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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

SOM NA CASA (digo: na caixa!) & a Black Friday - uma resenha






Música para mim é parte da vida. Adoro, e não consigo viver sem. Em casa, tenho dois toca-discos, Spotify nos meus dispositivos e alguns mini systems. Sou meio alucinada por música.

Há alguns dias, estava escutando música do meu pendrive enquanto fazia faxina da casa, e de repente, ele fez silêncio. O aparelho Panasonic da sala de estar, que era o mais "poderoso", estava ligado, e eu fazia faxina no meu quarto, que fica no andar superior da casa. Pensei que depois daria uma olhadinha para ver o que tinha acontecido. Acabei me esquecendo , e quando eu finalmente me lembrei e fui lá para verificar, já era noite.

O aparelho estava desligado. Tentei ligá-lo, e nada. Levamos no conserto, e o técnico (aliás, dois técnicos) disseram que ele tinha queimado a placa mãe. O conserto ficaria uma pequena fortuna: em torno de $540,00! Fiquei muito triste; afinal, era meu melhor aparelho, o mais potente e também o mais novo: ele só tinha três anos. Como sou muito cuidadosa, ele não tem sequer um arranhãozinho, e por isso doeu mais ainda o fato de ele ter parado de funcionar. Mas consertar um eletrodoméstico nos dias de hoje não vale muito a pena. Lembro-me de uma máquina de lavar que quebrou, e como ela estivesse com aparência de nova, mandamos consertar.  O conserto ficou uma fortuna. Dias depois, outra peça da mesma máquina se quebrou. Enfim, compramos uma nova.

Mas voltando ao aparelho de som, comecei a procurar por um outro modelo na internet, logo na semana da Black Friday.  Portanto, estava muito por dentro dos preços. Acabei me apaixonando por um aparelhinho da Philco, estilo meio-retrô (parece-se com aqueles aparelhos de som dos anos 80) e design bem clássico - diferente desses aparelhos com designs sextavados e cibernéticos, cheios de luzes piscando, que eu simplesmente detesto. 

 Namorei o aparelho por vários dias seguidos, e li várias resenhas sobre ele. Todas muito positivas. O preço dele era um pouco mais caro do que o conserto do antigo!

Acabei colocando um aparelho no meu carrinho de compras virtual, pensando em finalizar a compra no dia seguinte; Quando voltei à loja virtual, o aparelho tinha passado para $1,017,00! Ah, eu fui no Facebook da empresa e descasquei em cima deles. No dia seguinte, o aparelho tinha voltado ao preço antigo, e eu acabei comprando-o... no concorrente.

Bem, ele chegou dois dias depois -vou citar o nome da empresa onde o comprei porque acho que eles merecem: pontofrio.com. Sempre compro lá, e tudo chega bem antes do que foi combinado, mas dessa vez, eles se superaram: dois dias e meio!

Quando o aparelho chegou e eu comecei a tirá-lo da caixa, um susto enorme: ele é pequenininho. Mínimo mesmo. As caixinhas de som são menos da metade das caixas do aparelho antigo. Achei que teria som de radinho de pilha, e me arrependi por ter adquirido um som com apenas 200 rms de potência - o antigo tinha 1.200 rms. Desanimada, instalei o produto, peguei meu pendrive... e... surpresa! Ele tem um som maravilhoso!

Respirei aliviada. Ele é  aprova cabal de que tamanho não é documento.




sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Às Vezes...









Às vezes, 
Deito o olhar sobre as coisas e pessoas,
Sem nada querer, 
Sem nada pensar.

Eu me sento num canto,
As mãos sobre o colo,
Olhando nos olhos sem ser vista,
Rindo um pranto.

Caminho anônima pelas calçadas
Da vida,
Fico parada nas encruzilhadas,
Os passos indecisos...
-Mas finalmente, sigo.

Há uma certa distância
Entre o que penso e o que digo,
O que penso e o que não digo,
E o que digo sem pensar.

Às vezes,
Eu me deito naquela rede
A balançar,
Para lá e para cá,
Sem sair do lugar,
Mas eu vou tão longe!

E de repente,
Surge um outro sol alquebrado
No limiar do meu horizonte
-E já nasce cansado...

E ele rola sobre o dia,
Sua luz se alternando
Entre quente e fria,
Absorvendo e emanando
Todo tipo de energia
E as transformando
Numa síntese 
Da minha fotossíntese. 

