witch lady

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quinta-feira, 28 de junho de 2012

A Moça no Biquine Azul














Sábado à tarde fomos à casa de minha sogra fazer-lhe uma visita. Mal chegamos, meu marido pediu-lhe licença e apanhou uma caixa com algumas fotografias antigas, trazendo para mim um pequeno álbum. Estendeu-o para mim, todo sorridente, dizendo:

-Ana, dá uma olhada nestas fotos antigas e olha só que moça bonita que eu namorei.

Comecei a olhar as fotografias, e numa delas, lá estava uma moça bonita em um biquine azul posando para a foto, ao lado de meu marido. Corpo impecável, longos cabelos pretos presos em um rabo de cavalo. A fotografia tinha sido tirada na Praia do Peró, há muitos e muitos anos. Um pouco antes de começar a sentir-me enciumada, constatei quem era minha rival: 

A moça no biquine azul era eu! 

Quase não pude acreditar! Nossa, como o tempo passa rápido... eu nem me recordo do momento em que aquela foto foi tirada, muito menos, daquele biquine azul. Fugira-me da memória o fato de que um dia, eu fui aquela moça. Pensei: "Ah, se eu pudesse ser novamente aquela moça..." 


Mas logo em seguida, conclui que tinha pensado uma grande bobagem! Eu ainda sou aquela moça. Parte dela ainda vive dentro de mim. Só que agora, mais madura e experiente, muito mais completa. Não gostaria de voltar a ser aquela mocinha tímida e insegura que eu fui. 

Sei que, daqui a alguns anos, estarei sentada em algum lugar, olhando velhas fotos de como fui antigamente e de como sou hoje. Espero que quando este momento chegar, a maior parte de minhas memórias sejam boas e saudáveis, e que eu sinta um aconchego dentro de mim, por saber que aquela mulher cuja imagem retratada nas fotos foi se modificando com o tempo, ainda permanece. Só que melhor. 


Publicado em: 10/09/2010 10:47:23 no Recanto das Letras

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Espíritos








Mil espíritos me cercam 


Me acalentam, me atormentam. 


Uns riem da minha dor, 


Outros choram, se me lamento. 



Alguns povoam-me os sonhos, 


Outros causam pesadelos. 


Se uns provocam-me a queda, 


Outros desdobram-se em desvelos... 



Mil espíritos me cercam, 


Reinos, turbas, hordas, levas. 


Alguns são espíritos de luz, 


Outros, espíritos das trevas. 



E eu, no meio deles todos, 


Sou humana, sou mulher. 


Tenho um coração de anjo 


Com um toque de Lúcifer.

Até aonde Vai a Liberdade de Expressão?





Há alguns dias, uma pessoa deixou-me comentários horríveis em meu blog. Esta é a segunda vez que isso acontece, e da primeira vez, tomei as providências que eu achei que a primeira pessoa em questão merecia. Nesta segunda vez,  eu estava sem conexão de internet, e por isso, os comentários da segunda pessoa ficaram no ar por mais de um dia, e eu, de nada sabia. Tudo porque, em um momento de muita frustração, no qual eu estava extremamente triste, eu relatei um fato VERDADEIRO que acabara de acontecer comigo, em relação  a um cãozinho de rua que eu tentei ajudar. Jamais citei nomes, e se a pessoa em questão tomou conhecimento do que escrevi, não foi por meu intermédio, mas por intermédio da pessoa que o USOU a fim de vingar-se de mim por um outro fato totalmente diferente. As conclusões que eu tomei, tenham elas sido verdadeiras ou não, me ocorreram por total falta de informação das partes envolvidas. Ora, se alguém está esperando por um socorro, pelo qual pagou, por mais de duas horas, e sem notícias, esta pessoa tem o direito de pensar o que quiser. Aliás, qualquer pessoa tem o direito de pensar o que quiser, em qualquer situação, e sobre isto, ninguém jamais conseguirá convencer-me do contrário.

Quem lê o que escrevo e interage comigo, sabe que eu JAMAIS em ocasião alguma, fui até o blog ou site de alguém para postar comentários ofensivos. Disto, eu tenho certeza, pois eu acredito que este tipo de atitude é errada, é covarde, é abominável. Até mesmo a minha indignação, quando acho conveniente, é expressada em MEU próprio espaço. E por isso eu já fui punida algumas vezes, mas eu sempre assumo as coisas que faço.

