Trecho do livro - "Obras Póstumas," de Allan Kardec
20 de janeiro de 1860
ACONTECIMENTOS PAPADO
Pergunta: (Ao espírito Ch.) Fostes embaixador em Roma, e naquele tempo predissestes a queda do governo papal; que pensais hoje a respeito?
Resposta: Creio que se aproxima o tempo em que a minha profecia vai se cumprir; mas isso não será sem tumultos. Tudo se complica; as paixões se esquentam e, de uma coisa que se poderia fazer sem comoção, tomam-na de tal modo que toda a cristandade será com ela abalada.
Pergunta: Poderíeis nos dizer a vossa opinião sobre o poder temporal do Papa?
Resposta: Penso que o poder temporal do Papa não é necessário para a sua grandeza, nem para o seu poder moral, ao contrário, menos súditos terá, mais será venerado. Aquele que é o representante de Deus sobre a Terra está colocado bem alto para não ter necessidade de relevo do seu lugar terrestre. A Terra a dirigir espiritualmente, eis a missão do pai dos cristãos.
Pergunta: Pensais que o Papa e o Sacro Colégio, melhor esclarecidos, não façam o necessário para evitar o cisma e a guerra intestina, não fosse ela senão moral?
Resposta: Não o creio; todos esses homens são teimosos, ignorantes, habituados a todos os gozos profanos; tem necessidade do dinheiro para satisfazê-los, e tem medo de que a nova ordem de coisas não lhes deixe o bastante. Também eles levam tudo ao extremo, pouco se inquietando com o que acontecerá, sendo muito cegos para compreenderem a consequência de sua maneira de agir.
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