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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

CASAS ABANDONADAS








CASAS ABANDONADAS

Existem no YouTube vários canais que mostram casas abandonadas no Brasil e no mundo. Antes de assisti-los eu não fazia ideia da quantidade imensa de casas que estão nessa situação aqui no Brasil, principalmente no sul. Eu me pergunto o porquê de tal coisa acontecer. 

A grande maioria dessas casas foram abandonadas como se, de repente, a família inteira tivesse desaparecido e deixado tudo para trás: móveis, roupas, utensílios, os pratos na pia, sapatos, livros, retratos. Ainda há quadros nas paredes e colchas sobre as camas. As fotos espalhadas pelo chão e os armários e gavetas escancarados cujos objetos que ali eram guardados estão por todos os lados, mostrando que as casas foram invadidas, tiveram sua privacidade devastada por furacões de curiosos procurando por coisas de valor para roubar. 

Muitas vezes, ninguém sabe quem foram os donos daquelas casas. Ontem assisti a filmagem do interior de uma mansão ainda em construção, enorme, com pilares e escadarias de mármore e mais de dez quartos. De repente, a pessoa que a construía achou que seria melhor abandoná-la, e assim o fez. 
Quem serão essas pessoas que deixam para trás toda a sua história de vida? Estarão mortas? E se morreram, por que os seus herdeiros não tomaram posse de sua herança? 




Olhando aquelas casas sofridas e mal-amadas, penso sobre a transitoriedade de todas as coisas: famílias, relacionamentos, momentos felizes e tristes. A vida em si. Construímos coisas que não poderemos levar conosco. Sonhamos e trabalhamos para construir uma vida o mais confortável e  segura possível, mas... qual é o nosso medo? Por que temos essa necessidade tão grande de acumular coisas, como se elas nos trouxessem segurança em um mundo onde qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento a qualquer um de nós?

Somos criaturas estranhas. Sei de pessoas que não viajam porque têm medo de deixar suas casas e serem roubadas. E sei de pessoas que lutam durante anos para comprar uma casa da qual não cuidam e a qual não amam. 

Eu fico sempre um pouco melancólica quando vejo uma casa abandonada, pois ali estão histórias de vidas que foram abandonadas. 

Quando eu penso na minha própria casa, eu penso nela com amor e gratidão – lutamos para conquistá-la e deixá-la do jeitinho que ela está hoje, e ela vive sofrendo pequenas mutações junto conosco enquanto escrevemos nas paredes e pisos as nossas histórias de vida. Sei que um dia iremos deixá-la. Quero aproveitá-la o máximo que eu puder, e quando despedir-me dela, será com a mesma gratidão e a certeza de momentos bem vividos. Não deixarei louças sujas na pia, nem minhas coisas espalhadas pelo chão. Tomarei cuidado para que todos os papéis e documentos referentes a ela sejam adequadamente encaminhados a quem de direito. Deixarei minha casa vazia e limpa para que outras pessoas possam construir suas vidas dentro dela. Não abandonarei aquela que me acolheu, me guardou e me abrigou.

Isso não é apego. É amor, respeito e gratidão.




segunda-feira, 25 de novembro de 2019

QUEM TEM UM LIVRO NUNCA ESTÁ SÓ





Quem tem um livro nunca está só.

Tem em volta todas as criaturas mágicas dos contos de fada, uma lua que está sempre cheia, um sol que sempre brilha.

Tem as flores que ninguém mais tem, pois foram cultivadas pela imaginação no solo do coração, regadas com alegria.

Tem uma imagem que é só sua de um lugar que o outro criou, e anda sozinho pelas estradas e ruas por onde ele te guiou.

Tem um existir que paira solene sobre a passagem de qualquer tempo, pois é criança, jovem, velho e feliz a qualquer momento.

Quem tem um livro tem um abrigo, e está seguro entre os sons do silêncio.





terça-feira, 15 de outubro de 2019

Um Jardim se Expande Diante de um Olhar


Minhas orquídeas



Você chega naquele jardim relativamente pequeno e olha em volta; pensa: “É um pequeno jardinzinho.” E você está certo, se for considerar apenas o espaço físico em metros quadrados ocupado por ele. Mas se você se sentar e olhar em volta de verdade, vai começar a perceber, ali, naquele pequeno espaço, centenas de coisas diferentes e interessantes que geralmente estão escondidas aos olhares mais distraídos.

A vida...


