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sábado, 23 de setembro de 2017

VOLTANDO...

Veneza




Olá, pessoal!

Estive fora por uns dias, realizando um grande e muito antigo sonho: conhecer a Itália! Foi uma experiência transformadora visitar a terra do meu avô e dos meus bisavós. Cada momento foi vivido com muita intensidade, e inicio uma série de crônicas e poemas para contar sobre as coisas que vi, senti e vivi. Para ficar na lembrança. Porque escrever e fotografar são as melhores formas de se lembrar de tudo.

Começo com esta crônica:


San Gimigniano



PARA QUEM NÃO ESCREVI

Estes textos não foram escritos para quem já viajou muito e sabe mais do que eu. Não pretendo afirmar isto ou aquilo a respeito de um povo e de um lugar que mal conheci, pois foram apenas quinze dias de viagem – dois dos quais ficamos em casa, nos recuperando: eu, de uma forte gripe, e meu marido, de uma inflamação no tendão.

Estes textos não são para aquelas pessoas que a gente encontra nos aeroportos, junto as quais ficamos até meio-envergonhados de demonstrar nossa surpresa e maravilha diante de coisas que, para elas, são simples e rotineiras; enquanto o sol nasce sob as asas do avião, em cores maravilhosas, e nós, os simples mortais comuns que não viajam muito, tiramos fotografias e damos suspiros de admiração, tais pessoas dormem tranquilamente. Enquanto ficamos ansiosos por passar no free shop e comprar perfumes, elas passam por nós de cabeça erguida em direção a um destino certo e com hora marcada. Enquanto paramos para olhar os cartazes nos aeroportos, ou lemos as plaquinhas sob os monumentos em cidades históricas, estas pessoas olham seus relógios e afundam os rostos nos jornais.

Estas pessoas, cidadãs do mundo, passam rapidamente pelas lojinhas de souvenirs, e sentam-se nos cafés das cidades históricas com ares entediados lendo ou conversando, enquanto nós passamos por elas fotografando tudo e carregando sacolas cheias de comprinhas.

Eu não escrevi estes textos para quem já esteve na Itália muitas vezes, ou para quem já conhece o mundo todo. Tais pessoas com certeza os acharão simplórios, equivocados ou quem sabe, pretensiosos. Escrevo para lembrar, em primeiro lugar, das coisas lindas que pude ver, e do meu antigo sonho realizado. Escrevo porque não quero esquecer. Escrevo para que as imagens das fotografias que eu obtive – mais de duas mil imagens – não percam seu significado, e que eu possa olhar para elas e me lembrar do que vi, do que estava sentindo quando as obtive, de onde eu estava, quem estava comigo, do que eu aprendi.





sábado, 2 de setembro de 2017

Até um Dia!









Olá, pessoal!


Por motivos pessoais, estarei fora da rede durante alguns dias. Volto em breve!


Abraços!




terça-feira, 29 de agosto de 2017

Sobre a Vida e a Morte





Este é um comentário que acabo de deixar no blog Vida Alta, de Claudio Poeta:


Mais um blog que silencia. Mais uma alma que ficará perdida no espaço cibernético. Poemas, idéias e ideais que fizeram diferença para alguém, que os criou, postou e cuidou deles. E agora, todas estas idéias permanecerão online Deus sabe por quanto tempo, até que alguém as apague os simplesmente se apodere delas. 

Às vezes escrever faz surgir estas angústias... passamos tanto tempo criando textos online, colocando a alma e o coração em poemas e crônicas, contos e discursos, para então tudo se perder e ser esquecido. Seremos todos esquecidos. Estaremos todos perdidos e ausentes para sempre. Isto me faz questionar a importância de escrever: para que tanto tempo e tanta dedicação, se tudo se acaba, se tudo é esquecido? para que aprender tanto, ler tanto, escrever tanto, falar tanto?

Para que pensar tanto? Mudar o mundo, mudar a nós mesmos... qual o objetivo disso tudo?

