witch lady

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domingo, 31 de março de 2013

Memória






A memória chora
Pelo que ficou...
Antes,
Tivesse ido.

No silêncio,
Os risos...
Ecos
E fantasmas
Do que não está.

Cacos de vidro,
Sementes secas
Poeira seca,
Retratos
Amarelecidos..

Páginas abertas
De um negro livro
Que aprisionou
A luz
E o riso
Daquilo que não foi
Nem será, jamais,
Esquecido.


Relâmpago









De repente, a luz,
Mas a que não salva;
A luz menos alva,
Que nos traz
A tempestade.

Prenúncio,
Presságio,
Revela a cruz
Sombra de nuvem,
Trovão.

E eu me encolho,
Crispando as mãos;
Recolho-te dentro
Do meu coração.





O Corso





Passou o corso, trazendo alegria,
Deixando, no meio da rua,
Os ecos de sua folia
Pedaços coloridos
De doce ilusão.

Passou o corso, aliviando as mágoas,
Esmagando as dores,
A ilusão caía,
Em chuva de prata,
Acenos na carreata.

Risos passavam com ele,
As serpentinas jogadas
Entranhavam-se nas tristezas,
Arrancando-as
E elas voavam...

Passou o corso, entre risos de alcaçuz,
Mas como tudo na vida,
Ele se foi,
Cessou a escansão 
Deixando atrás 
Do seu rastro de luz
A escuridão.

sábado, 30 de março de 2013

Um Pouco de DNA - Para melhor entendermos as nossas origens









Trecho do livro "Sobrenatural - os mistérios que cercam a origem da religião e da arte" - por Graham Hancock



(...) Uma segunda linguagem química da mesma antiguidade pode ser vista nos ácidos nucleicos, DNA e RNA. Classificados entre aquela ampla categoria de compostos sintéticos conhecidos como polímeros, eles são cadeias de moléculas gigantes, cada uma das quais caracterizada por padrões repetitivos - "bases" - de apenas quatro elementos químicos. Para o RNA eles são adenina, citosina, guanina e uracil (representados pelas letras iniciais A, C, G e U). para o DNA, as primeiras três bases são as mesmas - ou seja, adenina, citosina e guanina, enquanto que a quarta é timina (T), parente tão próxima da Uracil que não cria nenhuma incompatibilidade nas constantes interações que aparecem ao nível celular entre filamentos de DNA e filamentos de RNA.

Esses dois polímetros (com o DNA geralmente 'no comando' e o RNA fazendo as funções subalternas de 'mensageiro') carregam toda a informação genética exigida para construir organismos vivos, e são os gabaritos fundamentais da hereditariedade. Além do mais, o DNA e o RNA, com suas quatro bases, permanecem exatamente os mesmos e preenchem exatamente as mesmas funções em todas as coisas vivas, quer sejam bactéria ou elefante, mosca ou cachorro, água-viva ou acácia, repolho ou borboleta, peixinhos ou baleia, verme ou homem, 4 bilhões de anos atrás ou hoje. Tudo que muda é a ordem das letras, A, C, G e T no código genético escrito no DNA de cada organismo e, é claro, na quantidade de DNA que cada organismo possui. Assim, a bactéria intestinal E. coli consiste de apenas uma única célula dentro da qual está enroscada uma cinta de meio milímetro de polímero DNA; em contraste, como vimos, cada uma das milhares de bilhões de células que formam o corpo humano contém 2 metros do mesmo DNA - obviamente carregada com muitos mais parágrafos de código genético do que as insignificantes E. coli tem ensejo ou necessitam. Ainda assim, grande quantidade de informação é exigida para codificar mesmo as mais simples formas de vida. Mycolasma genitalium é a menor bactéria conhecida pela ciência, mas, apesar disso, exige bastante DNA para realizar seu código genético de 580 mil letras. O mais extenso código genético que especifica um ser humano consiste de aproximadamente 3 bilhões de letras, seguindo cada uma daquelas fitas de DNA de 2 metros de comprimento enroscadas dentro de cada uma de nossas células.  (...)

.  .  .


Uma nota minha: assim sendo, se nosso código genético é formado da mesma matéria com a qual é formado o código genético de todas as criaturas vivas, sejam elas quais forem, até mesmo um coliforme fecal,onde podemos dizer que somos assim tão superiores / inferiores às outras criaturas, e uns aos outros?


