witch lady

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domingo, 11 de setembro de 2016

Antigas Paradas

eu







Antigamente (não gosto muito desta palavra, pois me faz lembrar de quantos anos tenho; vou recomeçar esta crônica):

Quando eu era criança, era obrigatório participar das paradas de sete de setembro. Quem não participasse, deveria apresentar atestado médico, e perderia pontos no conceito. Ainda me lembro dos ensaios, feitos na rua próxima à escola; tínhamos que passar desfilando por uma escola rival, e éramos vaiados pelas outras crianças. Era humilhante.

A nossa 'formação' - tempo em que aguardávamos nossa vez até a hora de começar a desfilar - era feita em uma rua muito fria da cidade, onde o sol só começava a brilhar depois das dez. Lá estava eu, de pé, segurando uma bandeira às sete da manhã, tiritando de frio entre a neblina petropolitana, comum naquela época,  e muitas vezes, com vontade de ir ao banheiro. 

Ir ao banheiro era difícil, pois era preciso que uma das professoras nos acompanhasse até uma outra rua, onde pedíamos para usar o banheiro de algum bar ou padaria, e a resposta era quase sempre a mesma: "O banheiro está em reformas." E quando conseguíamos, o lugar era sujo e fedido. Minha mãe sempre nos advertia para que jamais nos sentássemos no vaso sanitário de banheiros públicos, e de saia levantada, eu me apoiava nas pernas para não encostar no vaso, enquanto prendia a respiração. Como era difícil!

Às vezes, as mães traziam pacotes de biscoitos que eram distribuídos entre as crianças. E finalmente, a hora do desfile: momento de glória. Vinte ou trinta minutos sendo aplaudidos e ouvindo coisas como "Que gracinhas!" 

Uma vez, não me lembro o motivo pois eu era muito pequena - uns sete ou oito anos -, minha mãe não foi ao desfile, e acabei me perdendo da minha irmã mais velha, que foi para casa sem mim ou ficou com as amigas, não me recordo bem do que aconteceu. Eu não tinha dinheiro para voltar para casa de ônibus. Seria preciso subir a rua toda à pé, debaixo do sol de meio-dia, sozinha, com fome, sede e muito cansada. Era uma caminhada longa, de quase uma hora. 

Quando estava chegando no início da ladeira, antes de começar a subida, parei para tomar água em uma 'biquinha' de mina que havia ali. Enquanto bebia, olhei para o chão e vi um enorme limão, verdinho, e eu o peguei, pensando em entregá-lo a minha mãe para fazer um suco no almoço. A caminhada foi dura. Estava muito cansada, acordada desde seis horas, e de pé naquela rua das sete Até meio-dia. O sol estava forte, o que dificultava ainda mais a caminhada. Ninguém me levara biscoitos, e meu estômago roncava. Mas subir a rua naquelas condições era a única maneira de chegar em casa, então olhei para cima e comecei a caminhada.

Cheguei em casa suada e varada de fome, e minha mãe me deu a maior bronca:

-Onde você estava até essa hora? Por que não veio para casa com sua irmã? 

Expliquei a ela o que tinha acontecido. Logo depois, minha irmã chegou em casa e levou uma bronca maior ainda.

Entreguei o limão à minha mãe, pedindo que fizesse uma limonada. Ainda furiosa, ela indagou: 

-Onde você achou isso?

Quando disse que o encontrara na rua, ela esbravejou: 

-JÁ TE DISSE PARA NÃO PEGAR NADA NA RUA!

E jogou o limão no lixo. Me senti muito humilhada, não sei porquê.  Almocei - acho que depressa demais - e depois, tive febre e vomitei tudo. Não gosto de lembrar daquele dia, mas sempre me lembro quando 7 de setembro chega. 

Eu tinha a impressão de que estava em um daqueles filmes em que alguém tenta chegar em casa, mas alguma coisa sempre acontece, impedindo. A imagem da minha casa, do meu quarto e da sombra do nosso telhado ia e vinha, e me dava forças a cada passo. Às vezes eu tinha lembranças de quando eu era uma criança abandonada, sem ter para onde ir, e chegava a uma vila onde outras crianças que tinham pais e casas estavam brincando. Eu brincava com elas, mas quando o sol se punha, suas mães as chamavam para dentro e eu ficava  na rua, com fome, descalça, e sozinha. Nunca vivi isso de verdade, mas era como se eu me lembrasse. Era eu, mas não era eu, pois nunca fui criança abandonada. Pelo menos, não nesta vida.

