witch lady

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terça-feira, 15 de setembro de 2015

É Só o Começo




Nossos passos ainda hesitam,
Claudicantes,
No meio de uma gigante estrada
Que não se sabe onde vai dar,
Ou se vai dar em nada.

Seguimos de mãos dadas,
A mente nas nuvens e nas estrelas,
As almas separadas
Por quilômetros e quilômetros
De palavras mal-cuidadas.

Mas dizem que é só o começo,
E que as pernas já maduras,
Acostumadas às duras
E intensas caminhadas,
Aprenderão o caminho
Para não mais se ferirem
Ou ferirmos uns aos outros
Entre tantos espinhos.




Pequenas Coisas












sexta-feira, 11 de setembro de 2015

BARBRA STREISAND





Barbara Joan Streisand nasceu em 24 de abril de 1942, no Brooklyn, em Nova York, em uma família de judeus, filha de Emmanuel e Diana Streisand. Ela é a segunda de dois filhos por parte do pai Emmanuel, que era um professor de uma escola respeitada. Quinze meses após o nascimento de Streisand, Emmanuel morreu de uma hemorragia cerebral e a família entrou em quase pobreza[7] .


A carreira de Barbra Streisand começou quando ela se tornou uma cantora de boate, durante sua adolescência. Ela queria ser atriz e apareceu em várias produções teatrais, incluindo Driftwood em 1959, com a então desconhecida Joan Rivers. Driftwood durou apenas seis semanas[8] . Quando o namorado dela, Barry Dennen , ajudou a criar um clube de música chamado O Leão ela começou seu sucesso como cantora. Enquanto cantava em O Leão por várias semanas, ela mudou seu nome de Barbara para Barbra.



A primeira aparição de Streisand na televisão foi em The Tonight Show, apresentado por Jack Paar. Ela então começou a fazer sucesso na televisão e assim ganhou seu primeiro papel na Broadway, em uma pequena participação. Ela então decidiu lançar seu primeiro álbum, The Barbra Streisand Album, que ganhou dois Grammy Awards em 1963. Após seu sucesso com The Barbra Streisand Album, Streisand fez várias aparições em The Tonight Show em 1962 e 1963.



Streisand voltou à Broadway em 1964 com uma atuação aclamada como Fanny Brice em Funny Girl. Por causa do sucesso da peça, ela apareceu na capa da Time, e em 1968 ela apareceu na adaptação cinematográfica de Funny Girl que lhe deu o Oscar de melhor atriz. - FONTE: WIKIPEDIA


QUANDO TERMINA O SERVIÇO DE CASA?






Você tira um dia para a faxina - se não tem alguém que a ajude, é claro. Há tanto a se fazer, que o melhor é começar cedo, e não pensar. Começo colocando as roupas na máquina para lavar.

Sempre começo pelo meu quarto; passo o aspirador, troco os lençóis, limpo o banheiro e quando necessário, as janelas. No final, é bom passar um pano úmido no chão.

Depois, vou para o quarto menor, varanda e escadas. Chego até a sala de estar (coloco uma música para animar) e então corredor, sala de jantar e sala de aula. Depois, os banheiros do andar de baixo...Se sobrar um pouco de fôlego, vou para a cozinha e área de serviço. Daí eu penso, lá pelas quatro ou cinco horas da tarde: "Hora de descansar!" Tomo meu banho e me deito na rede da varanda... começo a olhar em volta e descubro que esqueci de varrer a varanda, e se eu for varrer a varanda, melhor aproveitar e dar um jeitinho no jardim, rapidinho.

Meia hora depois, eu me deito na rede, pronta para relaxar. E descubro as teias de aranha entre os caibros e telhas. Ai, ai, lá vou eu de novo! Pego minha vassoura de teto e dou cabo das bichinhas e suas teias. Agora sim! Me deito na rede outra vez, bem no ângulo em que meus olhos veem a mesinha empoeirada. Vou lá dentro pegar um paninho. Já são quase seis da tarde, e esqueci de estender a roupa para secar. Aproveito que estou na área de serviço e faço isso. 

