No último dia 16 completamos 23 anos de casamento. Fizemos as contas: nos conhecemos há 29 anos! Estive pensando no que faz um casamento durar, e cheguei a algumas conclusões (sobre o meu, pelo menos):
Não existe relacionamento perfeito. Ninguém será totalmente feliz e satisfeito em todos os aspectos o tempo todo; mas é preciso saber medir as vantagens e desvantagens de se estar juntos, o que é bom, o que pode ser melhorado e o que deve ser aceito. Tentar modificar a maneira do outro ser pode ser desastroso... é preciso que cada um tenha espaço suficiente para ser, existir, manter sua personalidade e seus gostos pessoais. E de nada adianta desfazer-se das coisas que o outro aprecia: eu gosto de escrever, ele gosta de futebol, e pronto. Jamais gostarei de futebol, e ele jamais gostará de escrever, e isto é um fato. Mas um respeita os gostos do outro. E é claro, há várias outras coisas que gostamos de fazer juntos!
Também não é uma boa ideia (aliás, é péssimo) intrometer-se entre o cônjuge e sua família, especialmente, seus pais. Ao nos casarmos com alguém, querendo ou não, estamos também entrando para um a família, da qual faremos parte. Certa vez ouvi alguém dizer que para saber se o(a) cara metade será um bom marido ou não, temos que observar a maneira como ele (a) se relaciona com os pais. E se o relacionamento é bom, por que tentar estragá-lo? Ciúmes? Competição? Com certeza, quem vem de uma família sólida, jamais aceitará esse tipo de coisa.
É preciso não ir dormir com raiva um do outro - embora nem sempre isto seja possível. Mas que seja raro! Mas segurar a raiva ou o ressentimento 'em prol de uma boa convivência' pode criar uma bomba relógio que fatalmente explodirá. Melhor expressar de uma vez como cada um se sente em relação ao que acontece. Dizem que existem dois tipos de casais que não dão certo: os que brigam o tempo todo e os que jamais brigam. Eu concordo.
Ciúmes? Tratar de controlá-lo... é certo que muitas vezes ele até pode ter fundamento, mas é preciso saber agir nestes casos. Uma coisa boa: quando eu sinto ciúmes, procuro melhorar minha imagem: saio, vou ao cabeleireiro, compro uma roupa nova e vou visitá-lo no trabalho. E se necessário, dou um 'chega-pra-lá' educado no objeto do meu ciúme - quando eu percebo que ela está tentando se aproximar demais. Sempre é bom mostrar que o lugar está ocupado, e que tentar sentar-se aonde não foi convidada não será nada fácil. Mas se tem algo que abomino, é o escândalo. Prefiro ser discreta nestas situações... rsrsrsrs...
Enfim: não sei bem o que faz um casamento durar. Existem casamentos que duram, embora os parceiros se odeiem mutuamente, e fiquem o tempo todo competindo entre si ou tentando controlar o outro. São relacionamentos doentios, baseados na dependência e na falta de autoestima (como o casamento dos protagonistas da novela das nove da Globo, os personagens de Suzana Vieira e Antônio Fagundes, Pilar e César). Mas eu preferiria não ter um relacionamento assim, e jamais ficaria com alguém apenas por conveniência.
Mas sem respeito, amor, cumplicidade e uma boa dose de tolerância, não há casamento que dure.