Dele, faça o que quiser.
Deixo também alguns livros,
-Nem todos bons, nem todos lidos,
Outros, tão manuseados,
Que ficaram alguns cílios
Perdidos por entre as folhas.
Não deixo amigos, nem filhos
Que possam guardar memórias;
Sob as pálpebras fechadas,
Daqui, eu não levo nada,
E nada é o que ficará
Da minha efêmera história.
Meus discos, que tanto ouvi,
E o chão que guardou meus passos
Por entre esses corredores:
São eles a minha trilha
Sonora, mas morrerão
Depois de dias, ou horas.
Os poemas que escrevi
E que quase ninguém leu,
São a minha importância,
Representam, na verdade,
O que de verdade sou eu.
Mas quem não os quis ler antes,
Abandonando na estante
As minhas pobres palavras,
Pode bem seguir adiante,
Não entenderá jamais
O que jamais entendeu.
Um passo, e o mundo me esquece,
Um sopro, e eu vou embora
Sem levar saudade alguma,
Só a lágrima fingida,
O fel da última hora.
que belo legado! este sim é o que importa ...
ResponderExcluirDeveras, triste é que alguns sequer este legado consegue deixar,
ResponderExcluirpartem da maneira que chegaram, e por vezes nem mesmo saudades chegam a cultivar, para no momento que se for, deixar!
Sempre compartilhando tão belos pensamentos em forma de poemas neste belíssimo espaço teu de também belas imagens. Grato, e por lá sempre passar, dias deveras abençoados pra ti e todos em volta, abraços!