Amanheceu novamente
Sobre as igrejas e telhados dos que ainda dormem
E dos que jamais despertarão.
Amanheceu sobre as praças orvalhadas, estradas desertas,
Pássaros afoitos que ensaiam voos
E sobre as tristezas que não serão sanadas.
Amanheceu assim, sem avisar, do nada,
Como uma mancha de luz no horizonte, um clarão
Que foi crescendo aos poucos, sem se importar
Com as criaturas que se esquivam nas sombras da noite;
Rasgou-se a escuridão.
Amanheceu assim, com precisão,
E o sol brilhou, sobre as dores e os sorrisos,
Trazendo luz ao nosso inferno e paraíso,
E fez lembrar que não importa o que nos acontece,
Pois sempre há de haver um dia que amanhece.
E nos erguemos fortes ou fracos, sem saída
Alegres ou tristes, e partimos para a vida,
Pois somos parte dessa imensa coreografia, (ou insana dança?)
Esse balé imperfeito de marionetes articuladas
Cujas cordas, às vezes doloridas, nos apertam...
Até o último momento, quando são cortadas.
(E na queda, a esperança de que as cordas virem asas)
Ana Bailune
ResponderExcluirO poema é bem um verdadeiro retrato da vida, poeticamente bem conseguido. Parabéns!
Beijos
Magnífico poema!
ResponderExcluirAmanhece sempre. Só precisamos de nos encantar com a vida...
Uma boa semana.
Um beijo.
Sempre amanhecerá e com esta nova manhã sempre um renascer ...
ResponderExcluirAna
ResponderExcluiramanhecer é sempre um novo renascer
beijinhos
:)
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