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quinta-feira, 13 de junho de 2013

O Mundo nas Pontas dos Pés


Imagem: João Menerés


Este poema é fruto de uma parceria com João Menerés, que cedeu-me a imagem. Ele é do blog Grifo Planante





O Mundo nas Pontas dos Pés


Movimentos quase lânguidos
Braços desenhando encantos,
Abraçando imaginárias
Nuvens de Agapantos brancos.


O mundo nas pontas dos pés,

Tocando a terra em silêncio...


Os dedos em desenvoltos 
E graciosos movimentos
Marcam as notas do piano
Passeando etereamente
Sobre as teclas, em stacato.


Mais um rodopio, um passo,
Ali, uma pirueta
E o final apoteótico
Da bailarina que para
Em pose de estatueta.


O Despertar da Intuição - James Van Praagh




Trechos de "O Despertar da Intuição" - por James Van Praagh

Interpretando a Intuição

Existem muitos níveis de intuição. Nenhum padrão se aplica a todas as pessoas. Comece interpretando seus pensamentos e sentimentos e usando da maior honestidade possível. Ninguém melhor do que você é capaz de saber o que se passa em seu íntimo.
No nível físico, podemos ter sensações corporais nos avisando de perigos ou ameaças. Uma amiga chamada Penny me contou sobre uma ocasião em que planejava uma viagem para encontrar sua filha em Paris. De lá, alugariam um carro para viajar pelo sul da França. Ela já havia reservado sua passagem de avião , o aluguel do carro e comprado vários guias de viagem. Cerca de duas semanas antes de partir, Penny começou a ter terríveis cãibras estomacais, que surgiram sem nenhuma explicação e não estavam relacionadas a nenhuma doença.



Ela me disse:
- Eu já fui acometida deste problema antes. Acho que é medo, como se fosse um sistema de alarme em meu corpo.
As cãibras continuaram, mas ela resolveu viajar assim mesmo.
-Eu não estava com medo que o avião caísse, mas sabia que a dor tinha a ver com a viagem.
Quando ela chegou a Paris, chovia.
-Eu me surpreendi várias vezes tentando entender a razão das cãibras. Na última semana da viagem, veio a resposta. Estávamos indo de carro para Cannes, e a chuva continuava. Parei num sinal vermelho, e ao olhar pelo espelho retrovisor, vi um carro vindo a toda velocidade na nossa direção. Percebi que ele não ia parar e só consegui fazer uma pequena prece, enquanto o carro atingia a nossa traseira. Felizmente, eu sempre me certificava de que minha filha usasse o cinto de segurança. Se ela estivesse sem o cinto, teria sido arremessada pelo vidro da frente. Logo que o carro se chocou contra o nosso, eu soube que era por isso que eu vinha sentindo medo. De certa forma, fiquei aliviada por ter terminado.
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terça-feira, 11 de junho de 2013

Tempero




Metade do que me corre
 Pelas veias esticadas,
É sangue puro e espesso,
A outra metade, é água.
Dentro do meu pensamento,
Metade é um barulho intenso,
Que não descansa nem cala;
A outra metade, é nada.

Das estrelas onde procuro
Nas noites desembestadas
A tua metade perdida
Que completa a que me falta,
Uma parte é uma estação,
E a  outra, um longo trilho
Onde nunca está seguro
O trem que a memória assalta.

Assim, sou feita de carne,
Pele, osso, sangue, órgãos,
E de uma alma de gaze
Lacerada por um rasgo
Que nem o tempo costura
Com as linhas já partidas
Do que chamam sanidade.





segunda-feira, 10 de junho de 2013

Tão Pouco...




Tão Pouco...

Tão pouco tinha a mostrar!
Uma lata polida de lixo,
Um braço poluído de mar,
Palavras em descapricho,
Enrodilhadas tal qual cobras,
Prontas a dar o bote
Sujando o pote de mel...

Fazia perfis de esculachos
Enquanto mexia o seu tacho
Misturando todo o fel
Em cada verso, em cada mote.

Ah, houve o derradeiro bote
Das palavras engolidas
Que com suas pernas elásticas
Convidavam as platéias
À falsa e desenxabida
Exibição carcomida!