Mas desde muito cedo, meu maior sonho sempre foi ter uma casa. E eu sonhava com ela, fazia planos de como seria. Teria árvores no jardim, dois andares e uma escada de madeira por dentro. E eu teria muitas roupas. Lembro-me de ficar horas deitada em minha cama quando criança, idealizando esta casa que hoje me acolhe.



UMA OU DUAS BOLAS - E UNS PEDAÇOS DE QUEIJO






Ontem, após o almoço. 

Na sorveteria estava escrito: “Uma bola, 7,00; duas bolas, 10,00.” Eu e meu marido compramos nossos sorvetes e nos sentamos em uma das mesinhas. Ficamos ali, tomando nossos sorvetes e aproveitando a tarde, enquanto observávamos outros clientes que entravam e saiam. 

Entram duas jovens, muito bonitinhas e arrumadas. A primeira delas diz: “Posso experimentar? É que não conheço os sabores, é a minha primeira vez aqui.” Solícita, a atendente serve a elas (a ambas) provinhas de quase todos os sabores disponíveis na loja. Finalmente, a primeira menina vira-se para a segunda e pergunta: “Vai querer qual?” E ela responde: “Nutela.” E a jovem número um, olhando a atendende, decide: “Um sorvete de duas bolas. Uma de nutela e outra de pistache.” A menina número dois indaga: “Mas... e o meu?” No que a outra exclama: “Então! Eu pedi duas bolas, uma para mim e outra para você!” Eu e meu marido nos entreolhamos, divertidos. A menina número dois reclama: “Mas como assim? Como vem as bolas?” E a menina número um: “Uma em cima da outra, acho.”

E as duas entram numa discussão sobre qual sabor viria por cima, pois nenhuma delas queria esperar a outra tomar o sorvete e ficar para o final, quando ele já estivesse derretido. Finalmente, a número um decide: “Está bem! Um sorvete com duas bolas sabor nutela!”

Achei muito engraçada a situação, pois elas economizaram 4 reais, já que duas bolas de sorvete separadas sairiam por 14,00, e elas pagaram apenas 10,00. Só tiveram que comer no mesmo copinho.

Mais tarde, em uma loja de vinhos, estava acontecendo uma degustação, e estavam sendo servidos um vinho argentino muito bom acompanhado de pedacinhos de um queijo caríssimo. Ficamos conversando com um dos atendentes enquanto degustávamos, pois já somos velhos conhecidos naquela loja. Havia um adolescente – um menino muito loirinho, aparentando uns dezesseis anos – mandando ver nos pedacinhos de queijo, acompanhando a sua degustação de maneira predadora com um copo de suco de laranja.

Ele escutava a nossa conversa com ares intelectuais quando de repente, perguntou ao atendente: “Vocês sempre fazem esta degustação aos sábados?” E o rapaz respondeu: “Às vezes também fazemos às sextas.”  O menino ergueu as sobrancelhas: “Hum-hum...” Eu e meu marido logo notamos que ele estava querendo saber o dia certo para voltar novamente. Meu marido lasca: “Amigo, por via das dúvidas, venha às sextas e aos sábados. Assim, você não vai perder nenhuma.” O menino ficou rindo. E mandou pra dentro mais alguns quadradinhos de queijo.

Fiquei pensando: vai ver que é por isso que os jovens de hoje são bem mais altos e fortes do que os da minha geração.





sexta-feira, 9 de setembro de 2016

CHE






Pensamentos de um dos maiores assassinos que já pisaram sobre a face da terra.





"Querido pai, hoje descobri que realmente gosto de matar"




"Execuções?", gritou Che Guevara enquanto discursava na glorificada Assembléia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1964. "É claro que executamos!", declarou o ungido, gerando aplausos entusiasmados daquele venerável órgão. "E continuaremos executando enquanto for necessário! Essa é uma guerra de morte contra os inimigos da revolução!"