De repente, um passarinho pousa, você o segue com o olhar enquanto ele pula sobre os galhos das árvores e faz uma linda descoberta: existe um ninho ali perto. Você se aproxima e vê os pequenos pássaros ainda sem penas, e escutando um crocitar, olha para cima e repara no tucano que pousou em outro galho, interessado em uma refeição fácil. Atraídos pelos gritos da mãe passarinho, outros pássaros se juntam para banir o intruso e assegurar a segurança dos ninhos que estão por ali.
Encantada – afinal, ver um tucano em um jardim assim não é tão comum, você agora passa a focar nos gritos das maritacas que, sentadas na beirada do telhado, conversam em voz alta, rindo distraídas. 

...só começando!


Logo, o bando se retira em uma revoada barulhenta, indo pousar nas árvores do vizinho.

É nesse exato momento que você percebe, ali, bem juntinho ao chão, algumas pequenas flores coloridas que ninguém plantou, e também aprecia as orquídeas que você colocou nas árvores há mais de um ano, e que finalmente, decidiram florir. Um espetáculo à parte! E enquanto você está distraído com as flores, um casal de borboletinhas amarelas passam juntas, rodopiando como se dançassem uma valsa. E junta-se a ela uma monarca, duas, três, e então vêm as borboletinhas brancas. Um vento forte as sopra para longe, trazendo um besouro de asas nacaradas que passa zunindo pertinho do seu ouvido, indo pousar no tronco da árvore. 

Descansar...

No céu, nuvens pequeninas deslizam suavemente sobre o fundo azulado. O dia está um pouco nublado, fresco e delicioso. Daí você se senta em uma grande pedra que fica sob uma árvore, e olhando à direita, enxerga as montanhas. Seus olhos se perdem sobre elas, as pupilas rolam sobre as encostas catando todo o musgo das pedras, sorvendo a água que escorre das minas e dá a montanha um aspecto espelhado quando o sol bate.



Mas olhe só que coisa tão perfeita, esse chapeuzinho de sapo na madeira velha! Parece coisa de magia! A terra úmida solta seu perfume, que atinge suas narinas de repente e você automaticamente fecha os olhos para senti-lo melhor. E fechando os olhos, você começa a escutar sons que antes não estava escutando. E a brisa mais delicada entra em seus ouvidos, os cantos de passarinhos mais distantes, zumbidos, e até mesmo um bater de asas de borboleta. Você escuta o jardim, e nota que um jardim pode ser percebido de várias formas diferentes, não apenas através do olhar, mas do tato, do olfato e da audição.



E você se vê sendo invadido aos poucos por um sentimento quase religioso, uma paz de espírito imensa ali, entre o verde, enquanto se senta na grama macia e percebe entre as folhinhas da grama outras criaturinhas que moram por ali. E você pensa: “Como é possível que alguém seja infeliz nesse mundo? Por que há tantas coisas tristes e medonhas fora dos jardins?” A resposta vem em um relance: “Porque as pessoas focam naquilo que não devem. Se abrissem seus sentidos a qualquer jardim, por menor que ele fosse, com certeza o mundo seria bem mais bonito, muito mais alegre, e todos viveriam em paz.”



Você não precisa de dinheiro para sentar-se em um jardim. Nem precisa de muito tempo, ou de roupas ou sapatos especiais. Não precisa nem de companhia – aliás, eu aconselho que você faça isso sozinho, sem ninguém falando nos seus ouvidos, desfolhando problemas, reclamando ou se lamentando. Vá sozinho, procure o seu jardim, e ele nem precisa ser seu, não tem que estar na sua casa; pode ser um local público. Pode ser uma praça, ou a casa de um amigo ou conhecido.  Mas enquanto você estiver lá, ele será só seu. E você será só dele.



Olhe para um jardim, e ele olhará para você. Vocês dois estabelecerão uma conexão importante, privada, construindo em seu coração um lugar de paz e de relaxamento para onde você poderá ir sempre que quiser ou precisar. 



terça-feira, 16 de julho de 2019

Um Convite






Nos dias de hoje, as pessoas vivem como autômatos: olham mas não enxergam, escutam mas não ouvem, tocam mas não sentem. Eu hoje queria fazer um convite:

Tire dez ou quinze minutos do seu tempo de fazer coisas e cumprir metas e horários e vá para um jardim. Serve qualquer jardim; pode ser uma praça pública, um parque, o quintal da sua casa, e na falta de qualquer um dos citados, uma  rua com muitas árvores. Chegando lá, encontre um local aonde possa sentar-se ou recostar-se confortavelmente, e apenas observe. 

