witch lady

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domingo, 24 de fevereiro de 2013

ESPERA





Sou como aquele cão,
A espera de que caia
Algum farelo,
Algum resquício de carinho
Da tua mão.

À noite, eu uivo,
Deitada no chão,
Arranho o assoalho,
E faço frangalhos
Do meu cobertor...

Mas somente a lua
Escuta meu ganir,
Pois você não me vê...
Passa por mim,
Olhos sonolentos
Semi-fechados por algum vento
Que te deixou dormente.

Sou como aquele cão,
Perdido, faminto,
E tu nem sequer sentes!...

ENCANTO









Por trás da tristeza, o encanto,
A magia de viver
Espalhada em cada canto.

Uma nesga de jardim,
Colibri beijando flor,
Besouros fazendo amor.

Cantam, preguiçosamente
As cigarras lá na mata:
Este dia será quente!

Joaninha de bolinha,
Borboleta distraída,
Por trás, essa dor fininha...

Lindo dia se anuncia,
Mais um dia sem você...
Sem resposta e sem porque.

Olho o sol que se levanta,
Mais um dia sem você,
Ou será menos um dia?...

Esperança




Uma dor hipócrita acaricia-me o peito
Usando luvas de veludo e espinhos
E uma chuva ácida encharca-me o leito
Afogando-me a alma quando estou sozinho.

São meus olhos que chovem essa chuva que rói
E é em meu coração que habita essa dor.
Sou eu quem a alimento e a mantenho viva
Iludindo-me, no afã de ser meu teu amor.

E à noite os meus sonhos me fazem lembrar
Pois revejo os teus olhos, o que me prende e cativa.
Eu não posso abrir mão, não consigo matar
Essa dor-ilusão, que é a razão de minha vida.



Olhar o Mar







Ondas salgadas
Sem piedade
Quebram-se em mim...

Olhar o mar, e não pensar,
Apenas
Olhar o mar!...

Perco as pupilas
Por entre as vagas
Cheias de mim...

Olhar o mar, e não pensar,
Apenas
Olhar o mar!...

As horas passam,
O sol escalda
Os pensamentos...

Olhar o mar e não pensar,
Apenas
Olhar o mar!...

Vou pelas águas
Verdes do mar,
Só me perdendo...

Olhar o mar e não pensar,
Apenas
Olhar o mar!...


Uma gaivota
Pousam na praia,
Tuas lembranças...

Olhar o mar e não pensar,
Apenas
Olhar o mar!...

Como é difícil
Olhar as ondas
E não pensar!...

*

Cuidado com o que Você Pede nas Suas Orações





Trecho do livro "Cuidado Com o que Você Pede nas Suas Orações - Você Pode Ser Atendido" - por Larry Dossey (autor do best-seller "As Palavras Curam)


Controlar os Outros em Nome do Amor

A doutora  Loudell F. Snow, do Departamento de Medicina da Comunidade, da Universidade do Estado de Michigan, estuda as crenças médicas populares e suas implicações na saúde. Ela é especialista em maldições, bruxarias e feitiços. Num artigo para o prestigiado Annals of International Medicine, ela relata: "Em quase todos os casos de bruxaria relatados na literatura e também no material que recolhi, o malfeitor é identificado, sendo geralmente uma namorada ou amante, marido ou mulher, pai ou mãe, irmão ou parente."

