. Estou com muita raiva." Eu, daqui, não sabia o que dizer para te consolar, então, eu disse: "Chore, coloque tudo isso para fora. Soque um travesseiro, mas não guarde essa raiva." E você respondeu, já rindo: "Mas tia, eu já estou todo ferrado, e se eu for socar um travesseiro e me ferrar mais ainda?" 

Desliguei o telefone rindo, mas só Deus sabe como eu me sentia.

Vi a mim mesma agarrada àquele par de muletas, na recepção do hospital, chorando em público como eu jamais havia feito na vida. Ouvi novamente o toque do telefone naquela terça-feira de janeiro, a pior de minha vida. Ouvi os passos do meu marido descendo devagar as escadas, e parando antes de chegar ao final. Ouvi-o chamar meu nome, e ao olhar nos olhos dele, eu soube.

Vi teus amigos escrevendo mensagens de adeus com tinta branca sobre a madeira escura. 

Voltei agora ao teu nome, escrito no trabalho de faculdade que teus amigos vieram trazer para mostrar à sua mãe, tanto tempo depois. Sob, está escrito: "In Memoriam." E mesmo depois de tanto tempo, eles não te esqueceram; vieram de tão longe para entregar este presente à sua mãe. Com certeza, eles sabem do quanto este trabalho foi importante para você. A pesquisa foi aceita por uma universidade dos Estados Unidos! E você terá seu nome nele para sempre, junto aos nomes de seus amigos.

O trabalho agora está aqui comigo, em minha casa, para que eu o traduza. Mas toda vez que abro o envelope, eu me lembro. Um dia, talvez eu consiga traduzi-lo. 




E já que você adorava O Senhor dos Anéis...


May It Be
May it be an evening star
Shines down upon you
May it be when darkness falls
Your heart will be true
You walk a lonely road
Oh!How far you are from home

Mornie utúlië (darkness has come)
Believe and you will find your way
Mornie alantië (darkness has fallen)
A promise lives within you know

May it be the shadows call
Will fly away
May it be your journey on
To light the day
When the night is overcome
You may rise to find the sun

Mornie utúlië (darkness has come)
Believe and you will find your way
Mornie alantië (darkness has fallen)
A promise lives within you now

A promise lives within you now






Que Seja
Que uma estrela do anoitecer
Brilhe sobre você
Que quando a escuridão cair
Seu coração seja verdadeiro
Você caminha por uma estrada solitária
Oh! Como você está longe de casa

Mornie utúlië (a escuridão veio)
Acredite e encontrará seu caminho
Mornie alantië (a escuridão caiu)
Uma promessa vive dentro de você agora

Que o chamado das sombras
Fuja
Que sua jornada continue
Para iluminar o dia
Quando a noite for superada
Você poderá se erguer para encontrar o sol

Mornie utúlië (a escuridão veio)
Acredite e encontrará seu caminho
Mornie alantië (a escuridão caiu)
Uma promessa vive dentro de você agora

Uma promessa vive dentro de você agora



Haikai

        



Transformou-se em flor
Ao pousar no gramado
Foi um beija-flor...


A flor anseia
Transformar-se em pássaro
Olha para o céu.








Sorria Para a Vida!





SORRIA PARA A VIDA!


Texto enviado por e-mail pela Fraternidade Francisco de Assis - Petrópolis



Tem dia que ao acordar 
olhamos pela janela e parece que há uma nuvem negra sobre o céu. 
O sol está lindo mas nem olhamos para ele. 
Os pássaros cantam e só escutamos o barulho ensurdecedor dos carros. 
A vida está sorrindo mas estamos sérios demais para viver e sorrir com a 
vida. Sentimos uma profunda tristeza... 
É como se estivéssemos sentindo 
"a dor do mundo". 



Quando isso acontece é hora de parar tudo. Repensar sobre o que você está 
fazendo com a sua vida. 
Pare de ouvir essa voz invisível! 
Ela apenas lhe coloca para baixo, 
se alimenta da sua tristeza e quer ser mais forte que você. 



Vamos lá!!! 
É hora de dar um tempo para você mesmo. Se é ruim viver assim 
manda esse baixo astral para longe. Não alimente essa "voz" invisível que 
está ao seu lado 
fazendo com que você não ache mais graça na vida. 



Traga bons pensamentos 
para dentro de você. 
Não se deixe abater pelos problemas, ninguém é infeliz para sempre. E você 
já teve bons momentos em sua vida. 
Momentos esses, onde você sentiu muita felicidade e foi tanta,
que você agradeceu centenas de vezes a Deus por estar vivo. 




Então não deixe que essa tristeza 
lhe turve os olhos da alma ou aprisione seu coração. 
Acredite!!! 
O céu está mais azul do que nunca. 
Você pode ver e sentir a Luz do sol. O movimento conturbado 
das ruas continuam. 
Mas os pássaros ainda estão cantando. 
E irão sempre cantar 
para quem souber ouvi-los. 
A vida, tem momentos de seriedade, mas irá sempre sorrir para você se você 
aprender a sorrir para ela! 





segunda-feira, 1 de julho de 2013

O Louvadeus



Louvava, e eu não sei porque
A criatura voraz...
Talvez pedindo perdão
Àquilo que o alimentava.

Agarrava com as patas
Borboletas, gafanhotos,
E enquanto os devorava,
Pousado na folha, louvava...

Seria de gratidão
Ou quem sabe, de prazer
Pelas carcaças sugadas
Das quais ele desfrutava?...

Não sei; só sei do que vi,
E sua sina, não julgo:
Alimentar-se dos outros
Sem dó  e sem piedade
Com grande voracidade
Enquanto louvava, louvava...





Vício



O amor que não transforma
Em algo melhor a quem ama,
Que não ensina, que não salva,
Nem eleva um pouco a alma,
Não poderá ser chamado
Jamais, de amor verdadeiro,
Mas de espelho de vaidade,
Conveniente ferramenta
Que só enxerga a si mesmo.

O amor que é de verdade
Traz aquele sentimento
De paz e tranquilidade;
Mas ao mesmo tempo, abala
E derruba convicções
Já há muito ultrapassadas,
Pois que o amor nos traz coragem,
É caminho de mudança
Para as almas se elevarem.

O amor não mata ou prende,
Mas liberta, compreende,
E tem por objetivo
Ver o outro caminhar
Resoluto, forte, só,
Pois o amor não é muleta,
Nem exige sacrifícios...
Mas só se for verdadeiro,
Ou não é amor; é vício!


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Wyna, Daqui a Três Estrelas

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