Do que escrevi, não me arrependo; justamente por isso, não apaguei. É muito fácil, tecer comentários a respeito do que eu passei naquelas mais de duas horas, enquanto, de pé em uma rua gelada, eu observava uma outra criatura sofrer, no momento em que se está no conforto da própria casa. É muito fácil tomar a defesa de um perfeito estranho, que, como é tendência, daqui a algum tempo sumirá de sua vida - pois a vida dá voltas, as pessoas mudam, seus interesses mudam - e achincalhar um parente que fará parte de sua vida para sempre, e pelo mais imbecil dos motivos: porque eu me recusei a apoiá-la em uma ocasião porque eu achei - e continuo achando - que ela estava ERRADA! Decidi não tomar partido, e isso é um direito meu. 

É fácil julgar e apontar o dedo na cara alheia, principalmente quando os motivos são escusos, não reais, bem outros, uma vingança sórdida porque eu me recusara, alguns dias antes, a fazer uma coisa que eu julguei errada. E disto, jamais me arrependerei.

A liberdade de expressão é direito de todos. Mas as pessoas tem confundido um pouco as coisas... aliás, muito! Criei este espaço para exercer a minha liberdade de expressão, e qualquer um que deseje fazer o mesmo, deve criar seu próprio espaço, e não usar o do outro para expressar suas idéias errôneas, suas frustrações, seu ódio  e sua ignorância. Liberdade de Expressão é concordar ou discordar do que escrevo, mas dizer coisas sobre a pessoa Ana Bailune, sem conhecimento dos fatos, é execrável, covarde e sórdido! 

Por este motivo, tenho moderados os comentários. E decidi deixar isto claro, para que ninguém daqui pense que é por qualquer outro motivo que eu o fiz.





terça-feira, 26 de junho de 2012

Dê-me!







Dê-me!




Dê-me um sentimento único,


Aquele que ninguém jamais sentiu,


E eu te darei um poema inédito,


Novinho em folha, e será meu o crédito!


Dê-me uma palavra nova, 


Que jamais tenha sido pronunciada, 


Ou uma frase que jamais foi dita, 


E eu te darei uma história nunca antes contada! 



Dê-me um vento que nunca soprou, 


Uma flor que está sempre um minuto antes 


Do desabrochar, 


Dê-me um amanhecer que ninguém jamais viu, 


O por de um sol 


que permanecerá sempre 


a um segundo 


de tocar o horizonte, 



Dê-me uma lua que ninguém jamais olhou, 


Ou estrelinhas, de tão novas, a tilintar, 


E te darei uma história recém -nascida, 


De um poema inédito, desta vida 


Ou de outra que ninguém jamais viverá. 



segunda-feira, 25 de junho de 2012

Todo Mundo Tá Falando




Todo Mundo Tá Falando Oswaldo Montenegro


Todo mundo tá falando de fama


Todo mundo tá falando de guerra


Todo mundo tá falando de lama


Todo mundo tá falando de terra



Todo mundo tá falando de medo


Todo mundo tá falando de paz 


Todo mundo tá falando segredo 


Todo mundo tá falando demais 



Por telefone, por Orkut, por carência


Por site, por decadência 


Por vontade de brilhar 


Por Facebook, por e-mail, por esmero


Por carta, por desespero 


Todo mundo quer falar 



Ao pé do ouvido, por gesto, por ousadia


Timidez ou covardia 


Por não saber escutar 


Pela TV, pelo cinema ou microfone


Todo mundo se consome 


Mas não pára de falar! 





************* 










E tem quem fale demais 


Por medo da solidão, 


Entregando aos carrascos 


O próprio irmão! 

















Prove que Você Não é Um Robô!!!










"Prove que você não é um robô!" Assim está escrito nos blogs, no espaço reservado às postagens dos comentários. Para provar que eu não sou um robô, eu devo ler aquelas letrinhas que sobem umas em cima das outras de maneira correta. E agora ainda tem umas fotografias de números quase ilegíveis, borradas, parecendo que foram tiradas durante algum dia enevoado e chuvoso com uma câmera de baixa resolução defeituosa.






Mas eu tenho que provar que eu não sou um robô! Então, respiro fundo, ajeito os óculos e começo a ler as letrinhas: "fnundyskl... " pronto! Passei na primeira prova!