Assim como nas maldições formais, quando a prece é usada para manipular e controlar os outros, o objeto da manipulação é frequentemente um membro da família ou ente querido. Além disso, quem reza geralmente  alega estar agindo por compaixão, pelo bem da outra pessoa.
Um exemplo é a experiência de Richard, que desde a adolescência queria desesperadamente ser escritor. Era uma ambição realista, pois todos os professores elogiavam seu talento excepcional. Quando finalmente obteve seu Ph.D em literatura inglesa, Richard sentiu-se pronto para um brilhante futuro como escritor. Mas dez anos depois, não tinha publicado nenhum trabalho e se achava um fracasso. As editoras devolviam seus trabalhos com os comentários de sempre, falando de 'rasgos de brilhantismo' e de 'grande promessa', mas alguma coisa não batia, alguma coisa que ele não conseguia identificar. Richard não desistiu. Começou a frequentar encontros e seminários de escritores, na esperança de corrigir possíveis falhas técnicas. Mas nada funcionava. Perto dos quarenta, ele se consolava lembrando que muitos grandes escritores tinham começado tarde.
recusado por mais uma editora, ele resolveu por o trabalho de lado e visitar a mãe no Natal.
A mãe logo percebeu que ele não estava bem. "Você parece tão deprimido, meu filho. O que está acontecendo?"
Richard, que nunca tinha conversado com a mãe sobre sua crescente sensação de fracasso, decidiu compartilhar a frustração. A mãe ouviu pacientemente e disse: "Richard, sei por que não se tornou um escritor. Eu rezo a Deus todas as noites, desde que você era adolescente, para que Ele lhe dê outra coisa para fazer."

Richard ficou chocado! "Quer dizer que há vinte e cinco anos você reza para eu fracassar como escritor?"
"Sim, porque eu sempre soube que Deus tem coisa melhor para você. E ele atendeu minhas preces!" disse ela, com doçura.
"Por que fez isso, mãe?", perguntou Richard com raiva, entre lágrimas.

Sua mãe também começou a chorar. "Richard, eu amo você. Só quero o melhor para você." Depois, disse com frieza: "Escritores revelam coisas que não deveriam ser reveladas - sobre eles mesmos, sobre suas famílias. Escritores contam segredos que não interessam a ninguém!"
Richard viu no rosto da mãe uma vida inteira de dor, tristeza e medo. Enterrados no passado da família havia casos vergonhosos que ela não conseguia enfrentar: infidelidade e divórcio, alcoolismo e sentimentos de fracasso como esposa e mãe. Por mais de duas décadas ela tinha alimentado um horror pessoal: se Richard se tornasse um romancista de sucesso, os esqueletos da família viriam à tona em seus escritos, e a família cairia em desgraça.
Para Richard, as preces da mãe eram uma maldição lançada em nome do amor e da vontade de Deus. Não ficou para a ceia de Natal. Depois de ruminar durante um mês, resolveu começar a fazer psicoterapia numa tentativa de ordenar os sentimentos confusos que tinha em relação à mãe e ao relacionamento tempestuoso que sempre tiveram.
Richard sabia que a mãe continuaria a rezar "por" ele e estava determinado a não ser mais sabotado por suas preces. Pela primeira vezes em muitos anos ele começou a rezar, pedindo força e orientação para seu trabalho e proteção contra as preces da mãe. O trabalho de Richard adquiriu uma profundidade e uma maturidade que não tinha antes. Três anos depois desse confronto com a mãe, teve seu primeiro romance aceito por uma editora importante.




Agentes do Todo-Poderoso

Como no caso de Richard, a desculpa de rezar pelo bem do outro geralmente vem acompanhada da justificativa de fazer a 'vontade de Deus.' Nesse caso, a prece de intercessão muitas vezes se transforma em ação concreta. Um dos episódios mais terríveis da história humana, a Inquisição, que começou no século XIII, foi um dos mais pródigos em preces. O objetivo dos inquisidores era descobrir quem eram os hereges e puni-los,  com a esperança adicional de salvar suas almas. Enquanto apertavam os parafusos e giravam as rodas, os torturadores rezavam piedosamente, e suas lágrimas se misturavam ao sangue de suas vítimas no chão das câmaras de tortura de toda a Europa. Esse padrão persiste: piedade e prece ainda se misturam ao ato de matar em nome de Deus. Ao confessar que tinha assassinado Yitzah Rabin, primeiro ministro de Israel, Yigal Amir disse ter agido sob as 'ordens de Deus.'
Podemos afirmar que nunca rezamos para manipular nem controlar os outros e que jamais causaríamos deliberadamente nenhum dano físico em nome de Deus. Mas todos nós já nos vimos em situações em que acreditamos que estamos certos e 'eles' errados. Na nossa cultura, com 80 a 90 por cento das pessoas rezando regularmente, o palco está sempre preparado para preces tão diretas quanto bofetadas, em que pedimos ao Todo Poderoso que derrote, de uma maneira ou de outra, os que não compartilham de nossos pontos de vista.