Quase sete da noite, e o canil está bem sujo... não é justo deixar os cães passeando naquela sujeira, e então pego vassoura, balde e desinfetante. Sete e vinte. O dia acabou. Me sento no sofá um pouquinho para assistir TV, e o marido chega. Hora de fazer alguma coisa para lanchar. Depois, a cozinha para arrumar de novo.

Às quase onze da noite, a visão da cama é como o paraíso...

No dia seguinte, as aulas para preparar e dar. A roupa secou, e é hora de passá-las. O canil está sujo de novo, e acabei me esquecendo da mesinha empoeirada da varanda, afinal. Melhor deixar o jantar pronto. Vou deixar os armários para arrumar outro dia... mais uma vez!

Toda dona de casa sabe muito bem do que eu estou falando. Serviço de casa não acaba nunca. Às vezes, fico imaginando o que seria de uma casa que ninguém cuidasse. Penso naqueles programas de TV que mostram acumuladores vivendo em casas lotadas de objetos, poeira, e roupas e louças sujas. 

Mas apesar do trabalho, dá um prazer enorme caminhar por uma casa limpa e arrumada, principalmente quando a gente mora nela.


O MAPA ENGANOSO DOS TEUS OLHOS




O mapa enganoso dos teus olhos
Conduziu-me a um caminho enegrecido
Onde nada brotaria do estolho
Que eu tentei, por muito tempo, cultivar.

E aquilo que eu pensava ser o mar,
Não passava de uma poça, um lamaçal,
E o sol que me apontavas, comovido,
-Luz mortiça, brilho artificial!

A palavra que encantava meus ouvidos
Era apenas um feitiço que passou;
Nada existe de profundo ou abissal,
Nesse pântano que a vida me mostrou.




terça-feira, 8 de setembro de 2015

HAIKU









Do livro "A Vida é o que é", de Gyomay Kubose. 


Mostrando as costas 
mostrando a frente
as folhas do bordo caem.

Ryokan, monge e poeta japonês.








O homem tem um lado da frente e um lado de trás. É claro, todos queremos mostrar uma bela frente e manter tudo mais lá atrás. Tentamos mostrar uma bela frente; esta é a razão pela qual temos problemas. Na verdade, não há frente ou costas na verdadeira vida. Deveríamos viver como as folhas do bordo, mostrando tanto a frente quanto as costas. Frente é frente, e a parte de trás é a parte de trás, mas não há superioridade em qualquer lado. Ambos são verdadeiros. (...) Tão logo pensamos: "Este lado é melhor para ser mostrado ao público. Aquele deveria ser escondido", então temos problemas. Uma vida budista é uma vida de tal honestidade. Não há frente nem costas. Uma vida verdadeira é totalidade. 



segunda-feira, 7 de setembro de 2015

STILL LIFE - UMA VIDA COMUM - RESENHA





Imagem: Google




STILL LIFE – UMA VIDA COMUM
Ano: 2013 – Reino Unido / Itália
Direção: Uberto Pasolini
Com: Eddie Marsan


John May é um simples funcionário público inglês, sem família e sem amigos, cujo trabalho consiste em tentar encontrar amigos ou familiares de pessoas que morreram sozinhas. Ele tem um grande coração e muito respeito pelas pessoas, e por isso, tenta saber um pouco mais a respeito delas a fim de escrever um obituário decente. E ele o faz com competência, mesmo sem jamais tê-las conhecido em vida, cuidando também dos seus velórios, cremações ou sepultamentos – aos quais ele assiste respeitosamente, sempre sozinho, pois nas raras vezes em que ele consegue contatar algum parente ou conhecido do morto, estes não demonstram qualquer interesse em comparecer ao velório.

Após dedicar-se por 22 anos ao seu trabalho, John May recebe a notícia de sua demissão, e sente-se perdido; passa a pensar em sua vida solitária, e acredito que talvez descubra que ele mesmo poderá ter um fim igual ao das pessoas cujos parentes ele tenta encontrar. Mas seu último caso – Billy Stoke, um homem que morava em frente à sua janela, mas que ele não conhecia, faz com que sua vida mude de rumo.

Um filme sem grandes sobressaltos, mas com um significado profundo, verdadeiro e poético. O final, surpreendente, dá à história sempre cinzenta uma nova tonalidade, mais colorida e absolutamente comovente.

Aqui termina a resenha.