Feliz Páscoa a todos.


Um Pouco de DNA/RNA Para Melhor Entendermos as Nossas Origens








Trecho do livro "Sobrenatural - os mistérios que cercam a origem da religião e da arte" - por Graham Hancock



(...) Uma segunda linguagem química da mesma antiguidade pode ser vista nos ácidos nucleicos, DNA e RNA. Classificados entre aquela ampla categoria de compostos sintéticos conhecidos como polímeros, eles são cadeias de moléculas gigantes, cada uma das quais caracterizada por padrões repetitivos - "bases" - de apenas quatro elementos químicos. Para o RNA eles são adenina, citosina, guanina e uracil (representados pelas letras iniciais A, C, G e U). para o DNA, as primeiras três bases são as mesmas - ou seja, adenina, citosina e guanina, enquanto que a quarta é timina (T), parente tão próxima da Uracil que não cria nenhuma incompatibilidade nas constantes interações que aparecem ao nível celular entre filamentos de DNA e filamentos de RNA.

Esses dois polímetros (com o DNA geralmente 'no comando' e o RNA fazendo as funções subalternas de 'mensageiro') carregam toda a informação genética exigida para construir organismos vivos, e são os gabaritos fundamentais da hereditariedade. Além do mais, o DNA e o RNA, com suas quatro bases, permanecem exatamente os mesmos e preenchem exatamente as mesmas funções em todas as coisas vivas, quer sejam bactéria ou elefante, mosca ou cachorro, água-viva ou acácia, repolho ou borboleta, peixinhos ou baleia, verme ou homem, 4 bilhões de anos atrás ou hoje. Tudo que muda é a ordem das letras, A, C, G e T no código genético escrito no DNA de cada organismo e, é claro, na quantidade de DNA que cada organismo possui. Assim, a bactéria intestinal E. coli consiste de apenas uma única célula dentro da qual está enroscada uma cinta de meio milímetro de polímero DNA; em contraste, como vimos, cada uma das milhares de bilhões de células que formam o corpo humano contém 2 metros do mesmo DNA - obviamente carregada com muitos mais parágrafos de código genético do que as insignificantes E. coli tem ensejo ou necessitam. Ainda assim, grande quantidade de informação é exigida para codificar mesmo as mais simples formas de vida. Mycolasma genitalium é a menor bactéria conhecida pela ciência, mas, apesar disso, exige bastante DNA para realizar seu código genético de 580 mil letras. O mais extenso código genético que especifica um ser humano consiste de aproximadamente 3 bilhões de letras, seguindo cada uma daquelas fitas de DNA de 2 metros de comprimento enroscadas dentro de cada uma de nossas células.  (...)

.  .  .


Uma nota minha: assim sendo, se nosso código genético é formado da mesma matéria com a qual é formado o código genético de todas as criaturas vivas, sejam elas quais forem, até mesmo um coliforme fecal,onde podemos dizer que somos assim tão superiores / inferiores às outras criaturas, e uns aos outros?


Feliz Páscoa a todos.



sexta-feira, 29 de março de 2013

Troca de Olhares










Um segundo os aproxima, 


Uma abertura no tempo... 


É mais que um simples momento, 


Muito mais que só rotina... 



De repente, duas almas 


Reconhecem-se nesta vida, 


Uma delas, como gente, 


E a outra, como cão. 



Vê-se logo, nas pupilas, 


Que ali dentro, mora um anjo... 


É um amor sem proporção, 


E se houver uma carícia, 


Selará uma amizade, 


Preenchendo um grande vão. 







Textos de Humor






Textos de Humor


Como muitos já sabem, há algum tempo faço parte da escrivaninha dos Cavaleiros do Apocalipse, e meu personagem, chama-se Anna Vagalume. Outras pessoas, além de mim, também já fizeram parte, mas por motivos pessoais, nos deixaram; atualmente, ficamos Marcelo Braga (ou Magrelo Praga) e eu.

O que é um texto de humor?

Desde os primórdios da comédia, os textos de humor tratam do cotidiano, das pessoas comuns, e antigamente, estes personagens eram retratados nos palcos de teatro em todo o mundo; lá estavam eles: o cobrador de impostos, a dama hipócrita, o vizinho, o plebeu  e até o Rei! Todos eles retratados de forma cômica, com suas piores 'qualidades' ricamente caricaturadas. E os teatros ficavam cheios, pois todo mundo gostava daqueles personagens - com os quais, muitas vezes, se identificavam.

