witch lady

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terça-feira, 4 de junho de 2013

Photoshop da Memória





Quando a gente lembra de algum fato do passado, vem à nossa cabeça imediatamente aquele sentimento de que tudo era bem melhor. Lembramos dos nossos dias de infância como um período mágico, os tempos em que todos eram felizes, se davam bem, tinham tudo o que precisavam e a vida... bem, a vida era alguma coisa que acontecia naturalmente.

Até mesmo os dias chuvosos passados dentro de casa assistindo à Sessão da Tarde (agora que fazem parte apenas da memória) eram cheios de beleza! Recordamos os bolinhos de chuva, o jogo de varetas, o cheirinho de café pela casa... mas não nos lembramos do quanto reclamávamos do tédio de não poder sair para brincar lá fora. E nem das muitas coisas que desejávamos ter, mas que nossos pais não tinham recursos para nos proporcionar.

É que o tempo, conforme passa, é submetido ao photoshop da memória; tendemos a lembrar o que era bom. A não ser os pessimistas, que fazem photoshop ao contrário, e só recordam o que foi ruim. Pensando bem, a vida é só a vida, e sempre existirão bons e maus momentos em qualquer época. Conforme vamos amadurecendo, - se realmente amadurecermos, e não apenas ficarmos mais velhos - percebemos que tudo vale a pena, e que até mesmo dos momentos ruins é possível tirar alguma coisa boa.

Os bons tempos podem ser agora. Os maus, também. E isto depende bem menos do que nos acontece do que da maneira como encaramos os fatos. É um cliché, e eu sei disso; mas é a mais pura verdade, e a vida é um cliché.




Contrição?...





Contrição?...


Ainda é cedo; deixa-me sozinha
A inventar canções e versos negros;
A lira que me inspira é só degredo,
Aqui nada acharás que te contente...

Eu corto, mostro a faca, mostro os dentes,
Mas é a minha alma que eu retalho;
Não sei se sigo por tua vertente
Ou se aqui permaneço, e me amortalho.

"A vida é só aquilo que eu faço;"
Assim eles disseram, e eu acredito
Em parte; pois há muito que me fazem
E pelo qual ninguém se vê contrito.

As almas se misturam, se entrelaçam,
E brigam as vontades; fazem pazes
Mas há bem mais silêncio no meu grito
Do que no que tu calas sem vontade.



Era Uma Vez um Dragão...






Era Uma Vez Um Dragão


Era apenas um dragão,
Que sofria preconceitos
Por seu fogo em escansão.

As narinas se abriam
Ao mesmo tempo que o peito
Enfunava-se em ascensão.

Daí, o fogo certeiro,
Inevitável, matreiro
Que chamuscava os castelos!

Era apenas um dragão,
E os incêndios que atiçava
Jamais se viram mais belos!

E voava à luz da lua,
Balançando suas asas
Em completa solidão,

Pois ninguém queria ter
Ao seu lado, o tempo todo,
Como amigo, o tal dragão!

Pobre criatura ígnea,
Que trazia tanta brasa
Dentro do seu coração!

Nunca quis ferir ninguém,
Se queimava, era de amor,
Só sabia ser dragão!

Desejava, tão somente,
Um São Jorge que o matasse
Livrando-o da solidão...

Mas São Jorge estava longe,
E cansado de batalhas...
Pobrezinho do dragão!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Doutor - Poema de Al Reiffer - Blog "O Fim"









Poema cedido gentilmente por Al Reiffer, do blog O Fim



I
Prodígio da mente
Ele somente
Diz verdades fortes
De saber e sabor profundos
E sempre provadas:
Todas as suas palavras 
São do cu mentadas.

II
E quando suas verdades
São proferidas
Pelo ar espargem-se
Quentes
Borbulhantes
Gaseificadas
Após revolverem-se 
Em merditações
Fermentarem durante ânus 
Décadas
Dentro do seu eu.

Partem suas palavras 
Ao vento
De vento
E abundantemente
Interiorizadas
Intensíssimas
E intestinas.





Conheça "Poemas do Fim e do Princípio", meu 2º livro com 245 poemas em quase 250 páginas. Adquira a versão impressa ou digital, clicando no link:http://www.livrosilimitados.com.br/loja/autores_descricao.asp?codigo_autor=7




Sal






Às vezes
Falta sal nas manhãs de segunda feira.
O dia começa nublado, chuvoso,
Sem gosto,
E pensamos que será assim
A semana inteira!