A vida será sempre um mistério, e nós junto com ela. A morte talvez nos traga algumas respostas, ou pelo menos, alguma paz.





sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Cântico Negro





Uma reflexão, um poema de José Régio

"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
--- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!

Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se levantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
--- Sei que não vou por aí.

                      José Régio

O VERNIZ DAS "CONVICÇÕES"







Neste imenso mundo que tornou-se tão pequeno devido ao efeito das redes sociais, diferentes ideias são propagadas a todo momento. Seus autores, que quase sempre escondem interesses escusos, pretendem soar originais, modernos, liberais e abertos ao novo. Ao construírem seu império de ideias, que é constantemente frágil e sem alicerces, tais “Imperadores da Verdade” o cobrem com camadas de verniz de boa qualidade para que ninguém note as imperfeições, falácias e absurdos que ele contém. E basta uma leve arranhada na superfície para trazer à tona a podridão de tais impérios das ideias.

O que não falta, são seguidores acéfalos e cordatos, que amontoados pela necessidade de serem guiados por alguma causa, passam a erguer bandeiras e aceitar ideias alheias sem sequer um momento de reflexão. Afinal, todo mundo quer ser aceito, e nos dias de hoje, ser aceito significa soar moderno, liberal e seguir a maioria. Qualquer um que defenda algum valor antigo – como se todos os valores antigos fossem preconceituosos e desnecessários – é acusado de velho, primitivo, preconceituoso ou fascista.

A vulgaridade, a intolerância, a distorção de valores, a ignorância e o egoísmo correm à solta por aí. E ai de quem não seguir na mesma direção!

Eu tenho meus valores e minhas ideias. Sei que posso estar errada em algumas delas, e por isso, gosto de conversar, discutir, comparar, debater. Mas quando sinto que estou em um meio onde tudo o que se quer é ser contra esses valores, não importa o quanto eles possam ter um eco verdadeiro, eu me retiro, pois é inútil discutir quando os sujeitos da discussão estão determinados a não pensar, não refletir.

Assim, feministas xingam de burras, machistas e retrógradas qualquer outra mulher que não concorde com seus valores; partidários da esquerda consideram fascistas todos os que não fazem coro com eles, e partidários da direita consideram comunistas todos os que não carregam a mesma bandeira que eles. Nós X Eles. Todos dizem lutar pelo direito de igualdade e contra o preconceito e o separatismo, mas fazem exatamente o contrário. Todos dizem-se não preconceituosos, mas se alguém discorda de suas convicções, imediatamente o repelem com pedras e paus, demonstrando inconsistência e a volatidade de seus vernizes. Todos pregam a liberdade de escolha, desde que os outros escolham as mesmas coisas que eles.

Seus posicionamentos? “É assim, e pronto.” Ponto final. Se você pensa diferente, é burro. Se propõe uma reflexão mais aprofundada, é intrometido e quer aparecer. Não sabem argumentar, não sabem manter a calma, não conseguem conduzir uma conversa com alguém que pense de outra forma sem partir para a grosseria, o abuso, o xingamento e a falta de educação. Talvez por estarem cientes de que suas convicções não resistem a uma análise mais aprofundada. Sabem muito bem que não têm a supremacia da verdade, como gostam de se gabar.

São eles os burros, intolerantes, fascistas, ridículos, preconceituosos, machistas.





quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Exageros do FeMIMIMInismo Atual







Circula um textão pelo Facebook (bem escrito, by the way) no qual a autora afirma que nos dias de hoje, aqueles que afirmam gostar de mulheres não as apreciam como elas realmente são. Condena a plastificação feminina que acontece pelos artificialismos impostos pela sociedade (em minha opinião, são as próprias mulheres que os impõe) como cirurgias plásticas e exercícios físicos exagerados, por exemplo. Até aí, eu concordo.

Porém, o texto continua, citando comportamentos que, segundo a autora, são exageros desnecessários, pois quem gosta realmente de mulher deve gostar também dos cheiros que ela exala, das pernas e axilas não depiladas, da falta de cuidado com a pele, unhas, cabelos e corpo. Uma mulher, diz a autora, não deveria preocupar-se em usar maquiagem, tingir cabelo, cuidar da higiene, pois, sugere a autora,  a mulher empoderada não liga para essas coisas. 

