Por volta das onze da noite, já bastante sonolenta, após passear com a Latifa, decidi ir dormir. Levanto-me do sofá e, ao olhar casualmente pela janela, me surpreendo com o brilho amarelado de alguma coisa por trás das folhas das árvores. Penso: "Será um OVNI?"
Era a lua. Parecia uma boca sorridente e brilhante. Estava grande no céu, e um fiapo de nuvem dava a ela um tom caramelo. Coisa mais linda! A vida é tão linda, a natureza, o céu... zilhões de estrelinhas brilhando de tão limpinhas na atmosfera lavada pela chuva que acabara de cair.
Sonolenta, senti-me tão tranquila... há um motivo para cada coisa que nos acontece na vida, o acaso não existe. Talvez seja meu tempo de diminuir um pouco o rítimo e ficar em stand by. Ontem, ao olhar a lua que me sorria, tomei aquele sorriso lunar como se fosse uma mensagem, de que vai ficar tudo bem. A lua e suas fases... tempo de estar escura. Tempo de estar brilhante. Fases e ciclos.
A vida é um espetáculo maravilhoso, muitas vezes, sem aplausos e sem expectadores.
Com tantas catástrofes naturais
acontecendo, existem alguns termos, como atividades solares e inversão polar,
que ficamos confusos e inseguros. Algumas pessoas consideram estes fenômenos
perfeitamente normais, e outras, até os ignoram, dizendo que eles sempre
estiveram aí, e que a mídia é responsável por sua ampla divulgação, o que dá a
impressão de que somente agora eles passaram a acontecer.
Como gosto de ficar sabendo do que
está acontecendo á minha volta – principalmente quando também diz respeito a
mim, resolvi pesquisar um pouquinho.
Não sou cientista e nem tenho
conhecimentos sobre astronomia ou geologia, mas o que eu consegui entender no
meio dessa parafernália de termos científicos, eu passo aqui.
Acho que existe uma forte conexão
entre o planeta e seus habitantes, e ignorar os últimos acontecimentos é ignorar
a própria história. Temos que prestar atenção, e mesmo que não possamos fazer
mais nada para interferir – afinal, isso tudo nada tem a ver com poluição ou
desmatamento, mas com atividades que são cíclicas – se a gente morrer, é melhor
sabermos do que estaremos morrendo, não acham?
Eis o que aprendi sobre um
possível cataclisma e suas possíveis causas:
-Atividades solares – As manchas
solares podem interferir em várias coisas no nosso planeta, entre elas, na
comunicação, navegação e abastecimento elétrico. Coincidentemente, nós estamos
em uma época de atividade solar máxima. Se a coisa piorar ainda mais, estaremos
propensos a doenças como o câncer, devido às radiações emitidas pelo sol. Uma
radiação muito forte pode fazer enormes buracos na já prejudicada camada de
ozônio, deixando-nos ainda mais vulneráveis. Redes elétricas inteiras poderiam
derreter, deixando o mundo às escuras. Além disso, fios telefônicos, antenas e
satélites também virariam purê.
-Vulcões – Bem, acho que até os
mais leigos, como eu, tem uma idéia do que é um vulcão, e do que acontece quando
há uma erupção. Mas eu escolhi um vulcão em especial, um vulcãozinho de nada,
para servir de exemplo: O Supervulcão de Yellowstone, nos Estados Unidos. Esta
gracinha tem uma cratera que mede 90 kilômetros de extensão, e se ele entrar em
erupção, a atividade poderia durar semanas. As conseqüências seriam
planetárias, devido à extensão do vulcão, e os efeitos poderiam persistir por
meses ou anos! Quais seriam os efeitos? Além da grande quantidade de lava, uma
emissão de gases venenosos e cinzas, que encobririam a luz do sol, deixando o
planeta às escuras e sufocando o que estivesse pela frente. A boa notícia é que
isso só aconteceria se o vulcão de Yellowstone explodisse. A má notícia, é que
ele já pode estar nos estágios iniciais de erupção, segundo vários artigos que
li.
-Terremotos – Bem, acho que vou
pular esta parte, pois todos já estão muito bem informados sobre suas
consequências, como as tsunamis, mudanças no eixo da terra... e tem havido
muitos terremotos de grandes proporções ultimamente.
- Inversão polar – Um grande
terremoto, ou uma erupção vulcânica de grandes proporções, poderia causar uma
inversão polar; as consequências seriam:
-Animais migratórios, como
pássaros, peixes e baleias, tomariam o rumo errado, e espécies inteiras seriam
dizimadas.
-Satélites
seriam queimados pela radiação solar, pois o campo magnético da terra ficaria
vulnerável e os buracos na camada de ozônio aumentariam
consideravelmente.
-Haveria mais terremotos e mais
tsunamis...
-Grande
parte da população do planeta – pessoas, plantas e animais – seria destruída, e
quem sobrevivesse, preferiria não ter sobrevivido.