Perceba os passarinhos. Quando você os escuta, eles cantam para você, e então você reconhecerá que eles sempre estiveram ali, cantando, mas você nunca dedicou seu tempo a ouvi-los. Chegue perto de uma flor, e olhe para ela. Aspire seu cheiro, mas faça-o de verdade, pois muitas vezes, nós cheiramos uma flor rapidamente e dizemos: “Ah, mas ela não tem perfume!” Sabe por que? Porque a gente cheira errado. Se a gente cheirasse certo, poderíamos sentir os perfumes das asas de joaninhas que pousaram nela. Poderíamos sentir o cheiro de sol, vento e chuva. Agora, com muito cuidado, toque as pétalas e sinta sua maciez – mas faça-o bem de leve, para não machucar a flor.

Respire profundamente várias vezes, e bem devagar. Deixe que o ar realmente encha seus pulmões completamente, e perceberá, após algumas dessas inalações e exalações, uma leve tontura. É o oxigênio percorrendo seus pulmões, entrando no seu sangue, efetuando uma verdadeira limpeza dentro de você. Por isso você sentirá essa leve tontura: são os seus sentidos ficando mais aguçados. Talvez haja um formigamento agradável. Respire assim várias vezes, até sentir que uma alegria suave toma conta de você.

Agora, observe as pessoas que passam. Cada uma delas têm seus problemas, suas vidas, suas dúvidas, medos, inseguranças. Tente estabelecer uma conexão com elas – não precisa conversar, basta sentir que vocês todos são muito parecidos, mas que ao mesmo tempo, cada um é totalmente único em suas peculiaridades, ritmos e preferências. Talvez, ao observar os rostos das pessoas, você “sinta” instintivamente quais delas poderia ter uma conexão maior com você. Geralmente, tais pessoas são as que fazem com que a gente se sinta bem e em paz. Mas este é um exercício que precisa ser feito várias vezes para que você finalmente desenvolva esse seu lado intuitivo. Ele será muito útil, pois através desta prática, você aprenderá a não desperdiçar seu tempo e sua energia com pessoas que não têm absolutamente nada a ver com você. 

Agora levante-se do seu lugar, dê uma boa espreguiçada, esticando seus membros, estalando seus músculos e ossos. Sinta-se dentro do seu corpo, mas saiba que sua vida também continuará fora dele. Mesmo assim, trate-o bem; coma menos besteiras, beba mais água, durma bem. Respeite-o, não o submetendo a exercícios que forçam seus nervos, tendões e músculos (lembre-se: o coração é um músculo) de maneira exagerada e desnecessariamente. Seu corpo vai ter que durar até o final da sua vida, e você não quer desgastá-lo antes do tempo, chegando a uma idade avançada com dores causadas por excesso ou falta de exercícios.

Enquanto caminha de volta para o seu local de trabalho, casa ou estudo, vá agradecendo por tudo o que você tem, por todas as coisas que passou para chegar a ser a pessoa que se tornou – mesmo e quem sabe principalmente, as mais doloridas. 

Se você fizer isso todos os dias, durante apenas dez ou quinze minutos, vai perceber o quanto você se tornará mais sensível, intuitivo, agradável, compreensivo, grato e feliz. Mesmo que esteja vivendo fases muito difíceis na sua vida, conseguirá passar por elas mais rapidamente, saindo do outro lado como uma pessoa melhor e mais forte.

E pelo amor de Deus, pare de reclamar e de vitimizar-se. Isso enche a paciência de qualquer um e afasta as pessoas.






segunda-feira, 24 de junho de 2019

Reflexões sobre uma Reflexão






“A vida é como jazz. A maior parte é improviso; não se pode controlar todas as variáveis. Devemos viver com insolência e estilo, não importa o que aconteça.”



Do livro “As Coisas que Você só vê Quando Desacelera,” do monge budista Haemin Sunim.




Este livro traz várias reflexões, algumas inéditas para mim – coisas que eu nunca tinha parado para pensar sobre, talvez porque eu achasse que eu não tinha tempo para tal. Mas quando a gente começa a desacelerar, é como se estivéssemos há muito tempo à janela de um trem em alta velocidade, tendo um vislumbre das cidades pelas quais passamos, sem conhecer as pessoas que vivem nelas ou o interior das casas – e de repente, escolhemos parar em cada uma dessas pequenas cidades e visitar cada um de seus moradores (e todos eles são você). 

Sim, a vida é aprender a tocar de improviso. Sendo que quem toca de improviso, apenas toca, sem ter tempo de aprender nada, e mesmo assim, adquire cada vez mais conhecimento musical sobre ritmos, melodias, estilos e canções diferentes. Mas sempre há aquela vez em que precisamos inventar uma nova canção, criar um novo instrumento, desenvolver uma nova maneira de compor a vida, assim “de ouvido,” e sem muito tempo. Nunca temos muito tempo. A vida é como jazz – uma música rápida e sincopada, às vezes um tanto chata e sem sentido, mas que de repente explode em melodias contagiantes e inesquecíveis. Aprendamos a entender a vida, esse improviso, mesmo sabendo que sairemos daqui sem compreender nem uma pequena parte dela, e talvez esta seja a maior compreensão que possamos ter a respeito da vida.