Mas eu duvido que exista alguma mulher que goste de um homem que tenha cabelos oleosos e sujos, mau-hálito, unhas pretas, cheiro de suor e maus modos. Todo mundo deve se cuidar, pois é muito desagradável ficar perto de alguém que cheira mal, não sabe se comportar (mesmo que arrotar, soltar gases, limpar o nariz e escarrar sejam coisas perfeitamente naturais aos humanos) e não tem apreço pela própria aparência. 

Da mesma forma, não é nada agradável ficar em uma casa que cheira a gordura rançosa, roupa suja e banheiro público mal cuidado. E eu não vejo nenhum mal em uma mulher cuidar do local onde vive. É uma questão de higiene, e isso não quer dizer que ela seja “mulherzinha”. 

Nossos corpos e lares exalam cheiros desagradáveis quando não cuidamos bem deles, e cuidar de si e do local onde se vive é essencial.




quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Há Flores Espirituais em Mim






Uma participação dedicada à amiga Rosélia, pelo oitavo aniversário de seu blog:



Sinto que há flores espirituais em mim
Toda vez que eu olho em teus olhos sem julgar,
Escuto o som raro do teu riso ao meu lado 
E mergulho no desejo irrefreável de te amar.

Sinto que há flores espirituais pelo mundo
Toda vez que saímos por aí, de mãos dadas,
A caminhar sem rumo por velhas estradas
Contemplando-as com a mesma surpresa do início.

Há flores espirituais, quando me lembro
Das muitas vezes em que um do outro nos perdemos,
E encontramos o caminho de volta, mesmo que
Outros tenham tentado apagar os nossos rastros...

Há flores espirituais, e eu não duvido,
Pois sinto que viver contigo é meu abrigo,
E me entrego sem temer a escuridão
Pois me guiarão até você os mesmos astros.







terça-feira, 22 de agosto de 2017

Mensagem - Desativação de Blogs e Incorporação dos Conteúdos






Olá, pessoal!

Estou desativando a maioria de meus blogs, pois acho que me entusiasmei e acabando abrindo espaços demais. Hoje em dia, não tenho mais tempo para cuidar deles como merecem, interagir, postar adequadamente... assim, devido à minha falta de tempo e excesso de entusiasmo, estou desativando os blogs:

-Passagem - no qual eu postava textos de outros autores que admiro, músicas e pensamentos, sempre de outros autores;

-From My Window - no qual eu postava poemas e textos somente em inglês;

-A Casa & a Alma, onde postava sobre a nossa vivência dentro de uma casa, a importância da casa para a alma, e também dava dicas sobre como cuidar melhor da casa, receitinhas, etc...

- Nada a Dizer, um blog só de imagens, onde colocava apenas fotografias de minha autoria.

Todos eles foram transferidos para o blog EXPRESSÃO, que é meu primeiro e principal blog (este aqui). Ele existe desde 2012, e continuará existindo - só que agora, com mais postagens e muito mais variado. Querendo olhar quais as novidades acrescentadas, basta olhar os marcadores:

-Textos de autores que Admiro (blog Passagem)

-A casa - Blog A casa & a Alma

-A Alma - blog A Casa & a Alma

-From my Window - Poemas em inglês do blog From my Window

-Nada a Dizer - blog Nada a Dizer


Todas as postagens e comentários destes blogs foram devidamente transferidos para cá!

Bem, assim acho que ficarei mais tranquila... ufa!!!

As imagens utilizadas nas postagens dos blogs que serão excluídos foram mantidas - não são minhas, em sua maioria - e também farei esta mudança aqui no Expressão: começarei a usar imagens do Google.

Ainda mantenho em separado o meu blog de inglês, o "Your Ticket to English", onde deixo aulinhas de gramática, músicas com traduções e exercícios e dicas para o aprendizado do inglês. Também vou continuar com meu blog de contos, o Histórias. 