Às vezes, 
Eu não entendo,
Noutras,
Prefiro não entender.
-E que diferença faz, no fundo,
Saber ou não saber?





quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Uma Tarde no Jardim





Memórias subiam rentes aos troncos 
E pendendo dos galhos das árvores,
Caíam devagar sobre o telhado da casa
Formando estalactites;
Não eram alegres, nem tristes,
-Eram apenas lembranças
Do que já não mais existe.

Olhos me olhavam de cada flor,
As pupilas  nos miolos,
Exalando antigos perfumes.
No gramado, pegadas de passos ausentes
Que renasciam, como as sementes.

Havia risos nas vozes dos pássaros,
Rostos flutuando nas nuvens
Que me observavam. 
Mas todos, absolutamente todos,
Se desmanchavam.

Eu não estava sozinha,
Ali, naquele jardim,
Pois senti que havia nele
Tanto daquilo  tudo
Ainda em mim.





segunda-feira, 13 de novembro de 2017

AMANHECEU





Amanheceu novamente
Sobre as igrejas e telhados dos que ainda dormem
E dos que jamais despertarão.


Amanheceu sobre as praças orvalhadas, estradas desertas,
Pássaros afoitos que ensaiam voos
E sobre as tristezas que não serão sanadas.


Amanheceu assim, sem avisar, do nada,
Como uma mancha de luz no horizonte, um clarão
Que foi crescendo aos poucos, sem se importar
Com as criaturas que se esquivam nas sombras da noite;
Rasgou-se a escuridão.


Amanheceu assim, com precisão,
E o sol brilhou, sobre as dores e os sorrisos,
Trazendo luz ao nosso inferno e paraíso,
E fez lembrar que não importa o que nos acontece,
Pois sempre há de haver um dia que amanhece.


E nos erguemos fortes ou fracos, sem saída
Alegres ou tristes, e partimos para a vida,
Pois somos parte dessa imensa coreografia, (ou insana dança?)
Esse balé imperfeito de marionetes articuladas
Cujas cordas, às vezes doloridas, nos apertam...
Até o último momento, quando são cortadas.


(E na queda, a esperança de que as cordas virem asas)




domingo, 5 de novembro de 2017

COLIBRI








Há alguns dias, eu estava sentada na minha cadeira de balanço, na varanda. Os cães brincavam por ali. De repente, três colibris passam voando em círculos bem perto do meu rosto. Um deles  - o menor - caiu aos meus pés. Percebi que tratava-se de uma disputa aviária, provavelmente causada pela garrafa de água doce que mantenho pendurada ali perto (esses animaizinhos podem ser bastante competitivos).





Peguei o bichinho e joguei água fria sobre sua cabeça. Ele foi melhorando, e logo estava pousado sobre meu dedo. Daí tive a ideia de ir lá dentro e pegar o celular para tirar algumas fotos. Ele pousado no meu dedo o tempo todo!



Fiz as fotos, e até dois filminhos. Um está no Instagram e o outro no Facebook. Não consegui colocar aqui. O problema, é que ele não queria ir embora! Fiz de tudo: balancei a mão para cima e para baixo, e ele só batia as asas e se agarrava ao meu dedo com força. 




Parecia tranquilo e seguro ali. Mas logo começou ma escurecer, pois já era final de tarde. Decidi colocá-lo em um galho de árvore, e só então ele saiu voando. 




Não é a primeira vez que isso me acontece. Um dia, um dois colibris brigaram até a exaustão. Era sábado de manhã, e eu estava esperando um de meus alunos chegar para a aula. Fiz a mesma coisa: peguei-os, joguei água na cabeça... e eles se recuperaram. Um deles foi embora, Mas o outro voou de volta e pousou no meu ombro. Ficou muito tempo ali.




A campainha tocou: era meu aluno. Subi as escadinhas do jardim e fui atender o portão com o bichinho pousado em meu ombro. Assim que meu aluno o notou,  perguntou: "Mas o que é isso???" Ele estava tão surpreso quanto eu! Só então o colibri voou para longe, pousando em um galho do cedro. 


Coisas que acontecem.











terça-feira, 31 de outubro de 2017

A ERA DA “ACEITAÇÃO” – OU O QUE EU ESTOU FAZENDO AQUI?









Me sinto velha. Me sinto com mil anos de idade. Não conheço mais o mundo onde vivo. Eu olho em volta e não me sinto confortável. As coisas mais absurdas são compartilhadas, curtidas, repassadas, exaltadas. O que estava no fundo da lama subiu à superfície, e o que estava imaculado cobriu-se de lama. Somente a menção da palavra “valores,” alguém pode ser apedrejado, ridicularizado e execrado. Qualquer tentativa de diálogo leva sempre à mesma resposta; “Aceite as pessoas como elas são! Facínora! Fascista! Preconceituosa!”