VISÃO PESSOAL SOBRE O TEMA

Fiquei pensando no quanto muitos de nós são como aquelas pessoas que morrem sozinhas em seus apartamentos sem que ninguém saiba ou se importe, a não ser quando os corpos começam a exalar mau-cheiro. Indo um pouco mais profundamente, penso na inutilidade de todos os velórios, tanto para os mortos quanto para os vivos. Considero-os uma tradição cruel e dolorosa para os poucos que realmente amaram o morto, e uma espécie de circo para a maioria dos que comparecem. Para mim, não fará a menor diferença se eu tiver um, e se tiver, o número de pessoas que comparecerem também não fará a menor diferença. Quando deixamos esta vida, deixamos para trás tudo o que ficou nela, quer haja uma vida após esta ou não. Como disse um dos personagens, “Os velórios não são para os mortos: são para os vivos, e quando não há nenhum vivo que tenha algum interesse em acompanhá-lo, para quê prepará-los?”

Daí a não-necessidade de tanto orgulho, desejo de poder, fama, autoafirmação ou reconhecimento, se aquilo que realmente somos não interessa a mais ninguém, a não ser a nós mesmos, e mesmo assim, muitos passam por esta vida sem sequer atinar para esta questão do autoconhecimento, saindo dela como chegaram: totalmente alheios. Para mim, aqueles que se tornaram célebres por algum motivo que não tenha sido apenas a vaidade, vieram com uma missão importante, embora muitos a percam pelo caminho. São como faróis para os outros, mas sua missão mais importante sempre terá mais a ver consigo próprios do que com os outros.

Viver bem é trocar-se por alguma coisa. Alguns dedicam-se a causas humanitárias, e é triste perceber o quanto a maioria destas pessoas apenas visem o reconhecimento público pela sua ‘bondade’ e ‘solidariedade.’ Outros, dedicam-se à família, ou aos amigos, e até mesmo a eles mesmos, o que, visto através de um ponto de vista menos preconceituoso, pode ser a missão da maioria das pessoas, e isto não significa que elas sejam egoístas; quem saberá, com certeza, qual a verdadeira missão de alguém, e por que esta missão não pode estar centralizada na própria pessoa? Nem todos estamos aqui para sermos avatares, profetas ou salvadores. Quem sabe, salvando a nós mesmos e estendendo a mão aos que estão mais próximos, ao nosso alcance – considerando que todos fizéssemos isto – o mundo não daria um salto evolutivo?

Alguns buscam suas respostas nos grandes filósofos e sábios, e outros, de forma mais simples, acabam descobrindo-as sem fazerem perguntas, através da simples observação da natureza e das próprias experiências – ou seja, cuidando da própria vida! Existe um significado profundo no viver, e conforme os anos avançam sobre mim, mais eu percebo este fato. Igualmente percebo que este significado é muito pessoal, e que convivemos uns com os outros não para apontá-los e criticá-los, velada ou publicamente (embora muitas vezes o façamos), mas para tê-los como um espelho às nossas atitudes. Aquilo que desperta a minha repulsa pelo outro, eu não devo praticar – caso contrário, serei um hipócrita.

Existe hoje em dia uma sede pela felicidade, como se ela fosse um prêmio a ser alcançado, e quem conseguir demonstrá-la mais convincentemente, será o vencedor. Parece que o objetivo das pessoas é terem um velório concorrido, no qual haja muitas pessoas chorando, tirando “selfies” na frente do caixão e publicando os pêsames nas redes sociais. Quantas curtidas serão possíveis? Acho isto bem mais mórbido do que o simples compartilhamento de uma imagem – como a do garotinho afogado – dentro de um contexto que faça sentido e que expresse os verdadeiros sentimentos de alguém a respeito do mundo em que vivemos.

Para mim, velório nenhum seria o ideal. Quando eu morrer, quero ser totalmente esquecida e deixada em paz. Melhor morrer sozinha a morrer cercada de abutres.




sexta-feira, 4 de setembro de 2015

IRONIA




À beira do mar, uma estrela branca,
Que se apagou, e tristemente, sangra,
Jaz, entre o descaso e a desesperança,
Bem longe do céu que tentou alcançar.