Mas daí, vem a tarde,
Alguma coisa vai mudando dentro da gente,
Nos concentramos nos afazeres, na vida,
Nas coisas que vão surgindo
E de repente, é a noite,
O reencontro com a pessoa amada que chega...

E a segunda feira termina
Com gosto de 'quero mais,'
A cabeça deitada no travesseiro,
Os olhos fechados, o sono
De quem vive em paz.




domingo, 2 de junho de 2013

Google Ad Sense - Conteúdo Pornográfico?!







Há alguns dias, recebi um convite do Google Ad Sense. Achei a proposta interessante, e preenchi o formulário, a fim de aguardar a aprovação ou reprovação do Google. Hoje de manhã, ao abrir meus emails, encontrei o seguinte:


Olá,

Como indicado no nosso e-mail de boas-vindas, efetuamos uma segunda
revisão da sua candidatura AdSense assim que colocar o código do AdSense
nos seus web sites. Como resultado desta revisão, reprovámos a sua conta
devido às seguintes violações:

Problemas:
- Conteúdo para adultos

---------------------

Detalhe adicional:
Conteúdo para adultos: atualmente, apenas são disponibilizados pelo
programa do AdSense os anúncios do Google classificados como indicados
para menores. Encontrámos conteúdo para adultos no seu Web site. Isto
inclui textos ou imagens com conteúdo sexual, obsceno ou provocante e Web
sites que exigem utilizadores com a idade mínima de 18 anos ou que possam
não ser seguros para trabalhar. Por esse motivo, não podemos apresentar
anúncios relevantes no seu Web site. Reveja as nossas políticas
para obter uma lista completa de conteúdos de Web site inaceitáveis.

Alguém aí já encontrou conteúdo adulto no meu site? Por favor, se encontraram, escrevam-me, pois eu não trabalho com esse tipo de conteúdo, e portanto, só pode tratar-se de um bug que redireciona os leitores a outros sites. Não gosto desse tipo de conteúdo, e jamais faria uso dele.

Meu e-mail de contato é: ana.anabailune@gmail.com  há muitos anos, e não disponho de nenhum outro endereço de e-mail. Se você recebe algum email com conteúdo pornográfico em meu nome, não sou eu quem os está enviando. 


Vou tentar contatar o Google para apurar o que está acontecendo.

sábado, 1 de junho de 2013

Friozinho



Ah, que delícia, o friozinho!... 
O inverno, as comidinhas,
As roupas aconchegantes,
As pessoas mais elegantes,
O caminhar sem cansaço e sem suor,
A cama, os edredons, os amantes...

Não conheço nada melhor!

As minhas botas de canos altos,
Os maravilhosos saltos,
Os banhos bem vaporosos
As janelas embaçadas,
Enquanto lá fora... o vento canta!

Lareira acesa, pinhas, vinho,
Pão quentinho, queijos, sopas,
Chocolates, cachecóis,
E os dias de sol que não queima,
De sol que só aquece, aconchega, cuida...

As noites de estrelas geladas
Que brilham como se tivessem sido lavadas,
O ar frio entrando, aos poucos, 
Pelas narinas ansiosas...
A estação das rosas!...

Uma manta, um filme, um livro:
Isso é tudo o que eu desejo,
Isso é tudo o que eu preciso!







SONHOS




Sonhos 

Uma nesga de luz apaga a noite,
E traz de volta a claridade,
No bico de um pássaro.
Os olhos se abrem, encaram a vida,
Enquanto os sonhos se fecham, silentes,
Adormecendo sobre a fronha.

Mais um dia que começa na vida da gente,
Com seus risos, suas lágrimas, 
E outros sonhos, que se sonha acordado,
A luta entre o mel e a peçonha.

Mais um dia que começa, e de repente,
O coração se abre como a flor,
Que espalha as pétalas sob a luz, e esbanja cor,
Para fechar-se novamente ao crepúsculo...