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Num jantar na Casa Branca, um pastor encerrou a sua bênção com esta afirmação piedosa: "O Senhor está do nosso lado."
Como o Presidente Lincoln não reagisse a essas palavras, alguém lhe perguntou: "O senhor não acredita, Presidente, que o Senhor estará sempre do lado do que é correto?"
"Não estou preocupado com isso," foi a resposta de Lincoln, "Porque sabemos que o Senhor está sempre do lado do que é correto. Minha preocupação é saber se eu e a nação estamos do lado do Senhor."



sábado, 23 de fevereiro de 2013

Uma Gota de Goethe





Limites da Humanidade - Goethe


O que é que distingue
Os deuses dos homens?
Que muitas vagas
Ante aqueles vagueiam.
Eterna torrente.
A nós ergue-nos a vaga,
Traga-nos a vaga
E vamos para o fundo
Um estreito anel nos limita a vida
E muitas gerações
Se alinham constantes
à cadeia infinda
Do seu existir.




Goethe (28-08-1749 / 22-03-1872) foi um escritor alemão e pensador que também fez incursões pelo campo da ciência. Foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão.  Escreveu romances, peças de teatro, poemas, autobiografias e reflexões teóricas nas áreas de arte, literatura e ciências naturais.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Uma Noite Animal






Quase todas as noites, eu e meu marido saímos para dar uma volta com a nossa cadela Rottweiler, a Latifa. Ela é um doce de pessoa, digo, de cadela, mas pensa que é gente (não sei porque), e detesta outros animais; toda vez que encontramos com outros cães, gatos e até mesmo esquilos, passamos por um verdadeiro estresse a fim de controlar os impulsos assassinos da Latifa.

Na noite passada, assim que terminamos de descer a ladeirinha da nossa rua com ela, meu marido avistou um animal estranho passeando no meio da rua escura, a uma certa distância de nós. Ele apontou-me o bicho, dizendo: "O que é aquilo? Uma galinha?!" E eu, apertando os olhos para enxergar melhor: "Não... onde já se viu, uma galinha passeando à noite? É um gato!" Fomos chegando mais perto, e constatamos que tratava-se de um galo com o pescoço pelado. Parecia ter passado por poucas e boas...

Voltei e toquei a campainha de meu vizinho, pois sei que ele cria aves e outros animais. Quando minha vizinha atendeu, perguntei se alguma de suas galinhas havia escapado. Ela disse:

-Não, Ana, este galo não é meu. Quando cheguei em casa, tinha uns homens estranhos, muito esquisitos, fazendo macumba ali na esquina. Estavam com esse galo, e um deles, parecia que ia cortar o pescoço dele com uma faca. Tem até umas velas acesas ali, olhe! Pensei até em chamar a polícia, mas eles foram embora."

Olhei para o pobre galo, e vi que suas penas e pescoço brilhavam, mas não consegui perceber o motivo. Era como se ele estivesse banhado em óleo, ou algo parecido. Em seguida, minha outra vizinha, a Helaine - que adora animais e recolhe todos os que aparecem por aqui, encaminhando-os para doação - apareceu com o filho dela e um lençol, a fim de capturar o galo. Foi uma linda cena: meu marido segurando a Latifa, que queria, de qualquer maneira, pegar o galo; eu e o menino cercando a ave, e Helaine, com um lençol esticado, tentando capturá-lo. Tudo sob a luz do luar, no meio da rua.