"Eu não preciso de provas para executar um homem. Eu só preciso saber que é necessário executá-lo!"



"Sempre interrogue seus prisioneiros à noite. A resistência de um homem é sempre menor à noite".




"Estou aqui nas montanhas de Cuba sedento por sangue"




"...Fazer com que o individualismo desapareça de Cuba! É criminoso pensar como indivíduos!"



"...Evidências jurídicas são um arcaico detalhe burguês".



"Não tenho casa, não tenho mulher, não tenho pai, não tenho mãe, não tenho irmãos. Meus amigos só são amigos quando eles pensam ideologicamente como eu".














quinta-feira, 8 de setembro de 2016

MAIS MENOS








Não é ter uma casa maior ou mais bonita que vai preencher o seu vazio. Não é um carro novo, uma viagem, um novo eletrodoméstico ou a renovação do guarda-roupa que vai fazer com que aquele enorme buraco dentro de você seja preenchido. Embora estas coisas possam ser positivas e acrescentar momentos de prazer, elas não servem para aquele espaço que deve ser ocupado pelo autoconhecimento, sabe, aquelas coisinhas que  a gente não quer ver, se recusa a escutar e acha que se elas ficarem lá fora no frio, miando de fome, vão acabar morrendo.

Elas não vão morrer; vão miar cada vez mais alto, sem jamais se cansarem. E estes miados vão se revelar de várias formas: dores no corpo, pesadelos, insônia, insatisfações, e a pior de todas: a amargura.

O que é amargura? Amargura é olhar em volta e não achar nada bonito para se ver, pois os olhos ficam turvos. Parece que o olhar se acostuma a só focar no que for feio, e é só isso que a pessoa amarga consegue enxergar, pois é só por isso que ela se interessa. Quando está diante de alguma coisa bonita, ela procura, procura e procura, até achar um defeito que possa citar; e quando está diante de algo não tão bonito, ao invés de se calar ou procurar por alguma coisa positiva, ela simplesmente se sente feliz feito pinto no lixo, e passa a apontar, criticar, rebaixar. Parece que o prazer da pessoa amarga é causar desprazer nos outros, fazer pouco de suas conquistas e jogar indiretas ferinas.

Pessoas assim não precisam de mais, e sim, de menos: menos coisas materiais, e mais momentos preciosos de silêncio para conversar com elas mesmas; menos gente em volta, e mais solidão até aprenderem a sentir prazer na própria companhia; menos ruídos e barulhos altos, e mais silêncio para se concentrar no que realmente interessa; menos dezenas de pessoas em volta que nada acrescentam, e mais amigos verdadeiros; menos medicação, e mais meditação. Menos dinheiro, e mais criatividade e gratidão. Menos viagens complicadas a lugares longínquos, e mais passeios à pé pelas redondezas.

É tão difícil conversar com pessoas assim, amargas! Elas não escutam. Simplesmente, mudam de assunto. Não deixam a gente sequer terminar uma frase, e já estão falando de outra coisa. Principalmente, delas mesmas. Tentam esconder com palavras aquilo que seus silêncios revelam, aquilo que seus olhares querem derramar, mas escondem por medo de parecerem fracas. Não sabem que demonstrar fragilidade, dizer "Eu preciso de alguém para conversar", "Eu estou triste," "Sinto saudades de você," e "Por favor, me ajude," é um sinal de grande força. É aceitar que é humano. Assim, acabam afastando as pessoas. Ninguém consegue participar de um monólogo - que deveria ser um diálogo - por muito tempo. Conversar é dar e receber, falar e ouvir. 

Às vezes, a gente acha que a mudança tem que começar do lado de fora: "Preciso emagrecer para me sentir feliz." Na verdade, é o contrário: "Preciso me sentir feliz para emagrecer." Ou então: "Preciso de uma nova casa para recomeçar a vida." Mas na verdade, deveria ser: "Preciso de uma nova vida para me sentir bem na mesma casa." As mudanças duradouras e verdadeiras começam do lado de dentro. Quem está de bem consigo mesmo, não perde tempo planejando vinganças, focando no que é feio, ferindo as pessoas, remoendo o passado e amarrado a relacionamentos doentios com pessoas que só vampirizam.  Quem quer ser feliz, deve aprender a deixar ir, relaxar mais, agradecer mais, se amar mais. 

