Poemas de Olguinha Costa, do Recanto das Letras -
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Recomeçar
Ao, eu vou recomeçar
Vou surgir
Olhar os rostos
E as certezas de qualquer futuro
Vou procurar a esperança
Olhando o passado,
Quando o futuro parar
E me olhar,
Vou me fazer espelho,
Lantejoulas,
Vou bordar palavras eternas
Com linhas do tempo.
Ah, vou recomeçar
Me fundir, confundir,
Devorar as recordações
Presas entre paredes,
Tirar as armas das mãos
E acarinhar o horizonte.
Toda estrela é mutante,
Todo recomeço é estrela,
Todo poder é compreensível,
Louco,
Há um fixar bem lá no alto do céu,
Um começo antigo
Sementes de segredos,
Corpos inteiros.
Vou recomeçar na luta
Na palavra
Em brasas
Em coisas
Em silêncios selados
E quem sabe, a imensidão do infinito
Que comove
Quando o sol desponta na praia.
Um recomeço,
Absolvição do erro,
Ressurgir
Virar luz do dia...
Entre Nós
E se não for assim,
Não me interessa
Continuar.
Precisa ter sol
Entre nós.
Canções Divinas
Minha alma é forte,
Sigo as canções divinas
O azul enternece meus olhos,
Me acordo de mim;
Existir é um prêmio,
Para viver, tem que ter coragem,
Eu tenho!
Humanidade
Que fiquem no caldeirão
Todos os males
Todas as fontes de egoísmo
Todos os invejosos
Todos os malfeitores
Uns dentes de alho
Algumas cebolas
Muita pimenta,
Mais pimenta
Um traço de gim
Com muito gengibre
Uma taça de licor de jabuticaba
Com sorvete de cereja,
Muitas folhas de louro
E sal (à grosso)
Para ver se o mal acaba,
Se adoça o fel de tanta gente.
A humanidade está impregnada
De maldade,
Meu caldeirão está no fogo,
Meu livro de receita à mão:
Abraca-lata-pelo-de-pata,
HUMANIDADEEEEE!
Livre
Deixa tua alma livre
Entre as flores e os verdes
Entre os pedaços de céu
Entre as promessas de Deus.
Deixa teus passos soltos,
Teu sorriso leve,
Teus cabelos brisa
Teu corpo no universo.
Deixa, deixa, deixa
Que aconteça tua vida
Dentro da vida da vida
Das células perfeitas
Da natureza.
Deixa que teu tudo
Seja intenso
Não perca nenhum minuto
Do tempo.
Deixa que tua alma
Siga versando
Adentrando nuvens
Neblina, bruma.
Deixa que Deus te veja
Misturado nos braços das árvores
Deixa tua alma livre,
Tuas lágrima enxágua
A terra árida
Dos corações.