Abraços, e obrigada!




sábado, 19 de agosto de 2017

7 comportamentos que o orgulhoso tem, mas não pense que são só sete…







Um texto de Cristiane Cardoso, do blog Fé


7 comportamentos que o orgulhoso tem, mas não pense que são só sete…

1-O orgulhoso não reconhece os seus erros e não aceita repreensão. Ele faz de tudo para não ser chamado atenção e, aparentemente, é porque ele não quer desagradar ou decepcionar, mas, na realidade, ele não quer passar pela humilhação de ser corrigido.

2-O orgulhoso não pede ajuda. E quando pede é porque é tarde demais, quando não tem mais volta. Ela já caiu em pecado, já está se separando do marido, já fez o que não devia…

3-O orgulhoso não pede perdão. Ele até pode se arrepender, mas não é capaz de expor o seu arrependimento, é muito humilhante para ele, prefere fingir que nada aconteceu.

4-O orgulhoso não se submete facilmente. Ele pode até se submeter, mas só para quem tem autoridade sobre ele. Muitas esposas não aceitam se submeter aos seus maridos, filhas não aceitam se submeterem aos seus pais, jovens não aceitam se submeterem aos mais velhos, novos não aceitam se submeterem aos mais experientes.

5-O orgulhoso gosta de sua independência, aliás, ele odeia depender dos outros. Gosta de fazer tudo sozinho para depois não precisar dizer que precisou de alguém. São independentes até mesmo de Deus, não oram, não buscam, pensam que são autossuficientes.

6-O orgulhoso quer tudo do seu jeito porque pensa que sabe o que é melhor, entende o que é melhor, conhece o que é melhor. Não quer saber da vontade de Deus e insiste, às vezes usando a “fé”, que o seu jeito é o melhor. E quando não recebe o que pediu de Deus, se revolta contra Ele como se Deus estivesse errando.

7- O orgulhoso gosta de opinar em tudo, não leva desaforo para casa, e não hesita em bater de frente para afirmar o que acha ser o certo.

(nota minha: todos nos comportamos assim muitas vezes...)










Algumas frases sobre orgulho:


Muitos são orgulhosos por causa daquilo que sabem; face ao que não sabem, são arrogantes.
Johann Goethe


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Um homem orgulhoso raramente é agradecido porque tudo quanto recebe ele crê que é merecido.
Harriet Beecher Stowe


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A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinónimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho relaciona-se mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós.
Jane Austen

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Aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo, nem orgulho. É Amor Próprio.
Charles Chaplin


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Julgar-se pior que os outros é um dos mais violentos atos de orgulho, porque é usar a maneira mais destrutiva possível de ser diferente.
Paulo Coelho


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A pessoa orgulhosa pode aprender a ser humilde, mas terá orgulho da humildade.
Mignon McLaughlin

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Há muitas vezes mais orgulho do que piedade quando lamentamos as desgraças dos nossos inimigos.
François La Rochefoucauld

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Os homens mais orgulhosos são geralmente os mais irritáveis e vingativos.
Marquês de Maricá


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Assumo os meus erros, não por ter orgulho de errar, mas por ter vergonha de ser hipócrita.
Isaac Marinho


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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Legal!!!





Recebi este e-mail do site de fotografias Eyeem com a seguinte mensagem, referente a foto abaixo:


EyeEm
Hey Ana,
 
The photos below have been picked for The Premium Collection, congratulations! They'll soon be sent to selected distribution partners to increase your chances of selling. Questions? Check out the FAQs.






Daí fui ao site e descobri (que anta!) que há muitas outras fotos minhas selecionadas para premium. 




quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Amo!!!







REFLEXÃO








Já muito andei sem enxergar, sem ver,
O que me fez e me desfez, a fome...
"Ana" é o nome que alguém me deu,
Mas eu não sei meu verdadeiro nome.

Caí no mundo sem querer, talvez,
E abri os olhos numa noite insone...
-Fruto do sonho de alguém que me fez,
Ou “Pesadelo” é o meu codinome?