Devemos viver com insolência e estilo. Insolência a fim de sermos atrevidos o suficiente para fazermos exatamente aquilo que desejamos fazer de nossas vidas, enfrentando as chantagens emocionais daqueles que anseiam que sejamos como eles querem, que nos adaptemos àquilo que eles mesmos entendem quanto ao que é certo e o que é errado. Precisamos ter um olhar calmo e solene sobre tais pessoas, e dizer branda e definitivamente: “NÃO!” 

Precisamos criar nosso próprio estilo, sem tentar copiar estilos alheios, embora devamos aprender sobre eles, pois os caminhos das outras pessoas podem nos trazer vislumbres importantes sobre como encontrarmos o nosso. 

“Viver com insolência e estilo. Não importa o que aconteça.” E não pense que nada acontecerá; não fique aí pensando que as pessoas vão compreender quando você resolver sair da caixinha do sistema que elas criaram. Sair da caixinha e não entrar mais em caixinha nenhuma – este é o desafio, pois a maioria das pessoas anda em busca de ideologias que não passam de caixinhas que as caibam, e elas nada mais são que diferentes rebanhos por onde o gado segue, aparentemente rebelde porém submisso, para o matadouro dos sonhos individuais, sem fazer muitas perguntas, apenas obedecendo o mestre. E ainda acreditam que estão sendo originais. Acreditam que estão criando um novo mundo, quando estão apenas servindo de pavimento aos ideais de dominação alheios.

Viver com insolência e estilo pode significar ficar sozinho, não ser compreendido, não ser aceito, ser criticado, chamado de esquisito, mas de repente, no meio disso tudo, descobrir-se inteiramente feliz e tranquilo, com a certeza de que não necessita de aprovação, de companhias que lhe cobrem atitudes, de críticas, e nem sequer, de elogios. O topo da montanha, a caverna mais escura, a ilha distante no meio do oceano: faça a sua escolha. É exatamente em lugares assim que você passará grande parte da sua vida, se ousar viver com insolência e estilo. E se tentar voltar ao velho mundo conhecido, sentirá que já não há um lugar para você por lá, e se surpreenderá ao descobrir que não deseja, na verdade, esse lugar.

Será que você consegue sentir-se bem estando em sua própria companhia a maior parte do tempo? Será que você consegue mergulhar em seu próprio mundo, encontrar sua alma, encará-la nos olhos? Será que você tem capacidade para escutar seus próprios medos, admitir suas mentiras e ficar entre seus fantasmas sem enlouquecer ou fugir? 

A insolência necessária à vida não se refere aos outros, mas a nós mesmos. O estilo que buscamos deve ser o nosso próprio, e não uma moda passageira criada por outros. A canção precisa ser a nossa própria canção, o nosso próprio jazz, tocado de improviso, usando os instrumentos que temos disponíveis e que devemos manter cuidadosamente afinados.

E o mais importante: não importa se haverá ou não uma plateia para nos vaiar ou aplaudir.




quinta-feira, 30 de maio de 2019

Mudanças de Paradigmas e Caminhos - Life by Lufe






E se eu te Dissesse?



...Que aquela pessoa que andava escondida,
Que afundava o rosto nos pés que pisavam a vida,
Sem olhar, sem sentir, sem atrever-se
A desejar ser, a pensar, a dizer,
Já morreu há muito tempo?

Espero que o mesmo vento que a levou
Sopre em teus ouvidos, e te ajude a entender
Meu novo olhar, meus novos sentidos,
Para que jamais te esqueças ou te percas
Em caminhos já de mim banidos.

Aboli palavras que me incomodavam,
Que ficavam zunindo por horas em meus ouvidos,
Apaguei os passos que me ligavam
A caminhos fechados,
Caminhos só de ida...

Voltei, renovada, mais aguerrida,
E a batalha que eu escolho lutar de hoje em diante,
É contra a manada dos meus próprios elefantes.
Expulso-os da sala - desenho mandalas,
Canto mantras que ninguém sequer escuta...

Não creio que a vida deva ser uma luta,
Mas um jardim que eu mesma escolho plantar.
Eu olhei para o jardim em meu retorno sem escolta,
E esse mesmo jardim, sorrindo, me olhou de volta.