Porque rir de si mesmo é uma das coisas mais relaxantes que existem. Apenas as pessoas realmente desprendidas são capazes de tal proeza. Nós mesmos, que fazemos parte da escrivaninha dos cavaleiros do Apocalipse, somos personagens ridículos de nossas tramas ridículas. Porque o ridículo faz rir.

Hoje em dia, é muito comum as pessoas considerarem bullying o que antigamente era chamado de 'brincadeira.' Hoje em dia, as pessoas chamam de preconceito, abuso, cretinice aquilo do qual elas mesmas riem (desde que se trate do político, do artista de TV, do personagem da novela). 

Programas como Casseta & Planeta, A Grande Família, Entre Tapas e Beijos, Zorra Total, A Praça é Nossa, CQC, Pânico na TV e muitos outros, sobrevivem fazendo troça do cotidiano. Isto chama-se comédia. A comédia da vida. Todos que os assistem dão gargalhadas ao identificarem, entre os personagens, o político, o vizinho, o professor, e até eles próprios! Nos tempos da censura, não se podia ridicularizar os políticos; mas graças a Deus, a censura acabou, terminou!

E qual é o objetivo dos Cavaleiros do Apocalipse? Rir e fazer rir. Retratamos o ridículo, o lado engraçado  do cotidiano. Jamais citamos nomes de pessoas do Recanto das Letras, embora alguns possam estar lá. Até nós estamos! Eu mesma sou a personagem 'desconfiada' e 'brigona', enquanto Marcelo é o 'preguiçoso' e 'oportunista.' Se não fosse assim, não haveria humor.

Não temos como objetivo 'atacar' ou ferir ninguém. Se alguém pensa assim, está errado. Podemos usar o espaço, entretanto, para tentar refutar ataques a que somos submetidos, vindos de pessoas que clamam pela sua liberdade de expressão, e ao mesmo tempo, tentam controlar a liberdade alheia. E podem ter certeza que os personagens que criamos inspirados nestas pessoas, não são sequer dez por cento do que já tivemos que engolir vindo deles...

Poemas & Poetas






Poemas & Poetas



Ah, a arte de escrever poemas... é preciso antes passar pelo coração, e então, esticando o fio que nos une ao invisível - e que só é encontrado dentro do coração de cada um -, segui-lo, trazendo de lá (embora eu não saiba onde é 'lá) as linhas do poema. Mas todo poema deve, primeiro, passar pelo coração. Ou cairá natimorto na folha, seco, sem sentido, embora metricamente correto. 


Eu não tenho um estilo preferido de poema, quando leio. Jamais conto métricas, jamais procuro rimas. O que eu procuro, está além da beleza estética, embora esta seja importante. A beleza real de um poema, para mim, descansa na sua alma. Um poema, após escrito, adquire alma própria, e torna-se vivo. Não importa seu formato: pode ser um soneto, uma aldravia, um Haikai, um indriso... tanto faz! Pode até ser o que chamamos de 'livre.' A única condição, é que ele tenha alma, e sobreviva, após criado, sem a interferência do criador. 


Escrevo poemas, preferencialmente, livres. Raramente reviso o que escrevi, porque é assim que eu me sinto melhor. Não tenho, e nem nunca tive, absolutamente nada contra quem escreve diferente, e quem me conhece, sabe disso. Escrevo como gosto, e leio e comento todos os tipos de poemas, sem preconceitos. Não acho que as pessoas devam escrever desta ou daquela maneira. 


Algumas vezes aventuro-me pelos caminhos dos sonetos, aldravias e haikais. Gosto de experimentar também; mas na verdade, quando meus poemas nascem, eles apenas jorram, e sinto que é melhor deixá-los como estão. Mas não tenho absolutamente nada contra as formas mais rígidas de escrever poemas; se tivesse, simplesmente não os leria ou comentaria. Se não os escrevo com mais frequência, não é por não gostar ou sentir-me 'incompetente', e sim porque sinto-me mais à vontade nas formas livres. 