Agora, vamos aos números: "..." Não dá! Aperto o botão de reset para tentar outra combinação... ah! Agora sim, eu consigo ler muito bem os números! Mas... que letrinhas amontoadas são estas? Isto aqui será um "o" ou um "u" fechado demais? Bem, vamos arriscar (e confesso que antes de apertar o botão, eu fico numa ansiedade danada... e se eu não consegui acertar? Isto significará que eu sou um robô)?






Dou uma corridinha até o espelho mais próximo, e certifico-me de que sou de carne e osso. Aperto as bochechas, só para confirmar, e elas doem; portanto, eu não sou um robô! Ah! Graças a Deus!






Sento-me novamente ao computador, e respirando fundo, aperto o botão... nada! Não consigo postar o comentário.






Afinal, eu devo ser um robô.




Antes que Fuja...







Pega o poema que te chama 


E deita-o na folha, antes que fuja... 


Daqui a pouco, será tarde, 


E esta chama que agora arde 


Querendo ser fogueira, 


Será fumaça... 



Um poema passa, 


Mas não há de ficar para sempre 


Exigindo ser escrito... 


Um poema é uma chance, 


E mesmo que seja grito, 


Uma hora, ele se cala! 



Pega, então, e sem demora, 


Este pensamento arredio, 


Este verso fugidio, 


Efêmero e leve, que surge! 


Pois o tempo urge, 


E apaga o sentimento 


Que é deixado lá fora... 



Não aborte esta canção 


Que alguém sopra em teus ouvidos! 


Pois fostes escolhido 


Para dar-lhe à luz! 


Senta-te, e com reverência, 


Escreve mais este poema, 


E solenemente, agradeça!


domingo, 24 de junho de 2012

Terminar









Acho que desde o começo

Todo mundo está aqui 

Com um único objetivo: 

Aprender a terminar, 

Fechar, 

Concluir. 


Cada dia que começa 

Só pode nos levar 

Ao epílogo de tudo, 

Das coisas, 

De nós mesmos, 

Da vida. 



Terminar 

Sem perder-se em recomeços 

Mas reconhecendo o avesso 

Das aparências, de tudo... 


Por isso, amo o por do sol 

Mais do que o amanhecer... 

Ele é um marco, 

Uma lição em cores belas 

E definitivas, 

Que nos mostra 

Que não importa o que fizemos durante o dia, 

O final é sempre o mesmo: 

Ele termina. 


Assim, façamos o melhor... 



E as estrelas 

Continuarão sempre 

Um mistério indefinível 

A respeito do qual 

Nos perderemos em metáforas.



sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sangue do meu Sangue






Os meus glóbulos vermelhos


Sorvidos por tua garganta


Que não se cansa


Desse horrível gargarejo...



Tu és sangue do meu sangue, 


Mas me sugas,


Até deixar-me exangue!



Regorgitas minhas plaquetas


Nessa refeição infame


Para a qual não há gorjetas,


Só vexames!


Tu és sangue do meu sangue,


E teu sangue não te basta,


Queres o meu,


Para encher as tuas taças!



A vingança perpetrada 


Porque não te dei razão


A garganta perfurada


Pelos teus caninos grandes!



Tu és sangue do meu sangue,


Mesmo assim, não te garantes,


Pois desejas


Meus leucócitos e hemácias!



Tuas taças estão cheias,


Gargareje, regorgite,


E me sirva aos teus amigos!






***








A Primeira Geladeira a Gente Nunca Esquece











Nossa... este título deve soar jurássico para quem é jovem hoje. Mas quando eu era bem pequena , não era muito comum as pessoas de classe média baixa terem geladeiras em casa. Quem tinha, de vez em quando ficava responsável por guardar alguma coisa para o vizinho, ou de fornecer o gelo para as festinhas.

Nossa primeira geladeira, foi uma Cônsul azul-clarinha. Acho que eu tinha uns quatro anos de idade na época, mas eu me lembro muito bem de meu pai chegando em casa e dizendo à minha mãe que comprara uma geladeira nas Casas Xavier.

Logo depois, veio também o nosso primeiro liquidificador, e chegamos à era dos sucos e sorvetes. Maçã no liquidificador era uma verdadeira delícia, e picolé de groselha com leite, uma iguaria!

Meu pai tinha muitos ciúmes das coisas que comprava, pois o fazia sempre com muitas dificuldades, às vezes, dividindo os pagamentos em 24 vezes no crediário. Quem ousasse esbarrar em sua geladeira, ouviria um sermão zangado. 