Ando na vida sem qualquer paixão,
Nada me prende, eu vejo a dor passar
Do mesmo jeito que passa a ilusão
Em direção ao inevitável mar.

Acolho as flores e também a lama,
Estendo as mãos ao céu e ao inferno
Ando entre o nada e o sempiterno
Sem pretensões de vislumbrar o Brama.

Passa minha vida, e passa o que eu sou
O que me trouxe é o que vai me matar
Tenho o  que amei e o que odiei também
Entrelaçados em meu DNA.





quarta-feira, 16 de agosto de 2017

What's the Difference?





If there will be photographs in a box
Or on a cloud somewhere,
What difference does it make?

The result is the same,
The end is the same for all of us.
Where one goes, the others will follow,
With or without a farewell party,
With or without tears,
Whether someone misses us 
Or not.

In my last moments in this life,
It won't matter what I'll leave behind,
But I'll dream of another life without the same mistakes,
A life where I'll be able to make smarter choices,
And that will make the difference.






terça-feira, 15 de agosto de 2017

Sonhos






De onde vêm os sonhos que a gente sonha enquanto dorme?

Às vezes, sonho coisas das quais me esqueço assim que eu acordo, se não anotá-las; noutras, sonho com coisas absurdas, sem pé nem cabeça, como diria a minha mãe. Sonho também com gente que já morreu e com gente que eu não conheço, como se as conhecesse. Sonho com lugares onde nunca estive.

Sonho com casas. Geralmente, casas grandes, antigas e que precisam de reformas. Elas têm longos corredores, portões de ferro que rangem, jardins abandonados que um dia foram lindos, paredes descascando. Como as casas dos filmes de terror, só que elas não me causam medo. Eu quero comprá-las e reformá-las. Eu ando pelos cômodos observando e planejando, antecipando como elas ficarão depois que eu...

Eu sempre gostei de casas antigas. Elas têm história. Pessoas foram felizes e infelizes nelas. Talvez, alguém tenha morrido nelas. Não gostaria de viver um uma casa novinha em folha. Começar do zero.

Fico pensando: quando eu morrer, o que as pessoas pensarão ao entrarem na minha casa?

Hoje assisti pela enésima vez o filme Grandes Esperanças. Nele, uma velha senhora vive em uma mansão em ruínas, desde que o noivo não apareceu para o casamento. O tempo parou naquela casa, e no jardim tomado pelas ervas daninhas, ainda se vê as ruínas da festa: a mesa, os copos e pratos, talheres e enfeites da festa que aconteceria, caso o noivo tivesse aparecido. Uma parte da casa não tem mais telhado, e o pé direito é altíssimo. Quem olha de baixo, vê as paredes em ruínas e o céu cheio de nuvens e de pedaços azuis. A casa do filme me fascina.

Acho que quando envelhecemos, ficamos como aquela casa: o telhado, os limites que construímos, começam a ruir, e o céu começa a surgir. As paredes descascam as pinturas, desbotam as cores mentirosas e os vernizes sociais. O chão pode ceder a qualquer momento - e ele vai ceder - nos tragando. Os limites entre o lado de fora e o lado de dentro tornam-se devassáveis, como se fôssemos ficando transparentes. Começamos, quem sabe, a contar as nossas histórias, mesmo aquelas que tentamos esconder durante toda uma vida, mesmo que elas não interessem a mais ninguém. Acho que é uma tentativa de sermos lembrados, de termos um significado.

 Nos tornamos casas antigas cheias de lembranças, e as mesas de todos os nossos banquetes - que aconteceram ou não - ainda existem no jardim. E os que nos fazem chorar são exatamente aqueles que não aconteceram. Ninguém apareceu para a festa. 

Minha mãe sempre me contava histórias de vida antigas, desde que eu era pequena. Lembro-me de muitas delas, e às vezes, coloco alguns dos seus personagens (que já estão mortos há muitos anos) em meus contos. Acho que ela talvez soubesse que um dia, de uma maneira ou de outra, eu contaria algumas daquelas histórias. 