É sempre um imenso prazer ter um poema lido e apreciado, vê-lo comentado. Tenho certeza de que a maioria das pessoas há de concordar comigo. Mas não é este o meu principal objetivo ao escrever. Não quero concorrer com ninguém, não desejo provar nada a ninguém ou comparar-me com quem quer que escreva em qualquer estilo. Há espaço para todos! Acima de tudo, tenho plena consciência de que escrever poemas não vai tornar-me rica ou famosa. Não mesmo... se continuo escrevendo, é porque uma necessidade maior que eu toma conta de mim. 


Existem, no Recanto das Letras e na literatura mundial, poetas de todos os estilos, para todos os gostos. Para mim, a missão do poeta, é deixar o mundo mais bonito. Nem que seja apenas o mundo que o circunda. O poeta fala das coisas que ele vive, mostra a sua visão dos acontecimentos, expressa sua alegria e sua tristeza, sua indignação e sua dor, sua felicidade e seu medo. Mas acima de tudo, o poeta é um mensageiro além de si mesmo; não acredito que ele deve considerar-se origem, e sim, passagem. 


Confesso que às vezes soa-me estranha a minha própria voz, quando falo daquele 'meu' poema... como um pai ou mãe amorosos não criam filhos para si mesmos, o verdadeiro poeta não cria poemas para si mesmo; cria-os para o mundo, para os leitores! E mesmo que sejam demasiadamente introspectivos, depois que os escreve e publica, seja em livros ou blogs e sites na internet, o poeta não mais pode dizer que 'possui' o poema. 


Não faço aqui apologia ao desrespeito aos direitos autorais, que devem ser respeitados, e para isto, existem leis que os asseguram; mas se vejo um poema meu publicado em outros espaços, desde que haja menção à autora ( e autora não significa proprietária), eu fico feliz. Sinal de que as pessoas gostaram! Sinal de que fui útil a alguém. 



Sobre a Intuição




"Intuição é a capacidade de tomar boas decisões com base em dados incompletos. Extrapola os conco sentidos."  -Suely Braz Costa





"Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis elementares do Universo - o único caminho é o da intuição."  - Einstein






"A alma e a inteligência são Deus dentro de nós." - Sócrates





"Há algo dentro de você que sabe muito mais do que você." - Rocheile Myers.




quinta-feira, 28 de março de 2013

Uma Feliz Páscoa a Todos!




Amanhã é Sexta-feira da paixão. Para todos, um dia um tanto triste... depois, vem o Sábado de Aleluia, que também traz algumas lembranças tristes - afinal, Judas enforcou-se por arrependimento após trair Jesus (e até hoje, mesmo por quem é Cristão, jamais foi perdoado...).

Mas então, vem o domingo de Páscoa. Geralmente, passado junto ás pessoas de quem gostamos, a fim de celebrarmos a ressurreição de Cristo. Para mim, a Páscoa tem um significado especial, não apenas por causa das lembranças boas que ela traz da infância, mas também pelo seu significado em si. A Páscoa é renovação.

Que possamos passar pela tristeza da Sexta-feira Santa e perdoar Judas no Sábado de Aleluia. 

Tenhamos todos uma Feliz Páscoa.

Obrigada a todos os colegas blogueiros!

quarta-feira, 27 de março de 2013

Da Páscoa








Da Páscoa, eu me lembro de minha irmã com caixas de sapato e papel de seda, fazendo 'ninhos' para o coelho por os ovos. Ela cortava alguns babados de papel, colava à volta da caixa, e depois, fazia palha fininha com o que sobrava dele, enquanto eu ficava imaginando o que encontraria na manhã seguinte.


Da Páscoa, lembro-me das quaresmeiras em flor. O morrinho ao lado da casa ficava salpicado de roxo e amarelo. 


Da Páscoa, lembro-me de meus pais me acordando no domingo bem cedinho, e de eu levantar da cama correndo para ir olhar meu ninho de caixa de sapato, cheio de ovinhos de chocolate e bombons. 


Da Páscoa, lembro-me da família reunida na sala de estar, assistindo àqueles filmes religiosos que passavam na semana santa, todos comendo bombons. Havia bombons que não existem mais, com sabores de frutas: figo, ameixa, pera, laranja. Não gostávamos deles, e eram sempre os últimos a serem comidos. 


Da Páscoa, lembro-me de minha irmã e eu, e das outras crianças do bairro, todos unidos depois do almoço de domingo, para mostrarmos nossos ninhos uns aos outros e comermos chocolate. 


Da Páscoa, lembro-me do almoço em família, o cheiro do 'batatalhau' se espalhando pela casa. 