É muito bom ter coisas nas nossas casas que tornem o nosso dia mais prático, fácil e confortável. Mas não é bom deixar que estas coisas nos possuam, e muito menos, acreditar que elas, por sí, trarão felicidade e preencherão aquele enorme espaço vazio que não pode ser preenchido com nada material. O espaço que deve ser ocupado pela nossa alma.



Chão de Mármore












As palavras
Caiam pesadas
Sobre o chão de mármore,
Qual negras pedras
Que despencavam
De um coração.

Deixavam rastros
De dor e sangue,
Ódio, vingança,
Mácula, enxofre.

E lá de cima,
E lá de dentro,
De olhos fechados
Alguém ouvia,
Seguindo os passos
E as palavras...

Mármore fria,
Absorvendo
Todo o impacto,
E as rachaduras
Se esticando
Em veios profundos,
Ganhando espaço
Perdendo vida.






terça-feira, 6 de setembro de 2016

Na espuma






Durante o banho, de olhos fechados
Surgiu-me um retrato
Que se desfez em espuma
Escorregando pelo corpo feito neve na montanha.
A tépida água cantava no crânio,
Contando histórias afogadas.

Perfumes suaves em formatos sinuosos
Evocavam lugares
Que eu cantarolava.

Macios momentos, barulhos de vento...
Descia no ralo a minha saudade!
Mas como nem tudo é certo ou perfeito,
No sabonete azul-bebê
A lâmina acomodada.






segunda-feira, 5 de setembro de 2016

1965









1965: Você ia, e eu chegava.

Será que nos encontramos
Na curva desse caminho,
Em um ponto dessa estrada?

Será que você deixou
Cair, assim, sem querer,
Um pouco da sua vida
No muito do meu viver?




DIVIDIR PARA DOMINAR



DIVIDIR PARA DOMINAR


Vão tentar te convencer de que você é uma vítima do sistema, e que não tem condições de escolher erguer a cabeça, lutar pelo que quer e tornar-se quem você acredita por causa do sistema opressor; mas eles lhe oferecerão um caminho, uma luz no horizonte que só pode ser vislumbrada e alcançada através deles e de suas ideias.

Dirão que os amigos que não concordarem com você e com eles – aqueles amigos que você conhece há anos e com quem conviveu a vida inteira – estão errados, e devem ser deixados para trás. Você acreditará neles, sem perceber que Narciso acha feio o que não é espelho.


Farão você acreditar que coisas importantes, como família e valores, são o câncer da sociedade capitalista. Dirão que andar limpo e bem vestido, ir ao dentista, tomar banho e comportar-se educadamente, são atitudes repressoras impostas pelo sistema. Toda vez que você estiver diante de alguém bem vestido e limpo, seu coração se encherá de um ódio doentio por aquela pessoa que você sequer conhece, e você terá vontade de cuspir nela, agredi-la, ridicularizá-la.
cinegrafista atingido por rojão


Dirão que a sociedade lhe deve alguma coisa, e que você precisa arrancar isto dela. Passarão a fazer parte do seu vocabulário palavras como ‘igualdade’, ‘golpe’, socialismo’, ‘luta’, ‘fascismo’, ‘liberdade’ ‘opressores’ e ‘classe oprimida’, entre outras, e você passará a repeti-las aleatoriamente, como se estivesse sob hipnose, e sem realmente saber o que elas significam.


Tentarão provar a você que aqueles que lhe dão emprego são a elite dominadora, e que trabalhar para eles é escravizar-se; melhor é lutar para que tudo o que eles têm seja igualmente dividido gratuitamente entre aqueles que nada fizeram para merecê-lo. Qualquer um que tenha uma casa e um carro, um bom emprego que lhe proporcione uma boa renda e que tenha condições de viajar de vez em quando, serão seus inimigos. Dirão a você que tudo o que eles possuem foi tirado de você, alimentando assim os letais sentimentos da inveja e do ódio entre classes.