Falava do que não via,
Afirmava, veemente,
Sobre o que ela nem sabia...
Triste, tão triste espetáculo
De vaidade e amargura
De quem diz que não tem tempo
E nem assim, se situa...

domingo, 9 de junho de 2013

O Espaço de um Abraço



O Espaço de um Abraço



A casa da gente é um lugar para o qual geralmente convidamos apenas as pessoas de quem gostamos – se um dia, por forças das circunstâncias, precisarmos convidar pessoas com quem não tenhamos muita afinidade, ou não conheçamos muito bem, pelo menos estas pessoas provavelmente pertencerão a algum círculo de pessoas mais próximas, nossas conhecidas. Bem, eu penso assim. Jamais convidaria um perfeito estranho, alguém que acabo de conhecer, para adentrar minha casa, partilhar de minha vida íntima ou de minha cama (embora algumas pessoas o façam sem o menor problema; não as julgo, apenas não me incluo neste grupo, de, digamos, ‘pessoas muito espontâneas’).

Para mim, a mesma coisa é o espaço ocupado por um abraço. Abraço é contato físico bem próximo; é sentir, quem sabe, a pulsação do coração de outro ser humano, seu cheiro, a textura de sua pele e cabelos. Íntimo demais. Pelo menos, sob o meu ponto de vista. Não me sinto confortável abraçando estranhos; preciso conhecer as pessoas antes do abraço. Ter com elas pelo menos, um contato mais prolongado, uma conversa amigável, aprender a gostar delas sinceramente. É claro que já fui e sou abraçada por pessoas que mal conheço; nestes casos, eu retribuo o abraço, mas por educação. Também existe o abraço virtual, aquele sem contato físico, mas que distribuímos facilmente entre nós – mas até mesmo este, eu deixo com as pessoas com quem eu acho que teria alguma afinidade aqui fora. Também há alguns alunos mais antigos a quem eu abraço com o maior carinho. Adoro meus alunos, e gosto de abraçá-los. Mas cumprimento os alunos recém-chegados com um aperto de mão.

E foi por isso que ontem à tarde, enquanto caminhava pelas calçadas Petropolitanas com meu marido, eu recusei o abraço de um grupo de pessoas desconhecidas, que, vestidas de palhaço e com as caras pintadas, portavam cartazes e abordavam pessoas; ofereciam abraços gratuitos na avenida. Eu disse: “Não, obrigada.” Simplesmente porque eu não as conheço.

Tenho certeza que suas intenções são as melhores; quem sabe, acham que assim, farão do mundo um lugar melhor? Bem, eu não acho que seja este o caminho! Todos os dias, assistimos pela TV políticos e pessoas famosas que se abraçam e dão tapinhas nas costas, e isto não significa que se gostem ou se respeitem. Antes de cultivarmos o ato de abraçar as pessoas, precisamos aprender a cultivar o amor sincero e desinteressado por elas, e isto leva algum tempo. Mas, mesmo discordando destes métodos de abraços forçados entre desconhecidos, respeito quem os aprecie. Acho até bonito, mas não serve para mim.

Me desculpem, pessoas, se algum dia, por um acaso, vocês chegarem a ler este post; mas acho que abraço não deve ser gratuito; tem que ser dado com sentimento cultivado e verdadeiro. Abraço as pessoas de quem eu gosto, as pessoas que eu conheço e com quem me sinto confortável. Quem sabe, um dia vocês serão uma destas pessoas? Se isto acontecer, terei o maior prazer em abraçá-las.




Orfandades - Pe. Fábio de melo





Trechinho do livro "Orfandades - O Destino das Ausências" - Pe. Fábio de Melo


"A notícia me doeu na carne. Rolei pelo chão do quarto acometida pelas mesmas dores que o expulsaram do meu ventre vinte e três anos antes. As dores da morte eram as mesmas que as do nascimento. As contrações naturais que encaminharam o meu menino ao mundo estavam de volta. Retornavam os dolorosos movimentos dos interiores que já não toleram mais o corpo invasor. Mas dessa vez sem o que expelir. Doíam vazios, doíam ocos, doíam solitários. No nascimento, só a expulsão cessa a dor. O menino que desliza pelas pernas arranca consigo as agonias da carne. Era ele o espinho que magoava o corpo. Mas a mágoa é bem-vinda. Todos sabem. Toda forma de nascimento é um milagre em si. Nas cimento é superação das sombras. É quebra de crepúsculo."