Escrevi ontem o poema acima. Ele explica a mim mesma - como se resumisse parte da minha nova história. Muitas coisas aconteceram em minha vida nos dois últimos anos, e a maioria delas foi muito boa, pois mesmo que algumas tenham começado de forma aparentemente ruim, trouxeram-me ao momento atual.

Para começar, eu nunca antes em toda a minha vida, tinha sido engajada em causas políticas. Para mim, o mundo da política era apenas um lugar do qual eu queria distância e que, portanto, ignorava. Mas nosso país foi caminhando em uma direção cada vez mais perigosa, e chegou um momento (tenho certeza que muitas pessoas como eu e que também se engajaram na mesma causa também sentiram a mesma coisa) em que foi impossível simplesmente ignorar, deixar pra lá, como eu sempre fazia. Eu olhava as coisas acontecendo na Venezuela, comparava com o ritmo do que ia por aqui e pensava: estamos indo pelo mesmo caminho.

E eu não queria aquilo para mim. Não queria que o Brasil mergulhasse naquele mesmo caos - e já estávamos mergulhados até o pescoço, faltando pouco para sufocarmos de vez. Daí, me envolvi em coisas pesadas, pois  a política é algo pesado e cheio de negatividade. Paguei caro pela minha escolha, mas ao mesmo tempo, consegui ajudar a maioria das pessoas a parar aquele processo medonho no qual vínhamos caminhando. Acho que a vida é assim: existem momentos em que precisamos desarrumar a casa, hastear bandeiras, gritar, bater panelas; mas existem momentos em que precisamos acender um incenso e rezar, simplesmente.

Depois do objetivo alcançado, senti falta da minha paz de espírito. Minha intuição me disse: "Agora chega. Você fez a sua parte. Vá cuidar de você e esqueça o assunto, pois não é mais responsabilidade sua." E fui procurar outras coisas, sem saber bem o quê. Sentia que antes precisava me limpar daquela energia, e assim, acabei encontrando um curso de terapias holísticas que me despertou para muitas coisas em relação à minha espiritualidade, tão negligenciada; com ele, vieram as aulas de tarôt e as dezenas de livros sobre espiritualidade que passei a devorar, sem contar com os livros antigos que reli. Também abri um canal no Youtube, o Espiritualidade na lata. Escolhi este nome porque procuro sempre falar de uma forma breve e direta sobre aquilo que experiencio.

Também cheguei a alguns canais no Youtube que estão sendo de grande importância para mim; é isso: quando a gente muda a estação, as ondas certas nos chegam. Entre eles, estão o canal Escola Esotérica, que já recomendei aqui antes, e a minha mais recente descoberta (já citado em um de meus vídeos): Life By Lufe. Amo!!!

Estes canais se harmonizam perfeitamente a esta minha nova busca. Deixo aqui um dos vídeos do Life by Lufe, onde você poderá encontrar dicas sobre harmonização de ambientes, decoração, espiritualidade e grandes viagens espirituais. Só estou recomendando porque realmente gosto, está me fazendo muito bem assistir. Não conheço ninguém nesses canais, nunca conversei com eles e eles nem sabem que eu existo - e provavelmente, continuarão sem saber. Meu único interesse, é propagar essa energia vibrante e positiva que eles passam. Eis um dos vídeos. Impossível não amar.








terça-feira, 30 de abril de 2019

Sua casa, Sua Vida!


foto: uma pousada em São José do Vale do Rio Preto


Qual é a casa mais linda do mundo? O que é preciso fazer para se ter um cantinho onde as pessoas gostem de estar, e que agrade a você e à sua família?

Para mim, o lar é essencial; a casa pode ser própria ou alugada - afinal, se você está pagando, ela é sua - grande ou pequena, simples ou sofisticada, pode ser um apartamento, um bunker, um container, uma casa de madeira, de tijolos ou de papelão prensado... qualquer lugar que nos caiba e nos proteja. E é claro, que nós amamos.

No  Espiritualidade na Lata de hoje, eu falo da importância das casas na espiritualidade. 


Eis aqui o vídeo:




Se você gostar, deixe um 'joinha' para mim, compartilhe e se inscreva no canal, por favor!





segunda-feira, 29 de abril de 2019

Um Jardim Tem Seu Preço



Imagens: coisas que estão / já estiveram em meu jardim



Ando tentando melhorar a aparência do meu jardinzinho. Gostaria de colocar algumas estatuetas e uma fonte; ele precisa de mais flores e plantas, e o gramado precisa ser adubado. Tudo isso custa dinheiro, que tenho economizado a fim de atingir o meu objetivo.