Provarão, por A+B, que os fins justificam os meios, e que é absolutamente certo ir para as ruas e quebrar propriedade alheia, explodir rojões acesos contra outros seres humanos, depredar, ferir, matar, defecar nas calçadas, sequestrar, roubar, e atacar com injúrias todos aqueles que pensam diferente de você, pois eles estão errados, são o câncer da sociedade, a classe opressora, os dominadores, os ladrões do seu bem-estar.


policial atingido por rojão


Plantarão na sua mente uma utopia que passará a cegá-lo , pois permanecerá no seu campo de visão feito uma miragem que jamais será alcançada, pois é do interesse deles que assim seja para que você sinta-se sempre próximo ao seu ‘ideal’ sem jamais alcançá-los; assim eles poderão continuar dominando sua mente através de promessas.

Você substituirá pensamentos como “O que posso fazer por mim” por outros como “O que o país deve me dar de graça”, ou “Como posso pegar aquilo que a sociedade me deve sem ter que trabalhar.” Você vai achar que tomar propriedade alheia é certo, pois ‘aquela gente’ te deve. E não enxergará que aqueles que estão puxando as suas cordinhas, na verdade, fazem parte do outro lado que o ensinam a odiar, pois pregam uma filosofia que eles mesmos não seguem.



É uma questão de tempo, apenas, até que você se transforme um boneco sem sentimentos, massa de manobra nas mãos de pessoas cujos interesses são apenas dinheiro e poder, e que usam você para conseguir o que querem, através da imposição do ódio, da inveja, da dependência moral, e do falso idealismo. Você olhará para os seus pais, amigos e demais familiares e se sentirá a milhas de distância deles, totalmente só, e irá concluir que o único caminho é seguir por onde ‘eles’ apontam.


'ativistas feministas' - pelo amor de Deus...



Em pouco tempo, você não mais existirá como indivíduo, nem se preocupará em saber se aquilo que você faz é realmente aquilo em que você acredita; se transformará naquilo que eles dizem que os outros são: uma sociedade marginal, cheia de falsos valores, opressora, dogmática, totalitária, fascista, dominadora e preconceituosa.

Você tem escolhas. Pelo seu próprio bem, eu sinceramente espero que suas escolhas sejam realmente suas. Ansiosamente espero que você saiba usar o seu discernimento, e ao invés de seguir a moda, siga a sua própria coerência. Não ouça o que estão gritando em seus ouvidos, e sim o que o seu coração diz. Pare, e escute-o com atenção. O que você quer? O que VOCÊ quer? E depois que descobrir, lute por isso, sabendo que você é capaz de alcançar o que quer através do seu trabalho e dedicação, contando com a ajuda da sua família e até mesmo desta sociedade que estão ensinando você a odiar. 



As pessoas que lhe dão empregos não são seus opressores; elas também lutam para conseguir manter seus negócios – e o seu emprego e os empregos de centenas de milhares de outras pessoas como você – neste caos em que o país se transformou. Coloque a cabeça para fora deste pano preto e fedorento com o qual estão tentando sufocá-lo, e enxergue além desta paisagem obscura que pintaram para você; a maioria dos fantasmas que lhe assombram não existem. E você tem capacidade e autonomia suficientes para lidar com aqueles que realmente existem. Seu melhor amigo é você. A pessoa com quem você mais deve contar nesta vida, é você mesmo. Sua força, motivação e incentivo poderão vir de vários lugares, mas não durarão muito tempo se sua principal fonte de origem não estiver dentro de você. 


Não seja um macaquinho amestrado.



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A Sad Joke








My country nowadays
Is a joke all over the world,
Either told by God
Or by the Devil himself. 


It's not funny anymore,
Because repeatedly,
The one who's telling it
Forgets how to the story ends...


-(Well done!)


The listeners stand,
Smiles broken on their faces,
Waiting for the last laugh
Which never comes.




Nossa Casa








O Brasil é a nossa casa. 

Eu gostaria que todos pensassem assim, e que enxergassem o país como um lar. O que você não faria ou deixaria que outros fizessem dentro da sua própria casa? Certamente, não permitiria que a quebrassem, invadissem, depredassem ou colocassem sua família em risco.  Tomaria medidas para que a sua casa fosse o mais segura possível, tanto para você quanto para as pessoas e coisas que você ama.