Orfandade - O Destino das Ausências - Pe. Fábio de Melo



Orfandades – O Destino das Ausências – Pe. Fábio de Melo

Editora Planeta – 2012 – 158 páginas



Quem espera que este livro lhe traga algum tipo de conforto espiritual após uma grande perda, não deve lê-lo; da mesma forma, quem pensa encontrar aqui soluções espirituais e respostas para as coisas da vida e da morte, acabará se decepcionando. Este livro foi escrito por Fábio de Melo – o homem, não o padre.

Mas quem deseja uma leitura verdadeira e cheia de poesia, que traz a dor e suas facetas cruas e sem máscaras; quem tem a coragem de assumir que a espiritualidade e a religião não trazem todas as respostas às nossas dores e mazelas, e que não nos protegem contra aquilo que estamos acostumados a chamar de ‘mal,’ encontrará neste livro uma leitura que, embora seja difícil (ninguém gosta de caminhar pela Estrada da Dor), será envolvente, surpreendente e inesquecivelmente bela.

Padre Fábio de Melo ausenta-se por algum tempo, é dá lugar ao homem Fábio de Melo, que nos escreve dezenove contos que falam da perda, do medo, da dor e da morte. Um livro para leitores corajosos. Os contos de “Orfandade” arrancarão lágrimas e despertarão lembranças. Além de oferecer beleza e poesia, ao ler este livro nos lembraremos do quanto somos todos tão parecidos na hora da dor e da perda, e o quanto estamos todos igualmente vulneráveis a elas. 

O livro nos fala das ausências e dos desejos reprimidos que muitos já sentimos, desejos de deixar tudo para trás e atravessar até o outro lado do rio, levando na bagagem apenas a cara e a coragem (“O Outro lado” e “O Mapa”). Talvez ele consiga expressar toda a dor de nos sentirmos órfãos (“Mãe Morta” e “Pai de Poeira”) ou o nosso medo de assumirmos a nossa própria vida e nos responsabilizarmos por nossas próprias escolhas ( “A mulher Acabada” e “A Escolhida”). Enfim; para cada um de nós haverá um personagem que nos custará assumir, mas que nos fará mais humanos e, ao mesmo tempo, transcendentes.


Trecho de “O Mapa”

“Queria o dom de esquecer. Que confortante, viver a oportunidade de olhar para o muro e nele não encontrar rosto familiar. Andar pelos cômodos da casa e deixar de ouvir as vozes dos que partiram, mergulhada numa estranheza, como se tudo fosse visto pela primeira vez. Todas as coisas reduzidas a serem o que são. A pedra é pedra. Nada mais. Nenhuma abertura de sentido para a materialidade.”

Trecho de “Mãe Morta”

“Já posso morrer. A pedra posta me segura. “Aqui jaz Antonieta Bonaparte do Couto. Viveu, sonhou e amou.” O argentado das palavras reluz tristeza. Contradição. A frase triste está prenhe de esperanças que ainda não sei reconhecer. Minha mãe está morta. Repito. Digo a palavra mais dura, o recado mais tristonho. Mas no avesso da aterradora notícia há um travesseiro de conforto. Minha orfandade é alforria. O amargo da verdade se mistura ao doce de um futuro que posso ter. Sua partida me outorga direitos. Já posso morrer também. Não tenho mais a obrigação da vida. Posso aventurar-me sem medos, dar-me aos descuidos, avançar limites, ultrapassar fronteiras. Posso partir, posso morrer, desistir, ser infeliz.

Morrer requer ter nascido. Quarenta e dois anos e só agora o meu nascer terminou. O cordão que me atava ao outro corpo foi decepado. O ventre está lacrado. Nele não há respiro. Estou livre.”

Trecho de “A Consagrada”

“O amor me coloniza. Faz comigo o mesmo que Portugal fez com minha pátria. Arranca o ouro, devasta as reservas e me outorga misérias que frutificarão no futuro. Eu as descubro aos poucos como se a névoa da realidade me preservasse do susto de vê-las num mesmo movimento de olhos. Alguém deve ter rezado nessa intenção. Deus age como pode. Também Ele, ainda que goze de soberania e poder, vê-se impossibilitado de realizar proezas. Eu o limito, algemo suas mãos quando não sou capaz de encher as talhas para que o milagre aconteça. O vinho é resultado dele, dádiva de sua gratuidade, mas a água é atributo humano, é a parte que me cabe.