-Com o enfraquecimento do campo
magnético da terra, a radiação solar causaria câncer e destruiria colheitas:
doença e fome!
E como
aconteceria a inversão polar? Pelo que eu entendi, seria assim: A terra pararia
de girar por dois ou três dias, o que os cientistas chamam de ponto zero.
Depois, ela começaria a girar de novo, mas para o outro lado. O tempo se
aceleraria em função da freqüência vibratória do planeta, e o dia passaria a ter
16 horas, ao invés das 24 que conhecemos. Isso poderia ser causado por alguma
mega atividade vulcânica ou terremoto.
Todos sabemos que existem usinas
nucleares espalhadas pelo mundo todo, e logicamente, haveria um imenso acidente
nuclear se alguma destas coisas acontecessem. Sem falar em bactérias e vírus
que são cultivados em laboratórios hoje em dia, e armas químicas, que ficariam
passeando soltinhas por aí, na água e na comida que restassem e no
ar.
Alguns
acreditam que os efeitos desta iminente inversão já se fazem sentir, em forma de
insônias, dores de cabeça, cansaço, dores e problemas ósseos e de coluna,
pesadelos, gripes e depressão. Todo mundo sabe que o magnetismo do planeta afeta
não somente as marés, mas todos os seus habitantes, já que grande parte de nosso
organismo é composto de água.
Bem, sou leiga, como noventa e
nove por cento de vocês, portanto, perdoem-me se falei alguma besteira. Mas
todas estas ‘besteiras’ são frutos de pesquisa. Nem vou citar as minhas fontes,
porque qualquer um que deseje saber mais, pode consultar a imensa literatura
disponível sobre o assunto. Não inventei nada disso, é tudo um pequeno – ínfimo
– trabalho de pesquisa. E olha que levou apenas uma hora e
pouquinho!
Está vendo essa rosa aí da foto? Linda, não é? Ela está plantada nos fundos do meu jardim. Percebeu a cor esverdeada em suas pétalas? Pois é... ela é uma rosa estranha...
Fica em um local onde recebe sol e luz durante quase todo o dia. Nós a adubamos e podamos conforme o necessário. Recebe regas regulares, não deixamos que seja enfestada por pragas e sempre afofoamos a terra à sua volta, para que suas raízes possam respirar adequadamente.
Nós a compramos de um rapaz que estava vendendo mudas na beira da estrada. Nós a escolhemos devido a sua cor delicada, e sua beleza rara. Ela está plantada em nosso jardim há pelo menos quatro anos. Flore com frequência, mas sua floração é no mínimo curiosa.
Um botão desta roseira demora cerca de dois meses para começar a abrir-se. Começa a fazê-lo bem devagar. A maioria acaba secando ainda em botão, sem florescer, mas quando florescem, as rosas duram cerca de um mês abertas. É incrível, eu nunca vi uma roseira assim! Dá vontade de levá-la em algum desses programas de televisão, pois ela é um fenômeno.
Mas apesar de muito belas, as rosas tem as pétalas endurecidas, e quase não exalam perfume. Parece que tem medo de florescer. Enquanto a roseira vermelha dá suas flores sem nenhum medo, assumindo sua efemeridade, a rosa-chá (essa aí da foto) parece querer 'economizar' o seu desabrochar. É certo que, enquanto a rosa vermelha dura no máximo uma semana, a rosa-chá leva mais de um mês para despetalar. Mas, quando nos aproximamos, é o perfume da rosa vermelha que enche o ar à nossa volta. É a rosa vermelha que se abre completamente, e depois desprende suas pétalas uma a uma, espalhando-as ao vento. Dá gosto vê-la abrindo-se e entregando-se ao sol, e o aveludado macio e delicado de suas pétalas. Mas a rosa-chá, tão bela, tem sempre as pétalas secas e mumificadas.
Acho que ela não conhece a sua capacidade de ser rosa. Tem tanta beleza quanto qualquer flor, mas é uma rosa triste. Tem medo de se doar. Tem medo de que, ao exalar seu perfume, ela possa perdê-lo. Não compreende que doar perfume é a missão das rosas.
Quando ela finalmente se desfolha, suas pétalas pesadas, sêcas e esverdeadas ficam logo abaixo dela, secando ao sol. Nem mesmo ao vento ela as cede! Logo se nota que as pétalas caídas estão ficando, aos poucos, cobertas de môfo, e se mumificando.
Ah, rosa-chá, se você ao menos tivesse consciência de sua capacidade de florescer, e pudesse compartilhar seu perfume, como as outras rosas! Se parasse de enrodilhar suas pétalas em torno de si mesma, e as deixasse livres, ao sol, para que adquirissem seu toque natural aveludado e seu perfume delicioso!
Do que você tem medo, rosa-chá? Abra-se, e seja uma boa rosa, mesmo que efêmera! Assim, a roseira na qual você brota poderá encher-se de rosas, todas breves e perfumadas, mas todas, absolutamente todas, absolutamente rosas!