E enquanto isso, mil estrelas negras
Que jamais ousaram voo tão longínquo,
Morrem sem piedade, sobre um solo seco
Sem que ninguém venha, por elas, chorar...





Imagens: Google da vida





quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Bicho Carpinteiro





Quando eu era pequena e não sossegava, minha mãe bradava: "Você parece que tem bicho carpinteiro! Não para o dia inteiro, não para o dia inteiro!" Ela estava cantando a letra de uma antiga marchinha de carnaval. 

Na verdade, eu era uma criança quieta. Ela sempre dizia que nem parecia que tinha criança em casa. 

Em relação à casa, gosto de mudar feito bicho carpinteiro que não para o dia inteiro. Troco móveis de lugar, cortinas, quadros, cores nas paredes, almofadas, colchas... depois, eu me sento e fico curtindo as mudanças. Por um tempo, estará bom...Mas chega novamente o dia em que eu olho em volta e penso: "Enjoei!" E lá vou eu de novo... e a cortina da sala vai parar no quarto, e as capas das almofadas são trocadas, e o sofá muda de lugar. Meu marido chega em casa e diz: "Acho que errei de endereço de novo."

Mas isso não acontece apenas em relação à casa; gosto também de trocar meu estilo de vestir. Tenho fases de cores, ou seja, períodos em que olho em meu armário e a maioria das coisas são verdes, ou pretas, ou azuis. Às vezes tenho mais vestidos do que calças compridas, e então, vice-versa. 

Será que tem cura?

Acho que sigo uma tendência que é mundial, ou seja, a fugacidade. Hoje em dia, as pessoas mudam muito, o tempo todo: elas mudam de endereço, mudam de emprego, de carro, de relacionamento, de computador, de telefone... tudo é muito rápido e impermanente. Não sei se isso é bom ou ruim. Existem certas coisas que não desejo mudar nunca em minha vida, e se for possível, ficarei com elas até morrer, mas as mais superficiais, eu estou sempre mudando. Consumismo? Talvez... Mas acho que está tudo bem em consumir, desde que não nos deixemos ser consumidos.

Não vou matar meu bicho carpinteiro.




SE EU SOU FELIZ?






Se eu Sou Feliz?

Me perguntaram se eu sou feliz.

Esta é uma pergunta difícil de responder, pois a felicidade é algo diferente para cada pessoa. Alguns passam a vida em uma busca incansável por esta personagem de mil faces, e estão tão concentrados em encontrá-la, que acabam não a vendo passar bem diante de seus narizes nas várias oportunidades em que cruzam com ela. Outros, mesmo diante das coisas mais tristes, conseguem erguer os olhos de repente de suas dores, e mesmo que por um breve instante, capturam nas retinas a sua passagem.

Não acredito em felicidade escandalosa; isto é alegria passageira. A felicidade não é de falar muito de si, nem sente necessidade de propagandear a si mesma. Ela não cabe nas fotografias, e nem sempre está em um sorriso – que muitas vezes pode ser falso.  A felicidade é tão simples, que abomina a perfeição. Ela é fugaz quando intensa, e duradoura quando leve. Mesmo assim, fugaz ou duradoura, toda felicidade é válida.

Eu às vezes olho pela minha janela e a vejo brincando com meus cães no quintal, enquanto eles correm um atrás do outro ou disputam um brinquedo ou um graveto. Noutras vezes, eu a sinto quando acordo de manhã e vou até a minha varanda, e ao olhar a paisagem, sinto que um sorriso se desenha bem de leve, e quando o percebo... ela já se foi. Mas volta sempre, várias vezes ao dia, enquanto ao fazer o meu trabalho, eu e meus alunos rimos juntos por algum motivo. Ou então quando eu tiro um bolo do forno, e ele não murcha, ou quando o macarrão não gruda. Ela – a felicidade – me visita todas as noites, quando escuto uma certa chave na fechadura da sala.