Despertam a noite e o sonho sobre a fronha,
Escurecendo a luz bem devagar,
Mas salpicando tudo com brilhos de estrelas,
Abençoando e protegendo a todos 
Com o luar que se espalha sobre as telhas.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Gabriela Mistral - Canção das Meninas Mortas







Canção das Meninas Mortas





E essas pobres meninas mortas,
escamoteadas em abril,
as que surgiram e afundaram-se
como nas ondas o delfim?
Onde é que foram e se encontram,
a custo contendo o riso,
ou escondidas esperando
voz de um amante que seguir?
Diluindo-se como desenhos
que deus deixou de colorir,
pouco a pouco afogadas como
em suas fontes um jardim?
À vezes procuram nas águas
ir recompondo seu perfil
e nas carnudas rosas róseas
quase começam a sorrir.
Nos campos elas acomodam
o talhe, o vulto quebradiço.
e quase logram que uma nuvem
lhes dê seu corpo num ardil.
Juntam-se quase as desmembradas,
quase chegam ao sol feliz.
quase desfazem seu trajeto
recordando que eram daqui.
Quase anulam sua traição
e caminham para o redil.
e quase vemos ao crepúsculo
o divino milhão surgir





Gabriela Mistral, pseudônimo escolhido de Lucila de María del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga (Vicuña, 7 de abril de 1889 — Nova Iorque, 10 de janeiro de 1957), foi uma poetisa educadora, diplomata e feminista chilena.

Foi agraciada com o Nobel de Literatura de 1945.

Os temas centrais nos seus poemas são o amor, o amor de mãe, memórias pessoais dolorosas e mágoa e recuperação. Lucíla nasceu na cidade de Vicuña, Chile, em 7 de abril de 1889. Seu pai abandonou a família quando Lucíla completou três anos de idade. A mãe de Lucila faleceu no ano de 1929 e a escritora lhe dedicou a primeira parte de seu livro Tala, a que chamou: Muerte de mi Madre. Educada em sua cidade natal, começou a trabalhar como professora primária (1904) e ganhou renome ao vencer os Juegos Florales de Santiago (1914) com Sonetos de La muerte, sob o pseudônimo de Gabriela Mistral,cuja escolha deu-se em homenagem aos seus poetas prediletos: o italiano Gabriele D'Annunzio e o provençal Frédéric Mistral.

Em 1922 é convidada pelo Ministério da Educação do México a trabalhar nos planos de reforma educacional daquele país. O Prêmio Nobel transformou-a em figura de destaque na literatura internacional e a levou a viajar por todo o mundo e representar seu país em comissões culturais das Nações Unidas, até falecer em Hempstead, estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos.

A notoriedade a obrigou a abandonar o ensino para desempenhar diversos cargos diplomáticos na Europa. Tida como um exemplo de honestidade moral e intelectual e movida por um profundo sentimento religioso, a tragédia do suicídio do noivo (1907) marcou toda a sua poesia com um forte sentimento de carinho maternal, principalmente nos seus poemas em relação às crianças. Em sua obra aparecem como temas recorrentes: o amor pelos humildes, um interesse mais amplo por toda a humanidade.

Entre suas mais significativas obras podemos destacar:
Sonetos de la Muerte, 1914
Desolación, 1922
Lecturas para Mujeres, 1923
Ternura, 1924
Nubes Blancas y Breve Descripción de Chile, 1934
Tala, 1938
Antología, 1941
Lagar, 1954
Recados Contando a Chile, 1957
Poema de Chile, 1967

Alguns de seus poemas mais conhecidos são:
Piececitos de Niño
Balada
Todas íbamos a ser Reinas
La Oración de la Maestra
El Ángel Guardián
Decálogo del Artista
La Flor del Aire
Comer, Comer
Yo e tú

Fonte: Wikipedia




Torcer e Retorcer





De nada adianta o quanto alguém pode tentar torcer e retorcer a verdade; mesmo assim, ela continuará sendo verdade. O melhor, é admiti-la!

De nada adianta tentar encontrar desculpas que possam justificar uma conduta errada, pois ela continuará sendo errada. Nada torna o errado, certo. Um erro não justifica outro, e os erros alheios não servem de desculpa para justificar os meus.

Aquilo que eu faço de mal, voluntariamente, a outra pessoa, ficará para sempre marcado no caminho que eu percorro. Haverá sempre aquele feio arranhão que me segue pela estrada, e que não me deixará em paz. E nem que eu tente justificar aquilo que fiz de errado, usando mil desculpas e mil argumentos, um erro será sempre um erro.