Um jardim é importante, assim como uma casa - um refúgio -  em meio a tantas coisas ruins e negativas que estão no mundo. Ficar alguns minutos durante o dia em um lugar calmo, em silêncio, observando a natureza, é como uma cura para a alma, pois alivia o estresse e traz perspectivas mais positivas. Mas até mesmo o cultivo da paz de espírito pode dar trabalho!





Quando nos mudamos para cá, ganhamos de presente um ipê roxo. Ele tinha menos de trinta centímetros de comprimento, e nós o plantamos em um canto do jardim. Hoje ele está mais alto do que a casa, que tem dois andares. Durante alguns meses do ano - entre março e junho - as folhas começam a cair, e o gramado precisa ser varrido todos os dias, se eu quiser mantê-lo limpo e com boa aparência. para alguns, isso pode ser bem cansativo, mas quando pego no ancinho, aproveito para tirar alguns momentos para meditar e me exercitar fisicamente, pois dá trabalho recolher tantas folhas secas todos os dias. 


Leona




Meu ipê, que tem nove anos de idade, dá pouquíssimas flores, mas aguardo pacientemente para que ele esteja pronto para cobrir-se de flores roxas que o vento vai espalhar pela casa. Vai ser lindo! 





Quando o vento sopra e as folhas vão se soltando e se espalhando pelo gramado, eu penso na vida. Pode parecer um cliché, mas se a gente observar a natureza, verá que ela nos revela muitas coisas as quais chamamos mistérios. As folhas secas caem, são varridas, depois vêm as flores, e novas folhas nascem. Na mesma árvore. Porque a árvore fica. 


Muitas saudades do nosso Aleph, que se foi em 2012


Tenho também um ipê amarelo, desses de jardim, não muito grandes. Ele é antigo, e andou meio-adoecido; achei que ia morrer. Próximo a ele, eu tinha um vaso de plantas. Um dia, vi que alguma coisa estava crescendo no vaso: um novo ipê, com certeza plantado ali por uma semente do ipê antigo que caiu! Parece que ele quer deixar um sucessor. Plantei-o nos fundos da casa, junto à cerca do canil, e lá está ele. Eu o vejo todos os dias pela janela da minha sala de aula, junto ao muro de hera, enquanto estou trabalhando. Cresceu, e já está bem alto. Reparei que há várias bolinhas peludas nas pontas, que são botões, e que ele vai florir em setembro, como seu 'pai.' 


Mootley



Eu olho para as árvores e 'sinto' se elas são meninos ou meninas... tento adivinhar. O ipê amarelo, com certeza, é menino: descolado, vive o momento sem criar muito caso. O ipê roxo é menina, pois é melindroso e gosta de fazer suspense. O meu cedro é menino: um senhor antigo, nodoso, forte. Mas a cerejeira é menina, sem sombra de dúvida. Uma mocinha.




Eu ando entre essas árvores todos os dias. Olho como vão indo as minhas plantinhas novas. Elas iam mal, porque formigas as estavam devorando. Tentei de tudo o que vi em sites e blogs para livrar-me das formigas de forma democrática: joguei água com sabão, canela em pó, cravinhos da índia. Até conversei com elas e pedi para irem embora, como sugeriu um site esotérico. Mas elas não iam embora, e só se multiplicavam e comiam as minhas plantas. Fingi que era uma poda natural, até que elas começaram a fazer buracos nas pilastras de madeira da garagem, a invadirem o canil e morderem os cachorros e a entrarem dentro de casa em fileiras. Não teve jeito: tive que usar veneno.





Matei centenas de formigas. Lamentei, mas não teve jeito: quando a praga é muito grande, a gente precisa lutar pelo nosso direito de ter uma casa, um jardim. Precisamos combater os invasores. Na vida também é assim: se a gente não toma cuidado, invadem as nossas vidas e tomam os nossos espaços, relegando-nos a qualquer cantinho obscuro. 





Ontem assisti ao filme Olhos Grandes, sobre uma artista plástica dos anos sessenta que deixou que o marido assumisse a autoria de suas obras porque ele tinha mais tino para os negócios, e mulheres artistas não eram respeitadas na época. Eles ficaram ricos. Ela passava horas trabalhando em um quartinho nos fundos da casa. Não podia receber amigos, pois eles poderiam descobrir que era ela que pintava os quadros. Não tinha vida social e mentia até para a própria filha. Enquanto ela trabalhava anonimamente,  ele vendia os quadros, ficava famoso, fazia amigos e admiradores, saía com outras mulheres. Eu me lembrei das formigas no meu jardim, e achei que fiz bem em acabar com elas. 