A ruas e prédios que são destruídos, pichados ou danificados, são as ruas e prédios por onde você e as pessoas que você ama precisam passar frequentemente. Por que fazer com que ela fique tão feia e perigosa? Os bancos e lojas que são invadidos e roubados, são os bancos e lojas que prestam os serviços que você necessita. Os ônibus que você queima, são os mesmos que o levam a todos os lugares que você quer ir.

Protestar é uma coisa; destruir é outra. Perde a razão aquele que age com violência.





quarta-feira, 31 de agosto de 2016

...E O SOL VOLTOU A BRILHAR...





A Terra estava escura,
E o solo duro e seco...
Morriam as esperanças
Sob a lâmina tão dura.

Os raios do sol, tão fracos,
Não chegavam às raízes!
E as flores, e as plantas,
Murchavam, tão infelizes!

O brilho do nosso sol
Tinha sido desviado,
E a escuridão espalhou-se
Reinando por todo lado.

Pessoas sem dignidade
Arrastavam-se nas ruas
Deixando os sonhos na esquina
Por aquela efígie escura!

Mas o sol, que é bem mais forte,
Veio a brilhar outra vez,
Nos concedendo outra chance,
Reparando o mal que se fez...

Pois sob o céu, de repente,
O sol voltou a brilhar
E aquela nuven negra
Voltou ao seu vero lugar!

Foi escrita, na história
Uma linha de alegria,
Nos lembrando quem cantou:
"Amanhã vai ser outro dia!"






terça-feira, 30 de agosto de 2016

Damien Rice







Older Chests   Damien Rice

Older chests reveal themselves     Arcas mais velhas se revelam
Like a crack in a wall              Como uma rachadura na parede
Starting small, and grow in time          Começando pequenas, e crescem com o tempo
And we always seem to need the help        E nós sempre parecemos precisar da ajuda
Of someone else           De mais alguém
To mend that shelf         Para consertar aquela prateleira
Too many books           Livros demais
Read me your favorite line      Leia—me sua frase favorita

Papa went to other lands       Papai foi para outras terras
And he found someone who understands       E ele encontrou alguém que entende
The ticking,          O tique-taque
And the western man's need to cry       E a necessidade de um homem ocidental de chorar
He came back the other day, you know      Ele voltou no dia seguinte, você sabe,
Some things in life may change          Algumas coisas na vida podem mudar
And some things        E algumas coisas
They stay the same   Elas permanecem as mesmas
Like time          Como o tempo
There's always time     Sempre há tempo  
On my mind          Em minha mente
So pass me by, I'll be fine       Então me supere, eu estarei bem
Just give me time          Só me dê tempo

Older gents sit on the fence       Cavalheiros mais velhos sentam-se nas cercas
With their cap in hand                    Com seus bones nas mãos
Looking grand                                Parecendo grandiosos
They watch their city change       Para olhar suas cidades mudarem
Children scream, or so it seems,      Crianças gritam, ou assim parece
Louder than before                  Mais alto do que antes
Out of doors,            Do lado de fora
And into stores with bigger names       E dentro de lojas com nomes maiores
Mama tried to wash their faces       Mamãe tentou lavar seus rostos
But these kids they lost their graces     Mas estas crianças perderam seu encanto
And daddy lost at the races too many times   E papai perdeu nas corridas vezes demais

She broke down the other day, yeah you know    Ela sucumbiu outro dia, você sabe
Some things in life may change         Algumas coisas na vida podem mudar
But some things they stay the same      Mas outras coisas – elas permanecem as mesmas

Like time, there's always time       Como o tempo, sempre há tempo
On my mind      Em minha mente
So pass me by, I'll be fine          Então me supere, eu estarei bem
Just give me time       Apenas me dê tempo
Time, there's always time      Tempo, sempre há tempo
On my mind               Em minha mente
Pass me by, I'll be fine    Me supere, Eu estarei bem
Just give me time                   Apenas me dê tempo.








segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Poemas Antigos








Em diversas fases da minha vida, eles me pediram para nascer. Dei-lhes  voz, e é de minha responsabilidade que eles continuem vivos. Republicações.



Caminhos e Ilhas


Caminhos vários entre as trilhas
Passos que recolhem milhas
As filhas do tempo
Perdidas nas ilhas,
Isoladas pelo pensamento.