Aquela geladeira azul ficou conosco mesmo depois que todos os meus irmãos mais velhos casaram-se e saíram de casa. Jamais teve qualquer tipo de problema. Hoje em dia, essas coisas tem prazo de validade curto. Quando eu me casei, ela ainda existia, mas foi desativada quando minha mãe mudou-se para a casa de minha irmã. Acho que eles a doaram a uma família carente. Mas sempre me vem à mente a imagem da cozinha de nossa casa, com a mesa de madeira no meio, as quatro cadeiras, a geladeira azul no cantinho, o janelão aberto sobre o fogão também azul. Ali, naquela cozinha, aprendi a ler e escrever.

A geladeira azul como testemunha da história de nossa família.




quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um Caso de Bullying








Em uma escola, uma menina de dez anos - que não é bonita, rica ou popular, e ainda por cima, é bolsista - sofre perseguições e brincadeiras ofensivas por parte de alguns colegas. O mesmo ocorre no bairro onde ela vive.
Tem uma irmã adolescente que, como a maioria dos adolescentes, deseja ser popular, nem que para isso, precise expor sua irmã menor aos seus colegas. Talvez nem o faça por mal, e nem sequer desconfie do que isso poderá causar ao espírito de sua irmã menor. Ela mesma nem sabe que é também uma vítima da sociedade, já que ser popular é um requisito para sobreviver entre os outros adolescentes. 
A menina sofre brincadeiras de mau gosto que fazem referência à sua aparência física, apelidos e até mesmo, agressões. Quando ela chora, a irmã mais velha a chama de 'manteiga derretida', e se ela conta à mãe sobre o que está acontecendo, a mão, atarefada com seus inúmeros afazeres, ou não lhe dá atenção, ou a repreende. 
A menina cresceu ouvindo os adultos dizerem que, para ser amada, ela precisa ser boazinha e perdoar sempre. E ela tenta, realmente tenta! Cresce com um sentimento de inadequação e inferioridade, achando que tudo o que fazem a ela, é nada mais, nada menos, que normal e justo.
Um dia, um garoto bate em seu rosto na hora do recreio. Ela chora e tenta esconder, mas as outras meninas chamam a diretora do colégio, que a defende e fica do seu lado. Pela primeira vez na vida, alguém a defende! O menino é suspenso das aulas. Quando volta, após uma semana, pede-lhe desculpas. As outras crianças passam a respeitá-la mais, pois existe uma pessoa adulta que zela por ela. 
Infelizmente, a diretora da escola adoece e morre. A escola fecha, a vida segue...
Ela, que era bolsista, precisa mudar-se para uma escola estadual, onde um grupo de garotas a vê como a 'metidinha da escola particular', e a ameaça frequentemente. Até que duas outras meninas a acolhem em seu grupo. Só que para ser aceita, ela passa a fazer coisas, como fumar, tirar notas baixas e matar aulas. Mas é a única maneira de defender-se dos ataques das outras meninas. 
A mesma situação que ela vivia na escola e com as crianças do bairro, repete-se na vida adulta: seus colegas de trabalho abusam dela, armam-lhe ciladas e sabotam seu trabalho. Ela aprendeu a jamais reagir, e a acreditar que a vitória descansa sobre o perdão. Até que um dia, ela perde o emprego. 
E daí percebe que, se ela mesma não se defender, ninguém o fará por ela. Entende que as situações de conflito continuarão se repetindo em sua vida, indefinidamente, até que ela resolva defender-se. Também compreende que a melhor maneira de se defender, é expor os seus atacantes. 
Os praticantes de bullying nada mais são do que pessoas desajustadas e infelizes, que para sentirem-se melhor, atacam os mais fracos. E quem são os alvos? Bem, podem ser qualquer pessoa... alguém pode sofrer bullying por ser rico demais, pobre demais, feio, gordo, magro, bonito, inteligente ou estúpido. Na verdade, o requisito principal para ser vítima de bullying, é a INSEGURANÇA. 
A insegurança emana um odor que parece atrair os bullies! É a síndrome do espelho: eles atacam, no inseguro, aquilo que não suportam em si mesmos! Mas exatamente como os vampiros, os bullies se desintegram ao serem expostos à luz do sol. 
Graças a Deus, a menina cresceu e aprendeu a defender-se. 

Infelizmente, a case history que ilustra este artigo, não é uma ficção.

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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...