Se for possível corrigi-lo, que eu o faça; mas às vezes, quando deixamos passar tempo demais sobre o erro, ele torna-se impossível de ser corrigido. Se meu arrependimento sobre ele for sincero, só me resta perdoar a mim mesma e nunca mais cometer um erro como aquele; se meu arrependimento não for sincero, ou não existir, restar-me-hão a culpa e a infelicidade.

É certo que cada um escolhe o caminho que deseja seguir; é certo que levamos conosco as consequências de nossos atos, bons ou ruins. Mas também há momentos em que o que nos acontece de mal, não vem daquilo que nós mesmos provocamos, e sim, de atos de terceiros. E quando isto acontece, eu acredito que aquele que prejudica o outro, estará trazendo grande prejuízo a si mesmo. Não é justo justificar nossa maldade alegando que o outro 'merece' passar pelo que está passando. Quem somos nós para dizer?

Melhor seria se cada um olhasse para dentro de si mesmo e descobrisse o que existe ali dentro que mereça ser melhorado. Porque apontar o outro parece fácil demais, mas admitir os próprios erros, pode ser a coisa mais difícil ( e mais necessária) que precisamos fazer para que possamos nos qualificar justamente sob a categoria de seres humanos.



quinta-feira, 30 de maio de 2013

POÇO




Poço ambicioso
Que nunca se enche,
Por onde gotejas
E te esvazias?

O que te incomoda,
O que te transforma
As águas em poças
Tão estagnadas?

Por mais que te encham,
Por mais que te enchas,
Jamais é bastante,
Tua sede não estanca!

De nada adiantam
 As águas que chegam,
A chuva profusa,
Ou mil afluentes,

Pois nada preenche
A tua secura,
A tua loucura
Ah, poço de mil sedes!


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Tristeza






Trecho do livro "O Céu Está em Todo Lugar" - de Jandy Nelson



A tristeza é uma casa
Em que as cadeiras
Se esqueceram de como nos segurar,
Os espelhos, de como nos refletir,
As paredes, de como nos conter.
A tristeza é uma casa que desaparece
Cada vez que alguém bate à porta,
Uma casa que se vai com o vento
À menor rajada,
Que se enterra no solo
Enquanto todos estão dormindo.
A tristeza é uma casa
Em que ninguém pode proteger você,
Em que a irmã caçula
Vai envelhecer mais que a mais velha,
Em que as portas
Não deixam mais você entrar
Nem sair.



O Céu Está em Todo Lugar - Resenha (livro)






O Céu está em Todo Lugar - Autora: Jandy Nelson
Título Original: The Sky is Everywhere
Categoria: Romance juvenil
Editora Novo Conceito
2011 - 423 páginas

Lennie Walker é uma adolescente que acaba de perder a irmã mais velha, Bailey, também adolescente. Bem, a partir desta descrição, imagina-se uma história sempre triste e pesada, mas Jandy Nelson consegue dar ao luto uma nova face - mais leve e até mesmo bem-humorada, através dos olhos de sua personagem.

Lennie mora com seu tio Big e a avó, uma ex-hippie dada ao misticismo, cuja filha saiu pelo mundo, deixando as netas aos seus cuidados. A imagem da mãe ausente entra na vida das meninas através de uma pintura inacabada feita pela avó - a Mãe Pela Metade - que fica na sala de estar da casa.

A fim de tentar extravasar e tentar compreender as emoções naturais de seu luto, misturadas à aventura  de crescer, Lennie escreve poemas, e os espalha pela cidade, nos locais mais inesperados: sob pedras, em lixeiras, em folhas de caderno, e até mesmo em embalagens de pirulito e copos de papel. 

De repente, Lennie se vê apaixonada pelo ex-noivo da irmã, que corresponde sua paixão. Sentimentos de culpa e inadequação tomam conta de ambos, quando surge Toby, um jovem músico por quem Lennie também se apaixona, e os três passam a formar um triângulo amoroso. Confusa, Lennie conclui: "Eu deveria estar de luto, não me apaixonando..."

Para Lennie, ao mesmo tempo, é chegada a hora de saber o que realmente aconteceu à sua mãe, colocar em ordem seus sentimentos pelos dois jovens com quem se envolveu e superar o luto pela perda da irmã. 

O Céu Está em Todo Lugar é um romance que, embora dirija-se ao público juvenil, agradará pessoas de todas as idades. Uma história mágica, comovente e instigante.




Parceiros

O TUCANO

O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...