Barcos naufragam com o vento,
As trilhas cobrem-se de escombros,
E tudo: o tempo, a distância, o pensamento,
Desfazem, dos barcos, as quilhas.


Nós naufragamos; o mar nos traga,
Somos criaturas sem famílias,
Sozinhos nessa imensidão
Construímos pontes entre as ilhas
Para enganar a solidão.






Perdão


Se a minha religião permitisse,
Eu juro,
Te perdoaria...
Mas meu deus caduco
Ainda é aprendiz,
E na eternidade
Ele engatinha.

Perdi, há tempos,
O que me restava de inocência,
Por isso,
Não te perdoo...

Mas o que ainda me resta
De puro e religioso,
Te deseja campos verdes,
Lindos sonhos,
E toda a paz que pode haver
Lá longe,
No alto,
Nas nuvens.







Se Houvesse


Se houvesse uma palavra
Que quebrasse esses muros
E trouxesse a primavera,
Eu a diria.

Mas já não há futuro
Para este presente
Que embrulhamos.

Enterramos a primavera
Sob eras de invernos,
Junto aos sonhos que abortamos.






Meu Verso



Meu verso é o nanquim
Que contorna as curvas sinuosas das montanhas,
A aquarela que pinta, de leve,
As cores das águas...
Meu verso
É o vermelho indizível do anoitecer,
O nascer de cada estrela
E o brilho que nos chega
Anos-luz após uma delas morrer.
 
Meu verso é o quadrado onde me abrigo,
E trago sempre, comigo, a poesia,
Porque sem ela, eu não me entendo, eu não me explico,
Meu verso é o branco do meu sorriso,
Meu sul, meu norte, 
Meu inferno e meu  paraíso...
 
Meu verso, algumas vezes, sofre e sangra,
Ora caminha ereto, ora manca,
Ou arrasta-se no chão do meu caminho,
Mas é ele que me leva, se me perco
Sempre,
De volta ao ninho.





Coerência


Há muito deixei de buscar
Neste mundo, coerência.
É uma difícil ciência,
A arte de se dizer
E de ser o que se diz.
 
Guarda-chuvas contra flores,
E andanças em jardins
Coalhados de pedras duras
E de escuras sepulturas...
 
A água fresca cuspida
Veneno, aos goles, tomado...
As amizades traídas
Inimigos exaltados.
 
Há muito deixei de buscar
Neste mundo coerência...
Pois aquilo que se pensa
Nem sempre é o que é.
 
Um sentimento escrachado,
Por línguas de fogo e de fel,
Ouvidos atentos procuram
O som que os tire do céu...
Assassinos desalmados
De almas e de poesias
Mil poetas degolados
Sobre a lage branca e fria.
 
Há muito deixei de buscar
Neste mundo, coerência...







Partidas
 
Ela era a estação,
E ele, o trem que chegava de manhã
E que partia ao findar o dia.
Naqueles breves encontros,
Ela sonhava permanências
E ele se despedia.
 
Ela deixava os sonhos sobre os trilhos ainda quentes,
Guardava o futuro
Num horizonte mutante
E morno de branduras...
 
Ele se perdia por um mundo sem fronteiras,
Onde as estações eram somente
Uma pausa entre aventuras.
 
E cada um era o avesso
Do que o outro desejava;
E era isto  que fazia durar:
O coração não descansava
De sempre e tanto
Sonhar.







Caverna

Há muito que eu entrei nessa caverna,
E  me  esqueci por onde é que se sai.
Aprendo a conviver com  a escuridão
E luz demais me cega.

O gotejar da alma pelo chão
Monótono e sentido - mesmo tom,
É a única canção que me acompanha
Mas que não tem um refrão.

Meus passos se arrastando pelo chão
Nessa caverna imensa e solitária;
A pele d'alma cobre-se de escaras...
Ah, máscara calcária!

E se um dia houver a salvação,
Não sei se eu a aceito contente,
Pois a tristeza é tatuagem quente
E sob, a carne é rara.





Miríades


Miríades de mim:
Nas gotas de chuva (em cada uma delas,)
Subpartida em cada folha,
Em cada canto desta casa,
O meu fantasma à janela.

Milhões de mínúsculas células,
Todas elas
Pedaços diáfanos de mim...
Alguns, espalhados pelo vento
Tentando transcender o tempo.