Casas antigas e em ruínas não são muito visitadas. As pessoas estão ocupadas demais construindo suas próprias paredes, erguendo seus muros, plantando seus jardins. Mas se ao menos elas dessem alguma atenção às casas antigas, talvez evitassem muitos erros de construção.Talvez aprendessem a erguer vigas mais firmes e paredes mas sólidas, e muitas, muitas janelas, todas elas abertas para o nascer e o pôr do sol. Talvez se lembrassem de fazer clarabóias nos tetos para que pudessem sempre ver o céu. 





segunda-feira, 14 de agosto de 2017

COMO MANTER A CALMA???







Eu estou na santa paz do meu lar, tentando meditar a fim de tornar-me uma pessoa melhor, quando o telefone toca. É um daqueles números enormes de localidades que ficam do outro lado do país; já tentei ignorar, mas quando o faço, eles insistem até você ter um ataque de nervos. Tente dar aulas com o telefone berrando dentro de casa. Respiro fundo, e atendo. Dá-se o seguinte diálogo:

Eu, com voz de animal predador que ainda não almoçou:  - Alô.

Ela, com um sotaque característico de alguns operadores de telemarketing – aliás, acho que eles estão criando um novo dialeto que consiste na repetição compulsiva das palavras senhor / senhora e no uso exagerado do gerúndio (não estou dizendo que todos os operadores de telemarketing são assim, mas esta que me liga, é):  -Bom dia / boa tarde, senhora. Gostaria de estar falando com a senhora Alessandra?

Eu, tentando manter a calma: -  Não tem ninguém aqui com esse nome.

Ela, após alguns segundos de silêncio:-  Não, senhora?

Eu: - Não.

Ela: -  Mas ela deixou este número, senhora.

Eu, já começando a perder o controle: - Não tenho nada com isso. Aqui não mora nenhuma Alessandra.

Ela, insistindo veementemente: - Tem certeza, senhora?

Eu, já começando a ter as minhas dúvidas, afinal, quem sabe eu não esteja morando na casa errada, ou meu marido esteja escondendo uma amante no sótão? Tento não pensar nestas possibilidades, ou em Alzheimer precoce, e respondo: - Tenho. Esta casa é minha e aqui não mora nenhuma Alessandra.

Ela: - E a senhora não conhece nenhuma Alessandra?

Eu, admirada com a insistência dela, e já sentindo o rosto ficar vermelho:-  Não.

Ela, perdendo a noção do perigo: - Tem certeza, senhora?

Eu, já quase berrando: - Tenho, tenho certeza sim! A não ser que a Alessandra em questão seja um dos lados da minha personalidade psicótica multifacetada!
Silêncio do outro lado. Ela tapa o bocal, e ouço vozes como se ela conversasse com alguém, até que ela diz: - Não compreendi, senhora. Poderia repetir?

Eu, já começando a ficar trêmula e precisando de água com açúcar: - Não. Esquece. Também não vou soletrar, porque pelo jeito, não vai adiantar muito. 

Mas se quiser, deixe seu endereço e eu mando o desenho: “Aqui não tem nenhuma Alessandra!”

Ela ri, e responde: - Obrigada pela atenção, senhora, e tenha uma boa tarde, senhora. Vou estar ligando de novo amanhã.

Eu: - *&¨%$#@)(*&¨%$!!!!

Você pode estar pensando que eu sou mal-educada. Talvez eu seja. Agora, imagine receber telefonemas assim umas três, quatro vezes durante a semana.





sábado, 12 de agosto de 2017

Eu, Por Mim









Eu não minto a minha idade,
No entanto, pinto o cabelo.
Digo quase sempre a verdade,
E às vezes, me calo - por zelo.
Acho que a rima do poema
Pode ser pobre, porém
Que o poema seja rico
Pois só assim me convém.

Não finjo espiritualidade,
Nem sei no que acredito...
Mas sinto que existe um quesito
Que dá ordem ao universo;
Tento captá-lo em um verso,
Mas ele sempre me escapa!
Acredito, é a própria vida,
Mas a vida também mata.