Neste ínterim, chega em casa o marido de minha primeira vizinha, e passa por nós de carro, olhando-nos, curioso e confuso. Enquanto ele entra em casa, Latifa tem um verdadeiro piti por causa do galo, e arranja o maior escândalo no meio da rua... mas conseguimos pegar o penoso, e Helaine o enrolou no lençol, trazendo-o para mais perto  da luz de um poste. Percebemos que o coitado, além de ter tido todas as penas do pescoço arrancadas, foi completamente coberto com cera de vela quente, e sua pele está muito vermelha. Como as pessoas são cruéis! E acham que agindo assim - torturando animais - conseguirão alguma resposta positiva para suas vidas e seus problemas...

Acabada a 'festa,' vamos subindo a rua de volta para casa, e encontramos o marido de minha vizinha - a primeira mencionada -descendo a rua com seu filho. Paramos para conversar e damos boas risadas com a história do galo, e ele nos conta que estava vindo da casa  de um outro vizinho, cujo gato invadira sua sala de estar e quase comera sua calopsita. Além disso, o felino arranhara todo o seu tapete e vomitara bolas de pelo pelo chão. Graças a Deus, a calopsita foi encontrada viva e passa bem. Reclamação feita, calopsita encontrada viva, Latifa acalmada, passeio terminado e galo resgatado, fomos todos para casa.

Mas na esquina da rua, ficaram um alguidar e uma vela acesa - mas sem o galo.

Cora Coralina





"Venho do século passado
E trago comigo todas as idades
(...)
Nunca os algarismos me
Entraram no conhecimento.
De certo pela pobreza que marcaria
para sempre a minha vida.
Precisei de poucos números.

Sendo eu mais doméstica do
que intelectual,
Não escrevo jamais de forma
Consciente e racionada, e sim
impelida por um impulso incontrolável.
(...)
Nasci para escrever, mas, o meio
O tempo, as criaturas, e fatores outros,
contramarcaram minha vida.
(...)
A escola da vida me suplementou
As deficiências da escola primária
Que outras o Destino não me deu,

Foi assim que cheguei a este livro
Sem referências a mencionar.

Nenhum prêmio,
Nenhum segundo lugar,
Nem menção honrosa
Nenhuma Láurea.

Apenas a autenticidade da minha
poesia arrancada aos pedaços
do fundo da minha sensibilidade

Cora Coralina - "Parte Biográfica."










Frases de Cora Coralina





"Recria tua vida sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça."




"O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes."




"Nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas."




"Nas palmas das tuas mãos, leio as linhas da minha vida."



"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."



"Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seus cânticos na música de seus versos."



Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas - Cora Coralina - nasceu em 20/08/1889, em Goiás, e morreu em 10/05/1985.  Teve o primeiro livro publicado em 1965, quando já tinha quase 76 anos de idade.



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Dançar Para Viver - Isadora Duncan




"Desde o início nada mais fiz do que dançar a vida. Criança, dançava a alegria espontânea dos seres em crescimento. Adolescente, dançava com uma alegria que se transformava em apreensão, diante das correntes obscuras e trágicas, que começavam a  lobrigar no meu caminho. Apreensão da brutalidade implacável da vida e da sua marcha esmagadora.
(...) Durante minha viagem à Rússia, tive uma sensação de desprendimento da alma, que se há de sentir depois da morte, quando a morte transcende outras paragens." Isadora Duncan, em "Minha Vida."






Isadora Duncan - 27/05/1877 - 14/09/1927) foi uma bailarina dos Estados Unidos. Considerada a pioneira da dança moderna, causou polêmica ao ignorar todas as regras do balé clássico. Sua dança era inspirada nas figuras de dançarinas em vasos gregos, encontrados, segundo algumas fontes, no Museu do Louvre. Sua proposta de dança era algo totalmente fora do usual, com movimentos improvisados, inspirados também  nos movimentos da natureza. Suas vestimentas, leves túnicas, como as das bailarinas encontradas nas figuras dos  vasos gregos.