“Burra!”

Caminho por um mundo onde a paisagem é triste, e não me sinto confortável. Às vezes eu decido que eu vou me mudar de vez para o meu mundinho particular, fechar os olhos a tudo que me desagrada e tratar de esquecer que eu faço parte deste mundo, especialmente, deste país. Engulo em seco, ergo a cabeça e vou em frente sem olhar para os lados. Mas de repente... ali na esquina, a verborragia, o absurdo, as afirmações sem qualquer argumentação, a defesa de gente podre que não tem defesa... a “liberdade total” o “viva e deixe viver.” Parece que querem esfregar na cara de todo mundo um estilo de vida que não é para todo mundo. Gritam e carregam cartazes pedindo aceitação, mas não aceitam quem não aceita. Cismam que a melhor forma de acabar com as diferenças, é levando a cama a para rua e obrigando todos a assistirem às suas pornografias. 

Se eu quiser assistir pornografia, eu o faço dentro do meu quarto, entre quatro paredes.

Eu pensava que sexo fosse coisa íntima, não coisa ínfima. As camas estão nas ruas, tem gente fazendo sexo nas calçadas e desfilando pelados no meio de crianças, em praças públicas, e chamam isso de arte, liberdade e aceitação da diversidade. Bem, eu concordo com uma coisa: o mundo não é só dos sensatos. Até mesmo os idiotas têm direito à vida. O ridículo, o bizarro, o absurdo, sempre tiveram o seu lugar. Só que esse lugar nunca foi de honra, como acontece nos dias de hoje. De repente, as coisas nas quais eu cresci acreditando serem as certas, os meus valores, as minhas crenças, aquilo que eu aprendi, é massacrado como sendo errado, preconceituoso, ridículo. 

Se quiserem me chamar de careta, eu confesso: se ser careta é querer viver em um mundo onde haja respeito, eu sou careta sim. Tem certas coisas que me causam nojo, e nada me fará mudar. Eu não acho que os relacionamentos precisam ser todos poligâmicos. Quem acha, que viva desse jeito, mas não tente obrigar todo mundo a aceitar. Por que exigir que os outros aceitem a forma como eu me relaciono na cama? Seria insegurança? Seria um sinal de que, no fundo, a aceitação alheia ajudaria na minha própria aceitação de mim mesma?

Não, eu não gosto de comunismo. Não concordo com ele. E para mim, essa pregação sobre "igualdade" não passa de uma falácia utópica e inatingível, que foi criada para melhor manipular a opinião dos fracos. 

Não, eu não concordo com a descriminalização das drogas. Eu não concordo com a nudez em local público onde haja crianças. Eu não concordo com a doutrinação política e de gênero em escolas. Eu não concordo com o feminismo radical, que diz que existe um estuprador na alma de todo homem.

Eu não concordo com essa fala de quem diz que a menina pode vestir o que quiser, ir aonde quiser, cheirar e beber o que quiser, deitar-se na cama de um homem e depois dizer “não” para ele na última hora. Acredito que as meninas e meninos precisam aprender a agir com responsabilidade e limites. Eu não sou favorável ao aborto como meio anticoncepcional, mas sou favorável ao sexo seguro e responsável.

Eu não concordo com invasão de terras e violência. Eu não concordo com esse sindicalismo podre e aproveitador.

Eu não concordo com violência contra gays, héteros, meninos ou meninas. Eu não concordo com a cura gay à força, mas concordo com o direito de cada um escolher o que acha melhor para si. 

Eu não sou religiosa, nem preconceituosa. Eu não tenho partido político, e não sou moralista. Eu não pretendo definir o que é certo ou errado para ninguém, mas eu sei o que é certo e errado para mim. Eu nasci com esse direito. 

E se você não entende, o intolerante é você. 









quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Quero Te Ver






Quero te ver em cada espelho
Nas paredes da minha casa,
E aninhá-lo, contente
Por baixo das minhas asas.

Quero que estejas bem presente
Nos desenhos da minha letra,
Que eu capte tua essência
Qual  aquela que despeja

De um cântaro, os segredos
Há tanto tempo guardados,
Trazendo à tona desejos
Desde sempre, tão sonhados.

Quero te sentir inteiro
Presença sempre marcada
De janeiro até janeiro
Comigo, na minha estrada.

Seja noite, ou seja dia,
Que sigas sempre comigo
Na  tristeza e na alegria,
-Amante, amor e amigo.






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O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...