Lá fora, sou muito calada,
Mas assaz espetaculosa
Se dentro da minha casa.
Aqui, eu rodo a baiana,
Lá fora, eu saio de cena
Se eu sinto que não vale a pena;
Economizo energias
Para gastar com alegria.

Não gosto de perfeição,
Abomino as linhas retas...
Talvez, por essa razão,
Eu tenha nascido poeta.
Minha casa é meio-Frida,
Calo as bocas, e derramo
As cores que eu mesma escolho
Por achar serem bonitas.

Eu sou fã de shopping center,
Adoro o conforto e a beleza.
Amo gastar o que eu ganho
E andar pela cidade...
Mas aqui, perto do mato,
De encontro à natureza
É que me bate a certeza
Que a paz é simplicidade.

Às vezes, penso demais
Não sou muito de falar...
Mas eu adoro escrever
Aquilo que a vida me dita.
Minha letra se transforma
Em tudo que eu quero dizer.
Nem todo mundo aprecia,
Mas não paro de escrever.

Não tenho medo da morte,
Mas não amo envelhecer...
Viver muito não é o mesmo
Que aprender a viver.
Se a minha hora chegar,
Quero ir sem qualquer culpa,
Sabendo que lutei minha luta,
Tentei sempre melhorar.






quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Eu Poderia Sim








Eu poderia sim, te amar,
Me aconchegar na curva calma do teu braço,
Deitar, feliz, minha cabeça em teu regaço,
Ficar aqui, deixar de lado um outro passo.

Eu poderia, sim, te amar,
E me entregar ao doce sopro de um momento,
Deixando ir todos os medos, com o vento,
Deixar fluir todo o encanto do momento.

Eu poderia sim, te amar,
E me esquecer, mais uma vez, das mil promessas
Que eu deixei no travesseiro, ao partir,
E não temer, se o chão ceder e se abrir
Mais uma vez, e como sempre, me tragar.






terça-feira, 8 de agosto de 2017

Chateações






Às vezes me surgem chateações. Não sei de onde elas vêm. Parece que as coisas ficam amarradas, ou então dá a impressão de que cada passo é difícil, como se os pés estivessem presos à lama movediça que fizesse de cada um deles, um esforço e um sacrifício. Nada dá certo. As portas estão fechadas.

Vou lá para fora. Há um gramado verde para deitar e olhar as copas das árvores. Há dois cães ávidos por brincadeiras e afagos. Há tantos passarinhos cantando nas árvores, esperando serem alimentados. Fecho os olhos e presto atenção aos ruídos do dia: lá longe, alguém canta.O motor de um carro. O vento nas folhas da mata em frente. Cães latindo em algum lugar. Um rádio ligado. Vida.

Vida.

Às vezes, as respostas que esperamos não chegam, não acontecem. É sempre tão difícil aguardar o tempo das coisas! Para algumas, o tempo parece voar, enquanto para outras, ele se arrasta languidamente... por isso eu chego a pensar que não existe um tempo, mas vários. Há tantas coisas no ar, esperando para acontecer! Elas me olham, enfileiradas, aguardando algum sinal que eu não entendo...

Mas lá fora, os olhos fechados, os cães aconchegados a mim, o calor do sol do inverno me deixa mais tranquila. Tudo dá certo sempre. Mesmo quando eu achei que tudo tinha dado errado, a única coisa que aconteceu é que as coisas aconteceram como eram para acontecer, e não como eu queria. E depois das lágrimas secas, eu vi que tudo continuava, e para frente... porque vida não acata estagnação. As coisas podem demorar, às vezes, mas elas sempre acontecem, se a gente bater e esperar um pouco até que as portas se abram. Talvez o tempo esteja caminhando muito devagar, mas ele está caminhando. Ele ouviu as batidas. Se resolver não abrir, é porque não era para ser.




WRITING







Whatever the matter,
Writing
Always makes me feel
Much better





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O TUCANO

O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...