Isadora tinha personalidade forte e não se curvava às tradições. casou-se três vezes, e só o fez porque tinha a possibilidade de separar-se, caso necessário. Em 1913, seus dois filhos e a babá morrem afogados em um acidente no rio Sena.



Isadora Duncan veio ao Brasil em 1916 e apresentou-se no teatro Municipal, no Rio de Janeiro. 

Isadora morreu em um acidente de carro conversível, quando sua echarpe ficou presa a uma das rodas, estrangulando-a. Uma amiga afirmou durante anos que, ao entrar no automóvel, conduzido por um jovem, suas últimas palavras foram: 'Adeus, amigos! Vou para a Glória!" Tendo anos depois retificado a frase como "Adeus, amigos, vou para o amor." 




Fonte: Wikipedia.
Fotos: Google

Cancro




Eu acho
Que o nosso cancro
Vem da vida vazia
Que vamos levando,
Da mágoa calada
No peito guardada,
Qual faca afiada
Que vai nos cortando,
Daquela  palavra
Que nós não dizemos,
Da raiva aumentada
Que vai sufocando.

O nosso cancro
Vem do desencanto
De amores frustrados
Que vamos vivendo,
Das escuras ruas
Da mente e da alma
Por onde, no ontem,
Vamos nos perdendo,
Da casa fechada,
Da falta de vento,
Da dor costurada
Que nós escondemos,
Da falsa alegria
Que vamos vendendo.

Eu acho
Que o nosso cancro
Vem daquelas contas
Que nós não devemos
E vamos pagando,
Vem da gratidão
Que nós não sentimos,
Vem dos olhos cegos
Com os quais enxergamos,
Dos ouvidos surdos
Que nós educamos,
Da falta de amor
Que por nós sentimos,
De espaços vazios
Que, com qualquer coisa,
Nós vamos enchendo.

Eu acho
Que o nosso cancro
Vem das despedidas 
Que não aceitamos,
Da indiferença
Que sempre fingimos
Que não percebemos,
Da injúria gritada
Sobre a nossa face,
Da maledicência
Que nós só fingimos
Que já perdoamos,
Da fome de vida
Que na nossa lida
Só vai nos matando.

O nosso cancro
É uma resposta
A todo desgosto
Que vamos fingindo
Que vamos levando,
Ao ódio e ao medo
Que nós cultivamos,
À inveja sentida
De nós, e por nós
Qual pedras agudas
No meio da estrada
Nas quais tropeçamos.

O nosso cancro
É aquele momento
No qual estancamos
E vemos que a vida
Que estamos levando
É a boca da morte
Que está salivando,
É o vento do nada
Que está nos soprando,
É aquela palavra
Que nunca dissemos,
Aquela vontade
Que não permitimos,
E aquele sonho
Que nós nem tentamos.


E vamos fingindo,
E vamos levando,
Vamos reprimindo,
Vamos disfarçando,
Vamos nos fechando,
Vamos nos calando,
Vamos só mentindo,
Vamos aceitando,
Vamos adiando,
E nem percebemos
Que somos a vida
Que estamos matando...

*

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

GUIZOS







Penduras guizos
Aos teus sorrisos:
Profundos silêncios...

Desfolham-se as rosas
E os narcisos.

A lágrima bruta
Tal qual diamante
Não lapidado,
Teu olhar
Dilapidado
Em teu rosto cansado...

Penduras guizos
Nos cantos dos lábios,
Os lentos passos
Que não chegaram
E nem chegarão
Àqueles paços!

Te entregas ao abismo
Fugindo, sempre,
Dos meus abraços!

Caem os guizos:
Soam tristonhos
Dentro da curva
  Num chão sem passos.

Parceiros

EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...