Todo jardim tem seu preço. Ele demanda trabalho, dedicação e investimento. Você vai passar muito tempo se livrando de pragas, replantando mudas, adubando, reconstruindo canteiros que a chuva estragou, arrancando ervas daninhas e fazendo a rega. Mas vale a pena, porque é o seu jardim.

É a sua vida.





sexta-feira, 22 de março de 2019

ROGA!










A mágoa afoga.

Roga aos céus
Por um vento,
Roga, e ele vem
E te renova.

Transforma a dor
Em trova,
Pega esse verso
Que nasce tenso
E estica-o sobre o papel,
Erga o seu véu
E traga o rosto
Para o sol,

Pois a mágoa afoga,
Esfria até
O mais frio inverno,
Congela o gelo,
Transforma a neve,
Suja a brancura
E a tessitura. 

E embora a mágoa
Soe bonita
Nas canções e poemas,
Quando é na vida
Ela arrebenta,
Só acrescenta
Mais pena às penas.

A mágoa seca
Os poços,
Endurece os ossos,
Arrebenta as veias.

A mágoa amarga as águas,
Produz mais mágoas,
Suja as anáguas
Deixando à mostra
As transparências
Mais nefastas.

Roga ao teu Deus,
Roga!
Antes que a noite venha,
Antes que a ave pouse...



Aproveito e deixo aqui o link do Espiritualidade na Lata de hoje, que aborda esse assunto da limpeza física e espiritual, a necessidade de nos livramos das mágoas. Não se esqueça de deixar o seu 'like' e seguir o canal! Obrigada.








segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

DOAÇÕES - ou Para Quem Ficarão Suas Coisas, Quando Você se For?








Todos os dias, quando abro minha página no Facebook, eles me perguntam se gostaria de deixar meu tipo sanguíneo para fazer alguma futura doação de sangue. Bem que eu gostaria, e com certeza o faria regularmente, caso não tivesse sido vítima de hepatite antes dos dez anos de idade, o que me impossibilita de doar sangue ou órgãos. 


Mesmo assim, gostaria de ir embora deste mundo sabendo que fiz alguma coisa útil por alguém, e por isso, pretendo fazer um documento doando meu corpo à uma faculdade de medicina para que as pessoas possam aprender alguma coisa através dele.


Não tive filhos e não tenho herdeiros. Nem tenho nada de substancial para deixar, materialmente falando, a não ser metade de uma casa simples. E quanto a isso, eu já tomei minha decisão, e dentro em breve, tomarei também as medidas legais a respeito: a minha metade da casa, após a morte de meu marido, será doada a uma instituição – talvez o GRAAC, com quem simpatizo e a quem em 2012 doei toda a renda que arrecadei com a venda de um livro que lancei, através do pagamento de um boleto. Não foi muito, porém, mas foi tudo, absolutamente tudo o que eu consegui. 


Não sou uma pessoa apegada a bens materiais, embora eu tome muito cuidado com tudo o que tenho e ame as coisas que conquistamos ao longo da vida, pelas quais sou muito grata. Não pretendo ter mais, e nunca pretendi ser milionária, a não ser que o dinheiro me chegasse como uma dádiva. 

Trabalhar duro feito louca a fim de ficar rica nunca foi meu objetivo. Mesmo assim, sempre trabalhei e sempre cobri minhas despesas, pois nunca gostei de ‘ficar nas costas’ das pessoas. Acho que todo mundo deve trabalhar para viver, ao invés de contar com heranças e outras facilidades.


Amo demais a minha casa! Ela é o retrato daquilo que sou e de tudo o que amo, tanto material quanto espiritualmente falando, e realmente gostaria que ela cumprisse uma missão espiritual. Assim será feito. 





segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

De manhã, no Meu Cantinho


Esta foto foi obtida na sexta-feira de manhã bem cedinho. É do meu pedacinho de jardim, que é pequeno, mas é o lugar do mundo onde eu me sinto mais à vontade. Quem chega logo percebe que ele não é um daqueles jardins milimetricamente arrumados, as plantas separadas em canteiros. Tudo cresce meio que sem direção, aonde bem entender, e a gente carpe o mato e corta a grama. 




É um jardim meio-bagunçado, onde os cães correm e arrancam pedaços de gramado. Existem alguns buracos aqui e ali, mas deixar os cães presos para não estragar as plantas é algo totalmente fora de cogitação.

Algumas das plantas que eu tenho foram presenteadas ou pegas na rua, sobras de outros jardins. Algumas pessoas adotam crianças, outras adotam cães. Eu adoto flores e plantas que os outros jogam fora. Das plantas que nós compramos, poucas sobrevivem, pois não sou muito habilidosa para plantá-las. 