Da Páscoa, lembro-me de nós no Teatro Mariano, para assistir, pela enésima vez, "A Paixão de Cristo." 

Da Páscoa, lembro-me do enorme ovo de chocolate que minha irmã mais velha ganhava do namorado, e que ficava sobre o móvel da sala de estar, por meses a fio, e no qual não podíamos nem sonhar em tocar... uma vez, ela demorou tanto tempo para abrí-lo, que quando o fez, ele estava todo mofado. 

Hoje, eu sei do verdadeiro significado da Páscoa, mas quando eu era criança, eu o vivia muito mais intensamente, sem o saber...



Sobre Demônios e Pecados - Rubem Alves




Trechos do livro "Sobre Demônios e Pecados," de Rubem Alves



"Mais poderoso que o nome do demônio é o riso. Quando ele começa a atormentá-lo, ponha-se a rir. O demônio ou demônios que moram em você fugirão espavoridos. Porque, como disse Nietzsche, maravilhoso exorcista, os demônios 'são o espírito da gravidade' e não suportam a leveza do riso."



A Arrogância

"Nicolas Berdyaev, filósofo russo, disse que a estética é o campo em que Deus e o Diabo travam suas batalhas. Há demônios especializados na beleza. Porque a beleza é sedutora.(...) O programa do nazismo era lindo: saúde, beleza, limpeza. Eu estaria pronto a dar o meu apoio a um partido que adotasse esse programa. Hitler amava as artes plásticas e a música. E quantas tragedias pessoais acontecem por causa de um rosto bonito e vazio! (...) O arrogante se acha lindo. Somente aqueles que o veem se dão conta de seu ridículo.

É o caso do vaidoso. Ele se acha o mais bonito, o mais inteligente, o mais interessante. Deseja aparecer. Abre o rabo de penas coloridas e fica esperando a admiração dos que o veem. (...) Os mais bobos falam sem parar, julgando que suas palavras são poemas. Não percebem que os outros estão dizendo: "Você é um chato!"



(...) A arrogância assume várias formas. Numa extremidade está a arrogância narcísica. Você conhece o mito de Narciso. Jovem lindo, o mais lindo de todos, apaixonou-se pela própria imagem refletida no espelho d'água de uma fonte. (...) Ficou paralisado à beira da fonte e morreu, transformando-se então na flor que leva seu nome.

O mundo está cheio de Narcisos. 

(...) Na outra extremidade está a arrogância violenta, que acontece quando Narciso, além de convencimento, tem poder. Tendo poder, ele se impõe. Claro. Convencido de sua beleza, ele acredita que suas ideias são as únicas certas. As ideias de todos os outros tem de estar erradas. Ele não pode admitir que outros possam estar certos. Porque isso seria admitir que os outros possuem uma beleza que ele não possui. Se ele for somente um Narciso sem poder, sua feiura aparece somente na chatice de que todos fogem. mas, se ele tem poder -  se é presidente, ou diretor de escola, ou chefe de departamento, ou delegado, ou oficial do exército, ou campeão de artes marciais, ou professor, ou pai, ou mãe-, não titubeia em lançar mão de de seu poder para fazer valer a  superioridade que acredita possuir. Aí a arrogância se revela como violência. Quanto ao arrogante narcísico, todos riem dele. Quanto ao arrogante violento, todos riem dele e desejam sua morte.



A arrogância está intimamente ligada à vaidade. A palavra 'vaidade' vem do latim vanus, que quer dizer 'vão'. Vaidade, assim, é o vazio, o sem conteúdo, o sem valor. O arrogante está possuído pela vaidade. Vi um lagarto arrogante. Insignificante se não se percebia visto, quando queria impressionar os outros estufava um saco vermelho que havia no pescoço. Ficava, de fato, impressionante e amedrontador. Mas seu papo vermelho era vanus - estava cheio de ar. Assim são os arrogantes."

terça-feira, 26 de março de 2013

Cartas




Surpreende-me,
A maneira como  embaralhas
E distribuis vidas
Como se fossem cartas...

Jogas,
Descartas,
E roubas no jogo
Para a nefasta glória
De uma sórdida vitória.

E a mesa
Ganha sempre,
Cartas marcadas,
Nem lembras que são gente...

¨¨¨¨

Parceiros

O TUCANO

O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...