Assim como acontece com todas as pessoas, já passei por muitas coisas tristes na vida. Algumas delas foram tão intensamente tristes, que eu cheguei a pensar que jamais me recuperaria. E eu fiz questão de ir ao fundo de todas elas, lá, onde a tristeza é mais escura, mais densa e mais profunda. Não tentei ‘ficar feliz’ ou ‘parecer feliz’ só para não chocar os outros ou para agradar as visitas. Nunca fugi da minha tristeza. Sentei-me com ela em silêncio até que ela me ensinasse que ela é apenas a irmã gêmea da alegria, e como disse Gibran, “Quando estiverdes alegres, olhai no fundo de vosso coração e achareis que o que vos deu tristeza é aquilo mesmo que vos está dando alegria. E quando estiverdes tristes, olhai novamente no vosso coração e vereis que, na verdade, estais chorando por aquilo mesmo que constitui vosso deleite.”

Certa vez, há alguns anos, quando eu estava intensamente triste, uma pessoa tentou me alegrar. Convidou-me para ir à sua casa. Aceitei o convite, pensando que talvez ela estivesse me oferecendo um ombro amigo, uma oportunidade para falar sobre a minha perda e a minha tristeza. Mas ao chegar lá, tudo o que encontrei foi uma pessoa desesperada em contar piadas e conversar amenidades para disfarçar o que me afligia, concentrada em não deixar nenhuma brecha para que o assunto viesse à tona. Na única vez em que tentei tocar no assunto, ela ouviu com um sorrisinho sem-graça e arrematou: “Mas agora não é hora de falar em tristezas.” Notei que daquela forma torta e insensível, ela estava tentando me alegrar, como se fosse possível arrancar a dor com a mão e sufocar sua voz com palavras forçadamente alegres. Permaneci calada a noite inteira, até a hora de ir embora, mas não forcei nenhum sorriso, não participei de nenhuma conversa amena, não entrei naquele jogo social. Acho que não agradei minha anfitriã, e ela com certeza notou que também não me agradou.

A pior coisa que alguém pode fazer a alguém que passou por uma perda ou por uma grande tristeza, é tentar alegrá-lo. Se você tiver ouvidos para ouvir, coragem e um ombro amigo para oferecer, faça-o; senão, deixe-o em paz.

Mas, voltando à pergunta que me fez escrever este texto: Se eu sou feliz?

Sim. E não. Sou feliz e sou triste. Posso estar me sentindo feliz de manhã, e me sentindo triste no final da noite. Posso ficar uma semana inteira me sentindo nas nuvens, e de repente, a nuvem escurece, chove e eu caio lá de cima. Mas enquanto eu estou caindo, consigo observar a beleza da paisagem que se aproxima, contra a qual eu vou me esborrachar. E depois que eu caio, tenho sido capaz de levantar sempre. Por isso eu não acredito sempre na definição injusta que dão à bipolaridade. Ninguém é monopolar (se é que esta palavra existe; bem, se não existe, acabo de inventá-la como um oposto à palavra ‘bipolar.’). Nem a natureza é sempre igual! De repente, vemos um céu azul dar lugar a maior tempestade do século em menos de cinco minutos. E a natureza não fica preocupada em definir se ela é ou não é feliz. Faz sol quando tem que fazer sol, e chove quando tem que chover.

Eu também sou assim.

Encerro este texto (que já está longo demais) com outro pensamento de Gibran: 

"Alguns dentre vós dizeis: "A alegria é  maior que a tristeza," e outros dizem: "Não, a tristeza é maior."
Porém, eu vos digo que elas são inseparáveis.
Vem sempre juntas; e quando uma está sentada à vossa mesa, lembrai-vos de que a outra dorme em vossa cama."




segunda-feira, 31 de agosto de 2015

QUEM É MORTO SEMPRE APARECE











Quem é morto
Desce as escadas,
Puxa correntes
De pura mágoa.
Apaga as fotos
Nas elegias,
Arranca as folhas
Rangendo os dentes.

Quem é morto,
Sempre aparece...
Escolhe um canto
Para assombrar
Com seu quebranto.
Lê os jornais,
Não é notícia...
Mantém segredo:
-Pura estultícia!

Quem é morto,
Sempre aparece,
Não tem sossego:
Deixa pegadas,
Abraça o vento,
Abraça o ar,
Tem substância
De esquecimento.

Quem é morto,
Sempre aparece:
Pede, em sussurros,
Mais uma prece.
Mata sua sede
De alheias lágrimas,
E reencarna
Reinventando-se,
Esconde escaras
Lavando a cara.





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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...