Amar é perder a pertença; ser invadida por outro, ver rasgada a cortina que me preservou por tantos anos indivisa, proprietária da decisão de descer escadas, cruzar a rua, realizar o simples da vida, o ordinário, o natural de ser livre. É desastroso amar assim.”



sábado, 8 de junho de 2013

EU






Eu


Sou eu que arranho, em desespero,
As portas da tua memória,
Sou eu quem aguardo lá fora
Por uma migalha, que seja,
Do teu olhar.

E ao chegar a madrugada,
Sou eu que te espero, cansada,
Na beirada da tua insônia,
Em imagens esfumaçadas...

Eu sou a voz que tu ouves,
O toque pelo qual anseias
E que jamais haverá...
Eu sou a ânsia que grita
Guardada no pensamento,
Eu sou quem jamais virá. 

E quando pensares que a dor
Da minha ausência passou,
Eu volto, num raio de sol
Para te dizer que eu existo.

Pois eu sou a tua saudade,
O eco do que tu adoras
Que numa nuvem de bruma
De repente, foi embora.

Partidas






Ela era a estação,
E ele, o trem que chegava de manhã
E que partia ao findar o dia.
Naqueles breves encontros,
Ela sonhava permanências
E ele se despedia.

Ela deixava os sonhos sobre os trilhos ainda quentes,
Guardava o futuro
Num horizonte mutante
E morno de branduras...

Ele se perdia por um mundo sem fronteiras,
Onde as estações eram somente
Uma pausa entre aventuras.

E cada um era o avesso
Do que o outro desejava;
E era isto que fazia durar:
O coração não descansava
De sempre e tanto
Sonhar.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Não te Vejo!






Não te Vejo!


...E quanto mais dizia, com ensejo
A orgulhosa frase: "Não te Vejo,"
Fechando os olhos à odiada imagem,
Mais esta lhe ocupava os pensamentos!

E então se retorcia, em vil tormentos,
Ao ver o seu retrato impiedoso...
E a boca escarneava, em tom jocoso,
A mesma velha frase: "Não te vejo!"

E quanto menos via, mais sentia,
E o ódio transformava-se, choroso,
Em algo que a gente percebia

No coração trancado, vigoroso,
Um outro sentimento, em segredo...
Semente de tal fruto amarguroso...

*




Poemas de Arana do Cerrado





Alguns poemas que expressam um pouco do grande talento de Arana do Cerrado. Arana tem uma página no Recanto das Letras.






Lonjuras


No leme dessa nau
contemplo sem esmorecer.

nasci ribeirinha.

em água grande desde sempre mergulhei.
finas areias, pedras enormes roliças,
antes de barrarem sua força e beleza.

tornou-se o Paranaíba sem voz,
parado, quieto por cima...
em suas barrancas quis morrer numa noite escura,
não deu-me permissão.

isso foi antes, muito antes
da vigília galos-madrugadas
em insones noites
de carneirinhos contados, recontados,
olhos secos,
antes de todo mar e sal mudarem-se pra oca...
boiei anos!

distante, fria, dormente, revirei-me com a morte.

na lonjura desses dias à ferro e fogo,
deixo vento desalinhar-me inteira e se sonhos desbotam,
aquarelo-os!
todos desejos, pássaros-livres,
liberto-os com ardor.

hora de cantar a vida
lançar fora correntes
desembaraçar laços, teias,
hora de enxergar pelas janelas d'alma
essa calma que agora habita-me!








Coração é terra de ninguém......



Se pudesse tocar seu coração
com minha emoção,
os dias teriam mais sóis nas chuvas
e as noites,luares cheios na nova.

Ah se pudesse tocar seu coração!!!!
os verdes dos olhos reaprenderiam brilhar
sem marejos e seria livre o cantar
amordaçado de tristezas
por não lhe tocar...

Daqui posso ver onde devo chegar...

Amanhã, se houver, acordo outra,assim é.
Aquela que iniciou essa prosa/pensamentos,já não existe mais!
Aquela morreu.
Outra continua e não há mais mistérios...

Então como posso tocar seu coração???

Distraí-me com a totalidade da VIDA/MORTE!!

Vivemos para a morte e este prazer é efêmero quando aprofundamos no ponto.

Por sobre a água espelho
por baixo molhada....
Viver é assim.

Perdão por desejar tocar seu coração.












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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...