Miríades de mim em cada estrela:
Vê; eu sou aquela parte mais fosca,
A que empana o brilho,
A que volta sempre no verão,
Nas asas das moscas!

Minha pele esgarçou-se de tanto gastar-se
Contra os muros do tempo.
Meus cabelos caíram, e voam no escuro
Tocam teu rosto como teias de aranha.

Miríades de mim no teu pensamento,
Perdida em cada instante
Eu me reinvento,
Sublimando a morte,
Sublimando o esquecimento.






Sonhos 

Uma nesga de luz apaga a noite,
E traz  de volta a claridade,
No bico de um pássaro.
Os olhos se abrem, encaram a vida,
Enquanto os sonhos se fecham, silentes,
Adormecendo sobre a fronha.

Mais um dia que começa na vida da gente,
Com seus risos, suas lágrimas, 
E outros sonhos, que se sonha acordado,
A luta entre o mel e a peçonha.

Mais um dia que começa, e de repente,
O coração se abre como a flor,
Que espalha as pétalas sob a luz, e esbanja cor,
Para fechar-se novamente ao crepúsculo...

Despertam a noite e o sonho sobre a fronha,
Escurecendo a luz bem devagar,
Mas salpicando tudo com brilhos de estrelas,
Abençoando e protegendo a todos 
Com o luar que se espalha sobre as telhas.





Fim de Tarde

Aquele cheiro de carros
Chegando na rua,
Cachorros latindo nos portões,
Pais com os pães pendurados nos dedos,
Mães em roupões e pantufas,
Jantar sobre a mesa.
 
A novela rolando na TV,
Talheres e copos tilintando,
O cheiro da comida escapando pela janela,
A adolescente no quarto, em frente ao espelho,
 
Sem pensar em problemas,
Apenas nas novas cores dos esmaltes de unha,
Na prova que teria na manhã seguinte,
Em ser uma estrela num banho de espuma,
E no que contar, amanhã, à amiga.
 
Conversas chegando nas vozes dos ventos,
As ruas vazias, tão cheias de lua,
E de repente, alguém chega à janela,
Olha as estrelas, respira fundo,
Planeja o outro dia,
Silencia.
 
Era assim.







Quebrar-se

Não sabia ser inteira; partia-se
Sempre que alguém partia!
E ao quebrar  dos laços,
Apenas a alma doía!

Ah, a impermanência
Na qual ela vivia!
Quebrava-se sempre
Que alguém partia...

A vida emendava os pedaços,
Juntava os traços,
fazendo colchas de mil retalhos,
Amarrava as lembranças
Em um triste feixe...

E ela, sozinha,
Fragmentava-se,
Cortava-se,
Quebrava-se
Em mil saudades,
Ao final de cada dia!

Ah, se ela soubesse
Manter-se inteira,
Reconstruir-se,
Costurar-se!...

Quem sabe, até mesmo
Doesse menos
Cada partida,
Cada quebrar-se!

E as memórias
Juntavam-se todas
Aos pés da moça,
Em frente ao fogo,
Sobre o tapete,
Entre as paredes,
Sob as cortinas
E as cobertas,
Na fronha lisa
Quase sem sonhos...

De madrugada,
Alguém partia,
E ela fechava os olhos
Ainda tonta de sono,
Ainda transida de medo,
Até que um dia - bem de repente
Ela partiu.



Escrevo Porque...


Escrevo,
Porque há tantas coisas belas nessa vida,
Há anoiteceres e madrugadas adormecidas,
Flores nos jardins e pessoas na sua lida...

Escrevo,
Porque necessito contatar o mundo,
Traduzir a vida que me chega a cada segundo,
E interpretar tudo aquilo que eu vejo.

Escrevo,
Por quem não consegue se comunicar,
Por quem está alegre, e por quem, a chorar,
Procura palavras que lhes fortaleçam...

Escrevo,
A fim de pintar o mundo de outras cores,
Há outras matizes, além do negro e do cinza,
Basta escolher como se quer pintar!

Escrevo,
Pelo sim, pelo não e até pelo talvez
Então, de nada adianta querer me calar:
Pois de escrever, jamais irei parar!


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