Parece que as mudas de plantas que compramos em lojas são super adubadas para que cresçam rápido, e depois que as plantamos, elas simplesmente desanimam, sentindo falta da dose cavalar de adubo com a qual eram alimentadas.

Também não gostam muito de xixi de cachorro.




Meu cantinho me cabe muito bem. Não é perfeito, pois eu não gosto da perfeição pela artificialidade que ela me passa. Não me sinto confortável em ambientes onde tudo é milimétrico, as paredes são todas de uma cor só, as plantas são alinhadas em fileiras e os cães não podem brincar.




Eu gosto do verde que cresce livremente. Adoro árvores, muita sombra e cantinhos escondidos onde se pode sentar e ler um bom livro. 

Este é o meu cantinho especial.








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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

O Caminho do Aprendiz





Para quem ainda não sabe, eu criei um novo blog: O Caminho do Aprendiz. Eis o link:

                                       ocaminhodoaprendiz2.blogspot.com


Neste blog, falo sobre meus estudos do tarôt. O tarôt é um oráculo, e podemos ter alguns insights sobre o que nos aguarda no futuro quando o usamos, já que ao refletirmos sobre nossas ações, acabamos prevendo as consequências destas. Porém, esta não é a principal função do tarôt. A reflexão sobre o nosso momento, a conversa íntima para a qual ele nos convida, pode ser de grande ajuda em momentos difíceis. O tarôt é um instrumento de autoconhecimento e reflexão. Não é um jogo vulgar de adivinhação, embora alguns o tratem como tal.

Meu blog não fala apenas sobre o significado das cartas do tarôt - qualquer pessoa pode adquirir livros sobre isso que as descreverão bem melhor do que eu o faço. Há centenas deles no mercado.  

Além de dar algumas dicas para leitura das cartas conforme venho aprendendo, eu também mostro a minha visão pessoal, e escrevo sobre aquilo que a observação do arcano me inspira. Além disso, há textos para reflexão que eu escrevi (simbolicamente) com meu próprio sangue.

Muitas pessoas ainda têm preconceitos sobre oráculos, pois acreditam que eles podem trazer 'azar', prever coisas funestas das quais não gostaríamos de saber ou atrair 'maus espíritos.' Bem, isso realmente acontece... em filmes de terror! Tudo é energia e intenção. Quando se age respaldado por boas intenções, obtemos bons resultados. Mas quem procura ajuda espiritual a fim de prejudicar pessoas, saber de coisas que não deveria ou obter vantagens que não obteria de forma natural, estará atraindo para si péssimas energias. Não é o caso do meu blog!

Convido-os a visitar e seguir O Caminho do Aprendiz. Garanto que vão gostar. 

Desde já, agradeço.




terça-feira, 8 de janeiro de 2019

CAMINHOS QUE SE CRUZAM








Acredito na importância dos caminhos que se cruzam e dos aprendizados que são trocados nessas paradas. Agradeço profundamente a Deus por todas as pessoas que passaram, passam e passarão na minha vida, mesmo aquelas que me causam dores, pois através delas eu aprendi muito mais sobre mim mesma e sobre a vida do que aprendi nos relacionamentos felizes.

Há muitas coisas que ainda preciso aprender, mas dentre as que já aprendi e que acho muito importantes para mim, são:

-Não mentir. Ser o mais verdadeira possível em minhas escolhas, no meu falar e no meu proceder. Assim, mesmo que eu cometa erros, não serão erros propositais.

-Ser consistente naquilo que prego aos outros e naquilo que eu faço.

-Não insistir nos erros. Acho que o que causa mais sofrimento, é não admitir erros e continuar a insistir em situações complicadas demais, pois as pessoas são como são, e nossos 'santos' batem com os delas ou não. Caso não batam, agradecer a Deus pela convivência e ir em paz, desejando-lhes sinceramente o bem. 
Para mim, respeitar o espaço e a casa alheios, sem forçar minha presença onde eu sinto não ser bem-vinda, é essencial.

-Não agir diferentemente do meu discurso. Certa vez, uma mulher procurou por Gandhi; ela queria que ele a ajudasse a fazer seu filho deixar de comer açúcar. Ele pediu a ela que voltasse algum tempo depois, e durante esse tempo, ele aprendeu a deixar de comer açúcar, pois não queria ser controverso naquilo que precisava ensinar.

Sentir-me bem é fundamental, pois a vida é muito curta. Quero que todo mundo se sinta bem também. Desejo que todo mundo seja feliz.







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