witch lady

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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Existência







Existe, 
Presa no tempo,
Uma certeza
Que voa nas asas das borboletas
E nos chega num raio de sol.

Cada ruga na face,
cada memória,
São partes do livro da História
Do qual somos letras e números.

Descansa no momento que hora vivo,
Alguma coisa, além desta beleza
Que vejo agora:
Algo que pressinto...

Algo que mira-me
Através do olhar pequeno dos passarinhos
Que passam, voando,
E pousam nos galhos mais distantes.


NADA



Nada é certo; nem o fim...
Pobre de ti,
Pobre de mim!

Mendigos do universo
Que se alimentam
De letras e versos!

Até que, enfim,
Alguém desenhe
Um ponto (ou reticências)
Sobre os dilemas
Das aparências...

Essa Coisa







Essa Coisa
Que te esmaga o peito
Não é à toa,
É o instinto que jaz
Além do intento.

É uma certeza
Recém-nascida, temporã
E prematura,
Incubada bem dentro
Esperando
O momento...

Essa coisa
Que questionas
E te desafia,
E te abandona,
Sem geografia,
Sem mapas
No caminho
Que se estende,
É o que te faz gente.

Essa coisa, assim,
Que não se explica
Nem replica,
Não se desculpa
Ou justifica,
Corre nas veias...

Essa coisa
Sem sobrenome
De origem dúbia
E dolorida
Chama-se vida...

Até quando,
Essa coisa?...

Sobras de Bolo



Quem tem família, sabe: sempre que há uma festinha de aniversário, na hora de ir embora temos que levar um pedacinho de bolo e uns docinhos para casa. Na festa,  comemos tanto antes do bolo, que na hora de saboreá-lo, estamos tão enfastiados que comemos apenas um pedacinho pequeno, ou então, o recusamos. Portanto, o pedaço que levamos para casa - e saboreamos na manhã seguinte, durante o café da manhã - tem um gosto especial...

Geralmente, está gelado, e o contraste com a xícara de café com leite quentinho, é o que há de bom! Saboreamos também algumas lembranças da festinha, os melhores ( e até mesmo os piores) momentos. Depois, o bolo volta para a geladeira, e podemos até nos esquecer dele por um dia ou dois, até que bate aquela vontade de comer um docinho, e nos recordamos que lá no cantinho da geladeira, ainda tem um pedaço de bolo! Não tão saboroso, desta vez; quem sabe, um pouco ressecado pelo frio, mas bolo é bolo, doce é doce, e certamente, ele 'quebrará um galho...'

Na família de meu marido, aniversários são ocasiões sempre tradicionais, com direito a bolo, "Parabéns pra Você" e hora de distribuição de presentes. E mesmo os membros da família que moram em lugares mais distantes, mandam seus recadinhos. 

Aniversários são datas ambíguas: ao mesmo que comemoramos mais um ano de vida, não nos damos conta de que é também mais um ano que vai embora, levando consigo um pedaço de nossa juventude. Visão pessimista? Não; realista! Mas mesmo assim, eu acho que aniversários devem ser celebrados, com ou sem festa. Porque na verdade, o que celebramos, é a vida.

Hoje de manhã, ainda comi um pedaço do bolo de aniversário de meu marido... 

Marido, desejo a você toda a felicidade do mundo, muita saúde e paz de espírito!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Tudo Passa




Tudo nessa vida vai passando
Em vertiginosa velocidade:
Acontecimentos que se entremeiam,
Se transpassam,
Passam.

A dor mais aguda, a alegria,
A felicidade, a juventude,
A hora e o minuto, a noite, o dia,
Pessoas, lugares, e paisagens...

Tudo nessa vida vai passando
Em vertiginosa velocidade:
Lágrimas que caem, secam, marcam,
Risos brancos que amarelecem,
Dentes caem...

E as carnes vão ficando moles,
E os músculos vão perdendo a força,
E assim passam todos, a criança,
O jovem, o adulto, passa a moça...

E dentro da poça
De repente, o vislumbre
Do céu que fica, e jamais passa,
"O Sempre Céu" de Richard Bach,
Debaixo dele, os ossos ficam brancos...

E tudo passa, a dor, o medo, e a vergonha,
Memórias passam, tornam-se poeira,
E até mesmo as estrelas envelhecem,
E o pó da vida caído nas beiras
Será soprado pelo bafo do tempo
Que não tem piedade ou sentimento.

***
O tempo é como uma religião, pois ouve todas as orações que passam por ele, e sua única certeza, é o final.


Fôlego






Uma linda tarde, a de ontem. Minha irmã me telefona, convidando-me para passear pela cidade. Marcamos de nos encontrar na avenida, próximo ao Museu. Minha mãe veio com ela, e está animadíssima para começar o passeio!

Seguimos pela Rua Dezesseis de Março, e subimos a Nelson de Sá Earp. Almoçamos no Liberty Garden, e depois atravessamos a Praça da Liberdade, caminhando pela Koeller e a Ypiranga, em direção ao Parque Municipal. Paramos para descansar alguns minutos na pracinha em frente à Catedral, onde um grupo de turistas da terceira idade fazia um lanchinho: frutas, iogurte e sanduíches.

Percebo o quanto minha mãe tem fôlego... na volta, ela reclama que o sapato está machucando um pouco. Foi a sua única reclamação durante a tarde toda, e mesmo assim, porque eu perguntei - notei que ela estava meio-calada. 

Paramos no posto de gasolina da Treze de Maio para tomar um sorvete no McDonald's, e depois, por insistência minha, tomamos um ônibus até o centro da cidade - ela queria ir andando, mesmo com o sapato machucando o calcanhar!

Ao chegar no centro, eu já estava bem cansada... e descubro uma greve parcial dos rodoviários... o maior tumulto na avenida, e decido tomar um táxi para casa, enquanto ela, ainda toda serelepe, vai fazer compras com a minha irmã. Ufa! Graças a Deus ela é tão forte e saudável.... 

Só para lemrbar: ela tem 85 anos.




Descanso






Só queria um lugar para descansar,
Proteger-se do vento, pois estava triste,
Ofereci-lhe meu dedo em riste.

Só queria parar por alguns instantes
Para descansar suas asas doridas
De tanto perder-se a voar pela vida...

Dei-lhe tudo o que tinha; um aeroporto,
Um pouso seguro, um pouco de tempo
Mas ela se foi, pois era do vento...

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